Mangabeira Unger associa corrupção ao financiamento de campanhas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O filófoso Mangabeira Unger associou a corrupção no Brasil, principalmente, ao esquema de financiamento de campanhas políticas. Diante disso, defendeu a reforma do sistema eleitoral. Crítico à gestão Lula, Unger ainda defendeu que o Brasil não é o País mais corrupto, se comparado a desenvolvidos ou mesmo aos membros do Bric. Ele foi sabatinado pela Folha de S. Paulo.

‘Corrupção não é o maior problema do país’, afirma Mangabeira Unger

Da Folha

Declarando-se à disposição da presidente Dilma Rousseff (PT) para colaborar no seu segundo mandato, “dentro ou fora” do governo, o filósofo Roberto Mangabeira Unger, 67, afirmou em sabatina realizada pela Folha nesta quarta-feira (5) que a corrupção não é o principal problema do Brasil.

“Entre os grandes países em desenvolvimento, especificamente os Bric –Índia, China e Rússia–, o Brasil é, de longe, o menos corrupto. Nós temos corrupção, mas não é um dos nossos problemas maiores”, disse.

Para o professor da Faculdade de Direito de Harvard (EUA), a causa maior da corrupção é o custeio das campanhas políticas. Ele defendeu a substituição do financiamento público pelo privado.

O filósofo rememorou suas contradições em relação a Lula. Em artigo publicado na Folha em 2005, na esteira do escândalo do mensalão, Mangabeira Unger se referiu ao governo do petista como o mais corrupto da história do país e pediu seu impeachment. Em 2007, porém, tornou-se ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, cargo que ocupou até 2009.

“Ele [Lula] magnanimamente me convenceu a trabalhar pelas mudanças do país”, justificou-se.

Ao comentar sobre as diferenças de Lula e Dilma, disse que ele tinha uma “grande intuição no trato pessoal”, enquanto ela tem uma formação distinta, de afirmação nacional. “Dilma militou comigo no PDT, na época do Brizola. Ela tem uma visão que nos aproxima, de usar o poder do Estado para construir alternativas. Mas isso precisa ser reestruturado. O nacional-desenvolvimentismo não é mais suficiente.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

19 Comentários

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    1. era pra ter graça?
       
       
      Uma

      era pra ter graça?

       

       

      Uma vez confrontado sobre seu sotaque americano, respondeu: “o importante é não pensar com sotaque”

       

       

  1. Estranho um filósofo dizer

    Estranho um filósofo dizer que “”Entre os grandes países em desenvolvimento, especificamente os Bric –Índia, China e Rússia–, o Brasil é, de longe, o menos corrupto. Nós temos corrupção, mas não é um dos nossos problemas maiores” é discurso para uma tribo de índios.

    Como assim, cara-pálida? Corrupção é problema, e dos grandes em qualquer parte do mundo. Principalmente no nosso país em que desde D. João VI sabe-se que essa praga, digo, prática é sinônimo do nosso secular atraso. Ora, falar que na China (1bilhão300mil habitantes), ìndia (1bilhão100mil), Rússia (160milhões) existe corrupção é nivelar por baixo o debate. Parece o velho papo do “Se eles fazem porque não podemos?”. Uma coisa é certa, pose esse cara tem é não é de hoje. Tanto que em eleições concorridas a votação foi “expressiva”. Mas, como sempre “disposto a colaborar dentro ou fora do governo”. Engana outro, fessor.

     

  2. estamos trabalhando para

    estamos trabalhando para conseguir tempo e disposição para atuar nos bastidores como propõe a AMARRIBO (exige disponibilidade e muita, além de preparo e/ou resistência para suportar a reação, bem como capacidade para mobilizar “vontades legítimas”). em municípios pequenos e ricos, a exemplo deste no qual vivemos, a corrupçao grassa impunemente, independente de financiamento de campanhas, sem excluir isso, claro. não pertencemos a nenhuma das duas forças políticas locais (aliás, são sempre dois grupos?). detalhe, por aqui, aécio levou nos dois turnos, com mais de 52% dos votos…

    achamos que o sr.Mangabeira não desce até o nível local nas suas análises. em prefeituras, como esta, os corruptores são os próprios corruptos, atuam nas duas pontas. são ativos e não esperam serem abordados, preferem criar suas empresas que fecham contratos com suas administrações. é mole, perguntaria zé simao?…tem que ter mesmo… disposição.

    (este comentário tem igual teor de outros que não sairam nos “sujos”, quando damos nomes e números de processos. divulgar pode ser pedagógico, pensamos.)

  3. Algum ser pensante ainda

    Algum ser pensante ainda duvida???

    FUNCIONA + OU – ASSIM:

    Empresários, Bancos, Sistema financeiro etc, pagam campanhas de TODOS OS POLÍTICOS  e distribuem propinas que variam de 0,5% a 5% para garantirem resultados de licitações e manterem seus preços e tarifas na estratosfera.

    ISTO É O NOSSO BRASIL!!! 

    FUNCIONA ASSIM HÁ MUITAS DÉCADAS, DESDE ANTES DA REDEMOCRATIZAÇÃO 

  4. Nem lí esta aí…

    Nada haver corrupção com financiamento de campanhas.

    A corrupção é sistemica na população brasileira, oriunda de sua colonização…

    Faça um teste. Se a cada 10 pessoas que vc conhece ninguém comete algum tipo de corrupção, aí sim o problema será dos políticos. A corrupção cresce nos níveis de poder, desde vc que comete pequenos delitos até os políticos e grandes administradores que cometem as grandes corrupções, onde a mídia atua.

