A história do Fácil, o software de edição de texto nacional

Por Valmir Cardoso

Comentário ao post “O Raio X do Software nacional

Pois é…
 
Um bom software nacional que fez sucesso aqui no sul foi o editor de textos Fácil. Me parece que a softhouse era de Blumenau. Não falhava! Fácil de aprender, fácil de usar e fácil de piratear (lamento). Era baratinho, mas… o povo já gostava de uma piratagem. Ele apareceu o mercado por volta de 1989 e reinou até 1993, mais ou menos. Antes dele, fazíamos a edição através do ED.COM ou no Word Star. Me parece que ambos no Sistema Operacional CP/M-86. antes do surgimento dos PCs (IBM e outros), utilizávamos os computadores Polymax que comprávamos em São Paulo. Eram máquinas que começaram enormes, tamanho de um armário (P101-SS) e depois foram diminuindo até chegar do tamanho de um CP-500. Os “disquetes” eram 8″, flexíveis. Quando eram DD (Dupla Face, Dupla Densidade), armazenavam até uns 400 kb… isto mesmo… kb. Muitas vezes tais máquinas vinham com 4 drives. Em um drive colocávamos o disquete com o arquivo de clientes, no outro os fornecedores, no outro o arquivo de produtos e  no último o arquivo de vendas. A linguagem era Cobol – programadores formados na FURB(Blumenau). Eu era apenas digitador. Depois aprendi DBase II, III e Clipper. Mas dava aulas de Basic em micros TK-85, CP200,300,400 e MSX.  

 
Voltando ao Editor de Textos Fácil. Se minha memória não me trai, ele rodava em D.O.S. (Disk Operating System). Em disquete ou em HD (winchester). Quando ele já “mandava” no mercado, pois era de baixo preço e fácil de operar, começou a surgir o MS-WORD, geralmente pirateado,  que mesmo em D.O.S. conseguia mostrar na tela uma letra de fonte do tamanho que você escolheu e com muito mais recursos visuais que o Fácil. Bem, a software blumenauense tentou reagir e até criou um fácil com recursos gráficos, porém, não alcançou mais a poderosa empresa do Bill Gattes.
 
Referências:
http://www.jinews.com.br/home/ver.php?id=195047
Redação

19 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Aprendi no “Fácil”…

    Em 1993 consegui um vaga para ser estagiário de direito na Assessoria Jurídica dos Correios. Já no primeiro dia de estágio, foi-me apresentado o “Fácil”, o primeiro editor de texto que conheci e no qual aprendi a fazer as minhas primeiras peças processuais. Eu gostava muito dele. Quando comprei meu primeiro PC, um 486 DX4 100, em 1995, também coloquei nele o “Fácil” para DOS e o “Fácil” para Windows, mas logo depois conheci o “Word” aí ficou difícil usar o “Fácil”. Contudo eu me lembro sempre dele com carinho e com gratidão…

  2. Que interessante para mim ler

    Que interessante para mim ler este post.

    Trabalhei na Polymax como layoutista de circuito impresso (o desenho das placas eletrônicas) e trabalhei no layout do CP500 e outros.

    Gostei de ler.

  3. O fácil e o útil

    Meus trabalhos de faculdade foram todos feitos em Fácil. Dez anos depois, pensei que os tinha perdido, até que descobri que o WordPad os abre.

    Um dos problemas do mundo digital é que a mudança de linguagem instaura o risco sempre iminente da perda de informação. Por isso, os suportes analógicos são e serão sempre os mais confiáveis para o arquivo histórico do conhecimento.

    As grandes bibliotecas sabem, por exemplo, que o microfilme ainda é infinitamente mais confiável que qualquer digitalização. O problema é que, com a febre de digitalização, a escala econômica de produção dos suportes, equipamentos e peças de reposição para a leitura de microfilme minguou, o que produziu um sucateamento dos recursos de leitura hoje existentes nas grandes bibliotecas e arquivos do mundo.

    Vai ser preciso política de Estado para manter o que comercialmente não se sustenta mais, mas que ainda é socialmente (bem mais) útil.

  4. SW nacional

    Realmente o Fácil foi um programa tranquilo de usar e que atendia praticamente todas as necessidades de quem buscava um bom processador de textos. Naquela época não havia necessidade de usar gráficos e inserir fotos, mas acredito que o programa poderia ter sido atualizado. Ocorreram duas situações que atrapalharam o processo: a invasão do Word no mercado, com a pressão comercial da venda casada, e a síndrome de inferioridade frente aos produtos importados dos EUA.

