Celso Amorim sobre novo chanceler: “o debate será impossível”

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jair Bolsonaro anunciou a nomeação de Ernesto Fraga Araújo em um tweet divulgado nesta quarta-feira (14) / Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Jair Bolsonaro anunciou a nomeação de Ernesto Fraga Araújo em um tweet divulgado nesta quarta-feira (14) - Créditos: Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

do Brasil de Fato

Celso Amorim sobre novo chanceler: “o debate será impossível”

Ernesto Araújo se espelha em “nacionalismo” de Trump, é contra o “marxismo cultural” e considera nazismo de esquerda

Redação

O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou, na tarde desta quarta-feira (14), a indicação do diplomata Ernesto Fraga Araújo para o cargo de ministro das Relações Exteriores de seu governo. A indicação vem sendo questionada devido à inexperiência e opiniões polêmicas e conservadoras de Araújo.

Entre os posicionamentos controversos do diplomata, estão uma grande admiração ao antiglobalismo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o rechaço a valores considerados por ele “decadentes”, como “democracia”, “cooperação”, “tolerância” e o “politicamente correto” –opiniões emitidas por Araújo no artigo “Trump e o Ocidente”, publicado numa revista especializada em 2017.

Para o ex-Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, que atuou durante dois períodos da redemocratização brasileira, por oito anos no governo do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e durante dois anos do governo de Itamar Franco, caso as posições de Araújo e de Bolsonaro sejam colocadas em prática, representariam a “volta à Idade Média”.

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Amorim afirma que nomeação é surpreendente e o deixa “muito triste”. “Sei que há muita divergência de opinião no Itamaraty, alguns pensam mais o livre mercado e outros mais como eu penso, mas tudo no domínio da racionalidade, em que o debate é possível. Neste caso o debate se torna impossível, é como ver um filme surrealista com conotações de pesadelo”, afirmou.

A opinião do ex-ministro não é alarmista. Entre os valores já defendidos por Ernesto Fraga Araújo está a defesa da manutenção do ocidentalismo, processo pelo qual as sociedades não-ocidentais seguem a influência da cultura ocidental, e é contrário à globalização. As opiniões foram divulgadas em artigos escritos e publicados tanto nos Cadernos de Política Exterior do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) quanto em um blog pessoal, criado em setembro deste ano pelo diplomata, chamado“Metapolítica 17 – Contra o Globalismo”.

Nos textos, Araújo chega a afirmar que é contra um suposto “marxismo cultural” que acomete as relações exteriores, que o nazismo foi uma experiência socialista e que o climatismo, a preocupação com as mudanças climáticas, é uma “tática globalista de instilar medo para obter mais poder”. 

Segundo Amorim, um posicionamento anti-globalização subserviente ao governo dos EUA seria prejudicial para as relações brasileiras com a grande maioria dos países do mundo. “Acho que o problema disso tudo não é só o que vai acontecer agora, mas que a credibilidade do Brasil ficará afetada por muito tempo, por décadas. Será muito negativo para a integração latino-americana, que envolve o reconhecimento de outras culturas, será potencialmente muito negativo com as nossas relações com a África, porque a maneira que ele fala tem a ver apenas com o passado europeu”, afirmou. 

A nomeação de Araújo foi anunciada por Bolsonaro por meio de sua conta no Twitter. “A política externa brasileira deve ser parte do momento de regeneração que o Brasil vive hoje”, escreveu, classificando o diplomata como “um brilhante intelectual”. Ernesto Araújo tem 51 anos, nasceu em Porto Alegre e é formado em Letras. Mais recentemente, o diplomata serviu na Alemanha, no Canadá e nos Estados Unidos, atuou como subchefe de gabinete do então chanceler Mauro Vieira, de 2015 a 2016.

Confira a entrevista completa:

O que o senhor pensa sobre as posições pró-Trump, antiglobalismo e contra um suposto “marxismo cultural” defendidas pelo futuro Ministro das Relações Exteriores?

Acho tudo uma fantasia que se não fosse trágica seria cômica, infelizmente é trágico porque trará consequências para o Brasil e para a sua inserção no mundo, para a paz mundial, que o Brasil contribui. Não estou falando só em relação a política que fizemos nos últimos 12 anos, sobretudo nos oito em que estive com o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas em relação a outros períodos. Não tem comparação.

Eu fui embaixador no governo de Fernando Henrique Cardoso, tinha divergências mas era tudo no plano do racional. Aqui estamos no plano de uma total fantasia, mas infelizmente é uma fantasia danosa, porque terá consequências práticas, atrelando nossa política totalmente a uma pessoa que já é objeto de restrições no mundo inteiro, em todos os países civilizados e democráticos há críticas fortes a Donald Trump.

Agora a passagem dele por Paris marcou outra, na comemoração do final da Primeira Guerra Mundial, ele já teve outro episódio com Macron [Presidente da França]. É uma pessoa que quer destruir tudo que foi criado, aliás, em grande parte pelo próprio Estados Unidos, que é essa estrutura normativa mundial.

Eu li um pouco sobre o Ministro nomeado e ele nega a importância das normas internacionais. Estamos voltando à Idade Média, ele é uma espécie do Direito Internacional pré-Grocio, um famoso pensador que foi precursor do Direito Internacional moderno. Então e algo até difícil de comentar, é muito surpreendente e é algo que me deixa muito triste, até pelos próprios colegas, porque sei que há muita divergência de opinião no Itamaraty, alguns pensam mais o livre mercado e outros mais como eu penso, mas tudo no domínio da racionalidade, em que o debate é possível. Neste caso o debate se torna impossível, é como ver um filme surrealista com conotações de pesadelo.

O que significa um Ministro de Relações Exteriores se dizer contra o globalismo/globalização?

É viver em um outro mundo, uma volta à Idade Média. Não tem cabimento, você pode até ser contra certos aspectos da globalização. Nós mesmos somos críticos, quando defendemos a agricultura familiar, que o comércio internacional tem que ter certas regras. Elas são necessárias justamente para disciplinar a globalização, para que os benefícios sejam distribuídos de maneira mais justa. Mas não se pode negar a globalização. É você negar a vida, dizer que ela era melhor quando não havia a escrita, ou a imprensa. É algo parecido com isso.

O que marca esse ponto de vista é também uma adesão ao trumpismo, uma reprodução sem crítica do que o Trump faz nos EUA, que ao meu ver não é bom nem lá, porque é contra imigrantes, contra mulheres, prejudicial aos negros. Mas, em termos de política externa, também é uma política de confrontação ao tempo todo, não é política de diálogo, e não se deve basear uma relação internacional nisso. Eu não concordo, mas Trump pelo menos está sentado em cima de cinco, seis mil ogivas nucleares e tem a economia mais forte do mundo. Não é nosso caso, então precisamos de cooperação, dos nossos vizinhos, para manter nossas fronteiras, por exemplo.

Eu sempre defendi o nacionalismo, mas um nacionalismo desenvolvimentista e solidário com outros países, esse nacionalismo estreito… Não sei, é tão fantástico que é difícil imaginar, mas acredito que possa criar um problema com os nossos vizinhos. Se somar isso às outras declarações que já ouvimos de Bolsonaro, de que Mercosul não é prioridade, tudo isso gera uma imensa preocupação. Eu fui por quase dez anos chefe daquela casa, também fui ministro no governo de Itamar Franco e embaixador no governo FHC. Tenho muita pena dos jovens diplomatas que vão ter que enfrentar um Brasil que eu nunca conheci.

Em outros artigos Ernesto Araújo elogia muito o ocidentalismo, preza muito pela história do Ocidente…

Essa é uma noção totalmente ultrapassada, inclusive eu vi ele citar Stengler, um autor pré-nazista que fala da decadência do Ocidente, uma visão que não tem nada a ver com a realidade. A ideia da decadência porque é contra a ascensão do povo, das massas, eles gostariam de uma realidade completamente elitista.

Eu acho que causa tanta perplexidade que eu ainda não sei nem o que vai acontecer, porque é fora do comum. Nunca vi nada semelhante, ninguém do Itamaraty processar ideias semelhantes, alguém com peso, autoridade, pode ser que haja pessoas excêntricas. Mas se ele for aplicar essas ideias à política externa será um desastre absoluto.

Ele construiu uma teoria cultural dele e é algo individual, que não tem nada a ver com o mundo real. E na medida em que tem é negativo, porque coloca o Brasil como um servo intelectual e cultural do trumpismo, que é algo feito para os EUA já de forma errada, mas que ainda é possível compreender porque é um país mais forte economicamente, que pode dizer que não quer estar sujeito à norma. O país [Brasil] não tem força para isso. Os EUA pelo menos tem a ilusão que tem, a gente não tem nem esse direito.

Será muito negativo para a integração latino-americana, que envolve o reconhecimento de outras culturas, será potencialmente muito negativo com as nossas relações com a África, porque a maneira que ele fala tem a ver apenas com o passado europeu. Quando dizemos que o Brasil é um país ocidental, o que isso quer dizer? 51% da nossa população é de origem africana, auto-declarada, o que vamos fazer com essa população? Jogar no mar?

O senhor poderia citar programas e políticas específicas relacionadas às relações internacionais que serão impactadas pelo discurso e possíveis medidas do novo governo?

Muita coisa já foi afetada no governo de Michel Temer, por inação, por uma subserviência aos EUA, mas que não era ao Trump e suas ideias, era mais ampla. Por exemplo, a pouca prioridade dada aos BRICs, tudo isso já vinha ocorrendo. Mas com ele eu temo que isso se agrave e ganhe um caráter teológico, meio religioso, que será difícil de reverter. Acho que o problema disso tudo não é só o que vai acontecer agora, mas que a credibilidade do Brasil ficará afetada por muito tempo, por décadas.

Com a grande maioria dos países do mundo…

Sim, com todos os países do mundo e vou lhe dizer a verdade, acredito que até com os EUA, porque eles passaram a nos respeitar quando passamos a defender nossa opinião e até mesmo a dialogar. Tivemos muito bom relacionamento até com George W. Bush, discordando muito de várias posições que ele tomava, mas nosso relacionamento, tanto em relação ao comércio, investimento, criação do G20 foi intenso com os EUA e com a União Europeia, porque eles respeitavam o Brasil. Agora, uma atitude que é até difícil de usar qualificativos, porque não quero ofender o rapaz, que é até mesmo de outra geração, mas sinto algo entre perplexidade e piedade.

Edição: Diego Sartorato

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

16 Comentários

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  1. Que cara maluco

    Que loucura é essa? Esse cara passou no exame psiquiátrico do Itamaraty? Demitam o psiquiatra.

    “…sinto algo entre perplexidade e piedade.”

     

  2. Esse é o Brasil de Bolsonaro. Eh feio, mau, limitado e tosco. Nem adianta pensar em vergonha. O capitão da frente obscurantista ja foi eleito, o que vier é em boa parte sua imagem e semelhança. E agora o Brasil volta a ser colônia e dos Estados Unidos.

  3. Que tal o Barão do Rio Branco?

    Não conheço o cidadão, mas não imagino que seja um maluco. Essa crítica renitente a todo e qualquer nome enche o saco. Parece que só a esquerda sabe das coisas. Se o nomeado fosse José Maria da Silva Paranhos Júnior levaria pau aqui.

     

    1. Malucão

      To me baseando no que ele escreveu.

      “nazismo foi uma experiência socialista”

      “aqeucimento global é uma teoria de marxistas que querem dominar o mundo”

    2. Será possível que você tenha
      Será possível que você tenha lido todas as colocações do Celso Amorim que estão no artigo acima e não tenha encontrado nenhuma crítica fundamentada ao novo chanceler??? Que tal você se contrapor usando o mesmo nível de argumentação e conhecimento dos fatos ao invés de “Não conheço o cidadão”, “parece que só a esquerda sabe das coisas”?

    3. A Míriam Leitão virou de esquerda?

      O nomeado quer atrelar nossa política externa a um outsider da política americana. Não é nem ao Partido Republicano, é a alguém que não reúne sequer o consenso desse partido. Alguém em meio de mandato, que acabou de ser reprovado nas eleiçoes intermediárias. Já estamos correndo o risco de estar sem rumo da diplomacia. Antes de tomar posse, o governo eleito nos meteu em vários entreveros e incidentes diplomáticos. Se Trump for derrotado em 2020, ficamos sem política externa, se é que podemos chamar como o tal os delírios do novo chanceler.

      Míriam Leitão: Ideologia volta ao Itamaraty

      Bolsonaro partidarizou a política externa brasileira em grau elevado. Alinhamento ao governo Trump terá custo econômico

      O presidente Jair Bolsonaro pode fazer uma política externa ideológica de direita. Foi eleito para governar e escolher os caminhos do país. Só não pode acusar os governos petistas de terem partidarizado a política externa, porque é exatamente isso que ele está fazendo em grau muito mais elevado. O embaixador Ernesto Araújo como ministro das Relações Exteriores, por tudo o que disse até agora em seu blog de ativista, indica que o governo escolheu um alinhamento entusiástico a Donald Trump e isso tem um custo econômico.

