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Lourdes Nassif
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As matérias para serem lidas e comentadas.

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  1. ‘Crise da economia brasileira tem mais de 30 anos’
    Para Wilson Cano, docente da Unicamp, a indústria brasileira perdeu competitividade com a adoção da política neoliberal a partir dos anos 1990.

    Carta Maior—-13/05/2015—Caio Zinet

    Unicamp

    O Brasil cresce mal desde meados dos anos 1980, a avaliação é do professor do Instituto de Economia da Unicamp, Wilson Cano. Para o docente, a indústria de transformação perdeu peso na composição da riqueza do país nos últimos 30 anos em decorrência da crise anos 1980 e da adoção de políticas neoliberais que diminuíram a autonomia do Estado brasileiro no manejo da política econômica.

    “A crise dos anos 1980 pegou pesado o Brasil porque perdemos o rumo da história e deixamos de pensar no longo prazo. A crise fiscal e financeira do Estado foi de tal profundidade que nos desestruturou fiscal e financeiramente. Nossa crise tem mais de 30 anos, não é uma crise que começou há 2 ou 3 trimestres. É uma crise estrutural que nos fez chegar no ponto em que estamos”, afirmou o professor durante debate organizado pelo Centro Acadêmico Visconde de Cairu na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA).

    Durante a década de 1980, os Estados Unidos elevaram a taxa de juros dos seus títulos de dívida pública. A maior taxa de retorno garantida pelo governo americano atraiu a atenção de diversos investidores no mundo que deixaram de alocar seus recursos em outros países.
    Como efeito, a taxa de câmbio brasileira se apreciou, o que diminuiu a capacidade de competição das exportações da indústria. Paralelamente a esse processo, o neoliberalismo se tornou uma política hegemônica no mundo com a desregulamentação do mercado financeiro, a abertura comercial das economias nacionais e as privatizações de empresas públicas.
     
    “Nos anos 1990 nós tivemos a introdução do regime de política econômica neoliberal no Brasil que teve um resultado desastroso. Queimamos entre 1995 e 2001, a bagatela de US$ 200 bilhões nas nossas contas externas o que mais que dobrou a nossa dívida externa. Crescemos um pouco mais do que nos anos 1980, contudo, os nossos indicadores macroeconômicos atingiram níveis cruéis principalmente porque afetaram uma coisa absolutamente fundamental na economia, em especial no capitalismo, que é a taxa de investimento e nós de lá para cá não recuperamos os nossos níveis de investimento médio”, afirmou Cano.
     
    Como parte da política neoliberal, o Brasil assinou uma série de compromissos internacionais que para o Cano tiraram a autonomia do país em manejar sua taxa de juros e de câmbio, fatores essenciais para garantir a competitividade e o desenvolvimento da indústria nacional.

    “O Brasil pode crescer mais? Eu diria que não se nos mantivermos atados a essa circunstância estrutural da ordem neoliberal. Simplesmente porque o país não tem como manejar a política de comércio exterior porque assinou acordos e termos com a Organização Mundial do Comércio (OMC), com Basileia, e prometeu manter a taxa de juros dita necessária”, afirmou.

    “Diante desses compromissos é impossível a qualquer dirigente nacional formular um plano nacional de desenvolvimento econômico. Eles serão um grande embusteio se disserem que mantidas essas condições externas e internas vão poder manipular a taxa de investimento e fazer com que a economia volte a crescer a taxas elevadas porque não pode. Não pode porque o Estado não controla nem a taxa de juros, nem o câmbio”, completou o docente da Unicamp.
     
    Para o professor, os governos petistas adotaram políticas importantes e “corajosas” de combate à desigualdade tais como o bolsa família e a politica de valorização do salário mínimo. Apesar disso, a economia continuou a ser regida pelos cânones do neoliberalismo.
    “Tivemos uma série de outras atitudes de ampliação de direitos sociais, tivemos mais fiscalização do Ministério do Trabalho que é responsável por um pedaço do aumento da formalização do emprego. Mas nos mantivemos dentro dos cânones centrais da ordem neoliberal: abertura comercial e a desregulamentação financeira. Essas são as duas questões chaves da política macroeconômica neoliberal”, concluiu Cano.
     
