Na estratégia de obter quórum e tempo contra Temer, Maia marca votação para o dia 2

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados
 
Jornal GGN – Michel Temer obteve uma primeira vitória na Câmara dos Deputados, com a recomendação de arquivamento das acusações de corrupção passiva pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ), na noite desta quinta-feira (13). Rodrigo Maia (DEM-RJ), entretanto, mostrou que não deve deixar espaços para comemorações ao mandatário.
 
O presidente da Câmara dos Deputados já marcou a data: será no dia 2 de agosto o retorno dos trabalhos legislativos, após o recesso parlamentar, e a sessão para iniciar a votação da denúncia contra Temer. Entretanto, o deputado está articulando para contar com 342 deputados para fechar o quórum. Enquanto isso não ocorre, o tema não será votado.
 
Maia reuniu-se com líderes partidários imediatamente após a rejeição da denúncia pela CCJ, no fim do dia de ontem. O presidente da Câmara já determinou o rito e o calendário da votação. Imediatamente após o resultado de 41 votos a favor do arquivamento contra 24 pelo encaminhamento da denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), o parlamentar mostrou agilidade.
 
A primeira data esperada para a votação seria já na próxima segunda-feira (17). Pelo menos, era de seu interesse que o caso fosse resolvido antes do recesso parlamentar. “Se for o interesse de todos os líderes a data de segunda-feira será a data para votar a denúncia. Espero que a gente consiga organizar a data de segunda para votação se tiver o apoio da maioria dos líderes a gente marca a votação para segunda, se não, deixamos para depois do recesso na primeira semana de agosto”, havia dito.
 
Maia também alertou que o número mínimo de deputados presentes seria uma exigência para evitar que o Judiciário reclame algum tipo de validade na votação do Congresso. “Há uma certa confusão nesse tema (quórum), a questão é que não adianta atender o quórum de alguns e no dia seguinte uma ação no Supremo derrubar a votação”.
 
Por isso, determinou, após se encontrar com os líderes, que seria preciso um mínimo de 342 deputados, o que seria mais fácil de ocorrer na volta do recesso. “No acordo de data, tanto a base quanto a oposição entenderam que era a melhor data”, disse o presidente da Câmara, sobre o dia 2 de agosto.
 
Também já foi determinado o rito para a votação. A defesa e o relator terão 25 minutos para a leitura e a palavra. Em seguida, dois parlamentares de cada posição (a favor e contra a denúncia ser analisada pelo Supremo) se manifestam.
 
De acordo com o líder da Minoria, a estratégia de acordar o dia 2 de agosto é negativo para Temer. “Dá tempo para o País se mobilizar e conhecer relatório. Se o governo cedeu na data é porque sabe que não tem votos para dar o quórum de 342. Essa situação pode se agravar ainda mais”, disse o deputado José Guimarães (PT-CE).
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Governo é tudo sobre
    Governo é tudo sobre engenharia social, assim como os Militares. A história nos mostra isso. E o fato é que quando a bola rola, as pessoas correm com ela. Assim é como e porque as religiões começam.

  2. Dever de presidente é provar sua inocência, não comprar proteção

    Um presidente ilegítimo que trai e envergonha o país, escondendo-se atrás de um congresso sabidamente corrupto, usando farto dinheiro público que falta até para impressão de passaportes (sem falar em coisas muito mais graves), para se posstar atrás de um escudo “legal” e absurdo que exige autorização desta camarilha para que a mais alta corte do país possa pelo menos processá-lo por crimes comuns.

    Vamos lá senhor Ali Temer Babá, defenda-se e prove sua inocência no processo de que é acusado perante a mais alta corte!

    Abra mão e pare de se esconder na caverna de 400 ladrões que v. excrescência mantém como parlamento.

    É o que se espera de um homem de verdade.

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