Hildegard Angel: “É meu dever dizer aos jovens o que é um golpe de estado”

Sugerido por Tamára Baranov

Neste momento em que um golpe ronda um país vizinho, é meu dever dizer aos jovens o que é um golpe de estado
 
Por Hildegard Angel
 
Neste momento extremamente grave em que vemos um golpe militar caminhar célere rumo a um país vizinho, com o noticiário chegando a nós de modo distorcido, utilizando-se de imagens fictícias, exibindo fotos de procissões religiosas em Caracas como se fosse do povo venezuelano revoltoso nas ruas; mostrando vídeos antigos como se atuais fossem; e quando, pelo próprio visual próspero e “coxinha” dos manifestantes, podemos bem avaliar os interesses de sua sofreguidão, que os impedem de respeitar os valores democráticos e esperar nova eleição para mudar o governo que os desagrada, vejo como meu dever abrir a boca e falar.
 
Dizer a vocês, jovens de 20, 30, 40 anos de meu Brasil, o que é de fato uma ditadura.
 
Se a Ditadura Militar tivesse sido contada na escola, como são a Inconfidência Mineira e outros episódios pontuais de usurpação da liberdade em nosso país, eu não estaria me vendo hoje obrigada a passar sal em minhas tão raladas feridas, que jamais pararam de sangrar.

 
Fazer as feridas sangrarem é obrigação de cada um dos que sofreram naquele período e ainda têm voz para falar.
 
Alguns já se calaram para sempre. Outros, agora se calam por vontade própria. Terceiros, por cansaço. Muitos, por desânimo. O coração tem razões…
 
Eu falo e eu choro e eu me sinto um bagaço. Talvez porque a minha consciência do sofrimento tenha pegado meio no tranco, como se eu vivesse durante um certo tempo assim catatônica, sem prestar atenção, caminhando como cabra cega num cenário de terror e desolação, apalpando o ar, me guiando pela brisa. E quando, finalmente, caiu-me a venda, só vi o vazio de minha própria cegueira.
 
Meu irmão, meu irmão, onde estás? Sequer o corpo jamais tivemos.
 
Outro dia, jantei com um casal de leais companheiros dele. Bronzeados, risonhos, felizes. Quando falei do sofrimento que passávamos em casa, na expectativa de saber se Tuti estaria morto ou vivo, se havia corpo ou não, ouvi: “Ah, mas se soubessem como éramos felizes… Dormíamos de mãos dadas e com o revólver ao lado, e éramos completamente felizes”. E se olharam, um ao outro, completamente felizes.
 
Ah, meu deus, e como nós, as famílias dos que morreram, éramos e somos completamente infelizes!
 
A ditadura militar aboletou-se no Brasil, assentada sobre um colchão de mentiras ardilosamente costuradas para iludir a boa fé de uma classe média desinformada, aterrorizada por perversa lavagem cerebral da mídia, que antevia uma “invasão vermelha”, quando o que, de fato, hoje se sabe, navegava célere em nossa direção, era uma frota americana.
 
 
 
Deu-se o golpe! Os jovens universitários liberais e de esquerda não precisavam de motivação mais convincente para reagir. Como armas, tinham sua ideologia, os argumentos, os livros. Foram afugentados do mundo acadêmico, proibidos de estudar, de frequentar as escolas, o saber entrou para o índex nacional engendrado pela prepotência.
 
As pessoas tinham as casas invadidas, gavetas reviradas, papéis e livros confiscados. Pessoas eram levadas na calada da noite ou sob o sol brilhante, aos olhos da vizinhança, sem explicações nem motivo, bastava uma denúncia, sabe-se lá por que razão ou por quem, muitas para nunca mais serem vistas ou sabidas. Ou mesmo eram mortas à luz do dia. Ra-ta-ta-ta-tá e pronto.
 
E todos se calavam. A grande escuridão do Brasil. Assim são as ditaduras. Hoje ouvimos falar dos horrores praticados na Coreia do Norte. Aqui não foi muito diferente. O medo era igual. O obscurantismo igual. As torturas iguais. A hipocrisia idêntica. A aceitação da sobrevivência. Ame-me ou deixe-me. O dedurismo. Tudo igual. Em número menor de indivíduos massacrados, mas a mesma consistência de terror, a mesma impotência.</
Luis Nassif

52 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. leituras

    Recomendações de leituras para estes dias:

    – LEGADO DE CINZAS – UMA HISTÓRIA DA CIA, de Tim Weiner;e

    -FÓRMULA PARA O CAOS – A DERRUBADA DE SALVADOR ALLENDE 1970-1973, de Moniz Bandeira.

    A História não se repete, mas também não é assim totalmente criativa…

  2. É duro ter que explicar, mas

    É duro ter que explicar, mas não há como  escapar disso.

    Vou insistir, hordas de brasileiros fugidos da europa falida

    (principalmente) são mentores de boa parte dos “coxinhas”

    raivosos daqui, gritam  a ineficácia do Brasil como um  todo,

    já que voltaram e não estão tendo os privilégios prometidos

    por seus pais. Quem  tiver duvidas sobre isso saindo da net,

    basta dar “rolês” pelos points coxo-moderninhos de sampa.

    Não viveram a ditadura mas : Meu pai disse que era bem melhor!

    1. Morallis, voce identificou a

      Morallis, voce identificou a mesma “peculiaridade” brasileira que eu ja identifiquei ha anos atraz com outras palavras:  TODA vez que voce ve uma posicao top de poder no Brasil, ela esta sempre preenchida com um sobrenome estrangeiro.

