A FSN no Espírito Santo

Enviado por: Thiago

Ola Nassif,

Bom, não li o texto integralmente, mas tenho minhas objeções. Vou pontuá-las de acordo com a numeração usada pelo autor.

1- concordo que FNS não seja para combate do crime organizado. E aqui no ES de fato ela não foi. Ela atuou num momento de agudizacao da ineficiência crônica da policia local, fato resultante da atuação do crime organizado, de maneira sufocante, por longa data no ES. Naquela época, a população estava à mercê dos bandidos e da sorte. Um intervenção para proteção do povo era muito necessária.

2- se as forcas locais fossem capazes de dar conta do recado na hora do enfrentamento, não assistiríamos ao que o presidente chamou de terrorismo. Logo, o que mostram as manchetes em crises como a que ainda acomete o Rio são argumentos sim para o uso da FNS. Só não se pode esperar milagres resultantes disso. Apos essa atuação, deve-se investir na melhoria da capacidade da policia, com esta sendo feito aqui no ES, objetivando, agora, o combate ao crime organizado.

3- é melhor aceitar a mediocridade da impotência do governo do que nega-la. Isso para mim é muito claro; é encarar o problema de frente (vc nao acha, nassif?). Alem do mais, é importante a melhoria da sensação de segurança da população. Quem qr acordar e dormir com medo de bala perdida. O problema esta em se considerar essa sensação como realidade. Mas ai é outra historia.

4- aqui no ES, nunca ouvi que a atuacao da FNS foi desnecessária (“alguns” oficiais podem ate essa opinião, mas o que vale é a da corporação) nem que mostrou despreparo. Alias, não houve combates dos quais se possam retirar analises com essa do texto. E dizer que houve abuso de forca é mentira (a FNS atuou mais vigiando onibus e terminais. Onde esta o abuso? Do jeito q o autor escreve, parece ter retirado parte de suas informações de uma fonte publica, logo podia postar aqui para gente checar).

Agora é verdade que o contingente usado aqui foi pequeno, e ao sei se o resultado se repetira no rio. Em relação a logística, ao tenho informações suficientes para questionar .

Dessa forma, quero deixar claro que há vários ponto questionáveis no fragmento postado. Alem disso, ressalto que o curriculum do autor serve mais para tentar convencer o leitor da veracidade das informações do que para identificá-lo.

Abraco Nassif

Luis Nassif

12 Comentários

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  1. Ao ler esse texto do Thiago,
    Ao ler esse texto do Thiago, percebi o quanto são significativos os resultados práticos obtidos pela ação conjunta de PMs e FNS, como a redução da sensação de medo que acomete capixabas e cariocas, e o efetivo controle da situação de crise.

    Só existe um problema: ações de segurança sem ações sociais do Estado significam, no máximo, cuidar da febre sem tratar da infecção – sob o risco, ainda, de ela se alastrar silenciosamente e colocar em falência os demais órgãos.

    Os jornais estão discutindo demais a questão da segurança. Os governos idem. Não se discute, por exemplo, o que se fará durante a ocupação “militar” para que tenhamos uma “ocupação social” das favelas e áreas periféricas.

    É preocupante saber que não há um gabinete de crise envolvendo secretários das pastas de desenvolvimento social.

    Hoje a sociedade civil – através de ongs e universidades – dispõe de um rico acervo de idéias e ações sociais, o que pode ser consultado e colocado em debate pelo governante da hora.

    Por que no gabinete de crise ninguém foi ouvido?

    Preocupante, ainda, é saber que a mídia não motiva, e por isso a sociedade repercute, tais medidas sociais contra a infecção que vem há décadas tirando a força e o brilho de uma cidade como o Rio de Janeiro.