    Indústria
    A indústria brasileira foi a que mais sentiu os impactos das políticas neoliberais adotadas nos últimos 30 anos isso porque um dos principais efeitos dessa política foi a apreciação da moeda brasileira ante o dólar norte-americano.
    Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a participação da indústria de transformação no PIB cresceu vertiginosamente entre 1947 e 1985 saltando de 11,8% para 27,2%.
     
    Nos últimos 30 anos, entretanto, a indústria de transformação perdeu significativamente sua importância para a economia brasileira voltando quase ao patamar de 1947. Atualmente o setor responde por apenas 13% da riqueza gerada no país.
    Para o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Luis Oreiro, a apreciação cambial é o principal fator que explica a queda da importância da indústria para a economia brasileira. Isso porque uma moeda local forte torna as exportações menos competitivas e permite a entrada de importados a um preço mais barato.
     
    Ele chama atenção para o fato do crescimento da demanda por produtos nos últimos anos ter sido atendida em grande medida por indústrias de outros países em um processo que ele chama de “substituição de importação às avessas”.
     “De 2006 a 2013, o coeficiente de penetração das importações passa de cerca de 13% para quase 22% no último trimestre de 2013. Isso nos mostra que ocorreu no Brasil uma espécie de substituição de importações às avessas, ou seja, estamos substituindo produção doméstica por importações”, afirmou.
    Para o professor Wilson Cano, a perda de importância da indústria no PIB nacional é preocupante porque o segmento é um importante dinamizador de outros setores porque gera um progresso técnico que pode ser apropriado por outros segmentos da sociedade.

    “Na história do mundo só se desenvolveram países que tiveram dois propósitos fundamentais. Primeiro fazer uma profunda transformação do Estado nacional e através dessa transformação conduzir a política econômica no rumo do desenvolvimento. A segunda questão é que esse desenvolvimento quase que se pode traduzir em industrialização porque o progresso técnico está na indústria e não em serviços ou em agricultura”, afirmou.
     
    Para ele, o desenvolvimento da indústria tem impactos diretos sobre os outros setores porque a tecnologia desenvolvida pela e para a indústria acaba sendo utilizado por outros setores como serviços e agricultura.
     
    “A introjeção de progresso técnico na indústria não tem como beneficiário único e exclusivo a indústria, pelo contrário. Foi pela industrialização que a Inglaterra no século XIX pode modernizar toda a sua agricultura mecanizando o campo graça aos avanços que houve no processo de industrialização”, analisou Cano.
     
    Estado desestruturado
    Para o professor de economia da FEA-USP, Roberto Vermulm, a recuperação da indústria passa pela adoção de uma série de medidas macroeconômicas, mas também de políticas micro voltadas para atender segmentos específicos da indústria priorizando o desenvolvimento de setores com mais tecnologia.
    “Toda política industrial é por definição setorial porque os padrões de concorrência, de desenvolvimento tecnológico são diferenciados. A política industrial não pode ser a mesma para todos os setores e mais do que isso ela também tem hierarquia. Existem setores mais importantes que outros. Não vou dizer que uma indústria eletrônica tenha a mesma importância numa política de desenvolvimento do que uma que é receptora de progresso técnico como a têxtil”, afirmou.
    O docente acredita que o Estado tem um papel crucial para fazer a indústria recuperar sua força. Ele, entretanto, não está otimista porque acredita que o desmonte do Estado promovido ao longo dos últimos 30 anos tirou parte da capacidade de atuação.
     
    “A minha visão é pessimista porque existem desasjustes de natureza macro, que é condição necessária, mas não suficiente para retomada do desenvolvimento industrial. Nesse momento o estado seria fundamental, mas ele não está preparado, o Estado está desestruturado. Repensar o futuro implica em um reposicionamento político e institucional”, afirmou.

