O novo tempo político

O incidente entre o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissatti, e o deputado federal Jutahy Magalhães Júnior era facilmente perceptível a quem acompanhava o rumo da correnteza do rio, sem se contaminar pelo clima beligerante eleitoral. E é mais um capítulo relevante no redesenho político do país.

Desde a campanha eleitoral, estava claríssimo que a partir do final das apurações, chegaria ao fim o tempo de validade dos senhores da guerra e o fim da era FHC.

A reforma do PSDB passaria, necessariamente, por exorcizar as lembranças da era FHC, aposentar a banda mercadista-carlista-carbonária, que tinha em Tasso seu maior expoente, e abrir espaço para os novos comandantes, negociadores e donos de uma visão mais sofisticada de país e de sociedade.

FHC sobrevive provisoriamente nos jornais. Desde ontem, Tasso é presidente deposto pelas circunstâncias. Poderá permanecer no cargo, mas não passará de um presidente simbólico.

Começou o segundo grande movimento de recuperação da política, que é a tentativa do PSDB de se reescrever e se livrar dos fantasmas da era FHC. O primeiro grande movimento é a tentativa do governo Lula e do PT de se livrarem do fantasma dos “operadores”.

Luis Nassif

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