O julgamento do TSE e o caso do triturador de papel

Dois episódios mostram a manobra articulada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o julgamento das contas de campanha de Dilma Rousseff.
 
Na fase de avaliação das contas, a Asepa (Assessoria de Exame das Contas Eleitorais e Partidárias) incluiu nas “faltas graves” o fato de trituradores de papel, adquiridos pela campanha, terem sido lançados no campo “bens não duráveis”. Alegavam os técnicos que o correto seria lança-los em “duráveis”.
 
Foram questionados na hora por um Ministro que acompanhava os traballhos, que indagou se sabiam qual o tempo de vida útil de cada equipamento. “Duram menos que uma torradeira elétrica”, ensinou-lhes, e ainda os criticou pelo fato de tratarem como “graves” questões de tal irrelevância.
 
O segundo episódio foi na própria avaliação do parecer por Gilmar Mendes.
 
Este salientava a “gravidade” do lançamento fora de prazo de despesas efetuadas.
 
Um dos Ministros explicava  que é praxe os comitês receberem as notas e, primeiro conferir se os serviços registrados foram devidamente prestados, para depois pagar. Isso explicava o fato de notas emitidas no período do primeiro balanço de campanha só terem sido quitadas no período seguinte.
 
Gilmar insistia na gravidade do tema, quando a Internet passou a noticiar a rejeição das contas do governador eleito de São Paulo Geraldo Alckmin, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pelos mesmos motivos. O Ministro informou Gilmar do ocorrido. Caberia aos advogados de Alckmin recorrer ao TSE. 
 
Obviamente se Gilmar considerasse falta grave na prestação de contas de DIlma, teria que adotar o mesmo critério quando fosse analisar as contas de Alckmin.
 
Gilmar acabou concordando tratar-se de mero problema formal.
 
Luis Nassif

28 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Falta gravissima

    Se o pt continuar a cometer faltas graves como essa, não conte com o meu voto em… 2044. Uns dois anos atrás um ministro petista, ou comunista, não sei, comeu uma empadinha e “esqueceu” de contabilizar, agora diz que triturador de papel não é bem durável, bem de raiz; assim não dá!

    Ë por isso que o pig, grande partido da imprensa gopista, junto com o psdb e alguns super ministros não o admiram. Tem jeito não.

    Só mesmo um blog sujo e comprado como este não vê que triturador de papel é bem de raiz. Devia se envergonhar.

     

    1. Dure lex sed lex, no cabelo só Gumex.

      Foram duas tapiocas no valor de R$ 8,00, ou seja, R$ 4,00 cada. Foram contabilizadas sim, porém na rubrica incorreta. Foram pagas com cartão de débito, que o ministro só está autorizado a usar quando em viagem. Como o ministro se encontrava em Brasília, deveriam ter sido pagas em dinheiro.

      Falta gravíssima que resultou no afastamento do ministro.

    1. A Midiona tinha lá suas

      A Midiona tinha lá suas razões. O Ministro do Esporte era preto, pobre, comunista e gostava das iguarias nordestinas. Ai também eh demais! Ele abusou na pobreza, Rsssss

  2. “Gilmar acabou concordando

    “Gilmar acabou concordando tratar-se de mero problema formal”:

    Tao formal como contas de 2010 do aeroporto de Aecio estarem em sua declaracao de gastos, nao eh?

  3. é que os trituradores de

    é que os trituradores de reputações acham

    que o aparelhamento é e será eterno.

    querem transformar a frase do vinícius.

    amor será eterno enquanto

    duro…para os outros, principalment contra os do pt.

  4. Fluxo de caixa

      Exagerou Luis Nassif,

      Qualquer idiota, com um semestre de contabilidade básica, de padaria, carrinho de cachorro quente, sabe que um pagamento somente é contabilizado após o serviço e entrega do documento fiscal, já quanto aos “trituradores de papel”, o tempo de vida operacional deles depende do uso, pode ser até bem menor que uma torradeira, ou até uma bateria de celular, fora os percalços na utilização – o mané coloca um monte de folhas, de gramaturas variadas, a coisa emperra, joga-se o equipamento fora, não vale a pena consertar, é bem de uso – não é bem de patrimonio.