  3. beleza, hoja não tem mais

    beleza, hoja não tem mais ditadura no Brasil. Mas esse medo, essa angústia de nunca mais ver sequer o corpo do irmão ou de um familiar é a realidade ainda de muito brasileiro. A diferença é que não são mais de brasileiros “coxinhas”, é só da classe pobre e trabalhadora, morador de periferia. Mas agora podemos votar, a liberdade pupula de todas as esquinas finalmente.

    por falar em coxinhice, que tal a senhora Angel tentar se informar um pouco melhor a respeito do que acontece na Venezuela, ao invés de apenas ler a imprensa alinhada com o governo chavista? Sabe, o mundo não é só uma grande batalha entre a ALBA e os EUA, ou será que voltamos à guerra fria?

    http://periodicoellibertario.blogspot.com.ar/2014/02/resumen-express-de-la-situacion.html

    Pd: Si usted quiere leer los elementos que contradicen que en Venezuela haya golpe de Estado, le recomiendo leer https://rafaeluzcategui.wordpress.com/2014/02/17/las-diferencias-de-abril/

    1. Lucas..

      Lucas, só uma perguntinha básica: derrubar um governo legiitmamente eleito é o que? vc fala tanto em “coxinha” que talvez eu não saiba que no dicionário deles golpe conste como ato democrático..sobre a “guerra fria”, sugiro que vc dê uma olhada com o que acontece na Ucrânia quem sabe amplie um pouco seus discernimento..

      1. opa se acompanho o que ocorre

        opa se acompanho o que ocorre na Ucrania, inclusive, se você tiver interesse em saber mais do que ocorre lá, te recomendo a leitura de uma entrevista feita com um sindicalista de lá, esclarecendo bem a questão:

        http://roarmag.org/2014/02/euromaidan-protests-ukraine-contradictions/

        “derrubar” um governo eleito legitimamente é uma questão importante. Se a classe trabalhadora tivesse derrubado o governo nacional-socialista hitleriano, você acharia isso um grande crime contra a humanidade? hmm, parece que a questão não é tão simples assim para ser colocado em termos de “derrubada de governo” = golpe de Estado. Ou você acha que o argentinazo em 2001 também foi um golpe militar?

        Longe de mim defender os fascistas que trazem a palavra de ordem “LaSalida”, é óbvio que essas pessoas pensam apenas em termos de golpe, trocar um governo por outro. Mas é bastante claro para qualquer um que REALMENTE busca informações, e não fica apenas repetindo a TeleSur, que esse governo é no mínimo “heterodoxo” no que diz respeito a forma de se lidar com protestos de rua. No Brasil pelo menos ainda não vimos oficiais da inteligência secreta atirando a esmo contra manifestantes, independente da posição política deles.

        1. Mal informado >>> mal posicionado… (é “tomático”)

          …”derrubado o governo nacional socialista hitleriano”…

          O colega precisa estudar um pouco (só um pouquinho basta) de História para opinar melhor.

          Deve estar pensando que Hitler provavelmente foi eleito pelo povo alemão e não por sucessivos golpes parlamentares (e terrorismo do partido) culminando com o “queimamento” do Reichstag e sua definitiva “enfuhrerização”.

          Informar-se em porta de banheiro público dá nisso!

          Ou em nada, dá no mesmo…

           

          1. hitler chegou no poder na

            hitler chegou no poder na alemanhã por meio dos caminhos formais que a democracia alemã oferecia no momento. Você por acaso acha que o PT não tem seus capa-pretas para disputar voto em cidadezinhas do interior? Você é um iludido, acha que a democracia liberal é “limpinha”.

          2. O Capa-Preta vai te pegar!

            Trabalhei numa empresa onde havia um porteiro noturno muito religioso e ingênuo. O pessoal que lá trabalhava à noite (era um CPD 24h) se divertia vez por outra atazanando o pobre porteiro ligando para a portaria e dizendo de forma gutural:

            “O capa-preta vem aííí … o capa-preta vai te pegaaarr…”.

            Para deleite da rapaziada na sala do comuptador, o coitado, apavorado, ligava lá de imediato para para pedir ajuda aos colegas, ou que alguém lhe fosse fazer companhia… (sempre ia 1 ou 2 gaiatos para continuar tripudiando).

            Era só aumentar o tédio que repetiam a dose, várias vezes por mês, invariavelmente perguntando-lhe pelo capa-preta ao passar pela portaria. Um dia alguém penalizado contou-lhe a malvada farsa e acabou-se a brincadeira.

            Moral da história:

            Alguém precisa explicar ao Lucas e seus colegas sobre “capas-pretas”.

    2. SENTÍMOS CHEIRO DO GOLPE

      Muitos querem tampar o sol com suas peneirinhas, querendo impor aos experientes observadores políticos os conteúdos de suas precárias informações e ausentes reflexões. É lamentável que estes se apoiem nos desvalidos para consubstanciar sua ideologia golpista. Os que sempre ignoraram essas populações, agora fazem uso teórico e prático delas. Todo mundo inteligente, que acompanha política há anos e anos, como Hildegard, sabe o cheiro do golpe, o sente de longe, embora agora esteja bem perto, e já se propaguem pelo mundo há um bom tempo, para mantermos a ilusão de que se tratam de críticas democráticas. Nunca se fez críticas de modo a subtrair a ordem e o debate. O golpe é óbvio, e não são crianças educadas pela Xuxa, com suas cabecinhas obtidas por lavagem cerebral, que virão nos ensinar. Deveriam é respeitar nossa experiência e conhecimentos, de uma era muito mais substancial, que a imagética, publicitária e Global que vivemos.

