Protesto de apartamento ou carnaval de rua?, por Wagner Iglecias

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Protesto de apartamento ou carnaval de rua?

Wagner Iglecias

O que leva um homem auto-intitulado de bem, pagador de impostos, gerente de alguma coisa em uma empresa qualquer, a sair à janela de sua casa e gritar a plenos pulmões, na presença de mulher e filhos e para todos os vizinhos ouvirem, palavras como “vaca”, “p…” e ”vadia”, rerefindo-se à Presidente da República? E em pleno Dia Internacional da Mulher? Estaria certa em sua tese aquela outra mulher, a Professora Marilena, que tempos atrás atraiu para si duras críticas ao chamar a atenção para aquele que seria o caráter violento e reacionário da classe média brasileira?

Fato é que a Ciência Política, com suas reflexões sobre o Poder, e a Sociologia, com suas contribuições sobre as transformações na sociedade, continuam centrais mas talvez precisem ser acompanhadas de outras ferramentas para que se possa compreender-se o atual momento da vida brasileira. A Psicanálise, a Psicologia Social e as diversas teorias da comunicação têm de fazer parte da análise. Porque ao que tudo indica amplos setores da classe média tradicional estão à beira de um ataque de nervos. O sujeito não recebeu aquela promoção de cargo na firma, está com problemas no casamento ou estourou o limite do cartão de crédito na última viagem a Miami? Adivinhem em quem ou para quem ele está canalizando a culpa disso?

É patente que muita gente está farta e indignada com as tantas denúncias de corrupção que jorram na imprensa dia e noite envolvendo o PT. Ainda mais o PT, que um dia, num passado longinquo, apresentou-se como o partido da ética na política. Mas se só corrupção fosse a medida nosso bom homem de bem de classe média pagador de impostos estaria indignado com os politicos como um todo. E não está. Cala-se diante dos inúmeros escândalos de corrupção envolvendo o principal partido de oposição. E quando indigna-se com alguma denúncia que vá além do petismo é para fustigar um ou outro aliado dos petistas, como Sarney ou Renan. E só.

Se corrupção não é a causa única para a histeria da classe média tradicional neste momento, o outro motivo deve ser o medo. E não me refiro ao medo de crise econômica, pois apesar da inflação alta e do PIB próximo de zero, os shoppings, supermercados, bares, restaurantes e aeroportos continuam lotados. E o desemprego nunca esteve tão baixo. O medo, no caso, é menos conjuntural e mais profundo. Nossa classe média adora os EUA. Mas entra em pânico ao se imaginar, por exemplo, tendo de viver numa sociedade onde só os muito ricos podem ter empregados domésticos.

O ódio a Dilma, a Lula e ao PT em geral deita raízes nas denúncias de corrupção e no bombardeio diuturno sobre o assunto ao qual a classe média está submetida. Mas guarda relação também com transformações mais estruturais, que têm abalado de maneira contundente um segmento social que, se percebe que jamais vai alcançar o sonho de ficar rico, ao menos até outro dia se sentia confortável em seu infinito particular de muros e grades, carros com vidros escurecidos ou mesmo blindados e o ar condicionado dos escritórios, shoppings e condomínios.

Não é a toa que o panelaço deste domingo contra Dilma foi feito da janela das casas. E nos bairros mais abastados. O Brasil um dia inventou o samba de apartamento. Agora acaba de inventar o protesto de apartamento. Será que nos próximos dias as panelas da classe média tomarão as ruas e vão se misturar a esse ser tão distante e incompreensível aos olhos do nosso homem de bem pagador de impostos chamado povo?

Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

61 Comentários

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  1. O que leva um bando de

    O que leva um bando de mulheres, com lenço no rosto para não serem reconhecidas, invadir uma fazenda experimental e destruir um trabalho de pesquisa?

    Manifestação boa é só do nosso lado…

    1. troll a pagamento, e que pessimo investimento

      Alguem tá defendendo vândalos?

      Tá na lista do hsbc? Acho que não, muito bagrinho por lá estar, mas bastante bobo por defender quem nela está.

       

    2. Sofisma ou falácia o fulcro

      Sofisma ou falácia o fulcro desse teu comentário? Algum comentarista por acaso defendeu essa invasão? Ou, se não, como tu sabes que a falta de manifestação implica em aprovação ou desaprovação? 

      Se não tens argumentos para defender o que realmente está na pauta, ou seja, a crítica a uma manifestação na qual se agride a pessoa da presidente da República com o uso de adjetivações infames, e ainda mais no Dia da Mulher”, seria melhor não apelar para esse tipo de saída.

      Se realmente essa manifestação dos Sem Terra foi da maneira que relataste condeno-a sem pestanejar. Mas em que isso vai justificar a sob comento? 

  2. Transcrevendo, do meu
    Transcrevendo, do meu Facebook, texto baseado nos comentários aqui do Nassif:

     

    “SOBRE O PANELAÇO, por Marcio Valley

    Somente uma parcela minoritária da população mais abastada (e mais abestada) da sociedade brasileira aderiu ao panelaçozinho contra o discurso da Dilma.

    Uma grande parcela dessa população rica não se deixou levar pelo espírito de manada e, mesmo discordando do governo, manteve a elegância. Alguns já disseram que muitos não participaram porque a empregada não estava em casa e eles não sabiam onde fica a cozinha ou, entre os que conhecem o caminho da cozinha, não sabiam onde se guardam as panelas.

    Pobre não participou do panelaço por várias razões.

    Primeira, porque uma considerável parcela não é boba e aprova o governo, que elevou sua renda em níveis nunca imaginados, mesmo que o valor médio ainda continue a merecer valorização.

    Segunda, porque, mesmo entre os que desaprovam o governo, pobre não tem tanta panela assim, como os ricos, para amassar em manifestações. As que possui estão hoje em dia sempre cheias de comida, não podem ser usadas em bobagens.

    Terceira, porque, em geral, ser pobre não significa ser deselegante: no Dia Internacional da Mulher, somente celerados chamam uma pessoa do sexo feminino de “vaca” ou outros designações pejorativas.