    Ninguém discutiu ainda, por exemplo, o montante de recursos, em caráter emergencial, para o saneamento básico, para a legalização das posses, para obras de infraestrutura, para a intalação de escolas e postos de saúde, para a melhoria das condições viárias e de transporte, e mesmo, para a melhoria da auto-estima desta população marginalizada – além do dinheiro disponibilizado para a “segurança pública”.

    A situação chega a ser absurda: trata-se com mão de ferro – o que deve ser feito, dentro da legalidade – os traficantes, mas não se combate o que leva o tráfico a ter uma “rica oferta” de mão de obra de crianças e adolescentes, de 12 a 18 anos.

    Pensar em planos emergenciais de segurança, sem pensar nessas medidas acima enumeradas, é saber que a cada temporada teremos que gastar muito mais em outros planos emergenciais de segurança.

    É evidente que se alguns poucos milhões de reais forem investidos de uma só monta nas favelas e áreas periféricas, haverá setores conservadores na sociedade fazendo críticas ao atendimento “aos coitadinhos”, expressão que já li aqui neste blog, mas que expressa a opinião de uma parte considerável da sociedade brasileira – que só se preocupa com favelas quando elas oferecem risco.

    É evidente que a demonstração de força garante manchetes mais simpáticas de jornais que até poucos dias atrás criticavam toda e qualquer ação governamental (federal).

    É lógico também que não há nada melhor que garantir títulos simpáticos na primeira semana de governo (estadual).

    Mas se hoje jornais conservadores dão apoio e ficam felizes com o combate “ao terrorismo”, é porque as medidas de repressão os interessam. Afinal, já disseram alguns: a polícia está aí para proteger os ricos da ameaça que representam os pobres.

    Então a Cabral (e a Lula, seu novo amigo), não custa pedir: Faça a coisa certa! Vá além das medidas paliativas que hoje representam as ações de segurança.

  2. Muito boas essas
    Muito boas essas observações.
    Relato, por alto, a voces que o grau de comprometimento das Policias Militares aqui na Bahia, que ainda não sofre com o crime tão organizado, é assustador e deve ser parecido com outros Estados. O que é normalmente noticiado é o soldado que se envolve com criminosos ou que faz bico de segurança. Mas mais grave são as atividades dos oficiais. A verdade é que o comprometimento atinge todos os níveis hierárquicos. Vg, por aqui todas as empresas de segurança particular são de propriedade dos oficiais da PM, que ostetam padrão econômico inacreditavelmente incompatível com os soldos, que são conhecidos por todos. Sem falar no comprometimento aqui relatado, que também ocorre na terra do axé, basta lembrar do episódio dos grampos efetuados para vigiar a namorada de um senador baiano em que até a então Secretária de Segurança Pública estava envolvida e na segurança diuturna que é feita por PMs ao monumento que encerra o coração de um deputado federal baiano morto que é filho de um senador baiano ainda vivo.

  3. Como morador de Vitória
    Como morador de Vitória capital do ES assino embaixo de tudo o que disse o Tiago, e saliento um ponto que o Coronel José Vicente considera secundário em seu texto e que o Tiago realçou como de grande importância que é a sensação de segurança da população, creio que foi o Franklin Roosevelt que disse que “a coisa que mais temos a temer é o próprio medo” e no campo da segurança pública isso é uma verdade avassaladora, a sensação de segurança que a presença da FNS proporciona já é em si um fator altamente positivo no moral da população.

  4. Ee impressionante o fato de q
    Ee impressionante o fato de q algumas pessoas pensam q o problema em SP ee soo restrito ao gov. estadual. Nao acredito q seja o caso, como acredito q o gov. estadual tenha sua parcela de culpa, o gov. federal tb tem boa parte da culpa. Sobre o post, c/ todo o respeito, ES nao ee SP ou RJ… alem do q, o q havia no ES era um problema serio q atingia atee os politicos locais (envolvidos c/ quadrilhas). Alem do mais, se a FNS ee tao eficiente assim, pq essa demora toda em ajudar o Rio? Ou seraa q isso soo funciona qdo ee epoca de eleicao?