  4. O sofrido texto completo – se é que isso seja possível

     

    NESTE MOMENTO EM QUE UM GOLPE RONDA UM PAÍS VIZINHO, É MEU DEVER DIZER AOS JOVENS O QUE É UM GOLPE DE ESTADO

    Publicado em 20/02/2014

    Neste momento extremamente grave em que vemos um golpe militar caminhar célere rumo a um país vizinho, com o noticiário chegando a nós de modo distorcido, utilizando-se de imagens fictícias, exibindo fotos de procissões religiosas em Caracas como se fosse do povo venezuelano revoltoso nas ruas; mostrando vídeos antigos como se atuais fossem; e quando, pelo próprio visual próspero e “coxinha” dos manifestantes, podemos bem avaliar os interesses de sua sofreguidão, que os impedem de respeitar os valores democráticos e esperar nova eleição para mudar o governo que os desagrada, vejo como meu dever abrir a boca e falar.

    Dizer a vocês, jovens de 20, 30, 40 anos de meu Brasil, o que é de fato uma ditadura.

    Se a Ditadura Militar tivesse sido contada na escola, como são a Inconfidência Mineira e outros episódios pontuais de usurpação da liberdade em nosso país, eu não estaria me vendo hoje obrigada a passar sal em minhas tão raladas feridas, que jamais pararam de sangrar.

    Fazer as feridas sangrarem é obrigação de cada um dos que sofreram naquele período e ainda têm voz para falar.

    Alguns já se calaram para sempre. Outros, agora se calam por vontade própria. Terceiros, por cansaço. Muitos, por desânimo. O coração tem razões…

    Eu falo e eu choro e eu me sinto um bagaço. Talvez porque a minha consciência do sofrimento tenha pegado meio no tranco, como se eu vivesse durante um certo tempo assim catatônica, sem prestar atenção, caminhando como cabra cega num cenário de terror e desolação, apalpando o ar, me guiando pela brisa. E quando, finalmente, caiu-me a venda, só vi o vazio de minha própria cegueira.

    Meu irmão, meu irmão, onde estás? Sequer o corpo jamais tivemos.

    Outro dia, jantei com um casal de leais companheiros dele. Bronzeados, risonhos, felizes. Quando falei do sofrimento que passávamos em casa, na expectativa de saber se Tuti estaria morto ou vivo, se havia corpo ou não, ouvi: “Ah, mas se soubessem como éramos felizes… Dormíamos de mãos dadas e com o revólver ao lado, e éramos completamente felizes”. E se olharam, um ao outro, completamente felizes.
    Ah, meu deus, e como nós, as famílias dos que morreram, éramos e somos completamente infelizes!

    A ditadura militar aboletou-se no Brasil, assentada sobre um colchão de mentiras ardilosamente costuradas para iludir a boa fé de uma classe média desinformada, aterrorizada por perversa lavagem cerebral da mídia, que antevia uma “invasão vermelha”, quando o que, de fato, hoje se sabe, navegava célere em nossa direção, era uma frota americana.

    Deu-se o golpe! Os jovens universitários liberais e de esquerda não precisavam de motivação mais convincente para reagir. Como armas, tinham sua ideologia, os argumentos, os livros. Foram afugentados do mundo acadêmico, proibidos de estudar, de frequentar as escolas, o saber entrou para o índex nacional engendrado pela prepotência.
    As pessoas tinham as casas invadidas, gavetas reviradas, papéis e livros confiscados. Pessoas eram levadas na calada da noite ou sob o sol brilhante, aos olhos da vizinhança, sem explicações nem motivo, bastava uma denúncia, sabe-se lá por que razão ou partindo de quem, muitas para nunca mais serem vistas ou sabidas. Ou mesmo eram mortas à luz do dia. Ra-ta-ta-ta-tá e pronto.

    E todos se calavam. A grande escuridão do Brasil. Assim são as ditaduras. Hoje ouvimos falar dos horrores praticados na Coreia do Norte. Aqui não foi muito diferente. O medo era igual. O obscurantismo igual. As torturas iguais. A hipocrisia idêntica. A aceitação da sobrevivência. Ame-me ou deixe-me. O dedurismo. Tudo igual. Em número menor de indivíduos massacrados, mas a mesma consistência de terror, a mesma impotência.
    Falam na corrupção dos dias de hoje. Esquecem-se de falar nas de ontem. Quando cochichavam sobre “as malas do Golbery” ou “as comissões das turbinas”, “as compras de armamento”. Falavam, falavam, mas nada se apurava, nada se publicava, nada se confirmava, pois não havia CPI, não havia um Congresso de verdade, uma imprensa de verdade, uma Justiça de verdade, um país de verdade.

    E qualquer empresa, grande, média ou mínima, para conseguir se manter, precisava obrigatoriamente ter na diretoria um militar. De qualquer patente. Para impor respeito, abrir portas, estar imune a perseguições. Se isso não é um tipo de aparelhamento, o que é, então? Um Brasil de mentirinha, ao som da trilha sonora ufanista de Miguel Gustavo.

    Minha família se dilacerou. Meu irmão torturado, morto, corpo não sabido. Minha mãe assassinada, numa pantomima de acidente, só desmascarada 22 anos depois, pelo empenho do ministro José Gregory, com a instalação da Comissão dos Mortos e Desaparecidos Políticos no governo Fernando Henrique Cardoso.

