Os sinais do Banco Santos

Alguns leitores escrevem, querendo informações para instruir uma ação contra o Banco Central, em virtude da quebra do Banco Santos. Indagam se as falcatruas do Santos poderiam ter sido detectadas há mais tempo pelo BC.

Havia os seguintes indícios relevantes, que não poderiam ter sido ignorados pelo BC:

1. O volume de publicidade do banco, que aumentou escandalosamente na fase final.

2. As demonstrações de riqueza de Edemar, com a construção do seu palacete, instalações monumentais para um pequeno banco.

3. O fato de atuar pesadamente no mercado de artes, local típico de esquentamento e esfriamento de dinheiro.

4. O fato de ser um repassador de recursos do BNDES em proporção inédita, em relação ao capital do banco.

5. O fato de, desde finais dos anos 90, haver transferências vultosas de recursos para empresas da sua mulher, no exterior, de amplo conhecimento do BC em São Paulo.

De um leitor

Sou ex-funcionário do Banco Central e testemunhei os trabalhos no Santos, embora não estivesse diretamente envolvido (um colega meu do antigo DECIF estava):

Eles sabiam de tudo havia pelo menos um ano antes da intervenção. Eu cheguei a ver os documentos que envolviam o esquema com o IRRF dos CDBs cuja negociação era intermediada pela tal “Vale Trading”, empresa que o Edemar “adquiriu”, com duvidosos créditos tributários (havia uma ação, mas sem a liquidação, definição do valor dos créditos) para maquiar o balanço.

Era visível o desvio de recursos da instituição, por meio das negociações fraudulentas com Cédulas de Produto Rural.

Luis Nassif

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