    Uma coisa q nao entendo, como ee q a PM pode ser uma policia politica a servico de um partido pos-abertura? jaa li q a PM era (ou ee) preconceituosa, mas q servia a um partido… esta ee nova. Acho q o caro q escreveu parece nao saber a diferenca entre preservar a instituicao e estar a servico de um partido (como a PF estaa a svc do PT, por exemplo). Se o cel. na epoca dizesse q a PM nao estaria pronta para combater o crime, como ficaria a moral dos policiais?

  5. Como não moro em nenhum dos
    Como não moro em nenhum dos estados citados, Sp, Rj e Es, é interessante verificar a que ponto chegou a violência e o medo que ela causa nas pessoas, e também na falta de confiança nas forças policiais. Na minha opinião este post não contradisse o do cel., pois vários fatores foram lá colocados, alguns de ordem operacional, que nem sequer foram citados. E que também há uma contaminação muito grande de rivalidade Rj/Sp, nesta discussão. A única solução, com certeza é fazer o país crescer, criar empregos, diminuir a pobreza, e fazer o consumo de drogas cair. Isso é encarar de frente. Não somente repressão. Isso qualquer um faz.

  6. Esse negocio de especialista
    Esse negocio de especialista em segurança, é uma coisa meio esquisita. Os considerados maiores especialistas em segurança, os americanos, deram com os burros nagua, ao longo dos tempos. Coreia, Vietnam, Afeganistão, Iraque, e por ai vai. Eles sempre tem uma opinião que parece definitiva e se a coisa não vai bem, arranjam um jeito de culpar alguem ou algo. Nem sei se existe esta especialidade no mundo. tenho dúvidas. Se a gente observa a fragmentação social em todo o mundo, podemos chegar a conclusão que não iria dar em outra coisaque não a violencia. E eu nunca vi um “especialista” falar profundamente das transformações dos ultimos tempos como um fator gerador de violencia e uma proposta para acabar com ela num todo abrangente. Só vem com essa coisa de alocação de recursos e treinamento de policias. A gente liga a televisão e vê o rambo na sessão da tarde, na tela quente, ou no domingo especial. Os desenhos animados para crianças , só tem porrada e tiros. Ós meninos acabem incorporando essas coisas. Quando o Rambo liquida os orientais, parece que a vida deles não tem significado, e eles não tem uma familia que possa chora-los. Isso nunca vi um “especialista em segurança” abordar. O cara apresenta um curriculum de coronel e consultor da ONU, a mim , não diz absolutamente nada. E concordo com o Tiago.

  7. Resposta ao Odracir e
    Resposta ao Odracir e Adauto:
    Odracir, tenho algumas observacoes sobre seu post:
    Bom, no ES ainda ha politicos envolvidos com quadrilhas, com a diferenca de haver alguem que os combata, no caso a parte da policia q foi capacitada, que recebeu investimento, diferente do que acontecia no passado, quando a impunidade era certa. Mas isso nao eh um argumento que defende a ineficiencia da FNS, se foi isso q vc quis defender. E em relacao a nao atuacao, ainda, da FNS no Rio, isso nao depede da forca em si, mas de arranjos politicos. Vc nao acha..?? Pelo menos eh isso q a imprensa coloca.
    Adauto, vcoce poderia citar quais fatores de ordem operacional que nao foram citados sao tao relevantes q justifiquem a nao atuacao da FNS. Se, por acaso, vc se refere aa logistica (o autor cita 40, 50 milhoes que podem ser gastos), leia esta noticia da folha online:
    O dinheiro faz parte da medida provisória que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta sexta-feira, antes de sair de férias, liberando recursos para o Rio. No total, ele autorizou o repasse de R$ 956 milhões para o Estado.

