Com normas do PCC nas ruas, taxa de homicídios cai bastante em SP

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Depois de anunciar que sua polícia, muito dedicada, baixou a taxa de homícidios dolosos no estado de SP, Geraldo Alckmin, governador, comemorou a menor taxa em 20 anos. Mas a comemoração não foi longa. O pesquisador Graham Willis tem outra explicação e abala esta certeza de Alckmin, ao afirmar que o responsável pela queda da taxa de homicídios é, na realidade, o PCC (Primeiro Comando da Capital), facção que atua dentro e fora dos presídios.
 
Segundo Willis, o PCC é produto, produtor e regulador da violência, e sua regulação contribuiu para a queda do número de homicídios. Para este professor da Universidade de Cambridge, que fez um trabalho de imersão para robustecer sua tese, colocar a queda do índice no trabalho da polícia é um pouco demais. Por sua pesquisa, tem-se um novo cenário na questão da violência, quando se constata que a pacificação de bairros periféricos da capital, contribuiu para a queda de homicídios. Os casos se concentravam em bairros periféricos de forma desproporcional antes desta pacificação. O quadro muda de figura ao longo dos últimos 15 anos. 
 
Para o pesquisador, que conheceu a fundo a polícia e a facção, primeiro predominava uma violência difusa e intensa na capital, com gangues lutando pelos pontos e vendas de drogas, abrindo espaço para uma violência generalizada. Quando o PCC vai às ruas com as normas de conduta estabelecidas dentro dos presídios, o cenário muda de figura, fazendo com que as comunidades percam parte da virulência anterior e derrubando um índice de homicídios bem alto. O governo Alckmin não concorda muito com isso, o que torna a tese bem mais plausível.
 
Leia a ótima matéria da BBC Brasil a seguir.

 
da BBC
 
 
Thiago Guimarães

Em anúncio recente, o governo de São Paulo informou ter alcançado a menor taxa de homicídios dolosos do Estado em 20 anos. O índice em 2015 ficou em 8,73 por 100 mil habitantes – abaixo de 10 por 100 mil pela primeira vez desde 2001.

“Isso não é obra do acaso. É fruto de muita dedicação. Policiais morreram, perderam suas vidas, heróis anônimos, para que São Paulo pudesse conseguir essa conquista”, disse na ocasião o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Para um pesquisador que acompanhou a rotina de investigadores de homicídios em São Paulo, o responsável pela queda é outro: o próprio crime organizado – no caso, o PCC (Primeiro Comando da Capital), a facção que atua dentro e fora dos presídios do Estado.

“A regulação do PCC é o principal fator sobre a vida e a morte em São Paulo. O PCC é produto, produtor e regulador da violência”, diz o canadense Graham Willis, em defesa da hipótese que circula no meio acadêmico e é considerada “ridícula” pelo governo paulista.

Professor da Universidade de Cambridge (Inglaterra), Willis lança nova luz sobre a chamada “hipótese PCC”, num trabalho de imersão que acompanhou a rotina de policiais do DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) de São Paulo entre 2009 e 2012.

A pesquisa teve acesso a dezenas de documentos internos apreendidos com um membro do PCC e ouviu moradores, comerciantes e criminosos em uma comunidade dominada pela facção na zona leste de São Paulo, em 2007 e 2011.

Image captionLivro do canadense que diz que ‘regulação do PCC é principal fator sobre a vida e a morte em SP’

Teorias do ‘quase tudo’

O trabalho questiona teorias que, segundo Willis, procuram apoio em “quase tudo” para explicar o notório declínio da violência homicida em São Paulo: mudanças demográficas, desarmamento, redução do desemprego, reforço do policiamento em áreas críticas.

“O sistema de segurança pública nunca estabeleceu por que houve essa queda de homicídios nos últimos 15 anos. E nunca transmitiu uma história crível. Falam em políticas públicas, policiamento de hotspots (áreas críticas), mas isso não dá para explicar”, diz.

Em geral, a argumentação de Willis é a seguinte: a queda de 73% nos homicídios no Estado desde 2001, marco inicial da atual série histórica, é muito brusca para ser explicada por fatores de longo prazo como avanços socioeconômicos e mudanças na polícia.

Isso fica claro, diz o pesquisador, quando se constata que, antes da redução, os homicídios se concentravam de forma desproporcional em bairros da periferia da capital paulista: Jardim Ângela, Cidade Tiradentes, Capão Redondo, Brasilândia.

A pacificação nesses locais – com quedas de quase 80% – coincide com o momento, a partir de 2003, em que a estrutura do PCC se ramifica e chega ao cotidiano dessas regiões.

“A queda foi tão rápida que não indica um fator socioeconômico ou de policiamento, que seria algo de longo prazo. Deu-se em vários espaços da cidade mais ou menos na mesma época. E não há dados sobre políticas públicas específicas nesses locais para explicar essas tendências”, diz ele, que baseou suas conclusões em observações de campo.

Canal de autoridade

Criado em 1993 com o objetivo declarado de “combater a opressão no sistema prisional paulista” e “vingar” as 111 mortes do massacre do Carandiru, o PCC começa a representar um canal de autoridade em áreas até então caracterizadas pela ausência estatal a partir dos anos 2000, à medida que descentraliza suas decisões.

Os pilares dessa autoridade, segundo Willis e outros pesquisadores que estudaram a facção, são a segurança relativa, noções de solidariedade e estruturas de assistência social. Nesse sentido, a polícia, tradicionalmente vista nesses locais como violenta e corrupta, foi substituída por outra ordem social.

Image copyrightDaniel Guimares A2img

Image captionGovernador paulista, Geraldo Alckmin, ao lado do secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, em anúncio de queda de homicídios

“Quando estive numa comunidade controlada pela facção, moradores diziam que podiam dormir tranquilos com portas e janelas destrancadas”, escreve Willis no recém-lançado The Killing Consensus: Police, Organized Crime and the Regulation of Life and Death in Urban Brazil (O Consenso Assassino: Polícia, Crime Organizado e a Regulação da Vida e da Morte no Brasil Urbano, em tradução livre), livro em que descreve os resultados da investigação.

Antes do domínio do PCC, relata Willis, predominava uma violência difusa e intensa na capital paulista (que responde por 25% dos homicídios no Estado). Gangues lutavam na economia das drogas e abriam espaço para a criminalidade generalizada. O cenário muda quando a facção transpõe às ruas as regras de controle da violência que estabelecera nos presídios.

“Para a organização manter suas atividades criminosas é muito melhor ficar ‘muda’ para não chamar atenção e ter um ambiente de segurança controlado, com regras internas muito rígidas que funcionem”, avalia Willis, que descreve no livro os sistemas de punição da facção.

O pesquisador considera que as ondas de violência promovidas pelo PCC em São Paulo em 2006 e em 2012, com ataques a policiais e a instalações públicas, são pontos fora da curva, episódios de resposta à violência estatal.

“Eles não ficam violentos quando o problema é a repressão ao tráfico, por exemplo, mas quando sentem a sua segurança ameaçada. E a resposta da polícia é ser mais violenta, o que fortalece a ideia entre criminosos de que precisam de proteção. Ou seja, quanto mais você ataca o PCC, mais forte ele fica.”

Apuração em xeque

Willis critica a forma como São Paulo contabiliza seus mortos em situações violentas – e diz que o cenário real é provavelmente mais grave do que o discurso oficial sugere.

Ele questiona, por exemplo, a existência de ao menos nove classificações de mortes violentas em potencial (ossadas encontradas, suicídio, morte suspeita, morte a esclarecer, roubo seguido de morte/latrocínio, homicídio culposo, resistência seguida de morte e homicídio doloso) e diz que a multiplicidade de categorias mascara a realidade.

“Em geral, a investigação de homicídios não acontece em todo o caso. Cada morte suspeita tem que ser avaliada primeiramente por um delegado antes de se decidir se vai ser investigado como homicídio, enquanto em varias cidades do mundo qualquer morte suspeita é investigada como homicídio.”

Para ele, deveria haver mais transparência sobre a taxa de resolução de homicídios (que em São Paulo, diz, fica em torno de 30%, mas inclui casos arquivados sem definições de responsáveis) e sobre o próprio trabalho dos policiais que apuram os casos, que ele vê como um dos mais desvalorizados dentro da instituição.

“Normalmente se pensa em divisão de homicídios como organização de ponta. Mas é o contrário: é um lugar profundamente subvalorizado dentro da polícia, de policiais jovens ou em fim de carreira que desejam sair de lá o mais rápido possível. Policiais suspeitam de quem trabalha lá, em parte porque investigam policiais envolvidos em mortes, mas também porque as vidas que investigam em geral não têm valor, são pessoas de partes pobres da cidade.”

Para ele, o desaparelhamento da investigação de homicídios contrasta com a estrutura de batalhões especializados em repressão, como a Rota e a Força Tática da Polícia Militar.

“Esses policiais têm carros incríveis, caveirões, armas de ponta. Isso mostra muito bem a prioridade dos políticos, que é a repressão física a moradores pobres e negros da periferia. Não é investigar a vida dessas pessoas quando morrem.”

Outro lado

Críticos da chamada “hipótese PCC” costumam levantar a seguinte questão: se a retração nos homicídios não ocorreu por ação da polícia, como explicar a queda em outros índices criminais? Segundo o governo, por exemplo, São Paulo teve queda geral da criminalidade no ano passado em relação a 2014. A facção, ironizam os críticos, estaria então ajudando na queda desses crimes também?

“Variações estatísticas não necessariamente refletem ações do Estado”, diz Willis. Para ele, estudos já mostraram que mais atividade policial não significa sempre menor criminalidade.

Image copyrightarquivo pessoal

Image caption”A queda (nos índices) foi tão rápida que não indica um fator socioeconômico ou de policiamento, que seria algo de longo prazo”, diz Graham Willis

Willis diz ainda que as variações estatísticas nesses outros crimes não são significativas, e que o PCC não depende de roubos de carga, veículos ou bancos, mas do pequeno tráfico de drogas com o qual os membros bancam as contribuições obrigatórias à facção.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse considerar a hipótese de Willis sobre o declínio dos homicídios “ridícula e amplamente desmentida pela realidade de todos os índices criminais” do Estado.

Afirma que a taxa no Estado é quase três vezes menor do que a média nacional (25,1 casos por 100 mil habitantes) e “qualquer pesquisador com o mínimo de rigor sabe que propor uma relação de causa e efeito neste sentido é brigar contra as regras básicas da ciência”.

A pasta informou que todos crimes cometidos por policiais no Estado são punidos – citou 1.445 expulsões, 654 demissões e 1.849 policiais presos desde 2011 – e negou a existência de grupos de extermínio nas corporações.

Sobre o fato de não incluir mortes cometidas por policiais na soma oficial dos homicídios, mas em categoria à parte, disse que “todos os Estados” brasileiros e a “maioria dos países, inclusive os Estados Unidos” adotam a mesma metodologia.

A secretaria não comentou as considerações de Willis sobre a estrutura da investigação de homicídios no Estado e a suposta prioridade dada a forças voltadas à repressão.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

18 Comentários

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    1. Nada. Marcola não gosta de

      Nada. Marcola não gosta de Alckmin porque Alckmin estraga o estado de São Paulo, um dos amores de Marcola.

      Já Alckmin nem gosta nem desgosta de Marcola, apenas reconhece, respeita e teme.

  1. Rede Globo sacaneou com o vídeo em que Marcola diz que o PCC fez

    diminuir homicídios em São Paulo. colocaram uma musicasinha que não permite que escutemos o audio 

    Mas não desista, dá para entender alguma coisa. Motivo dessa sacanagem? O grande número de internautas que acessaram o vídeo: 2.423.748

    [video:https://youtu.be/tR1YC373hzM%5D

  2. O estado de São Paulo é uma

    O estado de São Paulo é uma vergonha. Há mais de 20 anos governado pelo PSDB e somos hoje comandados pelo crime organizado. A administração bate em estudantes, acaba com a água, rouba merenda e fica tudo bem. Ruim mesmo é o sítio do Lula, o triplex do Lula. Haja paciência.

  3. Da cadeia, Marcola administra melhor a segurança de São Paulo do

    que o Alckmin, que ainda está solto.

    Marcola e Alckmin, amigos inseparáveis: aquele ajuda este na segurança de São Paulo. Inimigos de mentirinha. 

    Marcola

    436452-4222-cp  

     

  4. Nenhum,nem outro. A queda da

    Nenhum,nem outro. A queda da criminalidade ,se existiu (lembremos que essa gente tem muita dificuldade com números ) não pode ser atribuída a polícia e muito menos ao PCC. A poolícia não alterou  o seu modus operandi nos últimos 40 anos pelo menos. Continua a ser um polícia reativa e não proativa. Tem como prioridade a repressão e não a prevenção. Privilegia o atendimento aos ricos e abandona e caça na pariferia.

