Nova declaração de Cristina Kirchner diz estar convencida de que não foi suicídio

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – As declarações da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, voltaram para a defensiva. Em seu Twitter, uma nova carta foi publicada, afirmando estar convencida de que o promotor Alberto Nisman não se suicidou. “Por que alguém ia se suicidar sendo promotor e gozando ele e sua família de uma excelente qualidade de vida?”, disse.

Sugerido por Braga

Do R7, com EFE e Reuters

Cristina Kirchner está convencida de que morte de promotor “não foi suicídio”

Nisman teria que prestar esclarecimentos ao Congresso sobre a denúncia contra o governo

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Cristina Kirchner estaria envolvida no acobertamento dos iranianos acusados pelo atentado contra a Amia (Associação Mutual Israelita Argentina) em 1994 AP

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou nesta quinta-feira (22) que está “convencida” de que a morte do promotor Alberto Nisman “não foi um suicídio”, em uma nova carta publicada em seu blog.

Segundo a presidente, foram “plantadas pistas falsas para Nisman” dentro de uma “operação contra o Governo”.

“Por que alguém ia se suicidar sendo promotor e gozando ele e sua família de uma excelente qualidade de vida?”, assinalou a presidente, que continua sem aparecer em público.

Nisman foi encontrado em sua casa com um tiro na cabeça horas antes de comparecer ao Congresso para dar detalhes sobre a denúncia que tinha apresentado contra a presidente por suposto encobrimento de terroristas. 

 

“Nisman não sabia e provavelmente não soube nunca. A verdadeira operação contra o Governo era a morte do promotor após acusar a presidente, seu chanceler e o secretário-geral de La Cámpora de ser encobridores dos iranianos acusados pelo atentado terrorista da Amia”, afirmou Fernández. 

O promotor morto, que tinha 51 anos, estava convencido de que o governo havia combinado com o Irã o acobertamento dos iranianos acusados pelo atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994, quando 85 pessoas morreram em Buenos Aires.

O governo acredita que a denúncia de Nisman foi incentivada por agentes dispensados dos serviços de inteligência, que também podem estar implicados na morte do promotor. Alguns funcionários do governo sugeriram que o suicídio por ter sido instigado.

A promotora responsável pelo caso, Viviana Fein, disse não ter descartado nenhuma hipótese até o momento, enquanto perícias continuam a ser feitas para se descobrir a causa da morte de Nisman.

Mistério

O caso comoveu a sociedade argentina, que em sua maioria não acredita em um simples suicídio, assim como toda a classe política, que lançou uma série de acusações diante da realização de eleições presidenciais em outubro.

Restam muitas dúvidas sobre a morte do promotor. As primeiras perícias não encontraram pólvora na mão de Nisman, fazendo com que até o momento não se possa confirmar o suicídio.

Ainda que as autoridades tenham garantido inicialmente que a porta de seu apartamento estava trancada com chave pelo lado de dentro, o chaveiro que abriu a porta disse que ela não estava trancada.

Nas últimas horas foi revelada a existência de uma terceira entrada no apartamento: uma passagem onde se encontram os equipamentos de ar-condicionado com ligação ao apartamento vizinho.

Um funcionário que trabalhou por anos na promotoria de Nisman e pediu para não ser identificado disse à Reuters que entre os membros da equipe do promotor morto “ninguém acredita na hipótese de suicídio”, acrescentando que seus colaboradores acreditam que “possa ter sido um suicídio induzido”.

Os investigadores determinaram que a arma de calibre 22 encontrada no domingo ao lado do corpo de Nisman não pertencia a ele, tendo sido levada no dia anterior por um homem que supostamente trabalhava na promotoria.

Mas o membro da equipe do promotor garantiu nunca ter visto essa pessoa, embora disse que seu nome estava na folha de pagamento da equipe de Nisman.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

14 Comentários

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  1. dizem que esse processo

    dizem que esse processo argentino tem a ver com interesses

    internacionais para desestabilizar o governo de cristina.

    seria ume squema parecido com o do acontecimento de paris,

    para criminalizar os islamicos.

    teoria conspiratória?

    a ver.

    dizem tb que esse processo de criminalização

    chegaria logo logo ao brasil.

    se já não chegou por outras vias.