    Ser da oposição não significa ser grosso e mal-educado. Uma discussão de divergências sempre pode ser desenvolvida sem baixo nível.

    Por aí se vê o nível das pessoas que combatem o governo “por ouvir dizer” no Jornal Nacional e na revista Veja, vale dizer, sem razão maior do que “não vi, não sei e não gostei”.

    Essa elite “fina”, “elegante” e “educada” já havia exposto o seu caráter na Copa do Mundo. O panelaçozinho, com seus xingamentos, apenas confirma o que já era sabido.

     

    1. “combatem o governo “por

      “combatem o governo “por ouvir dizer” no Jornal Nacional e na revista Veja”

      O senhor tem ido a supermercados, sacolões, etc?  Então vá.

       

  3. O pior é que esses paneleiros

    O pior é que esses paneleiros (que também devem chamar o patrão de “colega”) não percebem que quem os mandou bater panelas serão aqueles que os demitirão, para preservar seus lucros.

    1. exatamente isto o que mais me revolta…

      e, acredite ou não, me faz também sentir muita pena desses idiotas

      na Eletrobras dos bons tempos, antes de FHC, tivemos algo muito parecido…………………

      os idiotas contribuíram para o desgaste de todas as chefias, mas assim que chegaram os tucanos, primeira providência foi demitir todos eles para não precisar recompensar e para deixar seus cargos vazios para encaixar os novos apadrinhados

      essa gente não aprende nunca

      1. sempre que um tucano passa a desfrutar do que foi conseguido…

        todos são considerados inimigos, todos, não importa se amigo do peito ou apenas colaborador

        qualque dúvida, vide Aécio e Serra, os dois tendo FHC como exemplo do que só faz bem

  4. já que a psicanálise contribui para análise…

    tudo me leva a crer que a primeira medida a ser tomada é parar de nomear apenas petistas

    palavra corrupção sempre relacionada e seguida de Lula, Dilma e PT é, no meu entender, o que levou a tudo isso

    na minha opinião, às favas com qualquer análise cujo autor só dá nomes a petistas, tratando-se de corrupção

     

  5. APOIO EDITORIAL AO GOLPE DE

    APOIO EDITORIAL AO GOLPE DE 64 FOI UM ERRO

    A CONSCIÊNCIA NÃO É DE HOJE, VEM DE DISCUSSÕES INTERNAS DE ANOS, EM QUE AS ORGANIZAÇÕES GLOBO CONCLUÍRAM QUE, À LUZ DA HISTÓRIA, O APOIO SE CONSTITUIU UM EQUÍVOCO

    POR O GLOBO
    31/08/2013 17:00 / ATUALIZADO 31/08/2013 17:33

    APOIO EDITORIAL AO GOLPE DE 2015 FOI UM ERRO

    A CONSCIÊNCIA NÃO É DE HOJE, VEM DE DISCUSSÕES INTERNAS DE ANOS, EM QUE AS ORGANIZAÇÕES GLOBO CONCLUÍRAM QUE, À LUZ DA HISTÓRIA, O APOIO SE CONSTITUIU UM EQUÍVOCO

    POR O GLOBO
    DATA: ?

     

    A HISTÓRIA É F…

  6. A HISTÓRIA CRÍTICA E A INDIGNAÇÃO SELETIVA DA MASSA CHEIROSA

    Sinto necessidade, às vezes, de esclarecer os colegas de face sobre questões básicas de leitura histórica. Aqui, o que postei hoje para aqueles que aplaudiram o panelaço e criticam a minha defesa do governo Dilma.

    Minha leitura da história é uma leitura crítica. Condeno a corrupção, mas reconheço que foi somente nestes últimos governos que a PF e o MP ganharam autonomia para investigar autoridades, muitas das quais estão sendo punidas. Entristece-me, apenas, o viés politizado que estas instituições tomaram, uma vez que não investigam qualquer coisa relacionada ao PSDB. Não podemos confundir a realidade midiática com a realidade concreta, nem compreender a realidade atual sem olhar para as lições da história.

    Leitura crítica da história significa, antes de tudo, compreender a história, e a política como tal, como produto do embate entre interesses coletivos, principalmente os interesses de caráter material, econômico, antes dos interesses morais, emocionais ou éticos. Aliás, por esta perspectiva, é preciso compreender os próprios interesses morais, emocionais ou éticos como instrumentalizáveis em favor dos interesses econômicos, a exemplo do que ocorre hoje com uma elite política tradicionalmente corrupta que se apresenta como porta-voz de interesses moralizadores, mal ocultando os verdadeiros interesses que lhe movem.

    Assim, com todas as críticas possíveis -e sou consciente das limitações do governo-, entre uma direita entreguista, colonial e socialmente insensível, fico com o PT que conseguiu definir um projeto de nação, depois do desmonte do Estado nos anos 1990 e a privatização da nossa soberania; que vem enraizando a democracia social e que distanciou o país da humilhante submissão ao imperialismo norte-americano e europeu.

    Por fim, percebendo que a nossa direita não se indigna com a falência a que o PSDB levou São Paulo, o Paraná, o Pará –e que tal o Brasil nos anos 90?-, isto é, não se indigna com um partido que se especializou a falir as sociedades que governa; que não se indigna com o Trensalão, com o Helicoca, com os 4,6 bilhões, possivelmente, desviados pelo Aécio e Cia da saúde mineira, com os 200 bilhões do Banestado, com o Suição do HSBC etc… só vejo três explicações para esta “indignação” enviesada, direcionada, de mão única: ódio de classe, alienação das massas e um trabalho de manipulação ideológica, com forte controle psicoemocional, muito eficaz por parte da indústria cultural midiática sobre a elite acéfala e a massa manobrada, destituída de “massa crítica”.

  7. A corrupção não tem a barreira de valor para seu enquadramento

    A corrupção não tem a barreira de valor para seu enquadramento.

    Estes coisos, profissionais liberais, industriais, funcionários públicos e afins sempre pagaram religiosamente os seus imposto.

