Os passos do biodiesel

Na aba de ECONOMIA (clique aqui) a Coluna Econômica volta a tratar das dúvidas sobre o futuro do biodiesel.

Luis Nassif

21 Comentários

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  1. Colocações absolutamentes
    Colocações absolutamentes pertinentes!…Uma das grandes dificuldades do biodiesel é justamente competir com alimentos. A solução é, sem dúvida, ampliar as áreas plantadas, inclusive na agricultura familiar, promovendo também o adensamento destas. Só assim, pelo aumento da escala de produção das matérias primas, poderemos ter “folga” e atratividade econômica para produzir o biodiesel.

  2. Há muitas contradições nesse
    Há muitas contradições nesse depoimento. A soja que seria ideal, está muito cara e poderia prejudicar o mercado de alimentos. Por outro lado, deixou-se de plantar 30 mil hectares de girassol. Se uma oleaginosa está cara, por que não comprar outra ? Tá muito mal explicada essa falta de matéria-prima…

  3. Li com interesse a matéria.
    Li com interesse a matéria. Sou Engenheiro Agônomo, pesquisador e trabalho exatamente nesta área da produção e avaliação econômica do biodiesel desde 2003/2004. Tenho um colega, amigo, residente nos USA. Trabalha no Texas como caminhoneiro, residindo na Flórida. Segundo o mesmo, o biodiesel já é sucesso naquele país. Cento e cinquenta e cinco novas indústrias instaladas recentemente, estrelas de hollywood e do meio musical envolvidos fazendo propaganda GRATUÍTA do programa. Acho que tudo se explica lendo o livro do Professor Expedito Parente, Biodiesel: Uma Aventura Tecnológica num País Engraçado, ou nos trabalhos do Professor Bautista Vidal,
    Atenciosamente,
    LUIZ DE MORAES RÊGO FILHO
    Campos dos Goytacazes – RJ

  4. Nassif,
    este tema do
    Nassif,
    este tema do biodiesel é muito interessante. Agora, será que poderíamos falar também sobre a história do Etanol, visita do Bush ao Brasil, e os futuros acordos comerciais que isto pode gerar na relação Brasil/EUA?

    abraços e bom começo de semana,

  5. Raí, esse é o mal. Cada dólar
    Raí, esse é o mal. Cada dólar que entra provoca um aumento na dívida pública, porque o BC é obrigado a adquirir para impedir a apreciação. É veneno na veia.

  6. O técnico está avaliando as
    O técnico está avaliando as dificuldades atuais para alguém montar uma usina. São dificuldades típicas de um início de processo, mas que serao resolvidas com o desenrolar dele.

  7. E só complementando, vale o
    E só complementando, vale o mesmo para as culturas de inverno, ou seja, qualquer nova cultura terá que competir com as já existentes, tendo que haver os pré-requisitos abaixo mencionados, além de ter que se encaixar no sistema de produção já existente, com plantio e colheita em épocas propícias de forma que não alterem o cultivo das culturas de verão.

  8. Somente para quem não sabe,
    Somente para quem não sabe, lavoura não é como aplicação financeira, hoje tenho uma amanhã troco por outra. Para os que levam agricultura como negócio(nem sempre com sustentabilidade), existem inúmeros fatores que devem ser levados em conta antes de alternar de uma cultura para outra. É como uma indústria, que já está adaptada e planejada a produzir um determinado produto. Alterar, requer muitos requisitos para que se obtenha êxito.
    Tecnicamente, todo um sistema de produção, com resultados de pesquisa sobre a nova cultura na região(dados como densidade, espaçamento, produtividade,necessidades de tratos culturais e agroquímicos, pragas, ervas daninhas,etc,…), insumos suficientes (onde estão as sementes/quem produz as sementes?), assistência técnica(que deve ser treinada e ter conhecimento antes), o próprio conhecimento do produtor e de seus funcionários, que é uma questão cultural, etc…Existe também a questão comercial, que lhe dá segurança na venda, tal como preço, para quem vender, conhecimento do mercado e de suas variáveis ligadas ao novo produto, armazenagem, etc…Se o preço da soja está bom para o produtor, não há porque ele trocar por outra cultura que não conhece, não tem segurança e não está adaptado a produzir. Deve ter incentivos, que devem superar estas barreiras e ao mesmo tempo não inviabilizar o biodisel pelo preço. Acho que a única solução neste momento é atuar em culturas que não compitam com a soja em relação a locais de produção, onde a pluviosidade e topografia sejam limitantes a primeira. É com o pequeno produtor mesmo, agricultura familiar, que tem menos tecnologia, e ao mesmo tempo é menos receptivo a novas tecnologias. Mas isto dependerá de programas de incentivo, muita assistência técnica, fomento, financiamento, etc, etc, etc..e isto não acontece de um ano para o outro. Primeiro, o governo tem que ter um plano. Se deixar para o mercado, vai ficar sentado esperando.

