A verticalização na indústria de smartphones

 Em 2011 fomos surpreendidos pela compra, pelo Google, da Motorola Mobility. Especulou-se que o Google iria entrar com força na produção de smartphones. Mas por mais de um ano, nada de novo aconteceu, a motorola e o Google continuaram seus caminhos. Alguns sugeriram que a compra era somente por causa das patentes que a motorola possuía, e a compra era apenas um meio de obter ¨munição¨ para futuros processos envolvendo patentes.

Mas no final do ano passado, o “Wall Street Journal”  publicou matéria dizendo que Google e Motorola estariam preparando um X-phone para competir diretamente com o iPhone da Apple, que contaria inclusive com reconhecimento de gestos — o Google havia comprado uma empresa especializada nesse tipo do software, a Viewdle — e também trabalharia em um X-tablet. Pode ser lido em português aqui: http://oglobo.globo.com/tecnologia/google-motorola-terao-phone-x-tablet-diz-jornal-7126593 

 Nos últimos dias também houveram rumores na internet sobre a Samsung, que poderia lançar um smartphone não-Android, o que foi confirmado: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2013/01/samsung-confirma-que-smartphones-com-tizen-serao-lancados-em-2013.html

 

 O Google, que produz o Android, vai produzir também os aparelhos, e a Samsung, que é a maior produtora de smartphones  Android e recentemente desbancou a Nokia como maior produtora de celularesdo mundo (http://www.tecmundo.com.br/celular/22782-o-fim-de-uma-era-samsung-ultrapassa-nokia-e-e-a-maior-fabricante-de-celulares-do-mundo.htm), está desenvolvendo um sistema operacional para smartphones. 

    Aparentemente, as duas empresas estão tentando ¨se descolar¨ uma da outra, e verticalizando a produção, se tornando mais independentes uma da outra. A verticalização é a estratégia adotada pela Apple, que além de controlar o software e hardware, controla o acesso a serviços, como o iTunes.

  Outras empresas parecem estar indo na mesma direção, como a Microsoft, que no ano passado lançou produto próprio, os tablets ¨surface¨, e Microsoft e Nokia assinaram acordo em 2011 para uso do Windows Phone nos aparelhos Nokia (http://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2011/04/21/nokia-e-microsoft-assinam-acordo-definitivo-e-falam-em-desenvolver-novo-ecossistema.jhtm). Mas como a Nokia não vai indo muito bem, a Microsoft pode produzir seu próprio smartphone (http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/11/microsoft-planeja-smartphone-proprio-caso-parceiros-falhem-diz-agencia.html).

 Ou seja, mais verticalização!

 O que vai ser de sistemas ¨alternativos¨, como o Sailfish (da Joola, fundada por ex-funcinários da Nokia quando esta desistiu do MeeGo), d oFirefox OS e do recentemente lançado ¨ubuntu Phone¨ da Canonical, que pretende ser um sistema ¨multi hardware¨ — para computadores, tablets, smartphones, smart TVs e o que mais surgir — depois destes movimentos dos ¨grandes¨?

 O movimento parece levar a alguns grandes ¨players¨ dominando o mercado, cada um com um sistema próprio.

 No setor de smartTVs, tudo anda incerto. Enquanto empresas se unem na Smart TV Alliance  para criar um sistema operacional comum a todas elas  — LG , TP Vision, Toshiba, Qualcomm, MStar, Obigo, YuMe — a própria LG vende smart TVs com o GoogleTV (http://www.google.com/tv/) e a Apple tem sua AppleTV (http://www.apple.com/br/appletv/), a Samsung vai dominando o mercado com suas smartTVs com sistema próprio.

 

O Problema da verticalização excessiva é a perda de interoperabilidade, a capacidade dos sistemas de trocarem informações entre si. Se essa tendência se mantiver, todas as promessas de ¨dispositivos conectados¨ e ¨sociedades conectadas¨ pode dar lugar a ¨guetos informatizados¨, o que seria péssimo.

 

 

 No setor das smart TVs, 

 

Redação

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