Preliminares e bandeiras necessárias para Campos-Marina

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Ref.: Com imagem colada à de Marina, Campos quer ser alternativa a PT e PSDB

TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA – EDUARDO por razões postas na atual conjuntura nacional, tens condições de somando-se à MARINA, e ambos  – cientes do papel histórico – buscarem apoios de notáveis lideranças éticas no campo político, empresarial, intelectual e acadêmico para desfraldarem com o PSB uma extraordinária ´Primavera pela TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA POPULAR´ no Brasil.

Como preliminares é preciso deixar claro:

 – consideramos a polarização PT-PSDB prejudiciais às reformas estruturais que o Brasil precisa;

 – qualquer desses partidos no governo fica refém do apoio parlamentar do que há de pior na política nacional (mensalão, sanguessuga, anões do orçamento, desvios de emendas parlamentares, super salários,  etc etc) onde despontam: Sarney, Maluf, Renan Calheiros, Collor, Jáder Barbalho, Waldemar da Costa Neto, Roberto Jefferson, Henrique Alves que são de fato os controladores dos votos das maiorias de parlamentares).

– nós do PSB, com longa história de intermediação de conflitos políticos e sempre esteve disposto a colaborar nos momentos de crise institucional;

 – nós do PSB sempre tivemos alianças políticas e administrativas leais tanto com o PT quanto com o PSDB e o PMDB, portanto, estamos legitimados a convocá-los para um governo de COALISÃO a fim de dar-se efetividade  a essa transição democrática que o momento nos impõe.

Algumas bandeiras centrais são essenciais como catalizadoras do apoio popular:

a) Emenda Constitucional suprimindo o direito à re-eleição no Executivo e apenas uma no legislativo;

b) Reforma partidária assegurando a ampla organização e manifestação com cláusula de barreiras;

c) fortalecimento de iniciativas populares, referendos, plebiscitos e cassação de mandatos;

d) Reforma do judiciário com mandato revocatório; Tribunais Superiores com mandatos máximo de 8 anos.

e) reforma tributária inclusive imposto sobre grandes fortunas e sobre heranças;

f)  10% do PIB para investimento em educação pelo prazo mínimo de vinte anos.

g) o governo será integrado pelos melhores quadros políticos do Brasil, inclusive, com os melhores quadros do PT, do PSDB e do PMDB.

Estamos pois diante de uma oportunidade histórica. Talvez a última que permita à nossa geração – entre 40/80 anos – que derrubamos a ditadura, lutamos por democracia, exigimos eleições diretas, conquistamos uma Constituição Cidadã e ainda devemos as reformas políticas e estruturais para o desenvolvimento social, justo e igualitário.

Essa geração ainda pode ser protagonista da história e alterá-la para o bem das futuras gerações.

Se com tais pressupostos – claramente propostos na Campanha – a inquietação do povo responder com apoio majoritário o Brasil estará pronto para as grandes reformas institucionais e políticas que assegurem 70/80 anos de desenvolvimento estável e democrático.

Uma esperança com convicção.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

14 Comentários

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  1. Na aliança psb-rede um comportamento um tanto hipócrita e cínico

    http://www.zedirceu.com.br/na-alianca-psb-rede-um-comportamento-um-tanto-hipocrita-e-cinico/

    Pela primeira vez desde que anunciaram a aliança PSB-Rede Sustentabilidade sábado pp., a dupla parceira Eduardo Campos-Marina Silva esteve junta em São Paulo. Os dois almoçaram – nos Jardins -, visitaram o governador tucano Geraldo Alckmin, concederam entrevistas e reiteraram que só vão definir candidatura ao Planalto em 2014.

    Agora, apertados pelos jornalistas, afinaram os discursos, responderam de forma idêntica e evitaram adiantar qual dos dois disputará o pleito no ano que vem. Reiteraram que estão em busca de “nova política”. Não é a primeira e nem a última vez que Eduardo Campos e Marina Silva afirmam que a aliança deles é programática.

    Nesta semana de vigência do pacto deles, só houve um momento em que Marina se traiu: foi quando anunciou sábado passado, em Brasília, o acerto entre os dois, como uma “aliança pragmática”, para corrigir-se em seguida dizendo que é uma “aliança programática”.