      Os artigos que postou no blog dele têm ideias definidas pelos seus colegas como “exóticas” e “constrangedoras”. Como a de que o “globalismo” seria uma conspiração cultural marxista contra o cristianismo, e que apenas Donald Trump poderia salvar o Ocidente.

      Na vida real, os Estados Unidos estão num dos piores momentos de sua política externa, com conflitos com vários aliados e em muitas frentes, uma diplomacia de ofensas e brigas. Os EUA com o tamanho que têm podem errar. Um país como o Brasil não poderia. O risco é o de comprar as brigas americanas, sem o poder de barganha que eles têm, perder mercados e se isolar. Como o presidente eleito Jair Bolsonaro disse que agora será uma “política externa sem viés ideológico”, só se pode concluir que ou ele concorda com o que o novo chanceler diz em seus textos de ativista da extrema-direita ou ele não os leu.

      Não é natural também que, num local tão disciplinado como o Itamaraty, um diplomata tenha um blog de militância política partidária. Nele, escreveu que o PT é o Partido Terrorista. Escreveu em defesa do “nacionalismo”, que ele define como “um anseio por Deus, o Deus que age na história”. Nessa mistura de ideias é que ele acaba concluindo que o Trump é o condutor dessa ordem ocidental cristã. Em um dos trechos de um dos artigos ele propõe: “A luta pela soberania econômica e política dos países, contra o domínio das cadeias produtivas de bens e contra o monopólio da circulação de informações por uma elite transnacional niilista, contra uma economia globalizada maoísta-capitalista centrada na China.”

      O caminho que ele tentará influenciar o governo, se presume dos textos, é o de ser caudatário dos Estados Unidos. Isso aconteceu algumas vezes no Brasil, como no período de Eurico Gaspar Dutra. A última vez que houve uma diplomacia seguidora dos EUA foi no governo Castelo Branco, que chegou a enviar tropas brasileiras para República Dominicana. Mas até ele tinha reservas a seguir tudo o que os Estados Unidos mandavam. Ele votou contra, na reunião do Conselho de Segurança Nacional, o rompimento das relações com Cuba. Nos governos militares seguintes, o Brasil se distanciou desse alinhamento e depois teve uma política externa independente, seguida em governos civis. Imagina-se que por esse pensamento contra o domínio “maoísta-capitalista chinês” as relações com a China, nosso maior parceiro comercial, possam ter problemas.

      O ministro Aloysio Nunes Ferreira soltou uma nota entusiasmada com a escolha e alinhando os cargos que ele exerceu no Itamaraty. Mas não é essa a opinião que se ouve com frequência na Casa. O diplomata Ernesto Araújo foi promovido a embaixador recentemente, nunca chefiou uma missão no exterior. O Itamaraty já teve inúmeras vezes ministros não diplomatas, mas, quando é da carreira, o que se espera é que não se quebre tão fortemente a hierarquia. Mesmo assim, a decisão dos diplomatas é não reagir e esperar a “força e a durabilidade” dessa escolha, como definiu um experiente diplomata.

      Nesta nomeação, houve também outro fato inusitado. Parte do processo de triagem de ministros foi feita pelos filhos do presidente eleito. Não é normal do ponto de vista institucional que isso seja delegado a pessoas por seus laços familiares com o presidente. Os dois filhos que sabatinaram o candidato a ministro das Relações Exteriores foram Flávio, senador eleito, e Carlos, vereador. O que os qualifica como sabatinadores é serem filhos. O presidente Bolsonaro informalmente sempre ouvirá os filhos, mas quando isso ganha status de equipe de triagem para o Ministério é uma confusão entre família e governo que não deveria existir.

      Fonte: O Globo

      https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/ideologia-volta-ao-itamaraty.html

  4. Uma olavete no Itamaraty:

    Sai o ““Pragmatismo Responsável”, entra pura teoria da conspiração.

    [video:https://youtu.be/wh9B4SCbWxI%5D

    Não será uma diplomacia guiada por ideologia direitista, é muito pior, será guiada por fantasmas conspiratórios. O responsável pela nomeação dessa coisa chamada por Clovis Rossi de “cabo daciolo intelectualizado”, acho que está mais pra policarpo quaresma trumpista, está aí acima, oferecendo-se pra ser embaixador do Brasil em Washington. Este rrisco talvez a gente não corra, se o ‘oferecido’ souber que terá de ser sabatinado no Senado, depois terá de aguardar certamente uma “audiência” com trocentos oficiais de justiça. Só se inovarem e fizerem a sabatina por teleconferência.