  9. Espera aí… diz o texto
    Espera aí… diz o texto que:
    1 – O preço da soja subiu PORQUE ela pode ser usada no biodisel.
    2 – O biodisel a partir da soja é inviável PORQUE o preço da soja subiu.

    Isso está pra lá de incoerente. Está dizendo que o preço de mercado da soja esta derrubando o proprio mercado da soja.

  10. Nassif,
    vc acaba de falar
    Nassif,
    vc acaba de falar sobre “bons negociadores” e “clareza” no assunto do biodiesel. Seria vantagem vender o biodiesel ao um preço menor de mercado para os EUA, mas ao mesmo tempo os EUA quebrar as barreiras em relação ao aço e laranja? Isto funcionaria ?

  11. Nassif,
    O Brasil já tem
    Nassif,
    O Brasil já tem tecnologia, trabalha-se com os custos mais baixos do mundo quando se fala em etanol. Substituição de gasolina por materia prima renovavel no nosso caso a cana de açucar.
    Para o biodiesel estamos ainda no inicio. Definir cultura, tipo de agricultor, tecnologia, local de plantio, rentabilidade, financiamentos, atrair industriais e agricultores. Ainda vai demorar.
    Não temos agora os mesmos tecnicos que liderados pelo dr. Alysson criaram o Proalcool.
    Afora os aspectos de produçao o governo tem que ter gente competente e tem que querer fazer.
    Nesta materia nao adianta pegar o que os outros já bolaram e dizer que voce é quem fez.

  12. por tudo o que eu ja li. ouvi
    por tudo o que eu ja li. ouvi e vi falarem do biodiesel são varias os produtos nativos além dessas tais óleoginosas uteis na composição, ao contrario do avanço da pecuaria que ja assolou muitas terras nesse pais, o que não pode acontecer é de se continuarem a viabilizarem terras nativas e reflorestadas para tais agriculturas ……se ja existem as terras degradadas em todas as partes do Brasil sem plantio algum, e dencontro esses movimentos mst´s e outros de reforma agraria e de sem tetos e sem trabalhos, sem animo e esperança,…….porque então o BIODIESEL não se transforme ai na mola mestra e propulsora do desenvolvimento sólido, unindo os solos secos aos pesquisadores que possam plantar o que ali se colhe melhor…….

    passado numa missa ouvi o padre explicando quase que em um sermão sobre o tema que a igreja católica vai empregar esse ano como objetivo de fé e esperança” EUCARISTIA E AMAZONIA””” nunca é tarde____mas pode ser uma boa ajuda.

  13. É, nassif, falta novamente
    É, nassif, falta novamente uma política séria de infra-estrutura. No Mato Grosso do Sul já vemos plantações de mamonas e pequenas industrias de Biodiesel, quebradas ou a espera de uma resolução. Tecnologia não falta para o plantio, falta um comprometimento sério do governo para com o agricultor seja familiar ou não. Se organizar o risco de faltar matéria-prima diminui progressivamente. O Brasil tem potencial falta o “querer”.

