Bolívia registra violentos protestos após prisão de opositor

Manifestantes exigem libertação de governador de Santa Cruz, que foi acusado de terrorismo no caso que investiga a renúncia forçada de Evo Morales

da Deutsche Welle

prisão do governador de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, desencadeou nesta sexta-feira (31/12) violentos protestos na Bolívia. Acusado de terrorismo, o influente líder da oposição foi detido no âmbito do caso que investiga renúncia forçada de Evo Morales da presidência em 2019.

Camacho foi detido na quarta-feira na cidade de Santa Cruz e posteriormente transferido para La Paz, em uma questionada operação policial. Na manhã desta sexta, um juiz ordenou a prisão preventiva do opositor por quatro meses. Na audiência, Camacho afirmou que “nunca” vai desistir e que vai continuar “lutando” contra o que considerou um “abuso” do partido governante Movimento ao Socialismo (MAS).

O Ministério Público o acusa de crime de terrorismo pelos fatos registrados durante a crise de 2019 que levou à renúncia da presidência de Evo Morales, que posteriormente denunciou ter sido vítima de um “golpe de Estado”, em meio a denúncias de fraude eleitoral a seu favor nas eleições fracassadas daquele ano.

Após a prisão de Camacho, uma greve geral foi convocada em Santa Cruz, maior região da Bolívia e motor econômico do país. Ruas desertas bloqueadas com pneus ou bandeiras e algumas poucas pessoas se deslocando a pé ou de bicicleta compuseram o cenário que prevaleceu na primeira metade da sexta no centro histórico da cidade de Santa Cruz.

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Também houve vigílias nas portas de instituições estatais como o Tribunal Eleitoral Departamental e o escritório distrital da Direção Geral de Migração.

Algumas pessoas protestaram na porta da sede regional da Receita Federal com bandeiras e faixas com palavras de ordem como “A luta é de todos”, “Basta de perseguição política”, “Não foi golpe, foi fraude “.  Por sua vez, o Palácio da Justiça em Santa Cruz acordou sob forte proteção policial após a destruição registrada no prédio na quarta-feira após a prisão de Camacho.

Em outras dependências foram relatados outros danos, como no prédio da estatal Companhia Nacional de Telecomunicações, que acordou com alguns vidros quebrados. Além da capital regional, a paralisação também atingiu várias províncias de Santa Cruz e houve bloqueios em estradas que ligam o departamento ao resto do país.

Redação

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