    Está inaugurada a política do “o que é bom para Trump é bom para o Brasil”. Se tivessem nomeado um porteiro do Itamaraty, o estrago não seria tão grande. Imagina as reações das chancelarias ao redor do mundo, da Europa a África, do Canadá ao vizinhos do Mercosul, dos Brics a Liga Árabe, depois de lerem as “teses” do rapaz. Passado os momentos de riso, eles vão desconfiar profundamente do nosso país.

    Futuro chanceler do Brasil, Ernesto Araújo foi indicação de Olavo de Carvalho

    O futuro chanceler do Brasil, Ernesto Araújo, foi uma indicação de Olavo de Carvalho.

    O escritor, radicado nos Estados Unidos e um dos gurus do bolsonarismo, chegou a recomendar um artigo escrito por Araújo, no qual ele defende Donald Trump como resgate dos “valores fundamentais do Ocidente”, a pátria, a família e Deus, e contra o “globalismo”.

    No começo do mês, Carvalho afirmou que aceitaria ser embaixador brasileiro em Washington, para “fazer dinheiro” para o Brasil.

    Em nota, Araújo comemorou a nomeação: “Bolsonaro com amor e com coragem! Este é o lema do candidato em quem sempre acreditei, junto com milhões de brasileiros. (…) Itamaraty com amor e com coragem. Amor pelo Brasil. Amor infinito por esta nação gigante. Amor a Deus, para aqueles que creem”.

    Segundo reportagem da Folha, Filipe Martins, secretário de assuntos internacionais do PSL, foi um dos principais entusiastas da indicação. Ele e Eduardo Bolsonaro viajarão para Washington no dia 27 deste mês.

    Em rede social, Martins defendeu que era “necessário recorrer a um repertório de quadros e ideias que estejam fora do establishment e ignorar a aprovação da mídia para evitar a continuidade de uma política externa terceiro-mundista e sem traços distintivamente brasileiros”. A ideia de dispensar a aprovação da mídia é justamente o que prega Steve Bannon, ex-assessor e um dos ideólogos da campanha de Trump. No livro “Fogo e Fúria – Por dentro da Casa Branca de Trump”, escrito pelo jornalista Michael Wolff, Bannon aconselha o presidente dos EUA: “Não tente conquistar seus inimigos”.

    De acordo com a Folha, Araújo recomenda a leitura de René Guénon, “importante influência de Steve Bannon, ex-estrategista-chefe da Casa Branca e ainda central no movimento que levou Trump à Presidência”, que acreditava que “somente o cristianismo, e especificamente o catolicismo” poderia salvar o Ocidente. Araújo é católico praticante. E volta ao tema ao dizer que “somente um Deus poderia ainda salvar o Ocidente, um Deus operando pela nação”.

    Segundo reportagem da Reuters, diplomatas do Itamaraty reagiram muito mal à nomeação.

    Araújo seria considerado um diplomata excessivamente júnior para o cargo, o que foi visto como uma quebra de hierarquia sem precedentes no Itamaraty. “É como se o presidente eleito tivesse indicado um general três estrelas para comandar a Defesa ou o Estado-Maior das Forças Armadas”, disse uma fonte.

    “Nunca um chefe de departamento, um cargo de terceiro escalão, foi alçado a chanceler”, disse uma segunda fonte. “É uma pessoa de perfil bem baixo. É de se questionar que tipo de liderança ele poderá ter.”

    O PT, por meio de nota, afirmou ver com “apreensão” a indicação de Araújo: “Além de relativamente inexperiente, pois nunca foi designado Chefe de Missão Diplomática e sabatinado pelo Senado, o referido embaixador destaca-se por sua admiração incondicional a Donald Trump e por suas posições políticas extremamente conservadoras.”, diz trecho. “Com efeito, seu artigo “Trump e o Ocidente”, publicado no segundo semestre do ano passado, revela uma compreensão bastante estreita do mundo e um alinhamento acrítico às ideias do atual e polêmico presidente norte-americano, por ele comparado a uma espécie de salvador da civilização ocidental”.