    URL:

    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/-Crise-da-economia-brasileira-tem-mais-de-30-anos-/7/33486

     

  2. A brasileira que audita a economia grega para o Syriza

    Maria planeja fazer na Grécia o que já ajudou a fazer no Equador: permitir que os gastos sociais superem os gastos com o sistema financeiro.
    Carta Maior—-30/03/2015—-André Cristi

    Uma das pontes entre o Brasil e as novas experiências políticas da esquerda socialista europeia chama-se Maria Lúcia Fattorelli. Auditora da Receita Federal desde 1982, a coordenadora do movimento Auditoria Cidadã da Dívida foi convidada por Zoe Konstantopoulou, deputada do Syriza que ocupa a presidência do Parlamento Grego, a compor o Comitê pela Auditoria da Dívida Grega.

    Maria Lúcia já participou de processo semelhante no Equador, quando o presidente Rafael Correa decidiu pela anulação de 70% da dívida que emperrava o investimento público. “Pela primeira vez na história inverteu-se a equação: os gastos sociais superaram os gastos com a dívida”, lembra em entrevista à Carta Maior.  

    O sistema
    De acordo com Fattorelli, o significado maior de auditar uma dívida pública é desmascarar o que ela chama de “sistema da dívida”. “É um negócio altamente rentável e que beneficia um pequeno segmento social localizado nos mercados financeiros”, descreve.

    Funciona assim: sem transparência e com enormes privilégios (legais, financeiros, políticos) aos bancos e agências de risco, o Estado pega dinheiro emprestado de instituições financeiras públicas ou privadas. O valor emprestado cresce brutalmente em função de juros elevadíssimos. E a dívida vai se tornando meramente contábil – isto é, jogo de juros sobre juros. Segundo Fattorelli, “o endividamento público se converte numa maneira de desvio de recursos públicos em larga escala”.

    Segundo o Tesouro Nacional, em 2013 o governo federal gastou R$ 718 bilhões com juros e amortizações da dívida interna e externa, o que representou 40,3% do orçamento federal (o valor gasto em educação, por exemplo, é de 3,4%, em transporte 1%).

    Mas não é a corrupção que afasta nosso dinheiro dos lugares em que ele deveria ser investido?

    Pois bem. O mensalão, considerado à época o maior caso de corrupção do país, comprovou R$140 milhões desviados. No ano de 2005, a dívida pública consumia mais de dez mensalões por dia.

    O caso grego
    A manipulação da taxa de risco levou o governo grego a aceitar acordos muito prejudiciais com o FMI e a União Europeia. Endividada e fragilizada, a outrora obediente Grécia se viu invadida por instituições financeiras internacionais, grandes corporações e, por consequência, pela agenda neoliberal: desmantelamento dos direitos sociais e privatização das empresas públicas mais lucrativas.

    “Esse mecanismo de pressão da Troika (comitê de bancos, FMI e Banco Central Europeu) contra os países – que por sua vez têm que negociar de maneira isolada – demonstra uma grande assimetria entre as partes, um claro indício de ilegitimidade”, denuncia Fattorelli. E lembra que o FMI é uma agência especializada da ONU, como a OIT e a FAO. Deveria, portanto, atuar segundo os objetivos da Carta da ONU e da Declaração Universal dos Direitos Humanos – e não segundo os interesses do mercado financeiro.

    Ainda segundo Fattorelli, o caso grego constitui um forte exemplo do dano provocado pelo Sistema da Dívida às mulheres. “No início da crise”, relembra, “o desemprego em massa de mulheres foi utilizado para expandir ainda mais os cortes de gastos exigidos pelo programa de austeridade fiscal imposto pela Troika: serviços de creches, assistência social e até certos serviços de saúde deixaram de ser prestados pelo Estado”. A justificativa? Ora, se as mulheres estavam em casa, elas assumiriam tais serviços.

    O exemplo equatoriano
    O Equador, com auxílio de Maria Lúcia, provou a eficiência da ferramenta de auditoria. Em 2007 o presidente Rafael Correa criou uma comissão para realizar auditoria da dívida interna e externa equatoriana, nomeando diversos membros nacionais e 6 internacionais. Maria Lúcia representou o Brasil. O resultado, segundo ela, foi impressionante: “permitiu a anulação de 70% da dívida externa em títulos. Os recursos liberados têm sido investidos principalmente em saúde e educação”.

