Exclusão digital: Apenas 4% das escolas públicas têm PCs

A pesquisa TIC Educação 2011, produzida pelo CETIC.br, do Comitê Gestor da Internet, divulgada nesta terça-feira, 19/06, na capital paulista, revela que o Brasil está muito atrasado no uso das ferramentas de TIC nas escolas e na prática pedagógica. O estudo mostra, por exemplo, que a banda larga não é realidade para a maioria das escolas, mesmo que elas tenham algum ponto de conexão à Internet.

O grande problema, observa o TIC Educação 2011, é que 55% das escolas têm conexão entre 256Kbps e 2 Mbps, para ser compartilhada, em média, por 500 alunos, nas escolas públicas. Apenas 6% das escolas pesquisadas têm velocidades de conexão superiores a 8 Mbps. E pior: 27% das escolas pesquisadas desconhecem o valor de conexão da Internet. E o levantamento não leva em conta as escolas rurais, onde há problemas de infraestrutura de telecom.

“Há problema, sim, de acesso à banda larga, mas há questões estruturais que devem ser cuidadas. Entre eles, a disponibilidade da energia elétrica. Não basta ter banda larga, ela precisa funcionar e ajudar na prática pedagógica”, observa Juliano Cappi, responsável pelo estudo no CETIC.br.

Se a banda larga é um entrave, a ausência de PCs segue sendo uma barreira a ser superada. O TIC Educação 2011 constatou que 100% das escolas possui ao menos um computador mas, na média geral, a distribuição de computadores fica muito abaixo da expectativa. No ano passado, por exemplo, o estudo constatou a presença, em média, de 20 PCs(desktops) em funcionamento e 3 computadores portáteis( notebooks/netbooks)por escola.

Mas boa parte está instalado na sala da diretoria- fora do acesso do aluno – ou nos laboratórios de Informática. Na sala de aula, esse percentual cai para apenas 4%. Lembrando que esses 23 computadores, em média, são para serem compartilhados por cerca de 500 alunos. Nas escolas particulares – onde há mais PCs por alunos – esse índice de PCs nas salas de aula cresce para 21%. Mas também há a concentração de PCs nos laboratórios de Informática.

“Fica claro que a política pública para levar TIC para a Educação precisa ser aperfeiçoada. Temos dois mundos distintos – escolas públicas e particulares – e há muitas barreiras para serem vencidas. A principal delas é levar a Internet e o próprio PC para a sala de aula. Hoje isso está muito distante nas escolas públicas e precisa avançar nas particulares. O acesso à TIC está restrito aos laboratórios de Informática, independente das suas condições”, destacou Cappi.

O levantamento, que analisou 650 estabelecimentos educacionais, sendo 497 escolas públicas e 150 particulares, que pela primeira vez, entraram na pesquisa, tem um dado positivo: Os professores estão usando o computador como meio didático. Segundo o TIC Educação 2011, 94% dos professores já usam computadores em casa e, em função do crescimento do uso do computador portátil, metade dos docentes entrevistados – professores de português e matemática- levam seus notebooks pessoais para a sala de aula.

“Mas ainda faltam condições de trabalho para o melhor uso da Internet. O professor já usa o computador como ferramenta educacional, mas precisa de ter infraestrutura para usar esse computador como prática pedagógica”, acrescenta Juliano Cappi.

Vale frisar que a pesquisa mostra que as aulas expositivas e a interpretação de textos – atividades rotineiras para os professores- têm baixos percentuais de uso das TICs: 24% e 16%, respectivamente. Em contrapartida – e um ponto de reflexão – os alunos – 82% – assumem que usam a Internet para fazer pesquisas.

Fonte: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=30830&sid=14

Redação

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