    Quanto ao PCC,a alegação beira o ridículo. Simplesmente ele não tem este poder. ele pode controlar uma parte do crime e,quando isto acontece,podemos ter certeza,tem policial envolvido e bem envolvido o que poderia,desta forma ,reduzir o número de mortes em “confronto”com policiais.

    O mais provável para uma certa quietude nos níveis de criminalidade estão associados aos indíces de distribuição de renda e inclusão social produzidos pelo governo federal nos últimos 13 anos,quietude esta que já está mudando com a crise forjada pela direita insana e pela mídia porca deste país.

    Para aferir estes índices,deveríamos,antes de mais nada,observar o que ocorre em todas as demais regiões do país,separadas por grupos homogêneos já que,o fator idade é preponderante neste tipo de análise,uma vez que,historicamente,a maior taxa de crimes violentos ocorre nas populações mais jovens,notadamente entre os 18 e 29 anos de idade.

     

    1. então por que Fortaleza(CE) ficou tão violenta?

      fortaleza, minha cidade natal, é a cidade mais violenta do brasil. o governo federal, com suas políticas de inclusão, não chega a Fortaleza? claro que chega. o que acontece, então?

      _lembro que não era assim. há quinze anos era uma cidade tida como bem pacata. quando era criança, então, no bairro da maraponga, há 25, 30 anos, era comum crianças de classe média saírem para brincar sozinhas pelas ruas. eu mesmo ia jogar bola com pessoas da minha idade, na casa dos 6/10 anos, desacompanhado de adultos. isso já não existe mais. na rua em que morava, durante o dia ainda, não se vê uma viva alma na calçada. embora a assistência do governo esteja, sim, em fortaleza. o buraco, como sempre, é mais embaixo._

      “Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre a violência apontou que quase 16 mil pessoas foram assassinadas nas 27 capitais brasileiras no ano passado. A cidade mais violenta é Fortaleza.   

      Jorgilene e José Maria ainda não sabem o que levou ao assassinato do filho Felipe, de 20 anos. Ele saiu de casa depois de receber um telefonema misterioso e entrou para a estatística da violência em Fortaleza. Foi morto com cinco tiros na rua.

      “Ele era um menino super calmo, nunca teve confusão com ninguém”, diz Jorgilene.

      Assassinatos como o de Felipe, com características de execução, são os mais comuns em Fortaleza, a capital mais violenta do país, de acordo com um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Nele também são levados em conta os homicídios causados por agressões e assaltos. 

      De acordo com os números do ano passado, quase duas mil pessoas foram assassinadas em Fortaleza, 629 a mais do que na cidade de São Paulo, que tem uma população quatro vezes e meia maior que a da capital do Ceará.

      Se for levada em conta a quantidade de mortes violentas a cada 100 mil habitantes, Fortaleza também tem a taxa mais alta: 77,3, seguida por Maceió, com 69,5. Na pesquisa anterior, a capital de Alagoas estava na frente de Fortaleza.” (LINK)

       

       

  5. Ex-presidiários NÃO ENCONTRAM

    Ex-presidiários NÃO ENCONTRAM EMPREGOS COM FACILIDADE.

    Crime organizado ajuda, mas não oferece carteira assinada.

    Tornam-se empregados de outros criminosos.

    Tráfico de organizações rende mais que latrocínios e com a propina certa, não dá cadeia, nem perseguições.

    Mas deixam efeitos colaterais…

    A policia não pode entrar em território dos traficantes, que vez ou outra tem desentendimentos aí gera mortes e revide com chacinas.

    Ai ex-presidente compreendendo as dificuldades de seu partido, sai por ai pedindo o FIM DA CRIMINALIZAÇÃO DAS DROGAS e venda legalizada!

    Mata 2 coelhos com uma cajadada só!

    1 – Entra ganhando impostos onde só crime ganha dinheiro.

    2 – Não força o combate ao tráfico e mantem baixo a taxa de homicídios e latrocínios, que se reverte em ganhos politicos.

    O crime já é organizado mesmo, assim, o crime fica INSTITUCIONALIZADO!

     

  6. O que o governo Alckmin está fazendo voluntariamente ou …

    O que o governo Alckmin está fazendo voluntariamente ou involuntáriamente é realmente organizar o crime!

    Se as notícias são verdadeiras, breve teremos o ingresso do indevidamente chamado crime organizado nas outras atividades mais lucrativas e mais socialmente perniciosa que a própria venda de drogas.