    Meu pai, quatro infartos e a decepção de saber que ele, estrangeiro, que dedicou vida, esforço e economias a manter um orfanato em Minas, criando 50 meninos brasileiros e lhes dando ofício, via o Brasil roubar-lhe o primogênito, Stuart Edgar, somando no nome homenagens aos seus pai e irmão, ambos pastores protestantes americanos – o irmão, assassinado por membro louco da Ku Klux Klan. Tragédia que se repetia.

    Minha irmã, enviada repentinamente para estudar nos Estados Unidos, quando minha mãe teve a informação de que sua sala de aula, no curso de Ciências Sociais, na PUC, seria invadida pelos militares, e foi, e os alunos seriam presos, e foram. Até hoje, ela vive no exterior.

    Barata tonta, fiquei por aí, vagando feito mariposa, em volta da fosforescência da luz magnífica de minha profissão de colunista social, que só me somou aplausos e muitos queridos amigos, mas também uma insolente incompreensão de quem se arbitrou o insano direito de me julgar por ter sobrevivido.

    Outra morte dolorida foi a da atriz, minha verdadeira e apaixonada vocação, que, logo após o assassinato de minha mãe, precisei abdicar de ser, apesar de me ter preparado desde a infância para tal e já ter então alcançado o espaço próprio. Intuitivamente, sabia que prosseguir significaria uma contagem regressiva para meu próprio fim.

    Hoje, vivo catando os retalhos daquele passado, como acumuladora, sem espaço para tantos papéis, vestidos, rabiscos, memórias, tentando me entender, encontrar, reencontrar e viver apesar de tudo, e promover nessa plantação tosca de sofrimentos uma bela colheita: lembrar os meus mártires e tudo de bom e de belo que fizeram pelo meu país, quer na moda, na arte, na política, nos exemplos deixados, na História, através do maior número de ações produtivas, efetivas e criativas que eu consiga multiplicar.

    E ainda há quem me pergunte em quê a Ditadura Militar modificou minha vida!

    Hildegard Angel

     

     

  5. Ao longo dos meus mais de

    Ao longo dos meus mais de trinta anos nos meios de comunicação na capital de Minas já vi esses movimentos várias vezes. Nos últimos dias, os donos de emissoras têm feito inúmeras e inexplicáveis reuniões. O cheiro de golpe exala forte do meu sexto sentido…

    1. do meu também…

      o campo de batalha desses velhos golpistas sempre foi o presente em crise…………

       

      motivo do plantão nacional para mostrar apenas ódio, violência e desgraças

      1. Crise produzida pela midia corrupta

        Todos problemas históricos, banais e ordinários, inclusive uns que estão com solução em curso, são amealhados para compor o quadro de crise. Assim se produz artificialmente uma crise. Que os onibus são cheios, desconfortáveis e caros; numa época em que o grande transporte de massas é feito por metrôs e os trens, e os ônibus não passam de obsolescência. A Saúde Pública está um caos, quando temos um dos melhores e mais universais sistema de atendimento à saúde do mundo, com atendimento totalmente gratuito e oferta de remédios caríssimos, sem pedir atestado de probreza, coisa que não tem nem parecido nos USA. Nunca tivemos tantas universidades, e nunca se tinha tomado coragem para fazer a transposição das águas do São Francisco e começar a acabar com o histórico problema da seca no NE, sempre negligenciado. E é nesse panorama de progresso que vem os que querem mais, mas que há algum tempo não abriam a boca para querer nada, nem para tentar impedir a expropriação de seu próprio patrimônio.

        1. pois é, nilccemar…

          mas não é só por ela não; também pelos mocinhos e mocinhas que viajam ou ficam um tempo lá fora…………

          maioria dos que estão pelas ruas a reclamar………………………….triste ver

          mais triste ainda é saber que eles não sabem que os países que eles consideram melhores que o nosso são pelo menos mil anos mais velhos que o nosso em quase tudo, né mesmo!?

           

          somos tão jovens e já conseguimos tanto, tanto, e tão rápido………………………………

           

          vou entrar de novo na minha equação doida com o tempo que temos de bom governo……………………..

           

          estou tentando descobrir se até este então, ou desde a saída dos militares e a chegada de um bom governo, permaneceu tudo parado, beneficiando apenas especuladores e certas famílias

  6. > Neste momento extremamente

    > Neste momento extremamente grave em que vemos um golpe militar caminhar célere rumo a um país vizinho (…)

    Há envolvimento de militares na crise venezuelana?

  7. Ainda não creio num golpe  na

    Ainda não creio num golpe  na Venezuela , mas sei do desejo dos nossos

    coxinhas, hoje eles amanhã nós yuuupiiiii!Como se não houvesse a reação

    dos milhões de não “coxinhas” que mesmo não  alinhados  com o governo 

    tem  aversão a golpistas de toda casta.

  8. O mais triste é constatar que

    O mais triste é constatar que as pessoas que mais tiveram acesso a educação é que são as patrocinadoras desse absurdo. Estão se achando os internacionalistas; estamos fazendo uma revolução no mundo… não tem a menor ideia que estão servindo de bucha; que são massa de manobra, justamente dos que eles julgam estar derrubando… É inacreditável! As essas alturas, muitos já perceberam o papel imindo que estão fazendo mas por vaidade ou arrogância não conseguem descer do trem… ou se calam ou tentam justificar, o que é bem pior. Não tem compromisso com um discurso que vinha sendo cantado em verso e prosa, até ontem… está explicado o uso das máscaras, é uma forma de desaparecer qdo as consequências da empreitada começarem a aparecer. De qq forma, não será difícil identificar os mascrados de hoje, num futuro bem próximo, serão os que estarão numa boa, achando tudo normal, ou “criticando” de maneira livre os desmandos de seus representantes ( eles nunca assumirão isso ). A crítica será apenas, um disfarce ao apoio que deram e, muito provavelmente, será financiada pelos ” criticados”.