    O mesmo ocorreu com o ERP da Datasul, sem dúvida o melhor ERP que tinha no país, pois foi desenvolvido considerando todas as características econômicas e financeiras que enlouquecem qualquer contador. Com a entreda do SAP, a concorrência foi grande, também com vendas forçadas nas empresas por meio das matrizes europeias. O SAP passou anos tentando “tropicalizar” o programa, de modo a reconhecer os aspectos contábeis que só existem no Brasil. Embora muito bem estabelecida no sul do país, a Datasul acabou sendo comprada e engolida pelos grandes.

    O Brasil já demonstrou ser um importante foco de desenvolvimento de softwares e soluções, principalmente tendo em vista a capacidade do brasileiro em se adaptar e avaliar determinadas situações observando o problema sob diversos ângulos ao mesmo tempo. Numa época em que se pretende desenvolver tecnologias para minimizar o risco de espionagem, temos de incentivar pequenas empresas de tecnologia e garantir que o desenvolvimento fique no país.

  5. Fácil

    A empresa Fácil realmente era aqui de Blumenau.

    Na década de 1970/80 a cidade presenciou um “boom” no ramo da informática e a Fácil foi a que mais se destacou. Quase virou referência nacional.

    Eu também usei o Fácil, mas apenas na versão para Windows, que consegui ao comprar o meu primeiro computador em 1995 (um 486dx-2 usado), de meu futuro cunhado que trabalhava na empresa. E eu até hoje o considero um software melhor do que a versão contemporânea do MSOffice. Pena que não vingou.

    Outra coisa que tambem não se fala muito sobre a Fácil é que o software usado para edição de textos pelo Banco do Brasil nessa época também era dela. Por conta disso, a empresa arriscou voos mais altos no Brasil e exterior, quase fechando um contrato com um banco português. Mas não vingou.

    O argumento da pirataria é válido para explicar muito sobre a baixa penetração de software nacional, mas quem tinha computador na década de 1990 deve se lembrar que a Microsoft praticamente “pirateou” o seu próprio produto, monopolizando o mercado.

    Abs

  6. Editor de Texto – Fácil

    Trabalhei na cidade Gurupi (TO) em minha adolescência. Era uma Empresa de venda de produtos de informática da época. Tinha papel continuo de vários tipos e marcas, fitas para impressoras diversas (um saco trocá-las), mouse, teclado, monitores (os primeiros coloridos que vi)… Foi quando o Sr. Antônio C. R., proprietário, me chamou e apresentou uma caixa pequena, branca, com nuvens escrito FÁCIL e uma janela desenhada… (não tenho como esquecer). Seríamos representante do Programa no Estado. O tempo passou e instalei, treinei, tirei dúvidas de inúmeras pessoas em empresas que compraram o Editor de Texto com a gente. Lembro-me de ficar maravilhado com a simplicidade do programa. Apenas compartilhando lembranças boas com quem está lendo…. abraço.

     

  7. Lembranças….

    Trabalhei na cidade Gurupi (TO) em minha adolescência. Era uma Empresa de venda de produtos de informática da época. Tinha papel continuo de vários tipos e marcas, fitas para impressoras diversas (um saco trocá-las), mouse, teclado, monitores (os primeiros coloridos que vi)… Foi quando o Sr. Antônio C. R., proprietário, me chamou e apresentou uma caixa pequena, branca, com nuvens escrito FÁCIL e uma janela desenhada… (não tenho como esquecer). Seríamos representante do Programa no Estado. O tempo passou e instalei, treinei, tirei dúvidas de inúmeras pessoas em empresas que compraram o Editor de Texto com a gente. Lembro-me de ficar maravilhado com a simplicidade do programa. Apenas compartilhando lembranças boas com quem está lendo…. abraço.

  8. Boas lembranças

    Lembro-me que, ainda na adolescência, tive a oportunidade de conhecer vários processadores de textos, dentre eles o WordStar, o Fácil, o Carta Certa, o Unitexto, o ChiWriter e até o News Master, que embora não fosse um processador de textos, permitia a criação de pequenos folders visualizando a fonte da forma como ela seria impressa no papel.

  9. Aprendi a usar pc na época do Fácil. Eu era office boy e digitador na época hahah!
    Fácil tinha tudo, tabulações, margens, até templates para etiquetas. Triste era aquela tela com fundo “ciano e texto “ciano claro”. Independente disso, trabalho com TI até hoje.

  10. Bons tempos que ficaram apenas na memória, Placas de SOL-M, CP500 TRS-80, iniciei com Basic I, depois Basic II e Assembler, essas maquinas CP500 tinha essa forma de acesso tbm. Aprendi muito e depois venho DOS nas Placas de SOL-M, Dbase I, Dbase II e Dbase III, clipper Summer 87, Fox Pro for DOS, Fox Pro For Windows e de repente tudo que era muito bom, sumiu. Usei muito o editor Fácil o melhor de todos na época, até chegar o Windows. Infelizmente não encontramos mais essas relíquias.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador