Bolsonaro chama Putin de “conservador” ao justificar viagem à Rússia

No “Cercadinho do Alvorada”, presidente tentou fugir dos questionamentos de apoiadores sobre aproximação com “país comunista”

Vladimir Putin e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa / PR)

A viagem de Jair Bolsonaro à Rússia, marcada para o dia 14 de fevereiro, foi motivo de saia justa entre o presidente e seus apoiadores, nesta quinta-feira (27/1), no chamado “Cercadinho do Alvorada”.

Segundo matéria de Daniel Gullino, para O Globo, o mandatário desconversou ao ser perguntado como seria possível “conciliar o conservadorismo com o comunismo”, em alusão ao país europeu – que não é oficialmente um país comunista, embora seja mencionado dessa forma devido ao seu passado como pilar da antiga União Soviética, essa sim comunista.

No entanto, o presidente contou com a ajuda de outros seguidores presentes, que o ajudaram com perguntas retóricas sobre o também suposto conservadorismo do presidente russo Vladimir Putin, as quais Bolsonaro respondeu confirmando, convenientemente: “Ele é conservador, sim”.

Ao noticiar o fato, a Sputnik Brasil agregou uma declaração recente de Putin – realizada em outubro passado, durante evento do Clube Valdai de Discussões Internacionais – no qual ele afirma defender o que chamou de “conservadorismo saudável”. A justificação se dá pelo fato de que seu governo é bastante criticado por temas de direitos civis, especialmente no que diz respeito à comunidade LGBT+.

O mandatário brasileiro acrescentou que o encontro visa estabelecer “melhores entendimentos, melhores relações comerciais”, com a Rússia, e também com a Hungria, outro país que está no itinerário da viagem presidencial, e que – este sim – é governado por um político ultraconservador: Viktor Orbán, um dos maiores aliados de Bolsonaro no mundo.

Apesar de Bolsonaro ter confirmado nessa conversa o seu desejo de visitar a Rússia, muitos ainda questionam essa possibilidade, devido às recentes tensões na fronteira desse país com a Ucrânia, situação que também envolve os Estados Unidos e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que vêm exigindo do governo russo garantias de não agressão ao vizinho e ex-aliado soviético.

Redação

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