    Da lista de quase sete mil bem nascidos do HSBC, certamente não consta o nome de nenhum deles.

    Nunca pediram desconto das faturas dos médicos ou dentista em troca da não emissão da NF.

    Nunca subornaram o guarda de transito.

    Nunca subornaram os fiscais do estado da prefeitura etc.

    Sempre pagaram os colaboradores domésticos, religiosamente inclusive com doações de roupas de grife… em desuso.

    Ficam os coisos achando-se honestos, estão de alma lavada quando defrontados com os supostos valores extorquidos da Petrobras se comparados com as falcatruas miúdas deles. Talvez se sintam frustrados e incompetentes por este motivo.

    Vejo em todos os coisos o efeito manada, pensamento copia/cola em todos eles, ideias nada: ser contra PT, pobres, Lula, Dilma, Médicos Cubanos, nojo ter que compartilhar espaços nos lugares da nobreza de antanho, aeroporto, aviões, Miami etc. e com estes parvenus, que horror!

    O preocupante é pensar que em outros tempos o estado procurava entre estes coisos os servidores para a administração, planejamento novas ideias e rumos enfim bons pensadores. Pensamos no Itamaraty do Rio Branco, dos visionários como Juscelino, do Vargas e muitos outros.

    Nestes tempos a classe dos coisos está a pensar em Miami, carro importado e outras miudezas, e não é que do desprezado povo surge o verdadeiro estadista que pensa em nação, na independência energética, na indústria nacional, na inclusão de todos os filhos da terra, isto não é suportável, precisamos acabar com tamanha afronta.

    E depois de tanto esforço, panelas exemplarmente surradas, a casa grande tomou mais uma birita, nesta hora da noite aquela que os fez dormir com a consciência e alma lavada, olha o tamanho do esforça cívico!

    Mais uma vez os coisos salvaram a Nação, não lembram mais se do comunismo, dos pobres, da malta, do “lumpen”, tanto faz!

  8. Convocação fashion

    Por isso, dia 15 de março, vamos lá. Todos nós. Vai ter estacionamento próprio, pra ninguém ser obrigado a dar dinheiro para flanelinha folgado e que recebe bolsa-alguma coisa. Passeata bonita, sem criança remelenta, sem povo unido jamais será vencido, nada disso. Só gente bonita, gente branca, bem vestida. Uma manifestação que vai ser cívica e fashion.  Vamos organizar as fileiras por ordem alfabética, assim, fila da frente, a turma de Gucci, depois, o pessoal de Prada, aí, vem a ala dos amigos de Lacoste (essa teve liquidação em dezembro), as meninas de Le Boutin, e, fechando, gloriosos, o pessoal de Vuitton.  Morram de inveja, pobraiada!!

    Queremos o poder de novo; a gente somos povo!!

    do link: http://justificando.com/2015/02/10/impeachment-ja/

    1. Preste atenção, acontece que

      Preste atenção, acontece que essa gente de bens e furibunda está só se organizando, já ouvi dizer que tem parlamentares passando o chapéu, fazendo arrecadações de empresas para bancar dia 15, estão se pintando pra guerra, e o lado de cá? Vejo poucas, bem poucas convocações para o dia 13, será que todos sabem que dia 13 vai haver manifestações da esquerda ou só sabem a do dia 15? Se liguem petistas, enquanto nós ficamos só zoando as baixelas de pratas deles que devem estar todas amassadas, eles estão preparando a manifestação deles com muito dinheiro pra gastar e não vai ser pequena não.

  9. drama de todo psicanalista…

    ele sabe que seu paciente tem um defeito que ele mesmo, o paciente, desconhece

    saibam os que passam por esse drama:

    partido de oposição é Aécio, Serra, FHC e muitos outros ilustres desconhecidos da mídia e da classe média

    analisando por aí, sem dar nomes, mais incentiva a ser doente do que se curar

     

    1. A Folha divulga, a Globo dá

      A Folha divulga, a Globo dá um jeito de divulgar, os coxinhas estão divulgando pelo Watts, Face, por sinais, fumaça, enfim por todos os poros e o dia 13 que haverá manifestação de esquerda, ninguém fala, eles estão contando até com os esquerdistas para fazer a divulgação deles. Cadê o PT pra se mexer? O lado de cá está muito mole. Eu vou na manifestação do dia 13, você vai?

  10. Enquanto ela falava!!!!!

    Ontem, enquanto Dilma pregava o bolchevismo no éter televisivo fazendo lavagem cerebral em pobres que não sabem votar, as madames e mademoiselles aquí de casa, revoltadas com o aumento de preços do caviar, do foie-gras e do champã, e inconformadas pela feia gentalha da classe C estar compurscando espaços antes exclusivos, adentraram as varandas do salão master de nosso triplex de Higienópolis, de onde promoveram um brilhante e efusivo panelaço, com suas Le Creuset autênticas, uma festa!

    Foi um su-ces-so como diria, fosse vivo, Ibrahim, tanto que a vizinha da cobertura ao lado quebrou cristais originais da Boehmia em solidariedade ao fino protesto e em repúdio a tudo-que-aí-está, a esse governo espúrio eleito por nordestinos analfabetos e gente de segunda classe que nem deveria ter o direito de votar, enquanto o rapaz alegre de muito bens que mora na torre em frente lançava strasses e miçangas doiradas aos ares, pela janela, com a chamada: Fora vaca, fora mulherrr, e leve o PT com você!

    Chega do governo dessa gentalha sem classe, sem verniz e sem educação, pobres mal ajambrados, mal cheirosos e indolentes, que com direitos intempestivamente inventados pelos petralhas corruPTos, tais como os abusivos e absurdos aumentos reais do salário mínimo, programas de moradias subsidiadas ou bolsas vagabundos, elevaram muito o custo dos Estados Udenistas do Brazil, fazendo nossa indústria perder competitividade e nossos empresários e capitães da indústria serem obrigados, coitados, a remeter o dinheiro para paraísos e contas numeradas a salvo da sanha estatista dos petralhas.

