Ministério da Saúde lança campanha com foco na população trans

Da Agência Brasil

O Ministério da Saúde lançou hoje (27) campanha informativa com foco na saúde integral, atendimento humanizado e respeito as travestis, mulheres transexuais e homens trans.

“Cuidar bem da saúde de cada um faz bem para todos. Faz bem para o Brasil” é o tema do movimento, que pretende informar à sociedade, em especial profissionais de saúde, sobre garantias ao atendimento considerando as especificidades de saúde dessa população.

A campanha foi desenvolvida em parceria com o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e faz alusão ao Dia da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro. Segundo o Ministério da Saúde, serão distribuídas 200 mil cartilhas, que enfatizam o direito de todos à saúde com respeito e sem discriminação.

O material também aborda orientações aos profissionais no acolhimento à população trans, entre elas a que travestis e mulheres transexuais têm indicação a exames para prevenção de próstata e homens trans podem necessitar de atendimento ginecológico.

O direito ao uso do nome social no SUS, garantido desde 2012 pela Portaria 1.820, do Ministério da Saúde, e os cuidados à saúde, em especial no que se refere ao processo transexualizador, também são temas abordados nos materiais. Até setembro do ano passado havia 1,3 milhão de usuários cadastrados com nome social, o que abrange a população trans e pessoas que utilizam apelidos ou nomes artísticos.

Também foi lançado hoje o livro Transexualidade e Travestilidade na Saúde, que apresenta uma coletânea de artigos, com foco no desafio da promoção da equidade em saúde para a população de travestis e transexuais a partir do olhar de movimentos sociais, da academia, do serviço e da gestão.

 

Redação

1 Comentário

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  1. 20 anos

       Um dificil caminho, e ainda muito pouco, pois ao ler esta postagem, me lembro que no próximo dia 08/02/96, faleceu uma pessoa que conheci, uma das patronas do “Forum Brasileiro de Gays, Lésbicas e Travestis na Politica”, a Adriana Tulipa ( ONG : “Travestis Unidos na Luta Incessante contra a AIDS ” ), uma tremenda batalhadora dos direitos da comunidade LGBT, quando ninguem, nem o Estado, os olhava, nem mesmo os procurava entender.

        A molecada de hoje, não tem a minima idéia, do que foi este periodo, de minha esposa ter que atender, junto com uma equipe comprometida, sem JULGAR comportamentos, no serviço publico de saude, após o horario de trabalho, a transex, travestis, gays, heteros ” armarizados”, prostitutas, com doenças oportunistas, condenados a morte, em situações horriveis, pois o Estado queria esconde-los dos outros usuarios, morriam como moscas, médicos recusavam atendimento por motivos diversos, o principal deles: Preconceito – aliás vcs. ( a molecada < 30 anos ) nem imaginam que quando o AZT (uma porcaria comparado ao que existe hj. ) chegou ao Brasil, selecionavam-se os que tinham mais expectaviva de vida, os ainda sem intercorrencias e menor carga viral ativa, e o AZT dava efeitos colaterais terriveis, foi uma época feia.  

         E Adriana, soropositiva, em Santo Andre, e outra travesti, a qual não lembro o nome, no Cambuci, fizeram tipo uma “pensão” para travestis soropositivas, financiando esta atividade de consolo e auxilio, vendendo o que tinham para vender ( vcs. entendem qual a “mercadoria” ) para manter as “casas”. 

         O restante desta experiência, a qual nem eu ou minha mulher, desejamos para ninguem – ela é psicologa – apesar que qualquer pessoa aprende muito, MUITO, com a exclusão – seria muito texto, muito podre, realistico de outra época, uma na qual o pessoal normal dos serviços de saude, tanto publicos como particulares, recusavam atendimento a pessoas com outra identidade/comportamento/ visibilidade sexual.

          Qualquer campanha deste tipo, primeiramente tem que “catequizar” os profissionais atuantes diretamente nos serviços de saude, de nada adiantam, cartilhas, palestras, apenas pegam bem em marketing,  mostram para a sociedade que estão fazendo alguma coisa, o que importa, que agrega, que pode resolver, é a ação direta, atuar sem considerar a exclusão, não considerar “juizos de valor ou pretensas atitudes oriundas de uma moral bocó e ultrapassada “, serviços de saude devem primeiro acolher , procurar entender, a ação de saude – patológica/curativa – vem depois, o paciente somente adere a qualquer tratamento, mesmo que seja exclusivamente médico, se confiar e for respeitado.

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