Miller pede ao Supremo que Janot seja interrogado por causa de grampo da JBS

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A defesa do ex-procurador Marcelo Miller pediu ao Supremo Tribunal Federal que Rodrigo Janot, chefe do Ministério Público Federal, seja interrogado por causa do escândalo envolvendo o grampo da JBS que lançou dúvidas sobre a licitude do acordo de delação premiada de Joesley Batista e outros empresários. Em conversa vazada à imprensa, Joesley e Ricardo Saud indicam que Miller orientava o acordo de cooperação e funcionaria como uma ponte entre os executivos e Janot.

“A bem da verdade, se o requerente houvesse solicitado ou recebido qualquer vantagem para interferir junto a membro do Ministério Público, necessariamente ter-se-ia que identificar que Procurador da República seria o destinatário da tentativa de ingerência nociva”, afirmou a defesa de Miller.
 
O pedido ainda alega que Janot deixou pronto o pedido de prisão de Miller antes mesmo de concluir o interrogatório do ex-procurador. 
 
“A heterodoxia no procedimento adotado pelo eminente Procurador-Geral da República foi, ao que parece, fruto de açodamento e precipitação e, obviamente, não levou em conta os esclarecimentos realizados pelo requerente durante seu depoimento, o que sugere, para dizer o mínimo, que o requerimento de decretação de cautelares já estava pronto anteriormente”, disse Miller.
 
Reportagem do Estadão diz que, no pedido, Miller “faz várias críticas a Janot” e “coloca à disposição do STF o sigilo bancário e o sigilo fiscal e se diz pronto para prestar novo depoimento se necessário.”
 
Além do procurador-geral, Miller “pede que sejam ouvidos o chefe de gabinete de Janot, Eduardo Pelella, o procurador da República Fernando Alencar, o promotor integrante do Grupo de Trabalho da Lava Jato na PGR Sergio Bruno Cabral Fernandes. A finalidade dos depoimentos, segundo o ex-procurador, é esclarecer ‘se, em algum momento, o requerente (Miller) lhe solicitou que intercedesse de qualquer forma em favor da empresa J&F Investimentos S. A’. Um quinto nome é o do ex-assessor do próprio Miller, Marcos Gouveia, informe se pediu o acesso a dados das empresas do grupo J&F ou de operações das quais elas poderiam ser alvo.”
 
Janot pediu a prisão de Miller alegando que ele teria cometido os crimes de participação em organização criminosa, exploração de prestígio e obstrução a investigações. Miller nega as acusações, acrescentou o jornal.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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