  5. Dê Corda Pro Enforcado

    Nassif: vez por todas, vamos acabar com esse mimimi. DaBala ganhou. Tem 56 milhões de eleitores, para quem deve governar SEGUNDO SEU PLANO DE GOVERNO.

    Sabemos que não é de trair suas promessas. É machomem, de colhão roxinho (ouvi dizer) e pelos nas ventas.

    Ta ai a chance desses 56 milhões verem realizados seus sonhos, bem desenhados nas 9 propostas de campanha — 

    1 – Acabar com gays, negros, prostitutas, ciganos, kummunistas, pobres, operários e dai por diante, tudo que escapar a raça ariana-tupiniquim. Os da Estrela deDavi, com todo apoio que deram, devem se safar. Tanto, que a embaixada será mudada para Jerusalem. E vão colaborar na construção dos novos campos de “repouso” para estas minorias;

    2 – Sair dos BRICs. Escarra, numa só cartada, Russia, China, Africa do Sul e India. Os dois primeiros, kummunistas de carteirinhos, mesmo somando mais da metade da população do planeta, são considerados de quinta qualidade. A India tem muito pobre e a Africa do Sul com excesso de negros. Inclusive, romper relações com diplomaticas e comerciais com Russia e China, como combinado com o todo poderoso Trump. Transferir estes mercados para os gringos da America;

    3 – Acabar com o MERCOSUL. Isto é um lixo ideológico. Só negociar com o Chile. O resto que se fo…;

    4 – Liberar arams de todos os calibres, especialmente para aqueles 56 milhões de seus eleitores. Lançar a campanha MinhaArmaMinhaVida, com financiamento pelo BNDS;

    5 – Entregar o presal às companhias extrangeiras, que ainda não tiveram (nestes 2 anos) oportunidade de abocanhar nadica, através do Carcamano daMoóca e ajuda de AlusinOdebrecht. O resto do bando do Príncipe deParis vai adorar;

    6 – Oficializar o Templo de Salomão como religião oficial do Brasil e o ProfetaMaldito como intermediário entre o Estado e Deus;

    7 – Os que nele não votaram mais passarem a aderir os novos planos serão tratados, como no tempo da Inquisição, com BrasileirosNovos. Ficarão em observação até 2022, quando os verdeolivas farão inspeção desses elementos e certificar se podem ou não ser enquadrados na NovaOrdem;

    8 – Abrir o Pais às NaçõesAmigos (que sabemos de cor o nome) para toda e qualquer maracutaia. O novo Congresso (e a classe política em geral) cobrará um pequeno pedágio para aprovar as novas Leis; e

    9 – Os verdeolivas e os do Judiciário (que colaborarm no golpe) terão prioridade em qualquer assunto que discutir, cabendo-lhes a palavra final nas contendas.

    Eu acho que devemos aguardar. É isso que o povo (que não sabe seus direito) gosta, é isso que o povo quer…

  6. Inguinoranssa

               Ele tem o perfil moderno dessas pessoas formadas que se orgulham da própria INGUINORANSSA , tem a retórica antiesquerdacomunista  na ponta da lingua quando e confrontado .

             é admirável que nossos bancos acadêmicos formem pessoas asssim .

  7. Antes de viajar para o

    Antes de viajar para o exterior, brazileiros devem aprender a dizer “eu não votei em bolsonaro” nos idiomas dos países que visitará quando sua nacionalidade for revelada, por qualquer motivo. Será uma maneira de não passar vergonha e, ainda por cima, conseguir alguma soliedariedade dos estrangeiros. E acho que até eleitor do coiso terminará por tomar esta providência também.

  8. Acabaram com a ideia da
    Acabaram com a ideia da polêmica e quem fez isso foi a grande imprensa. Qualquer idiota dizendo asneiras ciclopicas e classificado como polêmico. Não, ele é só um idiota dizendo asneiras.
    Tentar se pendurar na onda Trump é suicidio diplomático. Trump está apanhanho nos EUA e acaba de sofrer um grande derrota nas eleições de meio de mandato.

  9. O conjunto de ideias
    O conjunto de ideias expressas no blog desse diplomata(?) parece uma versão piorada do Mein Kampf de Hitler, só que sem aquele certo lampejo de genialidade louca do ditador austriaco-alemão.

  10. Esse chanceler não deve usar

    Esse chanceler não deve usar terno e gravata.

    O mais aconselhável seria camisa de força.

    Aliás para ele e para quem irá nomea-lo.

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