Cepal: AL reduz pobreza e avança no comércio

Da Carta Maior

Na crise global, AL reduz pobreza e avançará no comércio, diz Cepal

Em 2011, mesmo diante dos impactos da crise econômica dos países ricos, três milhões devem deixar pobreza na América Latina, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal). Taxa de pobreza na região, de 30%, é a mais baixa em duas décadas. Volume de negócios entre países emergentes vai superar fluxo entre ricos até 2018.

BRASÍLIA – A América Latina não escapa totalmente imune dos efeitos mundiais da crise econômica vivida este ano pelos países ricos, como Estados Unidos e alguns europeus, mas, mesmo assim, conseguirá manter a redução da pobreza. E, até 2018, terá um dinamismo comercial com o qual vai ajudar os países emergentes a fazerem mais negócios entre si do que os países industrializados, que há 25 anos tinham uma fatia de transações globais dez vezes maior.

A visão otimista sobre os rumos da região é da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) e foi expressa em um estudo divulgado nesta terça-feira (29), no Chile, e em um debate na última sexta-feira (25), em Brasília.

Em 2011, diz a Cepal, três milhões de pobres vão sair da pobreza no conjunto dos países latino-americanos. Eles somavam 177 milhões em 2010, o equivalente a 31,4% da população, e, agora, devem ser 174 milhões, ou 30,4%. Em 1990, a pobreza atingia quase metade da região (48% dos habitantes).

Para a Cepal, a queda da pobreza latino-americana em duas décadas resulta principalmente do aumento da renda do trabalho. Os programas de transferências de renda, como o bolsa família brasileiro, também contribuíram, mas em menor escala.

“A pobreza e a desigualdade continuam diminuindo na região, o que é uma boa notícia, especialmente no contexto da crise econômica internacional”, disse a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, em comunicado na página da instituição na internet divulgado nesta terça (29).

Mergulhados na crise e com perspectivas desanimadoras no curto e médio prazo, os países ricos vão ser destronados pelos mais pobres, dentre os quais, os latino-americanos, em volume de negócios.

Em 1985, o comércio sul-sul (entre países emergentes, encabeçados pela China) respondia por apenas 6% das transações mundiais, enquanto o norte-norte (entre países industrializados) era de 63%.

Agora, os mesmos percentuais são de 24% e 38%, respectivamente, segundo estudo da Cepal apresentado sexta-feira (25), pelo secretário-executivo adjunto da entidade, Antonio Padro, em debate em Brasília. “Há uma clara mudança no eixo de dinamismo mundial que favorece a região”, disse.

Apesar do cenário otimista, Prado acha que não se pode descartar o impacto da crise na região. O crescimento deve desacelerar, quase inevitavelmente.

Para ele, porém, a região tem boas chances de superar a crise, graças a resultados colhidos nos últimos anos como estabilidade macroeconômica, diminuição da pobreza e da mortalidade infantil, melhoria nos índices educacionais, aumento da classe média e abundância de recursos naturais.

Luis Nassif

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