Jucá vê 2018 como possível disputa entre “bravateiros, justiceiros e outsiders”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: PMDB
 
Jornal GGN – A Agência Pública divulgou, na última semana, uma reportagem exclusiva sobre a trajetória política e o atual papel do senador Romero Jucá junto ao governo Temer, passando pelas críticas do arquiteto de impeachment sobre as consequências da parceria mídia-Lava Jato para a classe política.
 
“Na visão do senador, há uma campanha em curso, liderada pelo Ministério Público Federal e com o apoio da Rede Globo, para exterminar a classe política. ‘Os políticos estão encurralados. Primeiro por causa dos erros, mas estamos fazendo uma transição correta, os resultados do país são animadores, mas a imprensa, principalmente a Globo, com o Jornal Nacional, está detonando a política. Eles querem mudar o status quo, mas acho um erro. Você tem que cobrar novos procedimentos e fazer uma transição para melhorar a classe política. Se você extermina a política, no lugar vem a aventura'”, publicou a Agência.
 
“Para Jucá, o Brasil caminha para virar uma Itália, referindo-se à extinção dos principais partidos do país após a Operação Mãos Limpas, no início da década de 1990, que resultou na assunção de Silvio Berlusconi à Presidência. Se a decisão do Brasil for mesmo exterminar a classe política, conta, a próxima eleição será marcada por três cenários: ‘Você vai ter a vertente dos candidatos bravateiros, com nomes como Ciro Gomes, Bolsonaro ou qualquer outro maluco desses, os justiceiros, que é o Joaquim Barbosa, o Dellagnol, o Moro ou qualquer um desses que diz que prende e arrebenta. Ou você vai ter os outsiders, que dizem que a política não presta. O João Doria vestiu essa fantasia sem ser [essa pessoa]. No caso de São Paulo, deu certo. Mas você vai ter aí o Luciano Huck, a presidente do Supremo [Cármen Lúcia], o Roberto Justus, Ana Maria Braga. Pode dar qualquer coisa'”, projetou.
 
Segundo o senador, o “problema é o dia seguinte que um desses ganhar”. “Com raras exceções, o cara não sabe o que vai fazer no Brasil e não vai ter base parlamentar para nada. Convivi com os quatro presidentes nos quais fui líder, presidir o Brasil não é um negócio fácil. Somos um país continental, culturalmente complicado na vida política, cheio de pressões e contra pressões, antagonismos, com um pluripartidarismo tresloucado. Eles vão precisar da classe política para governar. E aí? Entendeu? A aventura, em lugar nenhum do mundo, deu certo. Aqui já vimos com Collor e Dilma. Você não inventa um presidente, é muito difícil. É preciso ser um gênio para pegar as coisas no ar… A tendência é dar errado.”
 
Jucá ainda demonstrou que a cobertura da Lava Jato feita pela Rede Globo foi indigesta e levou a um rompimento nas relações por parte do senador. “A cobertura da Rede Globo dos desdobramentos da Lava Jato, que o tem deixado enfurecido, fez com que ele dissesse abertamente pelos corredores do Senado que a Globo não precisava mais procurá-lo para tratar dos temas do grupo no Congresso. Referia-se a questões tributárias do interesse das emissoras de rádio e TV, acompanhadas pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e que inevitavelmente passa pelo crivo dos senadores.”
 
Leia a reportagem completa aqui.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. Lula fora da disputa

    É o que se se lê de sua fala. O que está subentendido. Ja considera Lula fora.

    E acredito que ele está certo. Estará inelegível.

     

    1. A análise desse senhor leva

      A análise desse senhor leva em conta a destruição dos políticos tradicionais atingidos pela Lava Jato. Portanto, não cita Lula, mas também nenhum candidato original do PSDB – Serra, Alckimin ou Aécio. 

  2. O Cajú deveria saber, já que

    O Cajú deveria saber, já que é um político tão safo, que os verdadeiros donos do golpe sempre foram o consorcio midia-judiciário. Ele, e sua turma, MT a frente podem ser perfeitamente jogados fora tal qual baçaço da laranja.

    A criminalização da política é para pegar o PT em primeiro lugar, mas a rigor o PMDB só é tolerado se puder entregar a mercadoria. Certo, até que eles, Caju, MT e caterva, estão tentando, mas existe algo que atrapalha: O eleitor que está de olho no que o parlamentar, que precisa de voto, vai fazer.

    Ao embarcar no golpe contra a democracia, o Cajú deveria saber que abriu-se a porteira. A partir daí, o político é o que menos apita na coisa toda. Aconteceu em 64 com o Lacerda e demais golpistas da UDN e PSD e a hsitória de repete com uma lógica irresistível

    1. Jucá é um politico menor. Não

      Jucá é um politico menor. Não lê, não estuda,

       tem a percepçãp prática e linear dos movimentos políticos.

