Maior parque tecnológico do país vai encubar empresas de games e música

Maior parque tecnológico do País vai incubar empresas de games e música

Atualmente com 196 companhias de software e TI, Porto Digital de Recife terá núcleo de “economia criativa” em fevereiro

Pedro Carvalho, iG São Paulo | 27/10/2011 05:46

 

Foto: Divulgação Ampliar

“Queremos aproveitar o talento que Recife tem para unir ciência e tecnologia com arte”, diz Chico Saboya

Negócios que atuam na chamada “economia criativa”, como games, design e música, vão ganhar um espaço de incubação no Porto Digital, o maior parque tecnológico brasileiro em número de empresas – são 196, atualmente focadas em software e TI, que tiveram faturamento de R$ 1 bilhão no ano passado. “Esse será o carro-chefe de nossa estratégia para continuar o ciclo de crescimento”, diz Chico Saboya, presidente do parque recifense. A iniciativa se chamará Porto Mídia e será lançada em fevereiro.

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Saboya, 50, assumiu o comando do Porto Digital em 2007 e liderou um período de desenvolvimento expressivo do parque. Hoje, o Porto gera 6,5 mil empregos e responde por 3,5% do PIB de Pernambuco. Mas nem o lugar, nem o gestor, perderam o jeito despojado que virou marca do polo de Recife. Quem visita o Porto Digital, vê uma mistura de negócios “nerds” e informalidade que inevitavelmente lembra o Vale do Silício, nos EUA.

Hoje, vale dizer, já existem empresas do Porto que produzem games, mas o novo núcleo será totalmente dedicado a negócios do tipo, além de receber empreendedores de áreas como publicidade e animação. Saboya falou ao iG sobre o projeto, durante o Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, que acontece em Porto Alegre.

iG: Por que o Porto Digital vai apostar em economia criativa?
Chico Saboya:
Identificamos que a sociedade está cada vez mais disposta a pagar por bens intangíveis, como design e usabilidade. Além disso, queremos aproveitar o talento que Recife tem para unir ciência e tecnologia com arte . Esse será o carro chefe de nossa estratégia para continuar o ciclo de crescimento dos últimos anos, que tenderia a se saturar e diminuir de ritmo.

iG: Na prática, como vai funcionar o projeto?
Saboya:
Estamos criando o Porto Mídia, ou Centro de Empreendedorismo e Tecnologia da Economia Criativa, dentro do Porto Digital. Já temos R$ 8,5 milhões captados para isso e o lançamento oficial deve acontecer em fevereiro, durante o Recife Summer School [um festival de inovação]. Será um núcleo de capacitação, incubação, experimentação e exibição de negócios de economia criativa. Vamos ajudar a criar empresas que atuam em seis áreas: games, multimídia, cinema-vídeo-animação, música, design e publicidade-propaganda.

iG: Por que essas atividades?
Saboya:
Essas atividades, na ordem que citei, são as que mais sofrerão impactos da tecnologia de informação e do design nos próximos cinco anos, de acordo com um estudo que fizemos. Além disso, elas têm mercado, o que é fundamental. Os games, por exemplo, movimentaram US$ 70 bilhões em 2010. Elas foram escolhidas entre 32 que poderiam ser classificadas como economia criativa.

iG: Como empresas interessadas podem participar?
Saboya:
Em dezembro, vamos lançar um edital para incubar dez empresas no Porto Mídia. Até 2014, deveremos ter 52 empresas instaladas no projeto. Elas terão os mesmos benefícios das empresas de tecnologia da informação instaladas no Porto Digital, inclusive as isenções fiscais.

iG: Quais empresas, hoje, se destacam no Porto Digital? O que produzem?
Saboya:
Sempre vale mencionar o C.E.S.A.R., que foi considerado pelo segundo ano o melhor instituto de pesquisa, desenvolvimento e inovação do País, pelo FINEP. Tem a Neurotech, que trabalha com inteligência artificial e redes neurais, aplicadas em análise de crédito e risco – grandes bancos e redes de varejo são clientes. Outra empresa é a Serttel, que trabalha com gestão de mobilidade urbana e criou, por exemplo, um sistema de Zona Azul [estacionamento tarifado em ruas] eletrônica, que pode ser paga com celular e já funciona em São José dos Campos (SP), Taubaté (SP), Caruaru (PE), Araucária (PR) e está em implantação em Petrolina (PE).

 

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