Taxa Selic e inflação

O aumento da taxa básica de juros (Selic) é o principal instrumento usado para combater a inflação. A suposição é que, aumentando essa taxa, o custo de captação dos bancos aumenta e, consequentemente, os bancos são forçados a aumentar os juros para o consumidor, diminuindo assim o crédito e reduzindo a demanda.


 Inversamente, reduzindo a Selic, os bancos reduziriam os juros.


É o que normalmente acontece no resto do mundo, mas não no Brasil, na prática. Aqui não há relação direta entre a taxa básica de juros e os juros cobrados pelos bancos, pelo menos não na proporção esperada.


Desde agosto de 2011 a Selic foi reduzida em 5,25 pontos percentuais e os bancos nem de longe reduzira seus juros ao consumidor, na mesma proporção.


Isso porque os bancos estabelecem seus juros para o consumidor baseados não no custo de captação (Selic) e sim no que o mercado aceita, isto é, baseados no que o consumidor está disposto a pagar.


E o consumidor paga juros altos porque há um oligopólio dos bancos. Só isso pode explicar o extremamente alto spread bancário.


A lógica usada pelos bancos para estabelecer o preço (juro) de seus produtos é a mesma de qualquer empresa. Os preços são baseados no mercado e não no custo. O custo passa a ser considerado somente quando o mercado não permite ter uma margem de lucros esperada. Neste caso a empresa fecha. No caso dos bancos, a margem de lucro (spread) é tão alta que uma diferença de 0,25 ou 0,50 pontos percentuais não faz grande diferença.


O governo reduziu a taxa de juros. Agora é preciso aumentar a concorrência bancária para reduzir os juros cobrados pelos bancos aos consumidores.


É o que o governo está tentando fazer, usando os bancos públicos.

Redação

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