Moradores se organizam contra aeroporto em Parelheiros

Enviado por Gustavo Belic

Movimento Contra o Aeroporto de Parelheiros se organiza

INFORME Nº 130

MOVIMENTO GARÇA VERMELHA

1- VOTAÇÃO DO PDE 

Amanhã, dia 23.04.2014, haverá a votação do texto final do Plano Diretor Estratégico de São Paulo pelos vereadores.

Nós do “Movimento Garça Vermelha”, que integramos desde a primeira hora o “Movimento Aeroporto em Parelheiros Não”, temos lutado há quase um ano contra esse projeto juntamente com outras centenas de organizações e pessoas, num compromisso sem volta.

Somos contra o “aeroporto em Parelheiros” porque ele trará destruição da vegetação e fauna da região e adjacências, atingindo dezenas de nascentes que alimentam a represa de Guarapiranga já tão carente nesses tempos de falta de água. Dará também início à ocupação desenfreada e incontrolada de toda Parelheiros, devastando aquela região em termos ambientais e jogando a população mais pobre para a Serra do Mar, trazendo mais destruição com essa nova ocupação, num ciclo perverso e permanente.

A versão original do texto Relator foi boa, até porque foi fruto de inúmeras Audiências Públicas Temáticas e Regionais. No entanto quatro vereadores tentaram introduzir algumas modificações que beneficiam descaradamente a “especulação imobiliária” e as “empreiteiras”, como a eliminação da criação do “Parque Natural do Paiol”, exatamente na área que querem destinar ao “aeroporto”.

Em razão desses descasos a votação final já foi adiada por duas vezes, mas nessa quarta feira nos mobilizaremos para que ela finalmente se realize.

Convidamos, então, todos a participar da “Concentração na Câmara Municipal de São Paulo”, dia 23.04.2014, a partir das 11h00, para acompanhar e pressionar para que nossas reivindicações gerais sejam aprovadas dentro do texto do novo Plano Diretor Estratégico.

– Assegurar as ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social

– Assegurar a Área Rural (que atingirá grande parte de Parelheiros)

– Assegurar Cota de Solidariedade que obriga determinados empreendimentos a construir moradias populares

– Aproveitamento dos eixos estruturantes da área de proteção aos mananciais conforme determina as Leis específicas da Guarapiranga e Billings

– Aeroporto em Parelheiros Não! Queremos de volta o Parque Natural Paiol

– Assegurar o direito às terras indígenas   

 

— Associação Movimento Garça Vermelha – MOGAVE Salva de Prata do Prêmio Dorothy Stang de Humanidade, Tecnologia e Natureza, categoria Natureza, versão 2011, outorgada pela Câmara Municipal de São Paulo. Seja um seguidor de nosso blog

http://garcavermelha.blogspot.com

Uma andorinha só não faz verão. Muitas garças fazem.

Em defesa das águas das represas Billings, Guarapiranga, dos cursos d’água que as alimentam, dos canais que as interligam e dos habitantes humanos, animais e vegetais de seus entornos.

Redação

1 Comentário

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  1. Moro em interlagos, que é um

    Moro em interlagos, que é um bairro próximo. Ainda não cheguei a uma opinião formada sobre o aeroporto. Por um lado, são factíveis as preocupações dos ambientalistas, pois históricamente a ocupação urbana em SP foi feita de forma desenfreada e liderada pelos interesses dos detentores do capital imobiliário. Ressalta-se que esta foi a forma preponderante de como ocorreu a ocupação na região, inclusive. Com exceções dos bairros Cidade Dutra e o bolsão de Interlagos, toda a ocupação na região foi feita de forma desorganizada e predatória.

    No entanto, me preocupa a idéia preservacionista que pretende alijar o ser humano da natureza. Valendo-me de uma alegoria: é uma espécie de segunda expulsão do paraíso. Na região vivem 150 mil seres humanos, uma maioria de pessoas pobres, com características de pobreza rural. Nunca a região teve tanto interesse da grande imprensa e da sociedade civil organizada. Porém o foco é a natureza e não as pessoas.

    Será que a preservação ambiental é incompatível com a ocupação humana? Pregar a manutenção da pobreza aquelas pessoas é a forma mais correta de enfrentarmos o desafio da sustentabilidade? Não seria mais correto perseguir o desenvolvimento sustentável da região (de forma inédita) de maneira que não se repita os processos de ocupação desorganizada, do que simplesmente dizer que ali nada deve existir?

    São perguntas difíceis de responder e tenho minhas dúvidas das boas intenções dos ambientalistas. Confesso, porém, que entendo as preocupações como legítimas e fundamentadas.

    A solução do problema, contudo, tem que incluir as pessoas. Com o mesmo ímpeto que se nega a construção do aeroporto, deve se propor uma alternativa de desenvolvimento sustentável para Parelheiros.

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