  14. Só espero que não destruam a
    Só espero que não destruam a amazonia para produzir o bio-combustivel…como a pecuária faz e outros setores da agricultura…

    Pra os empresarios a unica coisa que importa é progresso, crescimento, lucro e que se dane a natureza…

  15. Biocombustível de grama é
    Biocombustível de grama é mais vantajoso, diz estudo Gramas e ervas que costumam cobrir os pastos das regiões temperadas do mundo são fontes com grande potencial energético e ambiental para produção de biocombustíveis, informa estudo publicado hoje na revista Science. Um grupo de cientistas de Minnesota, nos Estados Unidos, detectou que um conjunto de 16 plantas nativas produziu uma quantidade de energia 238% maior que as culturas como soja e milho, em um período de 10 anos.
    Os pesquisadores americanos, primeiro, calcularam quanto o processo de produção de biocombustível, feito a partir de gramíneas, ervas e plantas do grupo das leguminosas, contribuiu para liberação de gases do efeito estufa, informou o jornal Folha de S.Paulo. Depois, eles compararam os dados com os obtidos para a produção de biodiesel a partir da soja e também do etanol feito com a biomassa do milho.
    O resultado dessa análise mostra claramente que o primeiro processo de produção é bem menos poluidor que o segundo. As plantas nativas, quando entram na cadeia, mostraram ser de 6 a 16 vezes menos nocivas que soja e milho. Outra vantagem, segundo o artigo científico, é que as plantas nativas podem ser plantadas em regiões já degradadas, que estão em fase de regeneração. Isso faz com que esse tipo de cultura, além de ser útil para a produção de biocombustíveis, não entre em competição nem com as áreas usadas para a produção de alimentos e muito menos com áreas florestais, que devem ser cada vez mais preservadas por causa dos altos índices de biodiversidade.

  16. Se me permite, granola e
    Se me permite, granola e vinhaça não são alternativas a culturas de verão, muito menos oleaginosas.

    Granola é aquilo que se come no café da manhã, mistura torrada de cereais, frutas secas e sementes. Muito bom para a saúde.

    Vinhaça é o resíduo da distilação ou cristalização do açucar, também conhecido como vinhoto. Cheira muito mal. É usado como adubo. Estuda-se usá-lo como biocombustível, pois através de biodigestão se transforma em gás.

    Quanto ao biodiesel, acredito que sua viabilização esbarra na disponibilidade a custo compatível. A soja me parece que sempre terá melhor mercado como oleo comestível ou mesmo como inseticida. A menos que, como fizeram com o alcool, subam muito o preço do diesel, tornando seu uso como combustível mais atrativo do que como alimento ou inseticida.

    Mas, no âmbito da propriedade rural o uso de produção própria de soja como substitutivo do diesel poderá ser viável, desde que não haja imposto.

  17. Nassif, Para aquecer o debate
    Nassif, Para aquecer o debate dos biocombustíveis:

    Podem os biocombustíveis salvar a Europa, ou o planeta?

    por The Economist

    Quando tudo o mais fracassa, concorde quanto aos biocombustíveis. Esta tem sido a ladainha da política energética da União Europeia, atormentada por desacordos sobre fragmentação de firmas super-poderosas, regateios quanto ao comércio do carbono e preocupações no que se refere à dependência do gás russo. Mas um relatório a publicar da própria agência de ambiente da União Europeia argumenta que os amados biocombustíveis — etanol, biodiesel da colza e afins — tem grandes defeitos.

    Na semana passada os ministros da Energia da UE endossaram uma proposta da Comissão Europeia no sentido de que os biocombustíveis deveriam atingir obrigatoriamente 10% do consumo de combustível da UE em 2020; o actual objectivo voluntário é de 5,75% em 2012. Os chefes de governo europeus provavelmente apoiarão este acordo numa cimeira na Alemanha no próximo mês.

