Mauro Betting: o orgulho de ser filho de Joelmir e Lucila

Por Mauro Beting

comentário no post “A morte de Joelmir Betting”

Caríssimo Nassif, brilhante colega, você realmente conheceu quem mais entendia de Economia na casa dos meus pais – Dona Lucila.

Grato pela generosidade do texto e da alma. É das boas virtudes do meu pai ser igualmente generoso. E sempre que falou e esteve com você ele falou com o mesmo carinho. Não por ser generoso. Mas por retratar a sua competência e capacidade.

Como qualquer filho, também não concordava com tudo que ele falava. Politicamente sou mais à esquerda que ele. Discordei veementemente de uma e outra polêmica em que ele se meteu.

Mas é meu pai. Basta.

Como se viu no velório e nas manifestações. De Paulo Maluf, Alckmin, José Serra, Delfim, Sarney, Lula, FHC, Fidel.

O emocionado discurso do amigo Suplicy, o que mais me tirou do sério.

A tocante carta de Dilma.

Sim. De gente à direita e à esquerda. Do centro, de fora, de tudo.

Ele é das poucas quase unanimidades que desafiam a sentença de Nelson Rodrigues. Ele é inteligente. E esforçado trabalhador.

No Brasil canonizaremos Collor se morto. Ainda que sempre elle será muito vivo.

Mas meu pai não merece algumas das manifestações. A família não merece tamanho carinho que recebemos de muitos.

Talvez nós mereçamos algumas manifestações como a de alguém, acima, que destacou:

“Que me perdoem o comentário, mas seus “editoriais” na Band eram de me virar o estomago de tão subservientes ao patrão.”

De fato, alguém que nâo entende o que é um editorial e diz que o jornalista que o lê é “subserviente ao patrão” está menos consciente que meu pai depois do derrame.

ou como esta:

“Com todo respeito gostaria de externar meus pesares pelo passamento de Joelmir Beting que foi prestimoso serviçal da direita e obstinado capataz das elites.”

um ctrl C + ctrl V de algum cartaz de manifestações estudantis das quais também participei teria escolhido expressões melhores que “serviçal da direita” e “capataz das elites”.

Mas creio que o choro e as palavras de Suplicy no Senado, as eternas manifestações de apreço de Lula, a nota oficial da presidente Dilma, e os dias em que meu pai conversou (não entrevistou) com Fidel respondem melhor ao amigo serviçal da insensibilidade e capataz da ignorância.

Algo que brilhantemente e com fibra o amigo Nassif já tentou explicar.

Mas que os dois vão continuar não entendendo.

Aos que questionam o lado mais conservador do pensamento do meu pai, saibam que concordo muito mais com vocês do que com ele.

Aos que questionam a credibilidade, honradez e seriedade do jornalista Joelmir Beting, só posso lamentar e me entristecer tanto quanto estou.

Não tenho palavras. E, se como meu pai, as tivesse, vocês também não entenderiam.

Nassif, meu caro, meu pai lá de cima, melhor, sempre ao meu lado agradece. A todos, uma ótima vida de muitas felicidades. A alguns, tentem ser felizes. Dá um pouco de trabalho. Mas, pelas manifestações que meu pai recebeu, também dá muito orgulho.

Luis Nassif

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