    Se o dizem, deve ser mesmo aliança programática…

    Programática começando pela Código Florestal, alma e coração da Rede Sustentabilidade de Marina e dos ambientalistas, no qual o PSB de Eduardo Campos votou com a bancada ruralista do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), da senadora Kátia Abreu (ex-PSD, agora PMDB-TO); e o PT, com os ambientalistas. Eles podem, Eduardo, Marina, e seus partidos, evidentemente mudar e se associar em torno de um programa básico.

    Isso é possível. Todos nós evoluímos e mudamos. Basta ver o governador e mesmo a ex-senadora com suas alianças esdrúxulas, agora com um discurso de nova política, contra o fisiologismo e as raposas da política. Só que, na prática, estão repetindo tudo o que condenam. O que eles não podem é dizer que as alianças dos outros não eram e não são programáticas.

    Então o PSB, que até menos de um mês atrás estava no governo – onde ficou anos e anos -, não participou da construção do programa da Frente Brasil Popular em 1989? Seus dirigentes, que participaram daquela construção, eram clones e/ou fantasmas? O PSB não participou da construção do programa de governo do presidente Lula em 2006 e do da presidenta Dilma Rousseff em 2010?

    Eduardo e Marina, ministros da administração Lula, sim…

    Então, estes dois novos parceiros não governaram e participaram como ministros dos governos Lula, ele como titular do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, ela como ministra do Meio Ambiente? Então, Marina Silva esteve no PT durante 25 anos (filiada e cumprindo mandatos pelo partido) com base em programas publicamente construídos com sua participação e da sociedade organizada?

    Claro que participaram. Eduardo e Marina, ministros da administração Lula, sim… Suas atuais declarações simplesmente só comprovam como estão agindo no vale tudo da política, que chancelam com um comportamento um tanto hipócrita e cínico.

     

  2. Que conversinha mais

    Que conversinha mais mole.

    Campos ja começa prometendo a Marina acabar com a reeleição para acomodar a vice supostamente para ela se candidatar na próxima eleição. Claro que ele vencendo ja muda de ideia no outro dia.

  3. De todas essas reformas

    De todas essas reformas necessarias, a unica que esta indo pra frenteem discussoes e “apresentecoes” eh a desnecessaria.  Yes, o tal de “voto distrital”.

    A unica que nao tem a ver com o povo mas com a manipulacao deles.

    Quanto aos outros assuntos, especialmente a reforma do judiciario, ver meu comentario aqui, pois tem a mesma pertinencia:

     

    Uma análise sobre o processo de privatização da telefonia

  4. Começou muito mal:

    “bandeiras centrais são essenciais como catalizadoras do apoio popular:

    a) Emenda Constitucional suprimindo o direito à re-eleição no Executivo e apenas uma no legislativo;”

    Dá para explicar por que são contra a re-eleição? Que eu saiba nenhum dos 2 líderes atacaram o principio da re-eleição para Lula em 2006.

    Quer dizer que só vale para Lula?

    Depois dessa “coisa” perdi o interesse em ler o resto…

  5. Parei no primeiro

    Parei no primeiro parágrafo.

    Não são sonháticos, são lunáticos.

    Definitivamente o Militão tem uma clara dificuldade de interpretar a realidade. O que dizer de um militante negro que, num “purismo” cândido, acaba abraçado a Ali Kamel e outras figuras contra as ações afirmativas.

    Preste atenção nestes pequenos exemplos Militão: Marina é patrocinada por aquele banco sonegador laranja e por aquela empresa de biopirataria (deu o drible da vaca nos pajés para conseguir o conhecimento sobre princípios ativos) e sonegadora (usa venda direta para não pagar direitos trabalhistas). Cujo dono usa o lucro para construir mansão em reserva ambiental na Bahia

    Isto sem falar no atavismo “cavernático” agora associado ao atavismo velho testamento. Mistura trevosa.

    O PSB tem entre seus filiados Bornhausen, Heráclitos e é apoiado por…Caiado (tava até cotado para ser ministro!).

    ACORDA MILITÂO!

     

  6. Incoerência primária da aliança Eduardo-Marina

    “- nós do PSB, com longa história de intermediação de conflitos políticos e sempre esteve disposto a colaborar nos momentos de crise institucional;

     – nós do PSB sempre tivemos alianças políticas e administrativas leais tanto com o PT quanto com o PSDB e o PMDB, portanto, estamos legitimados a convocá-los para um governo de COALISÃO a fim de dar-se efetividade  a essa transição democrática que o momento nos impõe.”

    1 – que inocência é essa de achar que essa “longa história de intermediação de conflitos políticos” é superior à capacidade de Lula/Dilma em fazer alianças? Ora, ninguém faz alianças eminentemente programáticas com os velhos caciques citados no texto, são alianças baseadas no fatiamento do poder, via ministérios e cargos, como fez José Sarney, Itamar, Collor, FHC, Lula e agora, Dilma. É o modelo que se esgotou, que já nasceu esgotado, e se deteriorou de vez nas mãos de FHC, quando se tornou refém do antigo PFL, e a impressão que todos tinham era que Antonio Carlos Magalhães mandava no país mais que o presidente fraco FHC.

     

    2 – “nós do PSB sempre tivemos alianças políticas e administrativas leais tanto com PT quanto com o PSDB e o PMDB….” – Impressiona, de novo, pela inocência do argumento, sua falta de lógica, de peso intelectual aceitável! Primeiro: confessa fazer o mesmo que todos os partidos: alianças à esquerda, centro, direita, para se sustentar no poder, segundo, a conclusão: “portanto estamos aptos a convocá-los para um governo de coalizão…” – risível, de tão irreal e até arrogante! até porque, não há necessidade alguma de “transição democrática que o momento nos impõe…” – Ora, as instituições têm absoluta liberdade, a ponto de alguns (STF, por exemplo…) se excederem nessa liberdade, entrando em choque com outros poderes…

    Na essência, o que o PSB propõe, por esse texto, é o seguinte: “porque fomos aliados de todos, mas somos DIFERENTES de todos, não há pragmatismo em nosso partido, e sim ideologias apenas, nos apresentamos ao povo brasileiro como a opção ética para fazer tudo o que fizeram no passado os presidentes que estiveram no poder, com as mesmas pessoas que têm poder político hoje, mas de um modo totalmente inédito!!!”

    3 – Vamos todos acreditar que Eduardo Campos alijou Ciro Gomes da disputa, em 2010, e pediu a Lula para que este não tivesse ministério no governo Dilma, porque Ciro não era confiável para essa bandeira tão pura, tão ideológica levantada por ele, Eduardo, e Marina Silva.

    Prefiro acreditar que é inocência………

     

    1. E os ex-DEM que agora estão lá?

      “qualquer desses partidos no governo fica refém do apoio parlamentar do que há de pior na política nacional”

  7. Poxa,
    já vi muita bobagens e

    Poxa,

    já vi muita bobagens e obviedades políticas escritas na internet, mas igual este “programa de governo” é imbatível!

    Por isto aí se vê a falta absoluta de lógica política e bom senso na associação de Marina/Campos, pois juntaram dois persolanistas, carreristas, vaidosos, e que querem adaptar um sunreal projeto político para tentar alcançar seus objetivos exclusivamente pessoais!

    Um exemplo de “non sense pol[itico”:

    – ser contra a releição no Executivo!

    O povo apoia a releição em 75% para o Executivo, porque vê de perto que há mais compromisso do mesmo com as promessas eleitorais, pelo menos no primeiro mandato.

    Além disto uma das melhores coisas feitas para a democracia foi o instituto da reeleição, pois permite continuidade de projetos e programas que só são possíveis a médio e longo prazo, como vemos agora nos 10 anos de governo do PT.

    O resto uma porção de obviedades, já em em execução pelo atual governo!

    Pergunta óbvia na cabeça do povo: por que mudar, entaõ?

    E ainda mais se as coisas estão melhorando cada vez mais, e gradativamente!

    Respostas dos cegos pela  vaidade: “eu nasci para ser presidente!

    Marina, quando saiu do PT deu a resposta clara, e que poucos perceberam: ” eu ja´tenho mais de 50 anos e tenho pouco tempo para fazer as coisas acontecerem!”

    Mais personalista que isto, é difícl!

    Personalistas não tem porjeto político para o país e seu povo, e simplesmente para alimentar o seu complexo de superioridade, e por isto vão se adaptando a tudo para justificar seu objetivo final:

    Eu!

    Abcs

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  8. Poxa,
    já vi muita bobagens e

    Poxa,

    já vi muita bobagens e obviedades políticas escritas na internet, mas igual este “programa de governo” é imbatível!

    Por isto aí se vê a falta absoluta de lógica política e bom senso na associação de Marina/Campos, pois juntaram dois persolanistas, carreristas, vaidosos, e que querem adaptar um sunreal projeto político para tentar alcançar seus objetivos exclusivamente pessoais!

