A atenção com a família nas visitas domiciliares na São Paulo Carinhosa

Jornal GGN – Na semana passada, um seminário realizado pela prefeitura de São Paulo apresentou os resultados e experiências do Programa de Visita Domiciliar com foco na Primeira Infância, parte da São Paulo Carinhosa.

De acordo com a prefeitura, 1500 profissionais atendem mais de 63 mil famílias em dez territórios da capital paulista, que foram escolhidos de acordo com dados de vulnerabilidade social.

O objetivo é implementar e intensificar as visitas de agentes de saúde com crianças até seis anos de idade, e também existem ações para o aprimoramento de espaços para as crianças brincarem e ampliação de atividades culturais nos bairros com indicadores sociais de risco às crianças.

Ana Estela Haddad, primeira-dama e coordenadora da São Paulo Carinhosa, explicou que o programa trouxe formação e materiais complementares para os profissionais que realizam as visitas domiciliares.

Entre os pontos destacados no seminário, está a redução da mortalidade infantil em São Paulo, com destaque para Cidade Tiradentes, na zona leste da capital. Lá a redução da mortalidade saiu de 18% para 13%. 

Celia Bortoletto, secretária-adjunta de Saúde da cidade, destacou que, em toda a cidade, a mortalidade infantil caiu de 11,2 óbitos, em cada grupo de mil crianças nascidas em 2014, para 10,8 óbitos em 2015.

“A mãe precisa de uma rede social de apoio para que possa cuidar e fazer um bom vínculo com a criança, fazendo com que esse ambiente e a relação dele com quem cuida seja promotora do desenvolvimento infantil de forma integral”, destacou Ana Estela.

Também presente no evento, Thereza de Lamare, coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, lembrou que o programa paulistano é apoiado pelo governo federal desde 2013 e que tem previsão de verbas até 2018.

“O que vocês construíram aqui foi uma aposta que foi feita na área da saúde da criança, em um dos eixos que a gente considera principais, que é a promoção de desenvolvimento infantil”, afirmou.
 
Thereza disse também sobre intenção de levar as experiências do programa para todo o país, colaborando com o programa federal Criança Feliz. Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, o programa tem o objetivo de começar pelos municípios e estados que possuem iniciativas de visita domiciliar.
 
Um dos pontos principais do São Paulo Carinhosa é a intersetorialidade, que envolve diversas secretarias municipais em um esforço conjunto. “Saúde não é só assistência, é muito mais do que isso, é trabalhar com todo mundo para que a gente possa ter uma cidade melhor”, ressaltou Célia Bortolleto.
 
Além da capacitação, os profissionais recebem também um kit, que inclui o caderno da família, material sobre violência, saúde bucal e brinquedos, que são utilizados para avaliar o desenvolvimento da criança.
 
Outro ponto destacado é que as equipes que fazem o acompanhamento das famílias são formadas por pessoas da própria comunidade, que tem um conhecimento prévio do território e suas potencialidades e necessidades.
 
Criada em agosto de 2013, no início da gestão de Fernando Haddad (PT) na prefeitura paulista, a Política Municipal São Paulo Carinhosa pretende promover o desenvolvimento infantil integral, fortalecendo os vínculos afetivos familiares, levando em consideração a ligação da criança com a escola, a família, a comunidade e os serviços de saúde e de assistência.
 
Experiências

Catarina dos Prazeres, que trabalha como agente comunitária de saúde há seis anos em Cidade Tiradentes, já realizava visitas domiciliares antes do São Paulo Carinhosa. Ela conta que o programa ampliou sua visão enquanto agente comunitária, trazendo um olhar mais detalhado para as crianças e para toda a família.

“Nós observamos toda a estrutura da família, as crianças que estão chegando, os bebês recém-nascidos, adolescentes, e conseguimos perceber um comportamento que a família não consegue”, diz. “O programa conseguiu ampliar essa visão para que a gente, percebendo esse diferencial na criança, pudesse levar isso para a equipe, discutir aquela situação, e, de forma que não é ser invasiva, mostrar essa percepção para toda a família”.

Redação

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