Algumas reflexões sobre o momento.
Entre Lula eleito no primeiro turno e Lula eleito no segundo, prefiro no primeiro. Há quem diga que eleição em primeiro turno deixaria Lula com uma sensação de impunidade que o levaria a cometer loucuras no segundo mandato.
Não penso assim. Entre as características de Lula não está o de se meter em aventuras, como Chaves ou Morales. Poderá ser levado a isso se colocado contra a parede, numa tentativa de impeachment.
Pelo contrário, Lula tem, de forma acendrada, a tendência à conciliação e às concessões. Quando diz que lamenta que os muito ricos da economia real não gostam dele, apesar de terem ganhado tanto dinheiro quanto o mercado, mostra claramente seu estilo: o de conceder a todos os que tenham capacidade de pressão.
Seu modelo de governabilidade consiste em montar uma base eleitoral com os não incluídos, e uma base de governabilidade com quem têm poder de pressão.
Hoje em dia, há um forte movimento no governo, para começar o segundo mandato anunciando um conjunto de reformas e de pactos de governabilidade, de maneira a reverter o desgaste de tantos escândalos continuados.
Um segundo turno faria rolar sangue, queimaria definitivamente as pontes, e faria Lula entrar extremamente fragilizado em um segundo governo. Pode levar à sua queda, mas pode levar a uma guerra interna. Ou seja, um Lula fraco e ameaçado é mais perigoso do que um Lula ameaçado mas com condições de governabilidade
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