Expectativa de nova denúncia amedronta governo Temer e aliados

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – As expectativas são de que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, apresente nova denúncia contra Michel Temer ainda nesta semana. Os próprios ministros do peemedebista, como Eliseu Padilha (Casa Civil), admitiram as grandes chances.

“As possibilidades serão as maiores do mundo em todos os aspectos, a nossa possibilidade de aprovação das nossas regras [nas matérias do Congresso], também a possibilidade de surgir uma nova denúncia, por óbvio que é possível. Naturalmente que ela tem que ser fundamentada”, disse o ministro, ainda nesta segunda-feira (28).

As chances aumentam porque Rodrigo Janot deixa o posto maior do Ministério Público Federal (MPF) no próximo 17 de setembro, quando será substituído pela futura procuradora-geral Raquel Dodge.

Os receios são de que uma nova denúncia aprofundará ainda mais a crise política do governo Temer, agora mais fortemente junto a seus aliados e bancadas que até então queriam o manter na cadeira. Desde as delações da JBS que implicaram diretamente o mandatário peemedebista e sua cúpula de governo, Temer enfrenta mais dificuldades de manter as alianças até o fim do mandato.

A segunda denúncia de Janot contra Temer teria como estrutura as acusações de obstrução à Justiça e possivelmente organização criminosa. Com a expectativa de a peça ser enviada à Câmara dos Deputados ainda nesta semana, Temer decidiu manter no Brasil alguns nomes importantes de sua cúpula, e não levar com a comitiva na reunião dos Brics, na China.

Entre os ministros que o presidente preferiu deixar no país estão o da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira. Ambos permaneceram para acompanhar, principalmente, a votação da revisão da meta fiscal pelos parlamentares. Padilha também ficou em Brasília.

Nesta quarta, o presidente da Câmara e em exercício com a ausência de Temer, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a Casa Legislativa não pode se deixar contaminar e prejudicar votações pelo risco da chegada da nova denúncia.

Admitindo que “não é fácil” manter a tranquilidade e o ritmo dos trabalhos em meio à turbulência da crise política, Maia disse que “chegando a segunda denúncia, ela vai para o seu ritmo normal e a Câmara tenta continuar seu trabalho para que uma coisa não atrapalhe a outra”.

E “enquanto [a peça] estiver na comissão [de Constituição e Justiça], certamente o Plenário vai continuar trabalhando e tentando pautas as matérias que são relevantes para o Brasil. É o que tentamos fazer”, defendeu Maia.

“Se vier uma nova denúncia, por certo, estaremos preparados para, politicamente, enfrentá-la no que diz respeito ao campo político, e juridicamente, enfrentá-la, no campo jurídico. E a economia está descolada [da política]. Prova disso é que, neste segundo trimestre, tivemos o melhor desempenho em relação ao primeiro trimestre. E no terceiro, temos vários indicadores que estão superando os do segundo também. Ou seja, estamos em ascensão. Na política, também teremos que dar o tratamento que o caso, se vier, merecer”, disse o ministro de Temer, Eliseu Padilha.

 

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Como se resolve isso.

    Aumentando o teto de gastos. OK, o teto é uma aberração, assim como é aberração aumentar para dar apoio (sic) ao golperno.

    Até bancos salivam.

  2. O Haiti é aqui!

    A direita dizia que a Esquerda iria fazer do Brasil uma Cuba (quem dera!).  O que a mesma direita tem a dizer por estarem nos transformando num Haiti?

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