Riscos e histórico do confronto direto com o crime, por Maria Cristina Fernandes

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – A busca por resolver o problema da Segurança Pública no país alimenta contradições e visões antiquadas, hoje abertamente defendida pela gestão de Michel Temer, de que “bandido preso” seja a solução. Em sua coluna no Valor Econômico, Maria Cristina Fernandes lembra que o atual presidente comandava a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo quando foi criado o Primeiro Comando da Capital (PCC), que surgiu após o massacre do Carandiru, para vingar a morte dos presos.
 
Se, por um lado, o Estado passou a prender mais e estampou em comemoração a redução dos índices de violência, foi no mesmo período e ao mesmo tempo, como resposta, que surgiu uma das maiores organizações criminosas do país, o PCC.
 
A rivalidade da organização com o Comando Vermelho, do Rio, fez surgir uma nova modalidade de crime, o violento confronto de facções rivais. Na capital fluminense, se o CV sobreviveu à implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), narra Maria Cristina, é porque a medida nunca teve como objetivo acabar com o tráfico, mas o restringir.
 
Entretanto, uma atuação combativa direta de polícias contra a criminalidade do tráfico e de facções criminosas comprova, no histórico do Rio e de São Paulo, que não funciona. 
 
“Ao contrário de São Paulo, o crime no Rio, além de fracionado, convive com um crescente poder das milícias. Organizações comandadas por ex-policiais em parceria com colegas da ativa, as milícias vendem proteção contra si mesmas. Cresceram numa conjuntura de contínua depauperação das condições de trabalho dos policiais, como fonte extra de renda”, descreveu a colunista.
 
E os riscos dessa imprevisível estratégia são grandes: “Dos muitos contornos em aberto desta ocupação militar, os mais imprevisíveis são aqueles que derivam de sua coabitação com a campanha eleitoral no Estado em que o partido do presidente da República mais se lambuzou no poder. Se as milícias demonstrarem mais capacidade de adaptação à ordem militar, nada lhes impede a ganhar poder na circunscrição eleitoral dos candidatos”, aponta.
 
Leia no Valor a coluna completa
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Fica a dica…

    Pau que dá em chico…

    Em tese daria em francisco…

    Se fazem revistas nas entradas das favelas procurando drogas…

    Aproveitando as tropas nas ruas, seria de bom tom, para equilíbrio social, que se fizesse na entrada dos bairro dos ricos algo semelhante, só que acompanhados da receita federal e procuradores, só que os da suíça…

    São tantas malas de dinheiro, devem ter casa cheias de drogas…

    Se pegassem algo como as malas do gedel cobriria toda a operação nas favelas por meses!

    Com a certeza de que o rombo feito pelos ricos é muito maior que tudo que for pego junto aos pobres!

    Tem muito preconceito nisso…

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