    Mas me deu um orgulho danado da patroa, dos rebentos e da vizinhança botando a boca na botija, gente bem, de bens, é outra couza, sabe se exprimir com classe em petit-comité!

     

    1. Muito boa a sátira Ramsés

      Muito boa a sátira Ramsés II… é muito bom ver o Brasil se revelar… Eu sempre acreditei que aqui no Brasil não existe uma nação, aliás, será que ainda existem nações num mundo globalizado? Mas vemos o velho sistema … bom, como vc é Ramsés nem é preciso falar da velha Pirâmide Social.

  11. P { margin-bottom: 0.21cm;

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    Quando sairam da linha de produção, sofisticadíssimas panelas Muaviel e Staub, francesas, de primeira linha da Tramontina e a espanholinha de marca Gracima, não imaginavam que o destino lhes reservava a insólita aventura de um panelaço nos jardins paulistanos e outros rincões pretensamente nobres.

    Afinal de contas, o panelaço sempre foi coisa de pobre, de gente sem comida, sem recursos, sem trabalho, teto, terra e esperança. Fiquei imaginando uma madame empunhando um porcionador de arroz de aço inox “caréééééśimo” batendo com toda fúria em uma panela Le Creseut de 34 centímetros, que custa quase dois mil reais ou setecentos dólares na linguagem mais afinada com os trejeitos aristocráticos da manifestante de apartamento.

    Piscar de luzes nos requintados condomínios – sem água, mas requintados, sem água, mas limpinhos, buzinaços de BMW e Ferraris, e uma ou outra vuvuzela de um novo rico que ainda não sabe se comportar, deram a forma do inconformismo chique contra a palavra da presidenta em rede nacional.

    Aqui do meu cantinho, fiquei imaginando mãos de seda que nunca empunharam uma espumadeira, brandir uma Utility Tramontina de aço, avermelhando suas delicadas articulações metacarpofalângicas, sacrifício supremo para quem as vêzes se esquece de movimentá-las para acarinhar um filho devidamente destinado à babá de uniforme.

    No Brasil de hoje parece que ser contra não é suficiente, manifestar-se legitimamente é pouco, ter preferências partidárias já não basta. É preciso deixar o ódio de classe aflorar pelos perfumados salões dos que acham que avião, faculdade, carro, férias, restaurantes, boas roupas, filhos bem nutridos, emprego, bons salários devem ser coisa para poucos.

    As panelas inglesas Gordon Ramsay ou as alemãs Silit não ressoaram pela igualdade, pela moral e bons constumes, pela ética, pelo fim da miséria, pela soberania do país. Cada batida parecia ecoar – o Brasil é para poucos, o Brasil deve ser apenas daqueles que acham um absurdo essa dificuldade de achar empregada doméstica, mais doméstica que empregada. Ainda mais com essa mania de direitos trabalhistas para quem tem “o privilégio de conviver com a gente”.

    Segundo Marx, “a história de todas as sociedades que existiram até hoje é a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, resumindo, opressor e oprimido, estiveram em constante oposição uns contra os outros; conduziram uma luta que por muitas vezes terminou na transformação revolucionária da sociedade inteira, ou então com a ruína das classes em luta”.

    As panelas fartas dos bairros chiques afinal se deram conta do que dizia Marx.

    “Vai uma luta de classes aí, Madame?”

  12. Depois do discurso da Dilma o discurso opositor, escolha o seu

         Boa noite, fela da %*¨&$@,  sua $&&@#  vai *$JD&$ depois  pega #&&$  e #$&* bando de *@&#*@¨% vou te ¨$&@@ e #&#*(@ pra você aprender a $&@*$* sua  #&$*& de #¨&*@. 


     

  13. ATENÇÃO !! ATENÇÃO !!! O JOGO É BRUTAL !!

    O meu filho acabou de receber mensagens pelo watsap de artistas convocando para o ato fascista do dia 15 .

    TRATA-SE DE UMA FRAUDE !!  

    De novo: Leticia Sabatella denuncia fraude de “golpistas” que pedem impeachment

    março 5, 2015 19:01

     Leticia Sabatella denuncia fraude de “golpistas” que pedem impeachment

     

     

    A atriz usou o Facebook para desmentir um vídeo que convoca a população para o ato contra a presidenta Dilma Rousseff; imagens dela e de outros atores, gravadas para uma campanha contra a usina de Belo Monte, foram usadas de forma mentirosa pelos opositores ao governo.”Por favor , retirem este post com imagens do Gota D’água que manipularam para fomentar este GOLPE contra a DEMOCRACIA do Dia 15! Eu, Leticia Sabatella, não compactuo com isto!”

    Por Redação 

    Pela segunda vez, imagens da atriz Leticia Sabatella e de outros artistas são utilizadas, de maneira indevida, por opositores do governo Dilma Rousseff. Está circulando no Whatsapp e nas redes sociais um vídeo que convoca a população para um ato no dia 15 contra a presidenta. As falas de Sabatella e dos outros atores que aparecem no vídeo, no entanto, não foram gravadas com esse intuito. Trata-se, na verdade, de uma campanha feita em 2011 – intitulada Gota D’água – contra a construção da Usina de Belo Monte.

    As menções à usina, no entanto, foram cortadas no “vídeo-fraude” e as falas dão a entender que os artistas estão convocando a população para o protesto contra Dilma. Trata-se, nas palavras da própria Letícia, de “mentira deslavada”.

    “Isto é mentira deslavada! De novo fazem mal uso de nossa imagem! Do mural do querido Thiago, o desmentido do vídeo-fraude dos golpistas!”, afirmou Sabatella, nesta quarta-feira (4), em seu perfil no Facebook.

    Em outra postagem, a atriz completou: “Por favor , retirem este post com imagens do Gota D’água que manipularam para fomentar este GOLPE contra a DEMOCRACIA do Dia 15! Eu, Leticia Sabatella, não compactuo com isto!”. 

    Essa não é a primeira vez que imagens de Sabatella e dos outros artistas que fizeram o Gota D’água são utilizadas de maneira mentirosa e fraudulenta. Durante a campanha presidencial no ano passado, eleitores de Aécio Neves utilizaram as mesmas imagens para fazer um vídeo contra a presidenta Dilma. Na ocasião, Leticia também se posicionou.

    “EU NÃO VOU VOTAR EM AÉCIO NEVES”, escreveu na rede social em letras maiúsculas.

    Foto: Gabe Maruyama/Reprodução Facebook Leticia Sabatella

     

    ” A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos.” – Barão de Montesquieu

     

    1. Nesse caso não caberia aos

      Nesse caso não caberia aos organizadores da campanha um processo contra o uso indevido da imagem?? Não entendo de direito, mas fica a dica. Só gritar no facebook não basta.

  14. lado bom…

    sempre que os ricos se manifestam contra tudo isso que está aí, o que defendem torna-se incompreensível justamente pelos seus próprios êxitos ou conquistas………………………….

    em outras palavras: são ricos justamente por tudo isso que está aí

    foi assim em junho de 2013, e novamente farão papel de ridículos

  15. essa é a educação dos” bem

    essa é a educação dos” bem formados infromados” pela grande canalha mídia golpista…

    eles se merecem….

    o cara da classe media alta tem todas as condiçõe de ter uma educação

    de alto nível, que proporcione a possibilidade de analisar a situação

    de forma abragente, mas a única atitude é a da infamia na janela,

    agredindo a sociedade inteira coms suas canalhices e abominações.

    trem cara dessa classe media que não sabe distinguir quem de fato detém o poder economico.

    confunde tudo, acredita puamente nas mentiras criadas nas redes sociais

    de que lula, por exemplo, detém poder economico…

    o cara que acredita numa coisa dessas merece que

    o pior que ele mesmo cria  caia sobre sua cabeça.

    é tão ignorante politicamente que nem saberá como isto ocorreu

     

  16. Da impossível amizade de um esquerdista com um coxinha

    É impossível para quem é de esquerda, como eu, manter amizade de qualquer nível com um coxinha. No máximo vai rolar um coleguismo, se a convivência de trabalho assim impuser, ou uma cordialidade padrão, no caso dos vizinhos. Mas proximidade real, amizade, isso se tornou impossível.

    Tive e tenho amigos coxinhas. Dos que ainda tenho, hoje tomei a decisão de me afastar. Coxinhas mentem, mistificam, enganam e com seu papo melífluo escorado na nossa mídia igualmente mentirosa acabam por arrastar para suas indignações aqueles que mais ganharam com os governos do PT – os pobres.

    No meu trabalho está sendo assim. A indignação seletiva dos coxinhas contaminou diversos terceirizados, pessoas pobres que sobrevivem com um salário de 900, 1000 reais por mês. Essas pessoas estão convencidas pelo discurso dos coxinhas, de que tudo está uma desgraça e o país era melhor com FHC. Estagiários que estudam graças ao FIES odeiam os governos do PT. Terceirizados que podem viajar e comprar um carro usado graças à estabilidade na economia acham que eram mais felizes quando estavam desempregados, no governo FHC. Servidores de nível fundamental, que estão podendo comprar uma casa pelo Minha Casa Minha Vida, acham melhor quando pagavcam aluguel. E por aí vai.

    Coxinhas mentem – todos – e contaminam com suas mentiras. E não recuam nem diante da verdade. Uma dessas pessoas de quem me afastarei insiste em dizer que o roubo na Petrobrás foi de 88 bilhões, pois foi isso que a própria Petrobrás reconheceu em seu balanço. E por mais que eu mostre as petições do Janot falam em 1 bilhão, que o TCU fala em cerca de 1 bilhão e o juiz Moro não fala em nada, continua a sustentar isso. Por mais que eu argumente que se isso fosse verdade Janot utilizaria isso, o juiz Moro utilizaria isso, a pessoa sustenta a mentira. E diz que o Janot está cooptado pelos petistas e o juiz Moro com medo…

    E aí eu chego à conclusão: não mentem por desconhecimento. Os coxinhas sabem que a corrupção na Petrobrás não foi de 88 bilhões, eles insistem em repetir isso por mau-caratismo mesmo. É por defeito moral, o mesmo de onde nasce a indignação seletiva. É pra enganar e cooptar incautos. Ainda que pra isso eles precisem ensinar esses incautos a amar o que os levará à miséria novamente, numa eventual queda do governo do PT. O nível de fealdade dos coxinhas chega a esse ponto. 

    Quando a mentira fica por demais evidente, o quando os argumentos fogem, meus ex-amigos coxinhas soltam a frase de força: “o Alan é petista!”. Pronto, é o argumento-cláusula-pétrea da Constituição, irrefutável, irredarguível! Se quem contra-argumenta é petista, o que quer que ele fale é inválido. A norma fundamental de Kelsen desenhada por um coxinha.

    Assim, desisti da tolerância, desisti da boa convivência, desisti da coexistência: vou cortar o papo com coxinhas e só vou dedicar minha amizade a quem é de esquerda como eu. Ou a quem for de direita mas tiver amor à verdade (tá dificílimo achar um, mas eu até acredito que exista, em teoria…). Ou a quem tiver ódio de política e for bom caráter. Prefiro um analfabeto político honesto do que um coxinha politizado.

    1. Alan, sinto o mesmo que você

      Alan, sinto o mesmo que você em relação a alguns amigos. Na verdade, acaba por ser um sentimento misto de tristeza e decepção. Tenho sua permissão para copiar e colar o seu desabafo no meu Face? Abçs.

    2. Ser coxinha não é uma lógica,

      Ser coxinha não é uma lógica, ser coxinha é um sentimento, assim, dados, afirmações, argumentos apenas existem para manter em pé estes sentimentos. O sentimento vem antes de tudo, e todo o resto é apenas para dar estrutura a lhe sustentar.