    Apesar deste aparente entusiasmo, a maior parte dos membros da UE lutará para cumprir até mesmo o objectivo existente. Apenas a Suécia e a Alemanha cumpriram o objectivo antecipado de 2% de combustíveis renováveis em 2005. O principal problema é que os biocombustíveis são caros. Segundo KBC Pell Hunt, uma firma de corretagem em Londres, o gasóleo feito de colza custa aproximadamente €0,3 (US$0,39) mais por litro do que o gasóleo comum, apesar de beneficiar de vários subsídios agrícolas. As firmas britânicas de biocombustíveis estão a lutar para vender a sua produção mesmo com um desconto fiscal de 20p (US$0,39) por litro. O governo, naturalmente, está relutante em reduzir os seus lucrativos rendimentos dos impostos sobre combustíveis pelo aumento dos descontos.

    Vários países estão a tentar transferir o custo da adopção de biocombutíveis para os condutores. A Alemanha, o país que mais usa biocombustíveis na Europa, substituiu uma dedução fiscal por uma obrigação legal directa de os refinadores misturarem uma certa proporção de biocombustíveis nos seus tanques de armazenagem. A partir do próximo ano, a Grã-Bretanha fará o mesmo, e multará as firmas em 15p por litro se elas não cumprirem o nível exigido. Mas firmas francesas, que já estão sujeitas a uma política semelhante, muitas vezes consideram que é mais barato pagar a multa do que incomodar-se com altos princípios vegetais.

    Pior ainda: os biocombustíveis podem gerar tanta poluição quanto os combustíveis fósseis que estão a substituir, conforme a maneira como são fabricados. Se, digamos, for usada electricidade do carvão para converter trigo em etanol os benefícios em termos de emissões de dióxido de carbono são deprezíveis. Da mesma maneira, se a colza for cultivada utilizando muito fertilizante fabricado com gás natural, então o biodiesel resultante traz relativamente pouca redução nas emissões ou nas importações de combustíveis. Mas os misturadores e os consumidores não têm meios para distinguir o biocombustível bom do mau.

    Biocombustíveis de países pobres mas ensolarados, onde as plantações rendem muita energia e os custos são mais baixos, tendem a ser mais baratos e ambientalmente mais amistosos. Mas os agricultores proteccionistas europeus não gostam deles. A UE impõe uma tarifa elevada sobre o etanol brasileiro; suas especificações para o biodiesel favorecem a dispendiosa colza local em relação ao barato óleo de palma importado.

    De qualquer forma, práticas agrícolas destrutivas nos países exportadores por vezes causam mais danos ao ambiente do que a queima de petróleo ou gás. No ano passado um estudo holandês descobriu que drenar pântanos na Indonésia para abrir caminho às plantações de óleo de palma resultou em 33 toneladas de emissões de dióxido de carbono por cada tonelada de óleo de palma produzida, devido à aceleração da decomposição da turfa do solo. Mas queimar uma tonelada de óleo de palma ao invés de combustíveis fósseis poupa apenas três toneladas de emissões. Confrontado com estas descobertas, o governo holandês pediu desculpas por promover o óleo de palma, e vários firmas holandesas prometeram cessar de usá-lo.

    Ao invés de tentar transformar colheitas em combustíveis para transportes, a Europa faria melhor em queimá-las para produzir energia eléctrica, diz Peder Jense, da Agência Ambiental Europeia. Isto pouparia a energia utilizada no processo de conversão. Também geraria mais energia, uma vez que as centrais eléctricas são mais eficientes do que os motores de carros. Em 26 de Fevereiro a agência produzirá um relatório em que enfatiza tais argumentos. Mas não há garantia de que os líderes europeus irão lê-lo antes da sua cimeira.

    22/Fevereiro/2007

    O original encontra-se em http://www.economist.com/world/europe/displaystory.cfm?story_id=8744686

    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

  18. Já a partir de 2007 o
    Já a partir de 2007 o Biodiesel deve contribuir com pelo menos 0,5% do crescimento do PIB só na formação dos estoques para serem adcionados ao diesel em 2008. E a partir de 2008 o impacto no crescimento do PIB será ainda maior pois além de movimentar a economia interna ainda diminuirá o impacto negativo no PIB com a substituição das importações do diesel .

    Com referência as exportações do Biodiesel lembro que já estão em construções algumas usinas(em Goias e Mato grosso) destinadas para exportações para a Europa. fora dos leilões e do programa do Biodiesel Brasileiro B2.

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