    A auditoria equatoriana consistiu em tornar transparentes os números da dívida; verificar quais foram os mecanismos e operações que geraram dívidas desde a sua origem; quem se beneficiou dos recursos; em que esses foram aplicados; verificar se foram cumpridas as normas legais e administrativas existentes; quais os impactos sociais, ambientais etc. Após o exame, e diante das evidentes ilegalidades, ilegitimidades e mesmo fraudes comprovadas, só restou a Rafael Correa “dar o calote” numa dívida irreal.

    O mais repisado argumento contra a auditoria da dívida é bastante simples: partindo do pressuposto que a auditoria é um calote ao sistema financeiro, o mesmo sistema financeiro fecharia o acesso ao crédito dos países caloteiros. Conforme argumenta Fattorelli, o Equador mostra o oposto: o risco-país caiu e o acesso ao crédito passou a custar menos.

    A partir do gráfico abaixo, também cabe observar que a partir de 2011 os gastos com a dívida voltam a crescer, o que mostra que o país não ficou isolado e continuou acessando crédito. Prova irrefutável de que é possível parar de entregar vastos recursos públicos aos rentistas sem convulsão social – resta esperar que outros governos ouçam Maria Lúcia Fattorelli de forma tão generosa quanto ouvem os chicago boys.

    Créditos da foto: Bernardo Jardim

    URL:

    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/Maria-Lucia-Fattorelli-a-brasileira-que-audita-a-economia-grega-para-o-Syriza/7/33158

  3. Como funciona a fábrica de infâmias contra Lula na internet

    Do DCM

    Como funciona a fábrica de infâmias contra Lula na internet. Por Paulo Nogueira

     

    Postado em 16 mai 2015  por :        Contra ele, vale tudo na imprensa

    Contra ele, vale tudo na imprensa

    O professor Gaudêncio Torquato não é exatamente um jornalista mirim.

    Ele milita no jornalismo há décadas, e é um acadêmico sério e respeitado.

    Por isso mesmo me chamou a atenção um tuíte que ele postou hoje a respeito de Lula.

    Ele comprou, sem o menor senso crítico, o texto de um artigo do Estadão cujo título dizia que Lula reconhecia que seu projeto político estava “esfarelado”.

    Pelo título bombástico, eu tinha lido na internet o texto.

    Bem, para resumir, era uma tremenda duma futrica. Não havia nada de consistente. Era aquela coisa: X disse isso, Y acrescentou aquilo e Z confirmou tudo.

    Não é jornalismo sério. É partidário.

    Isso tem acontecido na imprensa brasileira, nos ataques a Lula. Parece haver uma editoria nos jornais e revistas cuja atribuição é publicar coisas contra Lula.

    Vale tudo.

    Nenhum chefe cobra os repórteres dessa editoria. E as pseudoinformações, mesmo quando claramente desmentidas pelos fatos, não custam o emprego a ninguém.

    São dois repórteres que assinam a matéria do Estadão. Um deles é Andreza Matais, especialista em intrigas antipetistas.

    Andreza é casada com Tuca Pinheiro, assessor de Roberto Freire, cujo ódio pelo PT não conhece limites.

    Todos os dias, no Twitter, Tuca dedica-se a postar textos antipetistas, colhidos em sites como o da Veja.

    Não há um artigo de Reinaldo Azevedo que ele não retransmita aos seguidores. Há um evidente conflito de interesses em Andreza: como uma repórter política pode trabalhar decentemente quando o marido é ferozmente anti-PT?

    Andreza é casada com um antipetista militante, e mesmo assim cobre política

    Andreza é casada com um antipetista militante, e mesmo assim cobre política

    Faça as contas.

    Qual o valor de uma “informação” de Andreza quando se trata de atacar Lula? Com todo o respeito: zero multiplicado por zero.

    Lula teria que ser muito ingênuo para sair por aí falando, a tagarelas que depois passariam suas palavras a Andreza, que seu projeto estava “esfarelado”.

    E ingênuo ele não é.

    Temos, portanto, um texto sem nenhum valor.

    Mesmo assim, o professor Gaudêncio colocou em seu Twitter o pseudofuro de Andreza.

    Como um principiante, e não um veterano, anunciou, triunfal: “Novidade, novidade!” E publicou a “autocrítica” de Lula.

    O episódio mostra como se forma a corrente de boatos que, para analfabetos políticos, se transformam em verdades absolutas.

    O tuíte obtuso de Torquato foi retransmitido, por exemplo, pela jogadora de vôlei Ana Paula.

    Pouco tempo atrás, Ana Paula virou motivo de piada na internet ao condenar o “emparelhamento” do STF por conta de Fachin.

    Ana Paula tem o mesmo perfil de celebridades B como Lobão e Roger do Ultraje. É uma analfabeta política que acredita que o Brasil vai se transformar numa imensa Cuba.

    Para ela, graças ao professor Torquato, Lula já se rendeu aos fatos e está prestes a desistir de tudo.

    Por aí você tem uma ideia do círculo viciado das “notícias”.

    Andreza fabrica alguma coisa, retransmitida por pessoas como o professor Torquato. E a fabricação vai dar em gente despreparada intelectualmente como Ana Paula.

    E dela vai chegar a muitas outras pessoas, que depois baterão panelas e irão protestar na Paulista, enfiadas em camisas da seleção e balançando, ululantes em sua ignorância, bandeiras nacionais.

    Faz tempo que não sei do professor Torquato. Esperava mais dele, francamente.

    Espero que tenha sido um caso puramente de inépcia, de não checar as afirmações.

    Porque a outra hipótese é pior.

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/como-funciona-a-fabrica-de-infamias-contra-lula-na-internet/

  4. O jornal O POVO publica as mentiras do “Estadão”
     

    O jornal O POVO, de Fortaleza, publicou esta matéria estapafúrdia e mentirosa produzida pelo jornal O Estado de São Paulo.

    OBS: Os meus comentários se encontram em itálico e no final da matéria.

    Em 16/05/2015 – 09p5

     

    ‘Não estou numa fase muito boa’, diz Lula em passagem por Brasília

     

     O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, nas conversas que teve com políticos em Brasília anteontem, que não atravessa uma boa fase. Lula disse estar preocupado com o andamento do governo de sua sucessora, Dilma Rousseff, e com os desdobramentos da Operação Lava Jato, em especial a decisão do dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, de ter fechado um acordo de delação premiada em troca de eventual redução de pena. “Não estou numa fase muito boa, não”, afirmou o ex-presidente. Com ar abatido, contrariando o discurso normalmente otimista nas conversas privadas, segundo pessoas com quem se encontrou, o petista comentou que está desesperançoso com as perspectivas para a economia brasileira, tidas por ele como muito ruins.

     

    Na avaliação de Lula, a rentabilidade das empresas no País tem caído, atribuindo ao governo da presidente Dilma Rousseff, sua pupila, a responsabilidade por estar tomando medidas equivocadas na condução da política econômica.

     

    Agenda negativa – Em uma dessas conversas, no almoço com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Lula afirmou que o governo precisa sair da pauta negativa do ajuste fiscal. O ex-presidente disse aos presentes que ações do governo que poderiam estimular a retomada da economia, como a terceira etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o pacote de concessões, ainda não saíram do papel. No giro por Brasília, o ex-presidente chegou a confessar também que o projeto político dele está “esfarelando”. Ontem, Lula almoçou na embaixada de Cuba.

     

    Delação – Lula também se mostrou preocupado com as implicações da delação do dono da UTC, que na quarta-feira assinou com Procuradoria-Geral da República o acordo. Pessoa é apontado nas investigações como o chefe do cartel de empreiteiras que atuou na Petrobrás.

     

    No início do ano, antes da decisão do Supremo Tribunal Federal do fim de abril de soltar Pessoa e outros oito empreiteiros presos na operação, Lula se mostrava apreensivo com o que o dono da UTC poderia falar. Ele e Pessoa se tornaram amigos nos últimos anos. O ex-presidente temia que o empreiteiro, para poder deixar a prisão logo, revelasse informações que pudessem comprometê-lo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

     

    A raiva do “Estadão” contra o Lula  tem a ver com a nota do Instituto Lula às insinuações do doleiro Youssef. A nota foi publicada na blogosfera e desagradou os barões da mídia de norte a sul do Brasil, que estão agora se vingando do “Sapo Barbudo”. Vale a pena ler de novo a nota, divulgada pelo site Vermelho da seguinte forma:

    “É inacreditável que um bandido com oito condenações, que já enganou a Justiça num acordo anterior de delação premiada, tenha palco para atacar e caluniar, sem nenhuma prova, algumas das principais lideranças políticas do país, legitimadas democraticamente pelo voto popular”, rebateu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio da assessoria de imprensa do Instituto Lula, referindo-se às ilações do doleiro Alberto Youssef feitas nesta segunda (11) em depoimento à CPI da Petrobras.

     

    Lula condenou chicana e pediu respeito ao Brasil Lula condenou chicana e pediu respeito ao Brasil

    “Que se dê crédito a criminosos para apontar quem é e quem não é honesto neste país”, completou o ex-presidente. “É uma pena que parte da imprensa brasileira venha tratando bandidos como heróis, quando tais pessoas se prestam a acusar, sem provas, os alvos escolhidos pela oposição; quando se prestam a difamar lideranças que a oposição não conseguiu derrotar nas urnas e teme enfrentar no futuro”, salientou.

    A nota finaliza afirmando que “o Brasil merece ser tratado com mais responsabilidade e seriedade”.

     

    E para aqueles que acham que o Lula está passando por uma “fase ruim”, eu sugiro que deem uma olhada neste vídeo de 40 segundos. E como disse um internauta que não me lembro do nome, 12 x 07 é pressão arterial de um adolescente. Quá, quá, quá, quá!

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=15_RRinz6dE align:center]

     

    http://www.opovo.com.br/app/politica/ae/2015/05/16/noticiaspoliticaae,3438940/nao-estou-numa-fase-muito-boa-diz-lula-em-passagem-por-brasilia.shtml

     

  5. FHC usará programa do PSDB para atacar Lula

    Brasil 247

     

    :

     

    O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu levar adiante sua birra pessoal com o ex-presidente Lula; na próxima terça-feira, ele aparecerá nas inserções gratuitas de televisão do PSDB para atacar o ex-presidente Lula; “não se pode responsabilizar apenas a atual presidente”, dirá FHC, antes de acrescentar que “todo esse esquema de corrupção começou com o ex-presidente Lula”; em artigo recente, FHC pediu que a sociedade repudiasse Lula, apontado por pesquisa Datafolha como o melhor presidente da história; em resposta, Lula afirmou que FHC deveria tentar ser mais admirado; ataque de FHC a Lula sinaliza que PSDB já pensa em 2018

     

    17 de Maio de 2015 às 03:11

     

    247 – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aparecerá nos próximos comerciais do PSDB, que serão exibidos na próxima terça-feira.

    Na mensagem, FHC levará adiante sua obsessão pessoal: atacar o ex-presidente Lula, que o sucedeu no cargo e, em recente pesquisa Datafolha, foi apontado como o melhor presidente da história por 50% dos brasileiros.

    “Não se pode responsabilizar apenas a atual presidente”, dirá FHC, antes de acrescentar que “todo esse esquema de corrupção começou com o ex-presidente Lula”, segundo informações antecipadas pela coluna Painel.

    Em artigo recente, FHC pediu à sociedade brasileira que repudie o ex-presidente Lula. “Embora os diretores da Petrobras diretamente envolvidos na roubalheira devam ser penalizados, não foram eles os responsáveis maiores. Quem enganou o Brasil foi o lulopetismo. Lula mesmo encharcou as mãos de petróleo como arauto da falsa autossuficiência. E agora, José? Não há culpabilidade política?”, questionou (leia mais aqui).

    Lula respondeu com ironia. “O Fernando Henrique deveria se preocupar em ser mais admirado, e não em pedir que a sociedade repudie alguém”, disse ele, lembrando que odiar ou incitar o ódio faz mal à saúde.

    De qualquer forma, o novo ataque de FHC a Lula sinaliza que o PSDB já se preocupa mais com 2018, quando Lula poderá ser eventual candidato do PT à presidência da República, do que com o impeachment da presidente Dilma Rousseff – algo que parece inviável.

    http://www.brasil247.com/pt/247/poder/181217/FHC-usará-programa-do-PSDB-para-atacar-Lula.htm

     

  6. Janio corrige FHC: corrupção vem desde FHC

    Brasil 247

     

     :

     

    Colunista Janio de Freitas rebate o argumento, usado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de que a ocrrupção na Petrobras foi implantada pelo ex-presidente Lula; Janio lembra o caso do delator Pedro Barusco, que afirmou roubar a estatal desde 1997, ou seja, quando o presidente era FHC

     

    17 de Maio de 2015 às 03:30

     

     

    247 – O colunista Janio de Freitas rebateu o argumento, usado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de que a ocrrupção na Petrobras foi implantada pelo ex-presidente Lula.

    Janio lembrou o caso do delator Pedro Barusco, que afirmou roubar a estatal desde 1997, ou seja, quando o presidente era FHC. Leia abaixo:

    Bem claro

    Fernando Henrique em Nova York: “Esses malfeitos vêm de outro governo, isso deve ficar bem claro. Vêm do governo Lula. Começou aí”. 

    Se é para “ficar bem claro”, vêm de outro governo sim. Como disse Pedro Barusco, em sua delação premiada e na Câmara, “começou em 1997” na Petrobras do governo Fernando Henrique. Ou o que é dito em delação premiada só vale contra adversários de Fernando Henrique?

    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/181219/Janio-corrige-FHC-corrupção-vem-desde-FHC.htm

     

  7. A Era dos Imbecis

    Tijolaço

     

    16 de maio de 2015 | 11:42 Autor: Fernando Brito

     

     

     

    lupus

    Comecei a escrever este post na terça-feira, mas achei que era exagerado ficar contando experiências pessoais, mais do que tenho revelado aqui meus problemas de saúde.

    Mas agora, depois da agressão estúpida e vaidosa feita por um executivo palerma – certamente titular de um bom plano de saúde, devidamente abatido do IR, isto é, do Estado –  contra o ex-ministro Alexandre Padilha num restaurante paulista, por causa do “Mais Médicos”, resolvi contar duas histórias. A minha e a de meu velho professor Nilson Lage, que a publicou em seu Facebook, fonte permanente de pautas e inspiração deste blog.

    Segunda fui fazer exames no Instituto de Cardiologia de Laranjeiras, vários deles, a começar por uma coleta de sangue, para a qual cheguei às 7:30 h.

    Peguei a senha de número 76 e sentei-me do lado de duas senhoras, ambas muito longe da condição de miseráveis, uma delas com o número 61 (o da outra não pude observar). E tome de ouvir que aquilo era uma esculhambação, que a fila era imensa, etc, etc.

    Clientela cerca de 50% de classe média, como eu.

    Bom, meu sangue foi colhido às 9h, uma espera que foi menor do que aquelas que, muitas vezes, tive em laboratórios privados. Depois, esperei mais meia hora por um eletro e coisa de uma hora ou pouco mais para dois “doppler”, coronárias, aorta  e carótidas”.

    Às 13:30 estava fora do do hospital, depois de, em todas as salas de espera, ouvir impropérios mil contra o “nove dedos”. Assim mesmo, vindo de gente que não era miserável nem estava sendo exposta a sofrimentos.

    Como ouvi no final de semana que passei, quase todo, na Unidade de Emergência Mário Monteiro, em Piratininga, tomando insulina, subcutânea e no soro.

    Ontem à tarde, de volta a Niterói, fui ao modestíssimo Posto de Saúde do Tibau, na ligação entre a Lagoa de Piratininga, por onde se chega por uma ponte que nem suporta caminhões, marcar uma consulta para encaminhamento a um endocrinologista. Uma ida, como se depreende, sem marcação nem “peixada”, embora eu tenha visto por ali um simpático e simples restaurante de peixe, pois o Tibau pouco mais é que uma vila de pescadores. E a consulta foi marcada para segunda-feira, às sete da manhã.

    Claro que há milhares de situações dramáticas e indignas no atendimento da saúde pública. Muito, muito mesmo, é precário e insuficiente, mas não há como comparar com o dantesco que não faz muito vivemos.

    Mas todos nós, de alguma forma, as aceitamos como panorama universal da saúde pública, com a cabeça feita pelo mundo-cão com que estes casos são amplificados pela mídia, com a prazerosa cumplicidade daquela parte da corporação médica que bem se representa no high-society.