    Desta quantia, R$ 154 milhões (cerca de 16%) são para a segurança pública. Dentro deste montante, R$ 19 milhões são para a criação do centro de inteligência. A idéia é permitir uma melhor integração entre as polícias estaduais com as Forças Armadas.

    Parece que o governo esta diposto a encarar essas questoes operacionais que o autor coloca como dificuldade.
    Bom, eu sou do ES e me sinto imune a essa tal rivalidade Rj/Sp.

  8. Nacif
    Por ventura voce sabe
    Nacif
    Por ventura voce sabe os custos que envolvem esta FSN? O salário dos integrantes ( deve ser no mínimo 4 a 5 vezes maior que a média das PMs dos estados onde ela vai atuar) deve servir como fator negativo e comparativo entre as forças.
    Se esta FSN fosse alguma coisa séria ela deveria ter ao menos um rascunho de plano de atuação para o Rio de Janeiro, uma vez que as coisas lá não etão nada rosa faz tempo. Me parece mais uma jogada de marketing . Veja a urgência com que esta pseudo tropa está se deslocando.

  9. Concordo com Thiago, por que
    Concordo com Thiago, por que dizer que a FNS são fator de insegurança, é não entender o conteúdo ou o que é insegurança, qual notícia você prefere:
    – Esta chegando 600 homens da FSN;
    – Exército vai patrulhar as regiões próximas;
    – Polícia Federal vai maximinizar suas atividades de inteligência ao crime organizado;
    – Cabeças do crime organizado isolados no Paraná;
    – Tratar o crime do Rio como terrorismo.
    Ou:
    – Não precisamos da FSN;
    – Não precisamos da União;
    – Chefes da última rebelião recebem televisão de plasma entre outras regálias.
    Agora cada um pensa o como se sentiu em cada uma das manchetes e pense o que prefere e qual seu sentimento.

    Além de combater o crime organizado, coisa que a PM pode fazer, mas a PM e bombeiros vai tomar os territórios das milícias? Pelos jornais é possível esse combate de Caim e Abel? O texto do Coronel é mais um desses pretensos factóides da guerra PTxPSDB, ninguém deve ter informado que as eleições foram em outubro e as próximas só em 2010, como bem sabe o governador do Rio que é melhor ser um governador eficaz, do que ser reconhecido como eficiente pela imprensa.

  10. Nassif,

    O Thiago falou tudo
    Nassif,

    O Thiago falou tudo e mais um pouco. Tb acho que cabe um mea-culpa seu, Nassif, postou um artigo que nao ajuda em nada o debate.

    Vamos buscar informaçoes precisas sobre a FNS, sua atuaçao no MS e ES.

    Peça ao Coronel (de 7 estrelas ??) pra falar de onde ele tirou as informaçoes que ele cita no artigo.

    Eu vou particularmente buscar infos, sobre a correlaçao entre a FNS e a Tropas da ONU.

    Asta,

  11. Bom ver o debate sobre a
    Bom ver o debate sobre a segurança esquentar. Não me julgo especialista em nada, apenas ouso dar minhas opiniões no setor, onde estou ha 44 anos. Curiosas as opiniões da classe média, aceitando essas panacéias virtuais para acalmar seus medos. Todo dia são assassinadas 130 pessoas no País, geralmente jovens e pobres. Ou seja, um Boeing cai todo dia em nossas periferias e ninguém esteve preocupado em chamar forças especiais para esses anônimos. Amanhã cairá outro, depois de amanhã outro e sempre nos mesmos lugares. Já sabemos o que tem na caixa preta: omissão e incompetência dos pilotos que pediram nossos votos para resolver nossos problemas. Custo da violência no Brasil, segundo as contas do Banco Mundial, 10,5% do PIB. Façam as contas: meio bilhão ao dia. A Força Nacional vai resolver esse massacre que consumiu as vidas de quase 200 mil pessoas no primeiro mandato de Lula, num maiores projetos de exclusão (da vida) do planeta? Apertem os cintos.

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