    Se vc ultrapassa o limíte de velocidade em uma rodovia, vc já está se corrompendo e quem estiver junto no veículo são seus cúmplices.

    1. Por favor.
      Ultrapassar o

      Por favor.

      Ultrapassar o limite de velocidade não é corrupção, nem aqui, nem na China, nem no resto dos BRICS.

      Corrupção é você oferecer uma propina ao guarda de trânsito para que ele não aplique a multa. Mas até onde eu saiba, nem todo mundo que ultrapassa o limite de velocidade oferece propinas a guardas de trânsito.

      1. Respondo para os três

        Existe a corrupção porque vc sabendo da lei que proíbe ultrapassar o limite de velocidade, mesmo assim o faz. Não precisa de pessoa a pessoa. É a corrupção contra a população. É um delito, vc está se corrompendo.

        Se vc quiserem um exemplo mais apropriado. Dois sujeitos no trabalho combinam o atraso e a saída mais cedo do mesmo em dias alternados com a condição de um proteger o outro.

         

    2. A corrupção é sistemica na

      Se vc ultrapassa o limíte de velocidade em uma rodovia, vc já está se corrompendo e quem estiver junto no veículo são seus cúmplices.

      Corrupção é quando alguém induz outro a cometer crime. Ou seja, corrupção é crime, mas nem todo crime é corrupção. E nem toda pessoa que acompanha o criminoso é necessariamente seu cúmplice sendo justamente o caso do passageiro num carro ou ônibus o exemplo perfeito para mostrar essa obviedade.

    3. Nada A VER entender a

      Nada A VER entender a corrupção como um pecado, que todo o mundo comete. A escandalosa corrupção dos políticos brasileiros tem tudo a ver com seus financiamentos por empresas que compram votos e consciências, pondo seus interesses muito à frente dos interesses nacionais.

  5. Nosso maior mal é a sonegação

    Unger tem razão por, pelo menos, dois motivos.

    A quantificação do prejuízo causado pela corrupção, é estimativa que já foi feita. São cerca de R$ 60 bi/ano (procurar em site da Globo). Já o prejuízo da sonegação é estimado em mais de R$ 400 bi/ano, ver sonegômetro. Então, o primeiro motivo de Unger estar correto é que nosso maior problema é a sonegação, não é a corrupção.

    O segundo motivo é que a sonegação jamais foi tão combatida no Brasil quanto no governo do PT. A PF nunca trabalhou com tanta liberdade e tanto no combate à corrupção como agora. A corrupção tende a ser reduzida, e será golpeada de morte com o financiamento público e exclusivo de campanha.

    Unger tem razão.

    O governo, contudo, tem de combater a sonegação com a mesma energia com que combate a corrupção. Objetivamente, nosso maior mal é a sonegação de impostos.

  6. Ele defendeu a

    “<i>Ele defendeu a substituição do financiamento público pelo privado.</i>”

    Se ele não endoidou de vez, ele fez exatamente o contrário, só que ele também “pensa com sotaque” americano.

    Por que em inglês, quando eu digo “substitute A for B”, eu quero dizer “substituir B por A”.

  7. Concordo – e sob o post-título sobre J. Dirceu ontem

    Me referi à AP470 e a influências e pressões (…) sobre os Parlamentos em qq parte do mundo, mesmo havendo financiamento público. Mangabeira Unger não justifica corrupção (como alguém por aqui interpretou). É inerente ao sistema capitalista o vil metal e a corrupção. É a realidade, não que se tenha, não que tenhamos de nos dobrarmos a tal fenômeno, como fatalidade, mas combatê-la, sem a ilusão de exterminá-la, e sem a ilusão de que mesmo dirigentes políticos do mais puro e concebido sem pecado partido politico não sejam seres humanos (é sempre bom relembrarmos isso, diante de tanta ingenuidade que vejo quase histericamente se manifestar sobre a AP470 e o STF, esquecendo-se Lewandovsky e seus votos). OBS: Por isso, não vejo nada demais na prática – no contexto de tal realidade de nosso país – que deve ser negada sempre para o distinto público e para os crédulos simpatizantes ou militantes intermediários. Ontem me referi, numas 3 palavras, a um dos réus da AP470 (mas me cansei). Admiro Dirceu, Genuíno, por exemplo. Nõa acredito que não tenha havido desvios pra bolsos particulares noutros réus enolvidos (MASL no disse me disse posterior a julgamentos, o sensato é nos abstermos de maiores comentários e “julgamentos” se não tivermos lido os autos do processo com ajuda de um muito bom advogado o menos parcial possível).

    1. “Admiro esse cara” 05/11/2014 – 13:35

      A admiração não tem nada a ver c/opinião q externei + de 1 vez sobre 1 dos acusados na AP470.Tb não tem nada a ver c/ minha mudança gradual(ou súbita)de q não teria sido”apenas”Caixa 2,mas,sim,ter q lidar c/realidades q impõem diversas maneiras de pressões e de influências sobre parlamentos em qq parte do mundo.Não vejo nada demais nisso(pressões “diversas”):todos somos seres humanos(esquecemos desse óbvio),e não anjos a priori p/suas extremas importâncias no caminho da democracia,utopia a se perseguir,e a um outro sistema tb a se perseguir.Não ignoro absurdos de um Joaquim Barbosa e a tal Teoria de Domínio do Fato,nem ignoro de a AP470 ter sido movida + p/ perseguição ao PT maior e mais importante partido das esquerdas.

       

  8. como comprova amplamente a

    como comprova amplamente a história brasileira nos casos getúlio e jango,

    o problema da corrupção no país traz consigo a corrupção da

    própria grande mídia golpísta, que usa o tema para abater as políticas dos partios trabalhistas.

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