Coluna Econômica
O Movimento “Todos pela Educação” nasceu no dia em que Roberto Jefferson chacoalhou os alicerces da República. Um grupo de empresários e jornalistas sentiu que precisava ser feito alguma coisa. E decidiu fundar esse movimento, com a intenção de criar indicadores de acompanhamento da educação no país.
O movimento ganhou adesões importantes na sociedade civil e no setor privado, conseguiu o endosso do Ministro da Educação Fernando Hadddad, encorpou e se tornou um fórum importante de discussões sobre educação.
Hoje em dia, é presidido pelo empresário Jorge Gerdau e conta no seu conselho de governança alguns dos maiores empresários brasileiros.
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OnteOntem, divulgou seu relatório “De Olho nas Metas 2010”, decupando dados do Ministério da Educação e da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio). Duas conclusões saltam à vista, uma boa, outra ruim. A boa é a constatação do enorme avanço ocorrido nos últimos anos. A ruim, o fato de, em termos absolutos, a educação brasileira ainda estar em níveis sofríveis.
O aluno brasileiro sai-se melhor em português, mas provavelmente refletindo o que aprende conversando em casa; sai-se muito pior em matemática, mostrando a incapacidade da escola em ensinar.
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A conclusão mais forte do trabalho é acerca dos efeitos das disparidades de renda sobre o desempenho dos alunos. São gritantes as diferenças de desempenho entre alunos de famílias que ganham menos de um salário mínimo e aquelas do topo da pirâmide. Assim como entre estados pobres e estados mais ricos.
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A fim de nortear seus levantamentos, o movimento criou metas de desempenho para os estados. Analisou a curva de desempenho nas três últimas avaliações e estimou de quanto deveria ser agora para que em 2022 alcançasse o padrão de desempenho da OCDE (o conjunto das nações mais desenvolvidas).
Depois, mediu o desempenho dos alunos em quatro situações: no caso do ensino fundamental, o aprendizado de matemática e língua portuguesa no 5º e no 9º ano. No ensino médio, o desempenho nas duas matérias no 3º ano.
Nenhum dos estados da federação conseguiu atingir todas as metas.
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No Ensino Fundamental, apenas quatro dos vinte estados avaliados superaram as metas em língua portuguesa e matemática: Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.
No Ensino Médio, as metas foram alcançadas por sete estados – Paraíba, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.
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A partir das análises, o movimento definiu cinco metas para 2022.
A primeira, de 98% ou mais das crianças de 7 a 14 anos nas escolas.
A segunda, de toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos de idade.
A terceira, 70% dos alunos com aprendizado adequado à sua série.
A quarta, de todo aluno com Ensino Médio concluído até os 19 anos de idade.
A quinta, aumento e melhoria da gestão do investimento em educação.
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