        Um problema sério, nos auditores federais, estaduais, municipais, de qualquer esfera de poder (TCU, MPs, SRF, e outros – para a SRF ainda dou um desconto ), é que as regras contabeis deles estão ultrapassadas, pararam no tempo, são cronificados em que toda maquina ( um exemplo ) é “patrimonio” – tem que ter a porra da plaquinha, não diferenciam utilidade, de custo operacional, ou custo de reposição.

         E meu filho, vc. que liga tanto para tecnologia, procure saber a dificuldade que é explicar para um destes “técnicos-auditores”, um bando de moleques recem saidos de um concurso para burros, que a evolução tecnológica é um custo – caro – e imprescindivel, e se ele me glosar o projeto, ou contingencia-lo por no minimo 6 meses, quando voltar a verba ( uns dois anos depois), a tecnologia mudou, as vezes nem mesmo o equipamento anteiror que ele glosou ou colocou em “analise” ( é a morte, é melhor glosar, pelo menos vc. não tem esperança, parte para outra, ou o passaporte esta na gaveta), esta disponivel, já evoluiu e ficou em outro preço.

          Falam para cacete em desenvolver tecnologia no Brasil, em logistica aplicada, ótimos discursos, planos maravilhosos, já a execução, socorro – como vc. já escreveu, alguns ótimos técnicos, nomeados pelo governo da Dona Dilma, deram “linha”, que vc. justificou com uma frase: “incompatibilidade de jenios”.

           “Incompatibilidade de jenios ” só é aceitavel em divórcio – um tremendo papo furado – na area corporativa é uma frase ofensiva, ridicula.

  5. Esses técnicos que auditaram

    Esses técnicos que auditaram as contas e apontaram essas ” irregularidades graves” deveriam preservar seus currículos. Ao assinar tais relatórios acabam inscrevendo seus nomes na história das eleições no Brasil e, por consequência, expondo-os ao ridículo quando essas mancadas vêm a público.

  6. BEM DURÁVEL

    Se o triturador de papel é um bem durável ? Caramba ! Confesso que também não saberia dizer. Por outro lado, se me perguntassem sobre Gilmar Mendes, ah ! ai eu não titubiaria em afirmar: Esse é um mal eterno.

  7. BEM DURÁVEL

    Se o triturador de papel é um bem durável ? Caramba ! Confesso que também não saberia dizer. Por outro lado, se me perguntassem sobre Gilmar Mendes, ah ! ai eu não titubiaria em afirmar: Esse é um mal eterno.

  8. Não estavam atrás de pelo em casca de ovo…

    Estavam atrás de trituradoras de papel que transformassem o mandato de Dilma em um bem não durável… Ô gentalha burra! 

  9. Sinceramente, isso não tem mais a menor importância

    Fato superado. Já ficou claro que o pedido de impeachment não virá por aí, da prestação de contas de campanha, a não ser algo mais grave seja comprovado. A questão é a corrupção na Petrobrás mesmo. Hoje foram divulgadas novas denúncias envolvendo uma geóloga de nome Venina Velosa da Fonseca, cujo contexto eu ainda não entendi direito. O que eu li foram emails melosos, prolixos e nada claros, evasivos.

    1. Gilmar Dantas

      Caro Alexandre,

      Parabéns. O assunto doravante vai ser a Petrobrás. Para a Globo qualquer memorandozinho interno, aliás a moça parece que era um caso do cara dada as frases que escreveu mas, onde estão as provas? Nunca aparecem.

  10. Depois dessa, se o GM não

    Depois dessa, se o GM não aparecer para se defender, ficaremos (ou ficarei) com a impressão de que ele mudou o seu voto em razão do recurso (que, sorteado, cairá em suas mãos) dos alkmistas. Fazemos qualquer negócio, diria o outro.

  11. Tri-Tu-Ra-Do-Res-De-Pa-Pel,

    Tri-Tu-Ra-Do-Res-De-Pa-Pel, senhores!

    Prova do ridículo que foi essa “devassa” promovida pelo empresário Gilmar Mendes.