     

     

    1. Esse sempre foi o método

      Esse sempre foi o método utilizado para desestabilizar e derrubar governos desenvolvimentistas na América Latina. Esse caso do promotor argentino(que a Wikileaks mostoru ser um funcionário da CIA e do FBI)tem cheiro de atentado da rua Toneleros. Alguma prova de que Vargas teria mandado(e o Fortunato teria)matado o tenente?

      Eles fazem de caso pensado, para jogar a culpa nos adversários, e quem contestar a “versão oficial”, já propalada com convicção absoluta pela mídia oligopolista, é acusado de estar viajando em teorias conspiratórias.

      Já está comprovado que o 11 de setembro foi isso, o atentado ao Charlie Hebdo, o ataque químico na Síria, a derrubada daquele avião de passageiros na Ucrânia, enfim, um rastro de sangue, sempre basta perguntar quems e beneficía disso, a resposta sempre apontará para as mesmas pessoas.

      1. Nossa Daytona!!!
        Ja esta

        Nossa Daytona!!!

        Ja esta compravado???!!!!

        Meudeusdoceu e voce ainda nao postou aqui as provas irrefutaveis disso?

        esses caras fumam erva mofada o dia todo para falar essas coisas, só pode…

        rsrsr

        1.  
           
          Já, risadinha, foi

           

           

          Já, risadinha, foi comprovado o uso de explosivos na implosão das torres gêmeas, a descoberta foi publicada em um artigo científico, endossado pela comunidade científica, incluindo ganahdores do Nobel de química.

          The Open Chemical Physics Journal

          ISSN: 1874-4125

           

           

          [DOI: 10.2174/1874412500902010007]
          Active Thermitic Material Discovered in Dust from the 9/11 World Trade Center Catastrophe
          Niels H. Harrit, Jeffrey Farrer, Steven E. Jones Kevin R. Ryan, Frank M. Legge, Daniel Farnsworth, Gregg Roberts, James R. Gourley and Bradley R. Larsen Pp 7-31

          We have discovered distinctive red/gray chips in all the samples we have studied of the dust produced by the destruction of the World Trade Center. Examination of four of these samples, collected from separate sites, is reported in this paper. These red/gray chips show marked similarities in all four samples. One sample was collected by a Manhattan resident about ten minutes after the collapse of the second WTC Tower, two the next day, and a fourth about a week later. The properties of these chips were analyzed using optical microscopy, scanning electron microscopy (SEM), X-ray energy dispersive spectroscopy (XEDS), and differential scanning calorimetry (DSC). The red material contains grains approximately 100 nm across which are largely iron oxide, while aluminum is contained in tiny plate-like structures. Separation of components using methyl ethyl ketone demonstrated that elemental aluminum is present. The iron oxide and aluminum are intimately mixed in the red material. When ignited in a DSC device the chips exhibit large but narrow exotherms occurring at approximately 430 °C, far below the normal ignition temperature for conventional thermite. Numerous iron-rich spheres are clearly observed in the residue following the ignition of these peculiar red/gray chips. The red portion of these chips is found to be an unreacted thermitic material and highly energetic.

          http://benthamopen.com/tocpj/articles/V002/7TOCPJ.htm?TOCPJ/2009/00000002/00000001/7TOCPJ.SGM

           

           

          Risadinha, um dos comentaristas mais ignorantes do blog, ao menos sabe o que é um artigo científico?

          Risadinha, cuja única fonte de informação é Rede Globo e similares, não deve nem saber o que “científico” quer dizer.

           

          A Veja não noticiou?

          Então não pode ser verdade.

          Essa é a visão de mundo do risadinha, parâmetro do que é essa massa burra facilmente manipulada pelos jornalões.

           

        2. Vamos aguardar a resposta do

          Vamos aguardar a resposta do Leônidas Risadinha, imbecil oficial do blog, “refutando” o artigo científico abaixo com o recurso a textos de qualificados intelectuais, como Lobão, Sherazade, Merval e outros.

  2. Com as afirmações feitas pelo

    Com as afirmações feitas pelo promotor sobre o “acobertamento” por parte do Governo Argentino, na época, da tragédia. Quem teria mais interesse nessa morte, Israel ou o Irã???

  3. Putz como a Cristina faz uma

    Putz como a Cristina faz uma declaraçao dela sem aviso prévio aos pelegos?

    Assim eles ficam desorientados.