    Um exemplo de “non sense pol[itico”:

    – ser contra a releição no Executivo!

    O povo apoia a releição em 75% para o Executivo, porque vê de perto que há mais compromisso do mesmo com as promessas eleitorais, pelo menos no primeiro mandato.

    Além disto uma das melhores coisas feitas para a democracia foi o instituto da reeleição, pois permite continuidade de projetos e programas que só são possíveis a médio e longo prazo, como vemos agora nos 10 anos de governo do PT.

    O resto uma porção de obviedades, já em em execução pelo atual governo!

    Pergunta óbvia na cabeça do povo: por que mudar, entaõ?

    E ainda mais se as coisas estão melhorando cada vez mais, e gradativamente!

    Respostas dos cegos pela  vaidade: “eu nasci para ser presidente!

    Marina, quando saiu do PT deu a resposta clara, e que poucos perceberam: ” eu ja´tenho mais de 50 anos e tenho pouco tempo para fazer as coisas acontecerem!”

    Mais personalista que isto, é difícl!

    Personalistas não tem porjeto político para o país e seu povo, e simplesmente para alimentar o seu complexo de superioridade, e por isto vão se adaptando a tudo para justificar seu objetivo final:

    Eu!

    Abcs

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  9. Marina quer ser o FHC esverdeado

    marinafhc

     

     

    Graças ao Valor, ficamos sabendo que Marina Silva, a campeã da transparência, teve um encontro privado (secreto seria melhor, porque nem sequer foi informado que haveria a reunião, da qual só se soube por uma nota na coluna de Sonia Racy, no Estadão) com a “turma da bufunfa” reunida pelo Banco Credit Suisse.

    Conversar, com quem quer que seja, não é um problema – antes, é um dever – de qualquer candidato, como está evidente que Marina é, mas chama atenção o que foi dito.

    Transcrevo:

    “A ex-senadora defendeu a volta do tripé macroeconômico baseado na adoção de metas de inflação, câmbio flutuante e política fiscal geradora de superávits primários. Conforme relato de investidores que estiveram no encontro, ela disse que o tripé “ficou comprometido e é preciso restaurá-lo”.

    Bem, como se sabe que esse colar cervical implantado sobre a economia brasileira – para que ela não deixe de estar voltada para os interesses do “mercado” –  jamais foi retirado, mesmo pelos governos Lula e Dilma, mas simplesmente afrouxado, o que Marina propõe pode ser resumido em uma palavra: arrochá-lo.

    E como é “arrochar” esta coleira?

    Primeiro, cortar gastos e investimentos. Nada de inventar ampliação de programas sociais, expandir investimentos e nada que tire nossos olhos de  gerar superávits primários “expressivos, sem manobras contábeis”.

    Manobras contábeis de que tipo? A de tirar os investimentos do PAC das contas do superávit que o “mercado” nos exige?

    O que propõe a líder da nova política, quase sem rebuços, a líder da nova política é voltarmos aos tempos de Fernando Henrique. Com muito boa vontade, talvez, aos primeiros anos do Governo Lula, quando este ainda teve de manter o tal colarzinho neoliberal apertado, até que a água tivesse baixado do pescoço e permitisse a ele se mover.

    Dia ainda o jornal:

    “Na avaliação dela, o combate à inflação foi relegado (sic)pelo governo. Para recuperar a credibilidade, afirmou, é preciso dar ao mercado sinais claros, “quase teatrais”, de que a inflação será levada ao centro da meta.”

    Como seria este relegar (supõe-se que a uma posição secundária) o combate a inflação? Aumentar mais as taxas de juros? Impedir aumentos salariais, especialmente na administração pública? Cortar financiamentos e subsídios públicos? Travar os programas de transferências de renda?

    Seriam perguntas interessantes a fazer para a candidata que “arrendou” o PSB para seus apetites eleitorais, se a imprensa brasileira, em relação a Marina Silva buscasse alguma objetividade, fora das expressões pernósticas e vazias.

    Quanto aos “gestos teatrais” de que a inflação será levada ao centro da meta, de tão ridículo, é algo que me poupo de comentar. A ideia de aterrorizar o país em relação a aumentos de salários, de preços e de falta de recursos para ações sociais é tão velha e inútil quanto os “fiscais do Sarney”.

    Nenhuma palavra sobre os desafios sociais que o Brasil precisa enfrentar, apenas sobre o regresso a práticas que só aumentaram este passivo do país para com o povo brasileiro.