  12. Não é bem assim…

     

    Um dos Ministros explicava  que é praxe os comitês receberem as notas e, primeiro conferir se os serviços registrados foram devidamente prestados, para depois pagar. Isso explicava o fato de notas emitidas no período do primeiro balanço de campanha só terem sido quitadas no período seguinte.

    O Artigo 36 da Resolução 23.406 do TSE é claríssimo :

    Art. 36.  Os candidatos e os diretórios nacional e estaduais dos partidos políticos são obrigados a entregar à Justiça Eleitoral, no período de 28 de julho a 2 de agosto e de 28 de agosto a 2 de setembro, as prestações de contas parciais, com a discriminação dos recursos em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para financiamento da campanha eleitoral e dos gastos que realizaram, detalhando doadores e fornecedores, as quais  serão divulgadas pela Justiça Eleitoral na internet nos dias 6 de agosto e 6 de setembro, respectivamente (Lei nº 9.504/97, art. 28, § 4º, e Lei nº 12.527/2011).

     

    Ou seja, como qualquer guarda-livros do interior sabe, o movimento financeiro só é lançado em caixa no dia do pagamento e não na aquisição do bem ou serviço. 

    O que foi contestado, acertadamente, tanto nas contas de Alkmin quanto de Dilma, foi o fato de PAGAMENTOS efetivamente realizados nos períodos relativos as prestações parcias, e que portanto obrigatoriamente deveriam estar nessas prestações, terem sido escriturados apenas dois meses depois, já na prestação final.

     

    Neste link há um caso, em que o efetivo pagamento se deu em 14 de agosto e só foi escriturado em 20 de Outubro.  Portanto não é o caso de conferir se o serviço foi efetuado para depois pagar, e sim de pagar e não relacionar na devida prestação de contas.

    http://cdn.tse.jus.br/contas_partidarias/PT_Candidata_Eleicoes_2014/ANEXO_7_DESPESAS_PAGAS_AGO_4.PDF

     

    1. Certo Alex, os serviços foram

      Certo Alex, os serviços foram prestados, foram pagos e o procedimento todo foi documentado. Não foram informados ao TSE dentro do prazo, portanto devemos impugnar as contas do candidato e, é claro, da próxima vez o canditado que perder o prazo que seja esperto e não informe o gasto. Não acredito que o objetivo do artigo citado seja este.

  13. Lamento dar minha opinião que

    Lamento dar minha opinião que pode não agradar mas pelo sim ou pelo não é a minha opinião; !

    O ministro Giulmar Mendes ao meu modesto ver não reune condições éticas para ser um ministro do STF, pois, é politico partidario sem velo algum, agressivo, prepotente, protetor de tucanos sem cerimonia alguma, ligado intrinsicamente a fatos denunciados como delituosos como no caso do super faturamento em um negócio seu, particular com o TJBA que resultou no desligamento  (afastamento) do presidente daquele tribunal. Portanto, dele sempre espero o inusitado, pautado com a sagacidade e conhecimento juridico que tem, mas, infelizmente tem caido no riciculo com decisões bisonhas como a de (pedir vistas) em um julgamento que já continha 6 votos de 11 sem possibilidade de mudança no resultado, trata-se do caso da proibição de dinheiro de empresas nas campanhas politicas. Portanto, tenho reservas quanto a este cidadão que considero deslocado dos fins do STF, do poder judiciário.  mario 

  14. Tá dominado, tá tudo dominado
    É impressionante como setores público, que deveriam primar pela isenção e impessoalidade, estão dominados até hoje por partidários demotucanos e politiqueiros de oposição. Isso se deve também ao trabalho que a imprensa, não menos corrupta, vem fazendo. Perdem a eleição mas não saem da situação. Vergonha! Cansamos de ser enganados!

  15. Quer dizer que o mandato da

    Quer dizer que o mandato da Dilma ficou dependendo de quanto dura um triturador de papel?! Esses caras são uns babacas! Não se pode deixar de xingar dessa forma esses burocratas sem neurônios, Nassif.

    Quer dizer que colocar em cheque o cargo mais importante da república, que mexe com a vida de milhões de brasileiros é menos importante do que colocar um triturador de papel na lista certa da contabilidade? Ora, vão à merda, senhores. Voces e suas planilhas.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador