A reação do presidente alemão contra as demissões na ThyssenKrupp

Por Paulo Roberto Castelo Branco de Melo

Nassif,

Veja a noticia das 35 mil demissões na ThyssenKrupp, e as reações do Presidente alemão, destacando-se que o Governo alemão não tem (acredito) nenhuma participação na empresa.

Aqui no Brasil, foi um Deus nos acuda quando o Lula criticou a Vale pelas dez mil demissões, e note-se que o nosso governo, indiretamente, detém mais de 65% das ações da Vale.

E agora o que a mídia vai comentar?

Presidente alemão cancela visita ao Rio ao saber de demissão de 35 mil da ThyssenKrupp

Publicada em 07/05/2011 às 21h17m

O Globo

RIO e FRANKFURT – O presidente alemão, Christian Wulff, cancelou na noite de sexta-feira a visita à siderúrgica da ThyssenKrupp no Rio, prevista para ontem, depois de a empresa ter anunciado uma reestruturação que eliminará 35 mil empregos. Segundo o site da rede de TV Deutsche Welle, Wulff disse que o cancelamento se devia à “súbita e ampla reestruturação na ThyssenKrupp e suas consequências imprevisíveis”.

Fontes disseram ao site que o presidente alemão ficou aborrecido com o fato de não ter sido informado dos planos da companhia de eliminar 20% de sua força de trabalho global.

A ThyssenKrupp informou ao GLOBO que o Brasil não será afetado pelos cortes.

Dentro da reestruturação, anunciada na noite de quinta-feira pelo diretor-executivo da empresa, Heinrich Hiesinger, a ThyssenKrupp vai vender algumas unidades, inclusive uma no Brasil, e a separação de sua divisão de aço inoxidável. As vendas de ativos devem atingir 10 bilhões. O anúncio das medidas fez com que as ações da empresa saltassem 8% na Bolsa de Frankfurt na sexta-feira.

Segundo o comunicado da empresa, a unidade a ser vendida no país seria a ThyssenKrupp Automotive Systems Industrial do Brasil Ltda., em São Bernardo do Campo, que faz peças para automóveis. As medidas ainda têm de ser aprovadas pelo Conselho de Supervisão, o que deve ocorrer no próximo dia 13.

Indústria de aço inoxidável vem enfrentando crise

Hiesinger, que assumiu o comando da ThyssenKrupp há quatro meses, quer reduzir a dependência da empresa na produção de aço, devido aos avanços dos preços de minério de ferro e carbono, concentrando-se mais em negócios de engenharia. A empresa ainda contraiu pesadas dívidas com a construção da siderúrgica no Rio e de outra unidade em Alabama, nos Estados Unidos.

A dívida financeira líquida da ThyssenKrupp aumentou 54% no quarto trimestre de 2010, para 5,81 bilhões, em parte por causa dos custos com a construção dessas unidades, de acordo com a Bloomberg News. A nota da siderúrgica afirma que o objetivo das medidas é “obter mais flexibilidade para crescer em atividades estrategicamente mais promissoras”.

Jeffrey Largey, analista da Nomura Holdings, afirmou em nota que a separação da unidade de aço inoxidável da ThyssenKrupp deve acelerar o processo de consolidação do setor na Europa. Especialistas estimam que as atividades não siderúrgicas da ThyssenKrupp, que respondem por cerca de 70% do valor total do grupo, foram os principais motores de crescimento da companhia no último trimestre.

O setor de aço inoxidável da Europa tem sofrido há tempos com excesso de capacidade e volatilidade. A ThyssenKrupp e suas rivais chegaram a avaliar uma possível consolidação no setor em 2009. A ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, tornou sua unidade de aço inoxidável, a Aperam, independente em janeiro.

No ano passado, os preços do aço inoxidável na Europa caíram 13%, segundo dados da revista “Metal Bulletin” citados pela agência Bloomberg News. Ao mesmo tempo, os preços do níquel, usado na fabricação do produto, avançaram 12% na Bolsa de Mercadorias de Londres.

Luis Nassif

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