    Marina vai completando sua anti metamorfose e se oferece como a possibilidade de dar uma cara nova ao que, nos últimos anos, tem sido a forma de dominação deste país: ser governado para a moeda, não para o povo.

    Não é à toa que os endinheirados da plateia tenham adorado:

    “Com um discurso marcado por questões caras ao mercado financeiro, a ex-senadora foi descrita como “impressionante” e “cativante” por fontes que assistiram à palestra”.

    Marina absorveu a ideologia das elites. Já pode ser seu instrumento.

    PS. Alguém aí sabe o que pensa Eduardo Campos? Ou será que o contrato de arrendamento do PSB impõe silêncio?

     PS 2. Troquei o título, que melindrou leitores. É evidente que não falei de doença, até porque tenho algumas pretéritas e outras futuras passagens por hospitais.

     

    Por Fernando Brito, do Tijolaço

     

       

     

  10. Marina a investidores: é preciso restaurar o tripé econômico

    Marina diz a investidores que é preciso restaurar o tripé econômico

    (Para Marina), o combate à inflação foi relegado pelo governo. Para recuperar a credibilidade, afirmou, é preciso dar ao mercado sinais claros, “quase teatrais”, de que a inflação será levada ao centro da meta.

    Marina afirmou discordar do expansionismo fiscal adotado pelo atual governo e apoiou a geração de superávits primários “expressivos, sem manobras contábeis”. Para a ex-ministra, o câmbio deve voltar a flutuar livremente sem tantas intervenções do Banco Central. Além disso, é preciso promover uma sinalização firme para que a inflação volte ao centro da meta (4,5%).

     

    Sempre atento, Robert Skidelsky, autor de inigualável biografia de Keynes, permitiu contato para-normal, num grampo sem áudio, com o ansioso blogueiro.

    Logo após o desmanche do pensamento neolibelês (***), com a quebra do banco Lehmann, em Nova York, em 2008, Skidelsky escreveu “Keynes, a volta do Mestre”, “The return of the Master”, editora BBS, New York, 2009.

    Diz ele nas pág. XVIII e XIX da Introdução, edição em paperback:

    “Keynes não era um inflacionista. Ele acreditava em preços estáveis… Mas acreditava ser uma idiotice se preocupar com a inflação quando os preços e a produção estavam em queda livre …”

    “… Keynes acreditava que num sistema de mercado livre (e de “expectativas racionais”) as recessões sempre seriam possíveis … e, portanto, o continuo papel do Governo deveria ser o de evitar que isso acontecesse.”

    “Keynes tinha um objetivo político. Se o Governo não tomasse medidas para estabilizar as economias de mercado num regime de pleno emprego (hoje no Brasil, o desemprego é de 5,3% – ou seja, é o regime de “pleno emprego”, na prática – PHA), os indiscutíveis benefícios dos mercados seriam destruídos pelos extremistas que se propõem a resolver o problema econômico com à custa do mercado, da paz e da liberdade”.

    “Há uma diferença central que domina todas as outras. A perspectiva monetarista (aqui chamada de neolibelês (***) – PHA) pressupõe que a economia de mercado seja relativamente estável, na ausência de “choques” monetários; Keynes defende que a economia de mercado será relativamente instável, se o Governo não adotar políticas que estimulem a demanda agregada.”

    Através do grampo sem áudio, o ansioso blogueiro estabeleceu contato de terceiro grau com Skidelsky, posto em sossego na Universidade de Warwick, em Conventry, na Inglaterra (ou Reino Unido, diria o Renato Machado).

    Leu para ele as declarações da Tucarina aos banqueiros suíços reproduzidas acima e perguntou:

    – Professor Skidelsky, o que a Tucarina quis dizer ?

    – Que o Banco Central dela vai praticar juros iguais aos do Fernando Henrique.

    – Os banqueiros devem ter adorado.

    – Os banqueiros e os profissionais …

    – E o que vai acontecer com o emprego, professor ?

    – Você quer dizer … desemprego ?

    – Sim ! Com os juros tucânicos, o que vai acontecer ? O desemprego vai explodir, como nos tempos tucânicos ?

    – Ué, meu filho … você não lembra ?

    Pano rápido.

     

    Em tempo: o Obama acaba de jogar fora um tucânico, Larry Summers, e mandou uma keynesiana, Janet Yellen,  para o Banco Central. É duro ser colonizado. Está sempre um passo atrás.

    Paulo Henrique Amorim

     

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