Carga tributária e margem de lucro alta de empresas elevam preços de produtos

Celular vendido no Brasil tem 33% de imposto

A Fnac causou alvoroço ao anunciar que venderia celulares sem imposto em uma loja no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Isso porque a carga tributária brasileira, o consumidor sabe, é bem alta e eleva o preço de praticamente qualquer coisa que é comercializada no país.

Para se ter uma ideia, 33,08% do valor pago por telefones celulares por aqui equivalem à cobrança de taxas, segundo dados recentes do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação). Por isso a Fnac disse, na semana passada, que conseguiria vender um iPhone 5s básico por R$1.438, enquanto nas lojas convencionais ele sai por R$ 2.799.

Além desse percentual, o valor pago pelo consumidor ainda é temperado com o lucro da cadeira de distribuição, incluindo as lojas, que tiram a fatia mais larga por ter de lidar com questões de risco, como assaltos.

No ano passado, o Olhar Digital revelou que no Brasil a taxa de imposto cobrada sobre os videogames no Brasil é mais alta até que a das armas de fogo. Na ocasião, o diretor de planejamento da IT Data, Ivair Rodrigues, disse que no caso dos celulares um dos fatores que aumentam o valor é que as operadoras de telefonia não aceitam vender sem uma margem de lucro inferior a 25%.

Nos Estados Unidos, a taxa não passa de 15%, disse o especialista. “Aqui, dependendo do produto, a margem é superior a 100%.”

Quanto ao negócio da Fnac, por enquanto ele não saiu, porque a rede enfrenta problemas burocráticos com a Receita Federal. Saiba mais clicando aqui.
Redação

10 Comentários

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  1. tem treta ai

    Se eu jogo 33% nos 1438 o preco vai para  cerca de 1900. Entao os 2799 que normalmente cobram significa o que?É sempre mais fácil botar a culpa no outro, no caso a carga tributária

     

  2. Interessante que, pela

    Interessante que, pela primeira vez, estão colocando também a margem de lucro da cadeia de distribuição na conta, para que a culpa não seja sempre dos impostos e do governo.

    O caso do PlayStation 4 já havia mostrado que não só os impostos que encarecem os produtos.

    Claro, seria muito bom poder comprar um console de última geração ou um iPhone por um preço menor. Mas ninguém realmente NECESSITA desses produtos. Os impostos federais da cesta básica são zerados.

    1. A margem de lucro é

      A margem de lucro é proporcional aos impostos. Vi uma tabela que comparava impostos e margem de lucro sobre carros em diferentes países do mundo. Na média, a margem de lucro é em números percentuais 1/3 do que é pago em impostos. Na média mundial, os impostos sobre os carros são de 15% do valor do automóvel, então a margem de lucro fica em 5%. No Brasil, os impostos são mais ou menos de 33%, então a margem de lucro sobe para 11% ou 12%. Para produtos importados, a conta fica ainda pior. Como o imposto sobre consumo é alto no Brasil, a margem de lucro sobe na mesma proporção. O que se faz necessário é uma Reforma Tributária, diminuindo os impostos sobre consumo, o que ajudaria quem tem menos renda, e aumentando os impostos sobre a renda. Para ter uma ideia da desproporção, no Brasil a alíquota máxima de imposto de renda é de 27%, enquanto nos EUA, para tomarmos um exemplo, é de 39%.

    2.  “Os impostos federais da

       “Os impostos federais da cesta básica são zerados.” imposto de renda, cofins, etc e nas etapas anteriores são zerados?

  3. Lucro Brasil

    Sobre o caso de video games (Playstation) todos sabemos a diferença o valor vendido lá fora e aqui no Brasil, e viu margem de lucro sem impostos para se vender aqui. Uma outra coisa é o preço do automóvel que tirando os impostos à margem de lucro também é alta. Países escandinvos pagam uma taxa maior que a nossa, mas, diferentemente lá há retorno.

    O lucro Brasil: No México, o Honda City é um carro importado. Não do Japão, mas de Sumaré, no interior de São Paulo. O City sai da fábrica da Honda, na região de Campinas, embarca para o México, e é vendido lá por R$ 33.500. Aqui, o mesmo modelo, da mesma fábrica, custa R$ 53.600.O custo Brasil não explica a diferença, já que o carro é feito aqui, sob o corredor polonês de penúria que é produzir aqui. Tem os impostos. No Brasil, 36% do preço final de um carro é imposto. Significa que, despido de taxas, o City sairia por R$ 34 mil. Ok. Mas o México não é o Jardim do Éden tributário. O imposto lá equivale a 18% do preço final de um carro. Então o preço mexicano do City sem os tributos de lá seria de R$ 27.500. Ou seja: mesmo tirando os impostos da jogada, o City brasileiro ainda custa R$ 6.500 a mais que o seu irmão mexicano.Com o Gol acontece a mesma coisa. No México, ele é um carro importado do Brasil, com a diferença que o modelo básico lá é bem superior ao nosso, que é 1.0, duas portas e sem ar. Mas vamos comparar só os modelos com a “configuração mexicana” – 1.6, quatro portas, com ar. Descontando os impostos de cada lado, como fizemos com o City, o Gol brasileiro vendido no México ainda é R$ 4.500 mais barato que o nosso. Conclusão: a margem de lucro aqui é maior do que lá. E em tese deveria ser menor: o Brasil é o quarto maior mercado consumidor de carros no mundo, atrás apenas de China, EUA e Japão. É mais fácil ganhar na escala (vendendo mais a um preço menor) do que no México. Nosso mercado dá quatro vezes o deles. Mas não. Aqui é mais caro, mesmo tirando os impostos e o custo Brasil da jogada.

    Reportagem explicando parcialmente o custo Brasil:

    http://super.abril.com.br/blogs/crash/pagina-exemplo/

  4. No Brasil realmente tem um

    No Brasil realmente tem um grande risco de assalto, voce quase sempre é assaltado pelo comerciante, comerciante que não raro tambem é sonegador e reclama da carga tributária.

  5. Alguém sabe dizer desses 33%

    Alguém sabe dizer desses 33% de impost, quanto é imposto federal, estadual e municipal? Seria interessante também discriminar os diferentes impostos que incidem…

  6. Não é somente a carga tributária.

    A tentativa da Fnac, em mostrar que no Brasil, a carga tributária é desumana e desestimula a comercialização, soa falsa e tendenciosa, pois os celulares de última geração, não são tão essenciais, e podem ser substituídos por similares, que às veses(dependendo dos serviços contratados, junto às operadoras) saem de graça, ou com impostos infinitamente menores, que os modernos smartphones.

    Os 38% de impôsto que recai sobre estes e demais aparelhos de telefonia e de informática portáteis, são necessários num país, que é obrigado a fazer os investimentos em satélites de comunicações, que darão portabilidade a sinal a estes produtos, investimentos estes, que deveriam serem feitos pela iniciativa privada, e pelas concessionárias destes serviços, como ocorrem nos países, aonde os impostos são menores que no Brasil.

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