    1. Talvez suas opções não sejam

      Talvez suas opções não sejam tão inconscientes assim. Tiveram grande apoio institucional lá trás, a partir do AI-5, com a abolição das pedagogias vigentes para implantação do acordo MEC-USAID, que passou a determinar as diretrizes pedagógicas locais. Isso, complementado pela ação educativa da globo, com a educadora Xuxa, por exemplo, iria gerar a mentalidade que vemos hoje. Eles se autonomizaram dos compromissos sociais que sempre identificaram a atitude e os movimentos dos jovens _ são voluntaristas, lutam por causas próprias, privadas.

      1. É verdade… A falta que faz

        É verdade… A falta que faz a formação política; os partidos devem estar atentos a isso. Veja o MST que mantém sua própria escola…

        1. O problema da formação

          O problema da formação política me parece  mundial, dia desses conversei

          com duas universitárias uma mexicana e uma argentina radicada nos EUA,

          ambas com no máximo 23 anos e oriundas de familias de classe média.Não

          foi a primeira vez mas..exatamente duas “coxinhas” globalizadas,odeiam 

          seus paises de origem assim como as classes  menos favorecidas de

          qualquer lugar do planeta.

          1. Esse grupo de jovens gélidos

            Esse grupo de jovens gélidos e empedernidos já tinha sido descoberto pelos menores de rua, que os nominou Mauricinhos e Patricinhas, isso já foi na década de 90. São os atualmente nominados coxinhas, que resolveram agir politicamente, e têm sido muito bem recebidos nos partidos ditos de esquerda, que os fornece todo aparato linguístico e o ethos corporal para que se apresentem como descolados. 

          2. Mas há

            Mas há  acontrapartida!

            Existe sim e de forma atuante uma parcela da juventude digamos

            “bem esperta” quanto a essas formatações, e eles já andam

            batendo de frente com os ditos “coxinhas.Nada violento,é que

            “coxinha montado” não segura um papo seguido de atitude por

            muito tempo., correm para casa.

          3. Mas o que eu não consigo

            Mas o que eu não consigo entender é exatamente, esse ódio insano que esses grupos ” coxinhas” tem dos outros; eles é que são os privilegiados; isso não faz nenhum sentido. O que parece é que,ao contrário do que propagam, a política por conta dos governos populares, passou a ser interessante, vista de outra forma. Esses grupos, como sempre estiveram a margem do processo político embora, sempre favorecidos, tentam encontrar uma janela para entrar na política no grito já que no debate não se sustentam por cinco minutos. Política é chão, disputa, militância, diálogo, desgaste… e isso eles não querem pq não foram acostumados. Querem tudo na hora. Eu quero derrubar esse governo e quero, agora. Ah mas tem eleição… Ah aí eu não quero pq tem disputa e eu não sei perder… A opção é partir para a truculência e fazer parceria com a mídia que amplifica um movimento pequeno, como se fosse gigante e veicula imagens da truculência de um país no outro e, o mundo fica com a sensação de que os países estão divididos. Não é o que as urnas mostram. Por isso, fim as urnas. Querem fazer política mas não querem participar da disputa política….

          4. São simples mandões: aqueles

            São simples mandões: aqueles reizinhos que mandam nos pais desde bebes. Agora cresceram, e querem mandar em todo mundo. Não têm senso de autoridade, nem respeito. Não gostam de pobres, porque foram criados bem distantes deles, em escolas particulares, bem provavelmente aquelas bi ou tri-língue, escolas estrangeiras, como tem muitas aqui, pelo menos em São Paulo.

          5. O problema nilccemar é que

            O problema nilccemar é que parece que essa truculência “pega”. Cansei de postar sobre não exigirmos o mesmo tratamento que o STF, por exemplo, deu aos réus da AP 470 a outros partidos; ou que não ficassemos exigindo a prisão de Roberto Jefferson pq Genoíno estava preso em condições semelhantes… Mas não adianta, as pessoas parecem querer  vingança e, com isso legitimam, sem perceber, todas as barbaridades perpetradas. Agora, veja. Roberto Jefferson, pelo que sabemos, não tem a menor condição de ficar numa cadeia, assim como Genoíno… Genoíno vai preso e, automaticamente, todo mundo sai pedindo a prisão do outro e não a revisão do caso do primeiro. Ou seja, se morrerem os dois na cadeia, foi feita justiça… O mesmo acontece com o caso do Azeredo, de que adianta que todos os julgamentos sejam como os da AP 470; isso só vai servir para ligitimá-lo, qdo o que queremos é desqualificá-lo, por ter sido um absurdo. Mas não; se todo mundo “tiver direito” a um julgamento de exceção, isso passa a ser a regra e tudo bem… 

          6. Eu acho, Cristiana, que _ se

            Eu acho, Cristiana, que _ se ainda em curso a polêmica da AP 470, a ação subsequente tiver critérios diferentes, regulares e legais _ ou seja, se EA e outros políticos não forem julgados pelo STF, ocorre que, embora recupere-se um pouco da ordem e moral dos julgadores, como é nossa expectativa, por outro lado, caracteriza e marca ainda mais a ideia de que petistas estão excluídos da condição de cidadãos, e de que não merecem os benefícios da Justiça: isso será aceito como normal. Ou seja, o Judiciário se recupera, porque aquilo foi só uma exceção já passou, e confirma sua autoridade quanto à ação anterior, e os petistas ficam definitivamente estigmatizados como sub-cidadãos e dai para pior: incrementa mais ainda perseguição petista. O contraste dirá isso. Não é que queiramos fraudes processuais, mentiras e as aberrações também contra eles, isso não queremos, mas, o que se espera é que também sejam julgados pelo STF, ainda mais por ser esse objeto de julgamento justamente em MG, com o judiciário lá todo tucano, onde será obviamente poupado, talvez até inocentado. Se eles se esquivarem, ou forem esquivados, vai ser péssimo, resultará na seguinte conclusão: os culpados eram só os petistas mesmo.

