Por Marcuses
Comentário ao post “Os caminhos do radicalismo pós-Serra“
Prezado Nassif,
Apesar de achar que Lula foi um dos maiores presidentes que o Brasil já teve, ao lado de Getúlio e Juscelino, não esqueço o radicalismo do PT antes de 2002.
O impeachment era uma palavra de ordem constante na militância petista, que queria porque queria derrubar FHC. O “Fora FHC” era o seu lema permanente.
As críticas ácidas de Lula, de Dirceu e dos demais integrantes do partido a ‘tudo isso que está aí’ gerou um clima permanente de revolta, que levou muitos a acreditarem que o PT iria acabar com a bandalheira, com a corrupção, etc. Até o Paralamas do Sucesso fez uma música falando dos “trezentos picaretas” que haviam no Congresso, denunciados por Lula. O denuncismo e o discurso moralista anti-corrupção sempre foi parte da plataforma do PT.
De repente, tudo muda. Lula assume e se vincula, justamente, aos picaretas que havia denunciado antes (ou, pelo menos, a parte deles). Isso provocou um choque em grande parte da militância e simpatizantes. O próprio PSOL é orginado desse descontentamento.
Conheço muita gente que sempre votou no partido e que, hoje, tem ódio de Lula e do PT. Essa gente ajuda, e muito, a engrossar o caldo do radicalismo atual. A desilução é péssima conselheira. Para eles, partido nenhum mais presta e os políticos, e a própria democracia, são vistos com desconfiança, o que fomenta o caldo do golpismo.
Como podemos ver, o que semeamos, cedo ou tarde, colhemos de volta.
Grande abraço,
Marcuses
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