    De todo caso na mente boçal dos mesmos os culpados são os de sempre pela ordem:

    Mossad

    Cia

    Midia

    kkkkkkkkkkkkkk

    1. Falando em Serviço Secreto,

      Falando em Serviço Secreto, olhe que coisa linda essa foto do SAS do tenente David Stirling, a primeira Força “Delta”, atuando na África do Norte na II War.

  4. …..
     
    Arrisco que denúncia me

    …..

     

    Arrisco que denúncia me parece, sem ser um experto, poco séria: esta pegada com moco, as lacunas estão completadas com artigos de jornal, faltam provas conclusivas que apoiem a acusação, etc. O fato da realidade é que a maioria do povo NÃO VAI LER,  que ficará com a notícia central:  morreu a pessoa que investigava o governo. A denúncia será interpretada pela mídia e ao povo chegará o que le, escuta e ve pela televisão, jornais, na rua e na fila do supermercado. Quase todos interpretarão O QUE TENHAM VONTADE DE INTERPRETAR, VER E ESCUTAR.

     

    Ainda que pareça uma bobagem, “vemos” interpretações todo o tempo: um socialista ve num desocupado alguém que necessita ajusda; uma pessoa de direita tende ve alguém que “não tem vontade de trabalhar”. Se não acreditam que “vemos” interpretações, sentem-se a olhar um jogo de futebol com dois amigos e logo discutam o que viram.

     

    Enfim, o certo é que a morte do fiscal (procurador) não modifica a denúncia, mas sim a maneira em que os argentinos interpretamos o fato.  

     

    Faço uma síntese a voo de pássaro sobre os fatos, o mais “objetiva” (ou o menos subjetiva) possível:

     

    O fiscal Nisman apresentou sua denúncia num tribunal de justiça ante a doutora Maria Servini de Cubria. A juíza decidiu não “abrir a feria” (janeiro, período em que os tribunais estão em férias) porque considerou que não haviam elementos probatórios. O estranho é que Nisman estava de férias com sua filha (Espanha) e tinha previsto ficar até fim de fevereiro. Como conseqüência de sua própria denuncia, adianta seu regresso e dia 13 de janeiro apresenta a denúncia, sem consultar com o juiz titular da causa (Canicoba Corral).

     

    Lembremo-nos que cuando Nisman pediu a captura de nove iranianos acusados pelo atentado, Canicoba firmou a ordem de captura, mas disse que devia profundizar a investigação sobre esse pessoas, porque o que havia apresentado (para que Carnicoba firmasse) se baseava en informes de inteligência e não eram provas com validade judicial. Além disso, disse que investiga-se a pista siria e a conexão local. Segundo Canicoba, Nisman não fez nenhuma dessas três coisas: nem aprofundou sua investigação sobre os iranianos, não investigou a conexão local nem a pista siria.

     

    O argumento central de Nisman, para validar sua denúncia, foi que o encobrimento consistiu numa troca de impunidade por relações políticas e comercias entre o Iran e o governo. A impunidade consistiria, segundo Nisman, no levantamento das ordens de captura internacional (“alertas vermelhos”). O ex-diretor da Interpol, Ronaldo Noble, declarou que o governo nunca solicitou retirar os pedidos de captura para os funcionários iranianos e que o “Memorandun de Entendimento” foi um intento de destravar a causa”. Pessoalmente também acredito que o memorando terminou sendo ineficaz, mas não quero desviar-me do assunto. Além disso, tampouco existiu intercambio comercial entre o Iran e a  Argentina. Arrisco mais: que “carajo” (“que merda!) tinha a ver isso com o encobrimento? Cada país pode comercializar com quem lhe der vontade. Talvez eu seja muito burro, mas não vejo nenhuma conexão.

     

    O governo argentino fez todas as gestões necessárias para que NÃO se levantassem os alertas vermelhos. A situação do fiscal ficou bastante enfraquecida porque:  a) fez uma acusação de extrema gravidade sem avisar ao juiz da causa (quem o advertiu  publicamente disso);   b) apresentou (a denúncia) num juizado que ele elegeu e onde não correspondia. O juiz Canicoba disse que se a denúncia tinha que ver com o atentado a AMIA, tinha que ser apresentada a ele que é seu titular. Se no entanto apresentava fatos novos, deveria ser enviada para a Câmara Federal parta que fosse sorteada. O sorteio se faz para impedir que cada um (cada fiscal)  eleja o juiz gosta.