    A máfia nos USA e em outros países está deixando de lado para organizações mais desorganizadas e violentas ações como a venda de drogas e se dedicando a ramos mais seguros como a venda de proteção. Além disto a atividade sindical, principalmente a dedicada a venda para o governo também entra neste novo menu. Por exemplo, o PCC se adquirir um status mais confiável pode garantir a não delação de esquemas de propinas, infiltrando-se em empresas de fornecimento de produtos e serviços para o Estado.

    Ou seja, o que estamos vendo é um verdadeiro upgrade do crime, passando de algo semi-organizado para algo realmente organizado, ou seja do artesanato a indústria.

    1. Ah, rdmaestri, como se alguma

      Ah, rdmaestri, como se alguma instituição estatal conseguisse continuar confiável depois do mega-arrocho que o capital us dolar based vem promovendo contra todas elas desde sempre mas de forma muito mais intensa depois de 2008.

      No entanto o estado é uma instituição tão importante e necessária que, se não consegue se organizar pelos ataques do capital, forma-se à margem dele. É PCC em São Paulo, CV no Rio e outras tantas formas de organização social, inclusive as legais, como a Economia Solidária, os coletivos e outras tantas formas das pessoas se organizarem.

      Tudo o que se mantiver sob o mando do capital us dolar based daqui prá frente tenderá a se corromper. E como as pessoas sempre buscam alternativas… como disse a Dilma, não restará pedra sobre pedra, mesmo….

      1. Faz algum tempo que um

        Faz algum tempo que um capitalista disse: “Dêm-me o controle sobre o dinheiro que não me importo com quem faz as leis”, ou algo assim. O capitalismo quer o fim do estado? Ok, está conseguindo isso. Mas daí a dizer que as pessoas ficarão sem organização política e social vai uma distância enorme. As pessoas se organizarão de outras formas. PCC é exemplo.

  7. Se é assim…

    Talvez até seja verdade isso, mas que eu saiba, as facções criminosas controlam o crime matando os recalcitrantes. Quem aceita a tese de que é o PCC que fez cair o crime deve concordar que a polícia deve mesmo é matar.

  8. No nordeste, situação oposta

    Pesquisa sobre violência aponta 16 mil homicídios em 27 capitais em 2014 – Violência é maior em Fortaleza, onde são comuns crimes com características de execução. São Paulo tem menor taxa de mortes violentas.

    “Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre a violência apontou que quase 16 mil pessoas foram assassinadas nas 27 capitais brasileiras no ano passado. A cidade mais violenta é Fortaleza.   

    Jorgilene e José Maria ainda não sabem o que levou ao assassinato do filho Felipe, de 20 anos. Ele saiu de casa depois de receber um telefonema misterioso e entrou para a estatística da violência em Fortaleza. Foi morto com cinco tiros na rua.

    “Ele era um menino super calmo, nunca teve confusão com ninguém”, diz Jorgilene.

    Assassinatos como o de Felipe, com características de execução, são os mais comuns em Fortaleza, a capital mais violenta do país, de acordo com um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Nele também são levados em conta os homicídios causados por agressões e assaltos. 

    De acordo com os números do ano passado, quase duas mil pessoas foram assassinadas em Fortaleza, 629 a mais do que na cidade de São Paulo, que tem uma população quatro vezes e meia maior que a da capital do Ceará.

    Se for levada em conta a quantidade de mortes violentas a cada 100 mil habitantes, Fortaleza também tem a taxa mais alta: 77,3, seguida por Maceió, com 69,5. Na pesquisa anterior, a capital de Alagoas estava na frente de Fortaleza.” (LINK)

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    fortaleza, minha cidade natal, é a capital mais violenta do brasil. o governo federal, com suas políticas de inclusão, não chega a Fortaleza? claro que chega. o que acontece, então?

    _lembro que não era assim. há quinze anos era uma cidade tida como bem pacata. quando era criança, então, no bairro da maraponga, há 25, 30 anos, era comum crianças de classe média saírem para brincar sozinhas pelas ruas. eu mesmo ia jogar bola com pessoas da minha idade, na casa dos 6/10 anos, desacompanhado de adultos. isso já não existe mais. na rua em que morava, durante o dia ainda, não se vê uma viva alma na calçada. embora a assistência do governo esteja, sim, em fortaleza. o buraco, como sempre, é mais embaixo._

     

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