  9. Os dias não eram assim

    Eh nosso dever lutar contra toda forma de opressão e de cessão das liberdades civis. Os que hoje acham lindo falar que uma ditadura é melhor que “tudo isso que ai esta”, ou fizeram parte do governo ditatorial ou são insconcientes da realidade de se viver num Pais sem democracia. 

     

    1. quando nem poderão reclamar

      quando nem poderão reclamar contra “tudo isso que está aí”. A irresponsabilidade de determinados segmentos sociais chega ao absurdo. E coloco, sem medo de errar, nosso judiciário.

  10. Por favor Nassif, corrija o texto

    Por favor Nassif, corrija o texto, copiaram e colaram pela metade…

    Obrigada

    “Neste momento em que um golpe ronda um país vizinho, é meu dever dizer aos jovens o que é um golpe de estado”

    Por Hildegard Angel

    Neste momento extremamente grave em que vemos um golpe militar caminhar célere rumo a um país vizinho, com o noticiário chegando a nós de modo distorcido, utilizando-se de imagens fictícias, exibindo fotos de procissões religiosas em Caracas como se fosse do povo venezuelano revoltoso nas ruas; mostrando vídeos antigos como se atuais fossem; e quando, pelo próprio visual próspero e “coxinha” dos manifestantes, podemos bem avaliar os interesses de sua sofreguidão, que os impedem de respeitar os valores democráticos e esperar nova eleição para mudar o governo que os desagrada, vejo como meu dever abrir a boca e falar.

    Dizer a vocês, jovens de 20, 30, 40 anos de meu Brasil, o que é de fato uma ditadura.

    Se a Ditadura Militar tivesse sido contada na escola, como são a Inconfidência Mineira e outros episódios pontuais de usurpação da liberdade em nosso país, eu não estaria me vendo hoje obrigada a passar sal em minhas tão raladas feridas, que jamais pararam de sangrar.

    Fazer as feridas sangrarem é obrigação de cada um dos que sofreram naquele período e ainda têm voz para falar.

    Alguns já se calaram para sempre. Outros, agora se calam por vontade própria. Terceiros, por cansaço. Muitos, por desânimo. O coração tem razões…

    Eu falo e eu choro e eu me sinto um bagaço. Talvez porque a minha consciência do sofrimento tenha pegado meio no tranco, como se eu vivesse durante um certo tempo assim catatônica, sem prestar atenção, caminhando como cabra cega num cenário de terror e desolação, apalpando o ar, me guiando pela brisa. E quando, finalmente, caiu-me a venda, só vi o vazio de minha própria cegueira.

    Meu irmão, meu irmão, onde estás? Sequer o corpo jamais tivemos.

    Outro dia, jantei com um casal de leais companheiros dele. Bronzeados, risonhos, felizes. Quando falei do sofrimento que passávamos em casa, na expectativa de saber se Tuti estaria morto ou vivo, se havia corpo ou não, ouvi: “Ah, mas se soubessem como éramos felizes… Dormíamos de mãos dadas e com o revólver ao lado, e éramos completamente felizes”. E se olharam, um ao outro, completamente felizes.

    Ah, meu deus, e como nós, as famílias dos que morreram, éramos e somos completamente infelizes!

    A ditadura militar aboletou-se no Brasil, assentada sobre um colchão de mentiras ardilosamente costuradas para iludir a boa fé de uma classe média desinformada, aterrorizada por perversa lavagem cerebral da mídia, que antevia uma “invasão vermelha”, quando o que, de fato, hoje se sabe, navegava célere em nossa direção, era uma frota americana.

    Deu-se o golpe! Os jovens universitários liberais e de esquerda não precisavam de motivação mais convincente para reagir. Como armas, tinham sua ideologia, os argumentos, os livros. Foram afugentados do mundo acadêmico, proibidos de estudar, de frequentar as escolas, o saber entrou para o índex nacional engendrado pela prepotência.

    As pessoas tinham as casas invadidas, gavetas reviradas, papéis e livros confiscados. Pessoas eram levadas na calada da noite ou sob o sol brilhante, aos olhos da vizinhança, sem explicações nem motivo, bastava uma denúncia, sabe-se lá por que razão ou por quem, muitas para nunca mais serem vistas ou sabidas. Ou mesmo eram mortas à luz do dia. Ra-ta-ta-ta-tá e pronto.

    E todos se calavam. A grande escuridão do Brasil. Assim são as ditaduras. Hoje ouvimos falar dos horrores praticados na Coreia do Norte. Aqui não foi muito diferente. O medo era igual. O obscurantismo igual. As torturas iguais. A hipocrisia idêntica. A aceitação da sobrevivência. Ame-me ou deixe-me. O dedurismo. Tudo igual. Em número menor de indivíduos massacrados, mas a mesma consistência de terror, a mesma impotência.

    Falam na corrupção dos dias de hoje. Esquecem-se de falar nas de ontem. Quando cochichavam sobre as “malas do Golbery” ou as “comissões das turbinas”, as “compras de armamento”. Falavam, falavam, mas nada se apurava, nada se publicava, nada se confirmava, pois não havia CPI, não havia um Congresso de verdade, uma imprensa de verdade, uma Justiça de verdade, um país de verdade.

