Chuvas abaixo da média impactam recuperação de rios da Bacia Amazônica

Rios só devem recuperar nível com o retorno do período de chuvas, previsto para meados de novembro.

Crédito: Gilmar Honorato/Divulgação SGB

Apesar de os níveis dos rios da Bacia Amazônica terem começado a se estabilizar em algumas estações, as cotas ainda continuam muito baixas para o período. É o que mostram os dados apresentados no 47º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Amazonas. O documento foi divulgado nesta sexta-feira (3) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).

De acordo com a pesquisadora em geociências do SGB Jussara Cury, um dos fatores que afetam o processo de recuperação dos rios, de forma mais consistente, são as chuvas abaixo da média, principalmente no Alto Solimões, no município de Tabatinga (AM); e no Alto Rio Negro, em Barcelos (AM), São Gabriel da Cachoeira (AM) e Tapuruquara (AM).

“A estabilidade dos níveis depende da permanência das subidas nas regiões de Alto Solimões e Alto Rio Negro, além do retorno do período de chuvas na bacia como um todo. No momento, rios nessas duas cabeceiras importantes estão em processo de descida. Isso pode indicar que essa fase de estabilidade no Rio Negro em Manaus pode continuar nas próximas semanas, com subidas menores e oscilações”, explica Jussara Cury.

No entanto, a pesquisadora ressalta que as oscilações são normais nesse período de fim de vazante: “Há subidas e descidas até o rio voltar a recuperar seu nível e voltar a subir porque a elevação de nível do rio depende principalmente do retorno do período de chuvas”, destaca. O período chuvoso na região está previsto para meados de novembro.

Níveis dos rios

Segundo o boletim, em São Gabriel da Cachoeira (AM) houve redução de 14 cm no nível do Rio Negro, entre quinta (2) e sexta-feira (3). A cota registrada foi de 5,54 metros. Já em Barcelos (AM), houve aumento de 3 cm e atingiu a marca de 2,12 metros. Em Manaus, o Negro subiu 6 centímetros em média, diariamente, e chegou à marca de 13,14 metros.

Em Tabatinga, o Solimões voltou a descer, com recessão média diária de 6 centímetros e ficou em 89 centímetros. “Isso não quer dizer que a vazante vai voltar. É um processo normal dessa fase de estabilidade do nível do rio, devido ao fato de a precipitação ainda não ter se consolidado na região”, observa Jussara. Na estação de Manacapuru, o rio manteve processo de recuperação e chegou à cota de 3,56 metros.

O boletim indica também que, na cidade de Rio Branco (AC), o Rio Acre teve descidas médias de 4 centímetros por dia e está na cota de 1,42 metro. Em Porto Velho (RR), o Rio Madeira teve oscilações e chegou a 1,21 metro.

O Rio Amazonas teve recuperação em Itacoatiara (AM) e atingiu a cota de 71 centímetros. Nas estações de Parintins (AM) e Almeirim (PA), houve certa estabilidade, e as marcas foram de: -1,93 m e 1,94 m, respectivamente. Em Óbidos (PA), o nível desceu e atingiu a marca de -66 cm.

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Redação

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