
A menos de uma semana do início de um novo ano letivo no México, persiste a recusa de alguns setores, sobretudo conservadores e evangélicos, em utilizar os novos manuais educativos oferecidos pelo governo e chegaram mesmo a queimá-los em rejeição ao conteúdo.
Conservadores e evangélicos criticam a tentativa de doutrinar a população. “Sim à vida, não ao aborto, sim à liberdade de consciência, não à imposição ideológica, não à doutrinação sexual e de gênero nas crianças”, declarou o pastor evangélico José Tomás Bermúdez.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, demonstrou respeito por aqueles que se opuseram aos novos materiais, mas condena a queima dos livros. “É preciso ter livros e cuidar deles, mesmo que sejam livros nos quais não se veja refletido ou não coincida com o conteúdo destes”, disse.
Apesar das explicações do governo de que o objetivo dos textos é educativo, alguns grupos não aceitaram a explicação.
“Existem pessoas de pensamento livre, agnósticos, ateus, que têm sua Bíblia, porque é um livro importante. Como não vou ter um livro, mas além disso, como vou queimar um livro?”
López Obrador
Na Justiça
Além disso, conservadores e evangélicos foram à Justiça Federal barrar a entrega de livros gratuitos, que deveriam estar nas salas de aula na próxima segunda-feira (28), início oficial do período letivo.
Até agora, a Suprema Corte de Justiça do país concedeu a suspensão para que os livros não sejam entregues no estado de Coahuila, norte do México. No caso dos povos originários, há também críticas ao material, mas relacionadas ao fato do conteúdo não refletir os modos, costumes, atualidade e história dos povos.
O Ministério da Educação Pública garante que os textos chegarão em dia nas salas de aula para que possam ser utilizados pelos quase 30 milhões de alunos que retomarão as atividades.
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