Teoria econômica e Ciro Gomes em pauta no “Afinando a Notícia”

Luis Nassif e Gustavo Conde debatem a teoria laureada com o Nobel da Economia e o xadrez eleitoral do ex-ministro

Foto: Murilo Silva/CAPOL UFABC

Jornal GGN – O enigma Ciro Gomes foi um dos temas tratados por Luis Nassif ao lado do linguista Gustavo Conde na edição desta quinta-feira (14/10) do “Afinando a Notícia”, uma parceria entre a TVGGN e o Canal do Conde, com transmissão simultânea da TVT em São Paulo.

Nassif começa o programa falando do Nobel de Economia, concedido aos professores Guido W. Imbens; o americano Joshua Angrist e o canadense David Card, consagrando assim o método empírico.

“No método empírico, é o seguinte: você pega duas realidades por aí e comparo as duas realidades. Então, nessa comparação, eu olho para lá e vejo o resultado e, em cima disso, eu tiro conclusões”, explica Nassif. “Até algum tempo atrás, esse método empírico era visto como uma subciência”.

Nassif lembra ainda o papel do jornalista, que seria pegar o método empírico para efetuar suas análises. “Se o cara fala ‘a teoria diz que vai acontecer isso’, o que é a teoria: é o resultado do que os agentes econômicos vão fazer”, explica. “Então, você vai até o agente econômico – o empresário, o sindicato, o trabalhador – e confere se ele vai fazer aquilo. Se ele não for fazer aquilo, a teoria tá errada”.

Contudo, Nassif ressalta que a ciência econômica ficou um negócio bastante fossilizado, em especial no Brasil – “não a ciência econômica, você tem grandes economistas por aí mas que não são ouvidos pela mídia. Virou uma ciência econômica de mercado, e os caras – eles olham para a teoria, daí olham para a realidade. A realidade não bate com a teoria. Daí eles refutam a realidade”.

“Eu passei a minha vida como jornalista econômico olhando a realidade e vendo absurdos que ocorriam na teoria. É um pouco também do que acontece em discussão científica, de vacina e tudo – o outro método funciona”, afirma Nassif. “Você não vai dizer que o outro método é mais, ou que o método empírico é melhor do que o método científico, mas você tem que olhar os dois lados – e o empírico é o que coloca o científico, para ver se o científico tá errado ou não”.

O artigo sobre o Prêmio Nobel da Economia pode ser lido clicando aqui.

O xadrez de Ciro Gomes

A série de ataques desferidos pelo ex-ministro Ciro Gomes ao PT, ao ex-presidente Lula e à ex-presidenta Dilma Rousseff, estabelece um ingrediente novo nas eleições majoritárias brasileiras desde a redemocratização: uma energia retórica de ódio e ressentimento no seio do campo supostamente progressista.

“Eu fiquei assustado com aquilo”, disse Conde, apresentando as falas publicadas pelos envolvidos nas redes sociais. “O que pode desencadear um candidato, supostamente do campo progressista – que pode ser até discutível isso – com tanto ódio, com tanto ressentimento, com tanta violência e uma obsessão que assusta muita gente?”

“Muita gente quer ver qual que é a estratégia política do Ciro. Eu acho que não é estratégia política. É o Ciro”, diz Nassif. “Ele tem esses impulsos (…) Ele sempre foi isso – e aí você pega como que o Serra derrubou ele em uma das eleições: colocou um provocador para entrar em tema de esposa, ele deu uma declaração machista e o Serra espalhou”.

Na visão de Nassif, o que Ciro tem feito é um desserviço. “Qual é o perfil que se quer para a Presidência da República: alguém que tenha projeto de país. Se você pegar todo mundo da terceira via, o único que tem ideias claras é o Ciro, só que tem o segundo ponto que é tão ou mais relevante, que é a capacidade política – capacidade de negociar, de chamar todos os setores, de ouvir os setores, de aprofundar a democracia, de saber montar estratégias de alianças (…) E ele é o oposto”.

Por conta disso, Nassif acredita que, “se tivesse um concurso para CEO, ele (Ciro) estava eleito. O que é o CEO: aquele cara que tem ideias claras, que chega em uma empresa, coloca de baixo para cima a ideia e não se fala mais nisso. Em uma empresa, ele estava feito. Mas quando você pega um país, e sai do Bolsonaro, não adianta você substituir o déspota imbecil por um déspota esclarecido. É déspota. E o país não comporta isso, está nítido isso”.

Confira abaixo a íntegra do “Afinando a Notícia”

Redação

6 Comentários

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    1. Nassif comete erro histórico ao dizer que a análise empírica é algo novo, o prêmio Nobel desse ano nada mais é do econometria aplicada.. é enrolado um economista querer dar pitaco em teoria econômica.

  1. Seria trágico senão fosse cômico. Ver o desespero do Coronelzinho em perceber sua insignificância e mediocridade é impagável !!! A Ditadura Esquerdopata Fascista de 1930 faz ascender um Coronelato Nordestino Abjeto e seus “Reizinhos” que foram criados crendo que o Mundo girava em torno de seus umbigos. Quando são contrariados, vemos a explosão da Criança Mimada e Birrenta em ter seu doce tirado de suas mãos. Foi assim com Geddel Vieira Lima, Luis Eduardo Magalhães, Collor, o Clã Arraes, o Irmão-Coronelzinho (deste citado) e sua Retroescavadeira,…Agora é Ciro e sua VAGA à Presidência da República (afinal, agora era a vez dele ser Presidente!!!): – Quem é este Povo Brasileiro e que autoridade que tem para tomar “a minha Presidência?!” – Entendemos caro Ciro. Tome de volta seu pirulito e vá brincar ( de Estadista. Lá no Reino de Oz, logo atrás de Sobral). Afinal Papai havia prometido, não é mesmo?

  2. Não tem nenhum enigma no Ciro, pelo menos para quem o lê e ouve com frequência e há longo tempo sem preconceitos e sem paixão ou compromisso com outra liderança política. As ideias são muito claras, em qualquer entrevista e nos livros que publica.

  3. Admiro o Nassif, seu papel na crítica da imprensa brasileira, especialmente em relação à Veja, mas o que ele faz em relação ao Ciro é o que denunciou: um assassinato de reputação. Em vez de discutir as ideias deles, faz o que o PT quer: queimar a possibilidade da candidatura do Ciro e o endeusamento do Lula. O que ele chama de “intriga” Ciro afirma com fatos. Por que não discutir as ideias? Lamentável que não mantenha isenção e credibilidade. Como contestar a aliança entre Lula com Renan e Eunício?

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