    E qualquer empresa, grande, média ou mínima, para conseguir se manter, precisava obrigatoriamente ter na diretoria um militar. De qualquer patente. Para impor respeito, abrir portas, estar imune a perseguições. Se isso não é um tipo de aparelhamento, o que é, então? Um Brasil de mentirinha, ao som da trilha sonora ufanista de Miguel Gustavo.

    Minha família se dilacerou. Meu irmão torturado, morto, corpo não sabido. Minha mãe assassinada, numa pantomima de acidente, só desmascarada 22 anos depois, pelo empenho do ministro José Gregory, com a instalação da Comissão dos Mortos e Desaparecidos Políticos no governo Fernando Henrique Cardoso.

    Meu pai, quatro infartos e a decepção de saber que ele, estrangeiro, que dedicou vida, esforço e economias a manter um orfanato em Minas, criando 50 meninos brasileiros e lhes dando ofício, via o Brasil lhe roubar o primogênito, Stuart Edgar, somando no nome as homenagens ao seus pai e irmão, ambos pastores protestantes americanos – o irmão assassinado por membro louco da Ku Klux Klan. Tragédia que se repetia.

    Minha irmã, enviada repentinamente para estudar nos Estados Unidos, quando minha mãe teve a informação que sua sala de aula, no curso de Ciências Sociais, na PUC, seria invadida pelos militares, e foi, e os alunos seriam presos, e foram. Até hoje, ela vive no exterior.

    Barata tonta, fiquei por aí, vagando feito mariposa, em volta da fosforescência da luz magnífica de minha profissão de colunista social, que só me somou aplausos e muitos queridos amigos, mas também uma insolente incompreensão de quem se arbitrou o insano direito de me julgar por ter sobrevivido.

    Outra morte dolorida foi a da atriz, minha verdadeira e apaixonada vocação, que, logo após o assassinato de minha mãe, precisei abdicar de ser, apesar de me ter preparado desde a infância para isso e já ter alcançado o espaço próprio. Intuitivamente, sabia que prosseguir significaria uma contagem regressiva para meu próprio fim.

    Hoje, vivo catando os retalhos daquele passado, como acumuladora, sem espaço para tantos papéis, vestidos, rabiscos, memórias, tentando me entender, encontrar, reencontrar e viver, apesar de tudo, e promover nessa plantação tosca de sofrimentos uma bela colheita: lembrar aos meus mártires, e tudo de bom e de belo que fizeram pelo meu país, quer na moda, na arte, na política, nos exemplos deixados, na História, através do maior número de ações produtivas, efetivas e criativas que possa multiplicar.

    E ainda há quem me pergunte em quê a Ditadura Militar modificou minha vida!

    1. Nós também, exigimos a

      Nós também, exigimos a liberação do jornalista Carone, detido sem os tramites legais em MG, por ordem de Aécio e sua irmã, mas o cara continua lá preso.

    2. Pense…

      …e responda: se o grupo político representado por Leopoldo López tomar o poder na Venezuela, o que fará pelo país e pelo povo? Que propostas tem? Quem será seu ministro do petróleo? Quem é Leopoldo López?

      1. E, será que um polítco que

        E, será que um polítco que desviou dinheiro público, como Leopoldo Lopez, quando exerceu o cargo de prefeito durante 2000-2008 é uma pessoa com todas as caracteristicas políticas para questionar o atual modelo de governo, que de fato foi escolhido para representar o povo venezuelano?

         

  11. Os números da ditadura são

    Os números da ditadura são ainda mais impressionantes: Houve um desmonte da educação como nunca se viu antes. Até a década de 60 o salário de professores era comparável ao de um funcionário do banco do Brasil, e a qualidade da 4° série era fortíssima. Hoje estamos em penúltimo lugar em qualidade de educação mundial.

    A violência urbana, quase inexistente até 1960, explodiu a partir da década de 1970, com o combustível da explosão demográfica (incentivada pelos militares) seguida do inchaço das periferias das cidades e da favelização tem sequelas até hoje e os paulistas e cariocas de hoje nem imaginam com eram tranquilas estas capitais antes do golpe.

    A vilolência na Amazônia, com massacres no campo, pistoleiros de aluguel, confrontos, grilagem de terras, teve início após os militares terem iniciado uma política de ocupação desordenada da Amazônia.

    Rondônia foi um dos grandes exemplos de ocupação fracassada, muitos assentamentos (feitos após amplo desmate de selva) sem a menor infraestrutura foram logo abandonados para serem integrados a grandes latifundios e virarem pecuaria de baixíssima produtividade, pois o solo laterítico da floresta não favorecia a agricultura.

    Na verdade daria para escrever vários livros sobre os equivocos da ditadura militar, o povo recebeu o poder de volta com um país em hiper inflação, dívida externa gigantesca, desemprego alto, e muito mais na década de 80.

    Se os militares tivessem feito escolhas acertadas na economia, talvez tivesse tido uma história de sucesso econômico permanente e não tivessem tido um clamor tão grande pelo diretas já. Mas em uma ditadura, as pessoas que realmente podem aconselhar o governo, ou fazer criticas construtivas, os intelectuais, estavam todos apavorados demais para aconselhar; e o governo tomava decisões completamente sozinho, sem consultar ninguém, coisa típica de uma ditadura.