    3. É assim mesmo que acontece,

      É assim mesmo que acontece, incrível parece que eles foram vítimas de uma lavagem cerebral pela imprensa bandida e pelo Álvaro Dias.

      1. Antes fosse, Malú

        Lavagem cerebral importaria em inocência da pessoa, a princípio. No caso dos coxinhas não há inocência: é a mentira consciente e deliberada!

    4. solidariedade

      Caro Alan, deixa eu me solidarizar. 

      Não sei em que ano nasceste, mas eu fui muito mal acostumado. Quando eu cheguei à adolescência, as pessoas do meu convívio com quem eu discutia eram brizolistas. Era um debate muito mais sobre meios que sobre fins. Por exemplo: todos amávamos nosso povo. E nossa cultura, nosso valores. Era fora de questão que nossa soberania era um valor. Tinha um cara da arena, mas era parente distante. Ele nem discutia e o resto, muito diferente desses animais irracionais de hoje, simplesmente evitava achacá-lo ou constrangê-lo. 

      O fato é que nunca tive que ter de praticamente fugir do convívio com meus pares sociais toda a vida. E olha que mais tarde, fui cursar economia (mas aí tive outra sorte, a de, apesar de a maiora dos colegas ser conservadora a liberal, o debate racional e a diversidae serem muito apreciados..). 

      Agora, essa é de longe a maior fonte de irritação e, deveras, de tristeza na minha vida. Simplesmente tenho fugido de situações em que tenho de entrar em conversas rápidas – num elevador ou num vestiário, por exemplo. E quando não há outro jeito, olho pro lado ou já introduzo um assunto que passe muito longe do que poderia acabar em um “a culpa é da dilma” (o que tá cada vez mais difícil: outro dia comentei que a chuva tinha aliviado o calor em em três frases o sujeito saiu dando botinadas na transposição do são francisco!). 

      O pior é quando tento rebater. Simplesmente nao suporto frases de ódio ao nosso povo, por exemplo, ou que desdenhem das coisa grandiosas que fizemos (inclusive quando éramos uma ditadura, meu deus!, Itaipu, águas profundas, eletrobrás, domínio do ciclo do urânio, agricultura tropical, o modernismo, brasília, embraer, bolsa família (até concedo que começou com o Cristovam…), feb, nada, não sobra nada, talvez a bossa nova – afinal o tom jobim nao tá aí mais pra chamar de babacas nazistóides esses merdas, e o chico só a tangenciou…). Aí é triste, acabo saindo do sério e nao consigo disfarçar.

      Acho que tua saída é a melhor, mas não é fácil – implica em deixar de conviver com gente de quem eu realmente gosto, ou gostava, e algo me pede “deixa pra lá, uma hora o cara sai do transe”. Outr adureza é que há os filhos, que são pequenos, e aos quais não posso privar de começarem sua vida social, que trazem junto seus pais. Mas o mais difícil seria mesmo a família. Apenas uma parte, com quem eu nem convivia muito, parece ter um mínimo de reflexividade e desconfiar quando dizem que Lulinha é dono da friboi. 

      Felizmente há os blogs. É deprimente dizer, mas graças a eles hoje de longe é na frente do computador onde mais consigo me sentir parte da sociedade, e fiel aos princípios, valores e ideiais com que me identifico. 

       

       

       

      1. Exatamente assim!

        Em frente ao computador é onde me sinto mais livre, num ambiente de racionalidade.

        Fora daqui, tenho um ou dois amigos com quem posso conversar racionalmente. O resto é de um fascismo e uma mentirada atroz!

        Nasci em 1971. Em 1989, na rua onde morava, em Belém do Pará,  ano da 1ª eleição presidencial pós-ditadura, não havia um único eleitor do Collor, do Aureliano, do Afif. Todos votariam em alguém da esquerda ou centro-esquerda (Covas, Freire, Lula, Brizola).

        E hoje eu me sinto em dificuldade até de ir a um restaurante, pois o garçom está reproduzindo o discurso coxinha do patrão. E da mesma forma que você, me privo de trocar algumas palavras com as pessoas na academia, na farmácia, no supermercado (aquilo que nos EUA é chamado de small talk, e que é definido por algumas pessoascomo uma arte). Numa era em que tudo virou culpa ou responsabilidade da Dilma, o meu silêncio eloquente virou a melhor resposta.

        1. Aqui em Brasília é ainda pior!

          Pois é Alan, na nossa (por opção) Brasília de hoje é ainda mais difícil uma conversa com racionalidade e civilidade. Logo sai um “comunista!” “petista” “cotista”!!!! Também do de saco cheio com meus amigos. Inclusive meus filhos estão sofrendo isso na escola. E pensar que Brasília já foi quase por inteiro de esquerda nos idos dos anos 80!!!

          Ps.: O que me incomoda muito é na fila do supermercado falarem comigo “coxinhisses” como se eu concordasse!

          1. Sinto a mesma coisa

            Nas reuniões de condomínio, no trabalho, no coral… A última foi no treino de futebol de meu filho, em que uma amiga falou dos “idiotas que votaram na Dilma”. Me identifiquei como um deles – na boa, sem agressões, não deixando de comentar que a catástrofe mesmo é a falta de água aqui em São Paulo – e minha interlocutora perdeu completamente o rebolado, meu não-ódio desmontou completamente o discurso dela. O trabalho de formiguinha é esse aí.

            Agora, o fato é que nem sempre a gente tem essa fleuma, essa calma. Sou culpado disso também, guilty as charged. Mas pelo menos eu tento me policiar e não alimentar essa fogueira de ódios. E como sou humano, nem sempre consigo. Mas tenho melhorado. Agora, que é dose aguentar esses papos é; e pior ainda, é os outros assumirem que essa deve ser a postura natural das pessoas.

    5. eu também sinto o mesmo…

      já exausto pelas visões distorcidas de muitos coxinhas e dos que subiram socialmente……………………..

      assustador como se deixam levar como se iguais em intenções e interesses

       

    6. Solidariedade II

      Alan, toda a mnha solidariedade. O mais triste a meu ver, é ter de escantear algo que tanto amo, discussao da policita, de um lugar melhor para vivermos, para nao ter de cortar relacoes sociais a qual ainda tenho obrigacao de cumprir.
      Entao tenho tentado nao falar sobre o que me vai tao importante na alma. Por que assim como você, nao aguento ver a falçta de verdade com que tratam questoes tao obviar de ser enxergadas quando nao se esta entocado dentro do proprio umbigo. Uma tristeza. Profunda. Vontade grande de sair daqui correndo, que esse pais nao tinha muito jeito na minha geracao, eu compreendo, conviveria com isso. O que nao da para conviver é com egoismo que beira o mal caratismo ao seuqer reconhecer que a vida de quem ganha menos de 1000 reais. esta melhor.
      se a pessoa tem menos de 25 anos , eu perddo. 
      Se tem mais de 26, eu se tiver opcao declino do convicio para nao colocar como pre requisito ter assistido aulas (boa) de historia. Mas e do ser humano. O pior e ver que nos somos isso. 
      Dane-se se o cara do andar de baixo ta comendo melhor, se os filhso dele estudam, se nao tem mais tantos desempregados disponiveis. A coisa é alem de nao querer perder seus privilégios. Parece que a ideia é que ninguem mais tenha acesso a nada, senao eles.
       

      1. É isso mesmo

        A Classe Média/Alta já tem tudo, e quer impedir quem não tem nada de ter alguma coisa. Quer ser exclusiva na benesse.

        É o resumo da ópera.

    7. Alan

      comigo está acontecendo o mesmo, mas tem uma hora que temos que dizer: basta!

      E essa hora pra mim está chegando em alguns casos, ser manipulado é uma coisa, agora embarcar no discurso do ódio contra o PT e Dilma e em quem votou nela usando a desculpa da “corrupção” é outra completamente direrente, e a maioria dessas pessoas está sim embarcando nisso, e conscientes do fato.

      São tão estúpidos que coisas como confisco da poupança, 88 bi de roubo na BR, aumento de 25% na energia elétrica, crise de abastecimento de água e outras sandices (que a Globo, principalmente, vomita), eles e elas aceitam sem ao menos se darem ao trabalho de conferir nos dias seguintes se a “notícia” é real ou não… parecem que vivem numa dimensão diferente da nossa.

      1. Só parece, João

        Vivem na mesma dimensão que nós. Tem acesso às mesmas informações, poderiam filtrar se quisessem. Sabem que estão mentindo e o fazem deliberadamente. É comportamento doloso mesmo.

    8. Sei como é isso…

      É isso aí Alan. Eu moro em Santa Tereza (BH-MG) um bairro de classe média, mas variado, com ricos e mais pobres. E ontem em Santa Tereza não teve nenhum panelaço, nem fiquei sabendo de tal idiotice. Porém hoje vim para o Anchieta (bairro dominado pelos coxinhas) para dormir na casa de minha mãe que fará uma cirurgia amanhã. A tarde saí e fui ao barbeiro aqui do Anchieta cortar cabelo. E fiquei impressionado com a intimidação forte anti-dilma que sofri em apenas 20 minutos enquanto cortava cabelo. Preferi ficar calado, sem me manifestar minha opnião, até por medo de alguma situação cosntrangedora e agressão. 

      Não sei como é no resto do Brasil mas aquie em Belo Horizonte fica claro que esta afetação revoltosa anti-PT é exclusividade desses guetos de alta classe média. Não que não existam opositores a Dilma em outros bairros, mas realmente a histeria agressiva parece ser mesmo “piti de filhinhos de papai”. O que reforça a minha ideia de que o sub desenvolvimento do Brasil não se deve ao povo, mas a baixissima qualidade de sua elite (burra, mal instruída, manipulada pela mídia, preconceituosa, etc..)

      1. O meu problema, Fernando

        É o extrato social em que vivo. Trabalho num ministério, numa carreira de estado (AGU – Advocacia-Geral da União). Ser anti-dilma e anti-pt é requisito básico pra ser aceito entre os pares.

        Moro num bairro classe média-alta, onde 8 em dez vizinhos são daqueles coxinhas raivosos, sempre com os caninos expostos.

        Tá difícil a convivência social. Tenho exatamente dois amigos, só duas pessoas com quem posso conversar livremente e frequentar as casas deles e eles a minha.

    9. Eu também

      Caro Alan, estou me sentindo exatamente como você e outros tantos que lhe responderam aqui. Dei um tempo em amizades antigas, e com alguns familiares só dá para falar amenidades. Tudo por conta dessa maldita cegueira que se abateu sobre mentes que um dia cheguei a considerar elevadas. 

      Tô que nem vários colegas daqui, só me sinto a vontade e acho minha turma nos blogs como esse do Nassif. E só!

    10. Solidarizo-me com você

      No meu caso, a situação é na família e com antigos amigos, que não tenho tido a menor vontade de ver. Nem tento mais convencer os colegas de trabalho, com quem falo de um monte de outras coisas, mas não disso. E falo abertamente que não vou querer tecer nenhum comentário, para eu não me irritar. As pessoas parece que têm tido prazer em odiar, nunca vi isso na minha vida. E quando odeiam e a boca deles se abre, é como se uma marreta saísse das bocas deles. Para acertar a minha cabeça.

  17. uma pena…………………….porque todos se perdem

    uma pena, porque poderia ser uma força de equilíbrio com todos avançando,

    e não se perdendo na procura do que a mídia golpista só oferece para poder tomar depois, ou novamente

     

    por minha visão de tudo isso, muito particular e sem me preocupar se certa ou errada,

    só Cecilia Meireles explica

    Canção Excêntrica

    Ando à procura de espaço
    para o desenho da vida.
    Em números me embaraço
    e perco sempre a medida.
    Se penso encontrar saída,
    em vez de abrir um compasso,
    protejo-me num abraço
    e gero uma despedida.

    Se volto sobre meu passo,
    é distância perdida.

    Meu coração, coisa de aço,
    começa a achar um cansaço
    esta procura de espaço
    para o desenho da vida.
    Já por exausta e descrida
    não me animo a um breve traço:
    – saudosa do que não faço,
    – do que faço, arrependida.

  18. A banalização do termo

    A banalização do termo “classe média”  me aborrece. Os que aqui comentam na sua maioria pertencem a essa maldita classe na qual me incluo… Apesar de aposentado continuo no batente, afinal não sou funcionário público, meu benefício é insuficiente para uma vida digna. Não votei na Dilma, mas considero golpismo qualquer atentado ao seu legítimo mandato. Os que se manifestaram ontem de maneira inadequada são novos ricos, pequenos burgueses egocentrados e maria vai com as outras que não atentam aos problemas sociais, e as reais necessidades de nosso povo. Se julgam poderosos e não passam de boçais. O atraso político do país e a falta de liderança, fruto dos 21 anos de ditadura, ainda faz germinar esse maldito ranço golpista. Uma ampla reforma política e uma conciliação de alto nível é o que se espera nesse momento em que a disputa  da situação e da oposição está acima, infelizmente, da importância do Brasil.

    1. Geraldo, entenda: você é minoria…

      Quem não votou na Dilma e pensa como você é a minoria da minoria. A racionalidade abandonou o debate há muito tempo, e a honestidade foi logo em seguida.

      Quanto à culpa da ditadura, tenho cá minhas dúvidas: a ditadura acabou há 30 anos. Esse ranço golpista não foi visto no impeachment do Collor com tanta força com o hoje, e nem se falou quando FHC enfiou o apagão goela abaixo do povo. Esse golpismo é artificial, fabricado pela mídia e alegremente apregoado pelos coxinhas.

      1. O país está acima de FHC,

        O país está acima de FHC, Lula ou Dilma. Se todos erraram, vamos corrigir. Se a imprensa é tendenciosa acaba colhendo os frutos da desinformação, deixa de vender. A Veja, Estadão e Folha, apesar da generosa verba de publicidade do governo e estatais estão em crise, fruto da falta de credibilidade. A luta entre classes não trará benefícios, o diálogo,o bom senso, o respeito à opinião divergente é o que se espera no lugar de agressões. 

        1. Concordo com você

          O país está acima de FHC, de Dilma, de Lula, de Aécio e de Marina.

          Mas o problema é que quem pensa como nós, hoje, é menos de 1% da população. O resto entrou nesse fla x flu…

    2. Tem um conceito interessante

      Tem um conceito interessante ai, cientifico, ensinado pela citada professora Marilena Chaui, que facilita o entendimento dessa confusão em torno do cliche “classe média”. Quem ganha salário, é assalariado e, portanto CLASSE TRABALHADORA. A classe média, EM TESE, é composta pelas camadas da população que vivem da prestação de serviços. Os profissionais liberais, por exemplo, como dentistas, médicos e outros que exercem suas profissões como profissionais autonomos.

       

      Onde está a identidade do comportamento reacionário que a professora atribui (na minha visão, com grande precisão) à chamada classe média? Reside no fato de que essa parcela não detem o controle dos meios de produção, como a classe rica de industriais, grandes empresários e banqueiros, mas ASPIRA atingir o STATUS desses privilegiados. Comporta-se e sente-se próxima a eles e abomina a ideia da emergencia das classes inferiores, constituindo-se assim sustentáculo político da classe rica baseada num sonho de um dia ser como eles. Ou seja, padecem de uma forma de esquizofrenia social onde não se enxergam como realmente são, razão da sua infelicidade coletiva, crônica e de sua revolta contra tudo que não seja legitimado pelo discurso midiático elitista e preconceituoso. Vale dizer que esse comportamento e postura sociais transcende os limites das atividades que exercem, sejam profissionais liberais ou assalariados em altos cargos do Estado ou empresas privadas. Só mudam as formas das substancias, mas o cheiro é o mesmo!!!

      1. Não é o mesmo conceito do PT,

        Não é o mesmo conceito do PT, segundo eles milhões de  brasileiros assalariados ou não  ascenderam à classe média…

      2. Não é o mesmo conceito do PT,

        Não é o mesmo conceito do PT, segundo eles milhões de  brasileiros assalariados ou não  ascenderam à classe média…

  19. Alan e demais amigos!
    Meu

    Alan e demais amigos!

    Meu sentimento é o mesmo. Cansei, perdi totalmente a paciência principalmente com aqueles que “subiram por mérito próprio” nos governos do PT, quando antes sequer sabiam ser merecedores de respeito.

    Coxinha é coxinha, desses eu já nem faço questão mesmo. Quando são amigos de longa data e começam e já solto um cala a boca e tudo bem.

  20. No condomínio onde eu

    No condomínio onde eu moro,que tem dezenas de prédios de apartamento, ninguém bateu panelas na sacada dos apartamentos. A periferia ficou em silêncio no dia em que a “crasse mérdia” fez barulho, mas isto não é notícia. 

  21. Eu tb até agora não entendi

    Eu tb até agora não entendi esse panelaço dos apartamentos dos bairros nobres de SP e RJ… o caviar tá caro? Moet Chandon tá caro? Putz, o dólar aumentou! As viagens para os EUA vão ficar mais caro? Então a misórginia e o machismo explodem seus culhões e xingam a presidenta de vaca, vadia, vagabunda etc. O contraditório disso é que é o povo que supostamente estaria passando fome deveria sair às ruas para o panelaço e reclamar dos preços altos da comida. Para mim esse panelacinho é birra de criança mimada. Vcs sabem como são as crianças mimadas, xingam, jogam as coisas, não querem comer a comida, chorra, esperneia etc e tal… enfim… é melhor chamar a Super Nany para analisar o caso.

  22. manifestaçoes do apto

    Quem lembra das manifestaçoes pro golpe de 64 ano passado?

    Quem lembra das manifestaçoes após as eleiçoes?

    Quem viu essa manifestaçoes de varanda?

    Sem a sustentação da midia essas manifestaçoes nao exisitiram.

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