    Já em outro lugar “bem”, Florianópolis, Nilson Lage, de 80 anos, narra:

    “Ontem passei mal, com uma gripe braba que ganhou contornos mais sérios tanto pela idade quanto pelo DPOC – trocando em miúdos, o antigo e superado (no nome) enfisema; essa doença o rapaz aqui adquiriu com o vício do cigarro, que era hábito elegante, promovido pelas estrelas de cinema, objeto ritual de profissões tensas como jornalismo ou medicina, derivativo ou calmante oferecido até, em caixinhas de dois, aos passageiros de avião para superar a tensão das “zonas de instabilidade”…

    Quado a febre bateu nos 38 e meio e a respiração ficou insuportavelmente ofegante, às nove da noite de um sábado espremido entre feriados, fui à Unidade de Pronto Atendimento do bairro. Na UPA, colheram sangue para o hemograma completo, marcaram o raios-X para o dia seguinte, deram-me oxigênio, hidrocortisona na veia, antibiótico (indicado excepcionalmente em portadores de DPOC para prevenir a provável pneumonia bacteriana oportunista) e me puseram em repouso, ligado aos equipamentos e monitorado por três horas, até que a médica – uma jovem doutora muito gentil – me liberou com as recomendações de praxe e indicação para retorno. Tudo conforme o protocolo.

    Pelas outras macas passaram um rapaz acidentado que foi porteiro no condomínio em que moro e uma dona de casa com hérnias de disco que esperava cirurgia e estava em crise dolorosa;

    Deitado, melhorando, tive tempo bastante para lembrar como era há pouco mais de dez anos quando acontecia algo assim: a distância, a espera, os ambulatórios de hospitais públicos mais entupidos de gente do que as rodoviárias; e a medicina-negócio que prosperava no marketing do desespero oferecendo serviço vagabundo (nunca vi cumprirem integralmente um protocolo desses, a não ser em clínicas muito caras, e testemunhei outras tantas vezes o atendimento de casos graves por auxiliares de enfermagem e estudantes de medicina em início de curso, principalmente nos fins de semana) – tudo pago, no sufoco, Deus sabe como, por quem podia.

    Fico pensando: como se pode odiar, assim, de graça, alguém que fez esta e outras coisas boas; ou ter saudade do governo infame e cínico de Fernando Henrique Cardoso, que fazia praça da liquidação dos serviços públicos, da invasão por vendilhões dos templos onde os homens buscam seus direitos e adquirem fé na humanidade? Em nome de que ambição, que ideologia, que princípios que não a lei do mais forte, a crença apaixonada na guerra de todos contra todos (bellum omnia omnes) descrita no Leviatã, sem sequer o poder inibidor das maldades humanas previsto por Hobbes?

    O poder inibidor das maldades humanas de Hobbes era (ou é) o Estado e seus aparelhos, ideológicos e repressivos, como a mídia e a Justiça.

    Que, no Brasil, tornaram-se estimuladores diários do bellum omnia omnes, que gerou a famosa frase que afirma ser o homem o lobo do homem.

    Sem um contraponto como, porque a intelectualidade entregou-se às minudências do politicamente correto, da filosofia do “direito do consumidor” e do relativismo (paradoxalmente) “absoluto” e de um Governo que não polemiza, não reage, não proclama princípios e regras, chegamos a este ponto.

    Espalha-se, pela sociedade, a ideia de que é com brutalidade que se resolve a vida: desde a prisão sem fundamento e razoabilidade, a redução da maioridade penal como remédio e o portar armas como sinônimo de “paz”.

    Parece que ingressamos na Era dos Imbecis.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=26732

     

  8. jornalismo wando

    Não gosto de referenciar a FSP que para mim está sempre “em observação”. A matéria é obviamente tendenciosa, como aliás não poderia deixar de ser, tentando sempre criar um grande escândalo tipo tapioca. Mas nas entrelinhas dá para ver que um dos grande problemas dos custos maiores da petrobras vem justamente do modelo de gestão de mão-de-obra direcionado para a terceirização. Faça uma comparação de funcionários e terceirizados e vai ver que os números batem

     

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/219568-petrobras-quer-reduzir-time-de-comunicacao.shtml

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