  12. Hildegard Angel

    Tenho um grande respeito pela dor de Hildegard Angel e pela de todos os que perderam alguém próximo nas lutas contra  a ditadura que deslustrou a história de nosso povo. Embora não seja o meu caso, pois não tive ninguém de minhas relações familiares assassinado depois de 1964, ainda me recordo muito bem e também lamento a morte de inúmeros companheiros ligados a mim de uma forma ou de outra, caídos naquele período. No entanto, não aceito, como nunca aceitei, que a sombra de minha geração cubra sequer a ponta dos calcanhares das gerações que vem despontando e sucederão inexorávelmente a minha.

    Não aceito, primeiro porque o conhecimento da história é um conhecimento com o mesmo grau de especialização e de complexidade que a física, a química ou a biologia, para não ir muito longe. Poucos a conhecerão a fundo, “comme il  fault”, em consequência. E se me permitem um comentário à margem, afirmo que nossas melhores universidades ainda tratam nossa história com uma perspicácia digna de cortesãos, nada mais que isso.

    Não aceito também porque cabe a cada geração fazer sua própria revolução, como já ensinou Thomas Paine em seu Senso Comum, há mais de duzentos anos. Haverão, por certo, gerações omissas, equivocadas, ignorantes, apressadas, delirantes ou o que fôr. Mas sempre será um engano terrível a pretensão dos mais velhos de querer encerrar dentro de suas próprias experiências e perspectivas um futuro que irremediavelmente não lhes pertence.

    Não aceito, por último, porque façam ou não façam o que quizerem, qualquer que seja o período considerado, seja no presente, no passado ou no futuro, os indivíduos de qualquer geração jamais poderão fugir à prova da história real.

    Lembremo-nos sempre de nossos heróis e de nossas heroínas, mortos em plena juventude ou na maturidade, pois eles são o melhor que tivemos numa época de luzes e sombras. Falemos sempre deles entre nós para conservá-los em nossos sentimentos.

     

  13. A idade deve ter deixado a

    A idade deve ter deixado a senhora senil

    Querer dizer que ha um golpe de estado na Venezuela e comparar ao que houve no Brasil ou mesom na america latina em outra epoca é algo só justificado mesmo por uma mente comprometida por algum mal causado pelo passar dos anos…

    1. Debate-se com argumentos

      Ao invés de ouvir precisoso depoimento de testemunha da época, tenta desmoralizá-lo como produto de senilidade, e ainda, sem apresentar argumento algum para fundamentar tal apreciação, como pode ? Sabe você mais que Hildegard Angel ? Quê elementos tem para confrontá-la assim, tão radicalmente, e com tanta certeza ?  De onde vem sua certeza ? que afronta toda percepção histórica de uma geração que acompanhou não só esse golpe, de 64, mas também a queda de Allende, em 73, no Chile, e agora acompanha a nova modalidade de golpes pelo mundo.

  14. Parece que foi ontem.Ou será

    Parece que foi ontem.Ou será anteontem?  Bem, as manchetes   festivas reminiscentes do bom e velho Globo estão lá para quem não acredita, duvida e não faz fé.

    O anticomunismo era o” bixopapão”.Como todo “bixopapão” que  se preza,não se  explica tampouco é aceito nas  rodas intelectuais vigentes.

    E, todo o mundo  embarcou ou fez que embarcou. Uns  embarcaram mais do que os outros.Até pagaram! Quem não lembra   do “Ouro para o bem do Brasil”? Brasil , era o nome de um general  e que  não era golpista, ainda  assim, levou a fama…O correto devia  ser  “Ouro para o bem do Castelo e dos  encastelados”.Mas, como não fui convidado pelo departamento de criação da segunda  seção,ficou isso mesmo .

    Bom mesmo é que   o que cara  metia o pé na porta  de um desafeto,batia em todo o mundo, depenava  a casa do sujeito,predicado e  complemento e às vezes acontecia de sumirem  com os personagens por longo tempo.Uns até hoje …

    O mais divertido  era conversar com essas pessoas, os fardados e os que adoravam fardas,não é que  acreditavam

    no que  contavam? Havia  aqueles  que juravam ter  apreendido armamento, fardas e ração militar,cubana é claro,uns caprichavam  contando a mesma história  com personagens soviéticos.

    Enfim,mentia-se muito e ganhava-se pouco. Ah! O STF,não participava   de nenhum programa de televisão  e os ministros davam esporro sem testemunhas,olho no olho.Claro que custou mais do que  a capa e o salário para os insurgentes.

    O AI-5  provocou reações mais diversas, Indignações,revolta e frustração.O seu Roberto,por exemplo jamais  se recuperou   por não ter sido convidado para  assinar   como anuente o tal  ato.Levou essa mágoa para o Cosme Velho e  dali para a história  em quadrinhos.

     

  15. Segundo o STF, golpe contra a

    Segundo o STF, golpe contra a Democracia é o que tentaram em 2003/2005 integrantes de um grupo condenado recentemente, o qual tinha esta senhora como um dos apoiadores….

  16. A quem cala a ditadura?

    A ditadura militar só cala a quem acredita que o mundo foi feito só para eles.  Que negros, pobres , mulheres, crianças e e gays não são merecedores da vida, muito menos dos direitos de cidadão.   Como diz Mario Sérgio  Cortella o que diferencia um cidadão ou um político do idiota é sua relação consigo mesmo (só vê o próprio umbigo) – este é o idiota.  Ou o outro, ser social, que vive em comunidade e que sabe que os direitos são os mesmos para todos, sem exceção.  Taí a grande diferença entre o governo do PT e de outros partidos até então existentes no País – a relação com todos e não com ALGUNS como querem estes mesmos que alardeiam a ditadura militar.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador