Não ao Projeto Serra, por J. Carlos de Assis

Aliança pelo Brasil

Não ao Projeto Serra, por J. Carlos de Assis

A Petrobrás é a espinha dorsal do desenvolvimento industrial brasileiro. É estratégica para a afirmação e defesa dos interesses nacionais no campo econômico e no campo social, comandando a maior cadeia produtiva do país, que responde direta e indiretamente por cerca de 15% da geração de emprego e renda no Brasil. É inaceitável para a sociedade brasileira que, por razões fortuitas, a Petrobrás seja enfraquecida e retalhada com a única finalidade de fazer dela objeto de cobiça para investidores internos e internacionais que naturalmente estão indiferentes a seu potencial para o desenvolvimento nacional.

O Brasil enfrenta uma aguda crise econômica e de emprego, com dois anos sucessivos de contração e poucas perspectivas de retomada no próximo ano. Ainda há tempo de reação, contudo. Entretanto, nenhuma reação será possível sem a retomada dos investimentos da Petrobrás aos seus níveis históricos de meados de 2014. A cadeia produtiva da empresa está destroçada. Em muitos canteiros de obras, praticamente abandonados, os equipamentos estão se enferrujando. Enormes perdas devidas à paralisação de obras estão sendo efetivadas sem nenhuma necessidade.

A Petrobrás tem lucros operacionais e condições financeiras para retomar seu ritmo histórico de investimento e estancar e reverter as perdas, salvando centenas de milhares de empregos na sua cadeia produtiva. Mesmo com os baixos preços atuais do petróleo, a empresa é competitiva, já que o óleo retirado do pré-sal tem um custo médio de 8 dólares por barril. O único ponto fraco da Petrobrás é sua vulnerabilidade à pilhagem estrangeira, a ser facilitada, por exemplo, pelo projeto do senador José Serra. Note-se que a consequência direta desse projeto será a liquidação da regra do conteúdo nacional na maioria das explorações do pré-sal, sacrificando milhares de empregos de alta qualidade.

O projeto do Senador José Serra visa a retirar a Petrobrás da condição de operadora única do pré-sal. É um equívoco. O Senador parte de uma premissa errada, a saber, que a Petrobrás não tem condições financeiras para dar conta desse programa. Se fosse verdade, seria terrível para nós na medida em que, possuindo a mais competitiva petrolífera do mundo por sua capacidade de produção em águas profundas, com imenso patrimônio, teríamos mesmo assim que dividir com estrangeiros o potencial dessa riqueza estratégica. Então para que teria servido criar, desenvolver e dotar de alta tecnologia a Petrobrás?

Uma empresa que tem 5 bilhões de barris comprovados de petróleo no pré-sal não pode ser apontada como economicamente fraca. São 3,5 bilhões de barris líquidos de custos. Na medida em que o preço do petróleo volte a 50 dólares o barril, a receita futura bruta acumulada desse patrimônio da Petrobrás será da ordem de 1,750 trilhão de dólares. Acaso isso seria uma base insuficiente para que a Petrobrás, por algum expediente, financie seus investimentos? São muitas as alternativas: financiamento do Tesouro, financiamento do Banco dos BRICS ou de um grande banco chinês, pré-venda de petróleo para a China.

Qualquer dessas alternativas afasta a necessidade do projeto Serra, potencializa a geração de empregos na cadeia produtiva da Petrobrás, leva à recuperação imediata da receita de Estados e municípios produtores, e garante mercado crescente para a indústria de máquinas e equipamentos na cadeia produtiva interna de óleo e gás. Por tudo isso se recomenda a rejeição do projeto Serra e se favorece uma ação governamental firme para recuperação dos investimentos da Petrobrás. Felizmente, devido à ação do senador Requião e de outros nacionalistas, o Senado deverá levantar-se como uma barreira patriótica às pretensões de Serra e seus sócios norte-americanos.

J. Carlos de Assis – Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, autor de mais de 20 livros sobre economia política brasileira.

         

Redação

7 Comentários

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  1. Histórias da Carochinha

    Nassif: a notícia de contrariar os planos desse senador que assusta criança rindo, se por um lado alivia a Nação, por outro, preocupa a situação dele junto a essa Máfia do Petróleo. É que ele, conforme consta dos documentos publicados pelo Wikeleaks, havia vendido a alma (eleição 2014) ao Diabo (Chevron), por “trinta dinehiros”. Negociou diretamente com a responsável do Inferno. O negócio incluia o pré-sal e o Dulcídio, num só pacote. Cerveró conduziria a negociata. Paulo Costa administraria. E Youssef seria o diretor financeiro da nova PetroBrax. Meus medos se resumem em, primeiro, se ele não cumprir o combinado, no que vai dar, ou se ele renegociou, direcionando o ajuste para outros negócios, via balcão do Congresso. A Mônica e a irmã do Dantas já estão em Miami, de prontidão para abrir empresa e legalizar o negocio, se concluido.

  2. Serra sugere que tem um caso com a irmã da ex-amante de FHC

    A irmã da ex-amante de FHC é ativista anti-corrupção, acredite se puder. Aécio também é, todos do PSDB são. Como eu estou mal acompanhado!

     

    Cerra diz que função de irmã de Mirian é secreta

    Quá, quá, quá! Imprimirpublicado 19/02/2016 no Conversa Afiadabessinha rolezinho do cerra

    Saiu no Diário do Centro do Mundo:

    Serra: irmã de Mirian Dutra não comparece ao trabalho porque está em “projeto sigiloso”

    Serra tem uma explicação para o que a irmã de Mírian Dutra faz: um “projeto na área de educação”:

    “Ainda é um projeto sigiloso, peço que você não adiante o que é. Lançarei em breve. Queria alguém que me ajudasse em questões não econômicas. Conheço a Mag há muitos anos. Tenho relações pessoais e intelectuais”.

    Mag é funcionária fantasma. Diariamente, registra sua digital na entrada principal do Congresso, a Chapelaria, sem cumprir expediente. Ninguém a conhece no gabinete do senador tucano. Está, no momento, na República Dominicana.

    “Ela trabalha de casa”, afirma Serra. “Meu gabinete tem pouco espaço, não tem sala para todo mundo”.

     

  3. Nao concordo c este projeto

    Nao concordo c este projeto tanto quanto nao concordo em lotear a petrobras com indicados de politicos. Agora seria oportunidade de uma lei onde somente o presidente da petrobras poderia ser indicado pelo governo. 

  4. Serra

    Seu nome é “A maior traíra do Brasil!. Se não tivéssemos um MP pouco sério, este homem já estaria vendo o sol nascer quadrado há mt tempo. Será que os PGRs nunca leram a “Privataria Tucana” ?

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