     

    No entanto, Nisman manda a denúncia ao julgado que estava interinamente a cargo de (do juiz) Servini de Cubria. O titular do juizado não é Servini mas Ariel Lijo, quem logo da morte de Nisman, teve que encurtar suas próprias férias e voltar ao trabalho. Lijo ordenou uma série de medidas para preservar as provas apresentadas por Nisman. Por sua vez o juiz Lijo foi quem investigou o encobrimento nos primeiros passos da trama e foi um estreito colaborador da doutora Luisa Rivadávia Aramayo. Quem era Riva Aramayo?             http://www.pagina12.com.ar/diario/elpais/1-9151-2002-08-21.html

     

    Porque Nisman elegeu o juizado de Lijo? Porque Lijo investigava o encobrimento. O estranho é que Lijo investigava o encobrimento DO INÍCIO DO ATENTADO: do juíz Galeano, de Fino Palácios, etc (hoje processados). Por isso Canicoba  lhe disse algo que todo juiz deve saber, já que se trata de procedimento legal: “ou me apresenta a denúncia a mim que sou o titular ou, se tens novas evidências a causa vai para sorteio”.

     

    Logo de conhecer-se a denúncia, a deputada Bulrich, o deputado Pinedo (deputados da oposição) e outros o convidaram para expor no Congresso. Tudo se complica, claro, pelo iminente processo eleitoral. O tema é que no Congresso, o kirchnerismo é maioria. O oficialismo, é claro, decide assistir a reunião e declara que a Nisman vão fazer perguntas. Não é para nada surpreendente: Nisma acusa o governo e a presidente, nada menos que de encubrir um atentado terrorista.

     

    A questão se complica porque Nisman não tem apoio majoritário da diligência da AMIA (Associação judia vitima do atentado) e da DAIA (associação de entidades judias argentinas). O fiscal lhes pede apoio público na sua denúncia e a maioria lhe nega. A negativa, provavelmente, se deve a que o oferecido como elemento probatório é muito fraco e inconsistente.

     

    Tampouco haviam elementos probatórios confluentes na apresentação que  Nisman tinha feito a respeito dos nove iranianos acusados, mas sim que quase tudo se baseava en informe de inteligência dos EEUU, Israel, Alemanha, etc.

     

    Este é outro dado da realidade: a falta de independência que Nisman tinha ao investigar o atentado com respeito a embaixada americana, por exemplo. Isto está contado por Santiago O`Donnell graças ao acesso aos cabos de Wikileaks.

     

    Soa estranho que a denúncia seja apresentada pouco despois do atentado na França e logo depois da decisão de Cristina Kirchner de demitir “Jaime” Stiuso (um dos capos da inteligência argentina). O jornal La Nación se perguntava pouco antes da demissão: “Pode Cristina demitir com a mesma facilidade com que se desprendeu de Héctor Icazuriaga e Francisco Larcher, os velhos chefes da Casa? Até ontem, não havia resposta oficial. Transcendeu apenas que podiam “castiga-lo” tirando-lhe o cargo de diretor.  Como se o titulo fosse o importante.”

     

    Pois bem, Cristina Fernandez de Kirchner terminou demitindo.

     

    E aqui existe um tema que é necessário destacar. A relação entre os serviços de inteligência e alguns juízes e fiscais é, ao menos, promíscua. Essa relação vem da ditadura e se acentuou com 1989 durante o governo de Menen. O kirchnerismo é responsável, no mínimo, de não ter modificado essa relação.

     

    A função dos serviços de inteligência é a seguridade do Estado. Os auxiliares dos fiscais (promotores) não devem ser os serviços de inteligência e sim a polícia. Não deve existir contato entre juízes e serviços de inteligência. Os servimos de inteligência dependem do Poder Executivo e devem trabalhar para o Executivo.

     

    ….

    comentário de Rodrigo no blog:

     

    https://abelfer.wordpress.com/2015/01/22/nisman-la-denuncia-la-muerte-las-consecuencias/#comments

  5. Vamos lembrar alguns fatos:

    Vamos lembrar alguns fatos:

    – A Argentina pertence e é peça importante no Mercosul, o qual está atrapalhando a recolonização da América do Sul.

    – A Argentina enfrentou o principal instrumento moderno de solapamento da democracia: a grande mídia.

    – A Argentina violou o bloqueio das recentes sanções à Russia, vendendo os alimentos que a mesma se recusou a comprar de uma Europa que a sancionava.

    – Existem boatos de compra, por parte da Argentina, de armamentos russos sofisticados.

    Querem mais?

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