      Não resistirá aos próximos movimentos.

  3. Liçao histórica.

    Quando iniciou a Jornada de Junho de 2013, os com tendencia a esquerda imaginaram que chegaria sua vez. O PSOL e os demais, pretenderam tomar o lugar que o PT que estava sendo escorraçado. Lembrem-se “Mais saúde e educação”. O que se viu foi a tomada da narrativa politica pelo judiciário, mídia e partidos de direita. A eleição do Congresso, conservadora-fisiológica, foi o resultado palpável… O Congressistas eleitos eram defensores de Deus, da Família e Propriedade. Eram outros nome, mais a direita havia vencido. 

    Em 2018 caminhamos para o mesmo resultado, mudam-se o nomes, mas a ideologia será a mesma.

    Não caiamos na ilusão que não há ideologia, “tudo é igual”. Foi essa a ilusão que foi defendida no período do PT no poder: O PT é igual a todos. Hoje estamos vendo que não!!! 

  4. Jucá sendo Romero Jucá. Nada mais.

    Jucá sendo Romero Jucá. Nada mais. Como sempre, tratando de tentar salvar o próprio pescoço. Esse papinho de que empreende um suposto enfrentamento à Globo, citado no parágrafo final, por exemplo. Alguém aqui acredita nisso? 

  5. “Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”

    Cara de Pau.

    O sujeito foi artífice dessa patifaria que está aí e agora quer posar de conselheiro. Como se estivesse preocupado com o futuro do país.

    Não tem credibilidade para expressar qualquer opinião.

    É um conspirador, traidor que contribuiu para o caos e desrespeito do mundo para com o país.

    Sujeito menor. Faria melhor se deixasse a política pela porta dos fundos.

    1. SE fosse menor não teria sido

      SE fosse menor não teria sido requisitado por quatro Presidentes que precisaram de seus serviços a partir da restauração democratica, sem esquecer que tambem era homem de confiança do General Bayma Denis no regime militar.

  6. Jucá é um operador politico

    Jucá é um operador politico profissional desses que todos os paises democraticos ou não tem, não se opera um governo  sem um tipo como Jucá no Brasil, Clark Cliffords nos EUA, Giulio Andreotti na Italia, Duhalde na Argentina,  ele é o mecanico do elevador, todo predio precisa. Na Primeira Republica o Senador Pinheiro Machado era o tipico operador, no Estado Novo o homem das conexões era Negrão de Lima, no regime militar Ptronio Portella.  No governo Lula esse homem era Jose Dirceu.

    Depois de sua absurda saida do governo Lula começou a lenta queda do projeto do PT que terminou no impeachment.

    Por falta de operadores fracassaram os governos de Janio Quadros e Jango. O fundamental é a extraordinaria capacidade de composição de intersses que esses personagens dispõe, a habilidade em fazer as conexões, em amarrar as ligações e os compromissos, estes não tem papel assinado, vale a palvra de quem faz os arranjos.

    Essa capacidade de articulação independe de ideologia, refere-se ao mecanismo de governo, com qualquer ideologia.

    Só quem não tem a menor noção de politica REAL pode achar que um operador desses se improvisa ou é desnecessario. Leva décadas para

    Leva décadas para ter as habilidades essenciais para mover as engrenagens, não é por outro motivo que Presidentes completamente diferentes como Sarney, FHC, Lula e Dilma (1º mandato)  necessitaram dos serviços de Jucá.

    Em outra escala lembra Talleyrand, chanceler de oito regimes, da Revolução Francesaà a Restauração Bourbon, passando pelo Imperio de Napoleão, o mesmo homem para politicas completamente diferentes, operou da extrema esquerda à extrema direita.

    Talleyrand era muito mais que Ministro de Realações Exteriores, era o grande operador de todos esses regimes tão dispares,

    assinou a execução de Luis XVI e 23 anos depois foi Ministro do irmão do guilhotinado, Luis XVIII e no intervalo foi Ministro do Diretorio, do Consulado e do Imperio de Napoleão e foi tudo isso porque era imprescindivel.

    1. Negociar a democracia?

      Concordo com a maioria dos seus argumentos. Mas para tudo na vida há limites, mesmo na prática da política REAL.  E nem me refiro às questões éticas e morais.

      Jucá agiu por uma questão se sobrevivência do seu grupo político. Nessa tarefa optou por sacrificar um governante eleito democraticamente. Isso não é pouco. Basta constatar o que estamos assistindo.

      Até o mais arguto articulador (realpolitik) precisa ter a noção do suicídio político. Seu e de seu grupo político, quanto mais das questões envolvendo a governabilidade e, no limite, princípios democráticos inegociáveis.

      Calculou muito mal suas ações, suas escolhas. 

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