Novo governo colombiano potencializa mudança na correlação de forças na América Latina

Brasil e Colômbia são peças-chave nas dinâmicas de poder regionais e de outros territórios como do hemisfério norte no continente americano.

Novo governo colombiano potencializa mudança na correlação de forças na América Latina, avalia o analista político Sebastián Ronderos

por Arnaldo Cardoso

A posse no último domingo (7) de Gustavo Petro como Presidente da República da Colômbia, país com 51,9 milhões de habitantes, PIB (PPC) de US$ 812 bilhões e quarto maior território da América do Sul foi marcada por simbolismos e elevadas expectativas, particularmente dado ao histórico do político que governará o país nos próximos quatro anos, sem direito à reeleição.

Desde a folgada vitória nas urnas do senador, ex-prefeito de Bogotá e ex-membro do grupo guerrilheiro colombiano M-19, os diversos periódicos colombianos e internacionais deram destaque ao fato de Gustavo Petro ser o primeiro político de esquerda a assumir a Presidência do país e, somando-se a isso, sua vice-presidente, Francia Márquez, tem currículo nada menos incomum para a cena política do país: mulher, negra, de origem humilde, advogada, militante ambiental e pelos direitos humanos, com importante base popular de apoio.

Os nomes que compõem o ministério do governo Petro, com paridade de gênero, ilustram os desafios que o governo terá pela frente para corresponder às elevadas expectativas populares que o elegeu e os graves problemas de um país castigado por longos conflitos nacionais; violência endêmica; organizações criminosas envolvendo militares, políticos, latifundiários e empresários e uma taxa de pobreza ultrapassando 40% da população.

Para compreendermos melhor a importância do momento vivido pela Colômbia, país com o qual – além de outros sete – o Brasil divide a Amazônia e uma fronteira de 1.644 quilômetros, entrevistamos o analista político colombiano Sebastián Ronderos, PhD pela Universidade de Essex, pós-graduado em Cultura de Paz, Conflito, Educação e Direitos Humanos pela Universidad de Granada – Espanha, em Teoria Crítica no The Birkbeck Institute for the Humanities em Londres e especialista em resolução de conflitos pela Pontifícia Universidade Javeriana da Colômbia. Atualmente, Ronderos vive em São Paulo e leciona na Fundação Getúlio Vargas.

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A entrevista, dividida em duas partes, tem a primeira delas transcrita abaixo.

AC – No último dia 26 a vice-presidente eleita da Colômbia, Francia Márquez, em viagem a São Paulo se reuniu com o ex-presidente Lula, candidato que lidera as pesquisas de opinião de voto para a eleição presidencial que ocorrerá em outubro e, entre os temas discutidos estava o da integração regional.

No novo plano de governo de Lula está expresso como pressuposto que “defender a nossa soberania é defender a integração da América do Sul, da América Latina e do Caribe […]”. Para além da pertinência do discurso, você considera que os contextos regional e global estão favoráveis à retomada desse tão acalentado projeto integracionista latino-americano?

SR – Após uma década de disputa regional marcada principalmente pelo refluxo e recuo de forças progressistas na região e de governos de esquerda na América Latina, em boa medida propiciada pelo retorno do fantasma do golpismo clássico como visto na Bolívia, pela contestação por setores que se sentiram prejudicados no processo de expansão da igualdade, principalmente proveniente das classes médias como no Equador e na Argentina ou pela rearticulação de setores estratégicos da burocracia de Estado, da grande imprensa e de atores principalmente provenientes do Legislativo e do Judiciário para adiantar processos de golpismo parlamentar como em Honduras, Paraguai e no Brasil, hoje a conformação e consensos parlamentares na América Latina se posicionam à esquerda do pêndulo ideológico.

Este quadro político continental apresenta continuidades relevantes com os diferentes movimentos nacionais populares do começo do século que iniciaram um fecundo, embora curto, ciclo de integração regional, então principalmente liderado por Hugo Chávez na Venezuela e Lula no Brasil.

Hoje a rearticulação de forças progressistas sinaliza focos importantes numa região que ficou ausente ou teve um papel muito discreto no que diz respeito à integração regional, principalmente tendo por foco o Pacífico.

A recente turnê encabeçada pela vice-presidente colombiana Francia Márquez, visitando o candidato favorito às eleições no Brasil, Lula, desenvolvendo também encontros no Chile e Argentina pode ser lida como um prefácio à rota desenhada pelo novo governo colombiano para seus planos de integração regional.

Na minha leitura essa reestruturação político-ideológica da região latino-americana banhada pelo Pacífico não é menor e deve ser analisada com atenção pois é esta a região da América do Sul que historicamente atendeu aos interesses dos Estados Unidos e da OTAN informados com uma agenda orientada pelos princípios do Consenso de Washington.

Com a pandemia da Covid-19 o mundo viu um colapso dessas doutrinas que negligenciavam o papel do Estado e se enxerga uma retomada de uma perspectiva que poderíamos nomear de neo-keynesiana onde os Estados jogam um papel mais importante nas correlações de força e nas relações socio-produtivas.

O Pacífico se mostra como um vetor central dessa mudança de paradigma e guarda o ímpeto de setores populares que começam a construir novos consensos a nível local, que chegam ao governo e que hoje começam a perfilar seus anseios na construção de um novo desenho de integração.

Formalmente falando, o fôlego que aviva o progressismo constituído principalmente na Colômbia e no Chile muda a correlação regional de forças, favorecendo um novo ciclo integracionista onde o significante soberania se coloca novamente no centro da agenda geopolítica.

Justamente pelo fracasso de tentativas elitistas e neoliberais em retomar a sua influência regional a palavra soberania reclama importância, mas se nutrem também os novos progressismos na sua articulação discursiva fruto dos impasses enfrentados pelos governos nacionais populares do começo dos anos 2000. Podemos ressaltar aqui, por exemplo o vínculo entre o extrativismo e crise de soberania alimentar na região.

Qual será a natureza dos novos horizontes latinoamericanistas? Dependerá em boa medida dos nódulos centrais na conformação de novos consensos regionais.

A Colômbia jogará um papel fecundo nesse processo e, portanto, o questionamento sobre o lugar assumido pelo carvão e pelo petróleo nos modelos neodesenvolvimentistas não será menor.

O panorama de disputa global me parece acrescentar importância a um processo de integração regional que tenha a capacidade de interlocução e negociação, mas também de direcionamento das pautas centrais que começam a conformar novos consensos planetários.

A pandemia, por exemplo, encontrou uma América Latina fragmentada e, portanto, a capacidade de negociação de vacinas ou de uma resposta unificada que conseguisse fazer frente aos problemas de saúde pública provocados pela Covid-19 foi muito precária.

E foi justamente na América Latina que se registraram altas taxas de mortalidade. Neste ponto exalta-se a necessidade por criar consensos regionais para fazer frente a um contexto global complexo e desenhar novos horizontes.

Ainda a aparente multipolaridade é só uma ideia frente às novas dinâmicas econômicas e disputas geográficas a nível global. Só uma América Latina e Caribe unificados poderá ter incidência nas dinâmicas globais, fazendo de seus processos populares um reservatório de futuro.

AC – Com a posse de Gustavo Petro no último dia 7 e uma possível vitória de Lula em outubro, quais os campos de cooperação entre os dois países você considera que tem maiores possibilidades de prosperar?

SR – As semelhanças entre a Colômbia e o Brasil são múltiplas e, por isso, a meu ver, deveriam ser desvendados os desafios comuns e os caminhos por meio dos quais, a partir de uma retomada progressista na política no Brasil, possam ser somados esforços que, na Colômbia, estão iniciados desde a posse de Petro no último domingo (7).

A visita de Francia Márquez ao Brasil é muito significativa, em boa medida dada a importância das populações afrodescendentes nos dois países, com maior relevância no Brasil e com particularidades na Colômbia, onde um importante contingente vive na região do Pacífico, empobrecida.

As dimensões raça e gênero deverão ser mais incisivas nos processos de concepção de políticas públicas para a redução de desigualdades e de promoção de justiça social, bem como nos esforços para construção de uma narrativa progressista latino-americana que incorpore de forma decidida e nodular esses eixos em seus projetos e visões de futuro.

Brasil e Colômbia são peças-chave nas dinâmicas de poder regionais e de outros territórios como do hemisfério norte no continente americano.

A Colômbia foi historicamente o principal desarticulador dos processos de integração regional e se coloca hoje, em prol dos esforços de construção de uma América Latina mais unida, coesa e solidária.

Aqui reconheço dois pontos-chave a serem explorados: a biodiversidade que os dois países abrigam e que pode conformar um projeto que conjugue desenvolvimento e trabalho com uma consciência ecológica que possa desenhar os projetos de futuro para a região, afastando-se do uso de recursos fósseis e estimulando fontes de energia renováveis.

Considero que empresas estatais e mistas que desenvolveram ao longo das últimas décadas expertise em combustíveis fósseis são fundamentais para a promoção e desenvolvimento de conhecimentos e tecnificação na transição energética em escala continental.

O segundo ponto-chave é o retorno para uma economia produtiva em oposição ao modelo de economia extrativista, onde os Estados desempenhem um papel proeminente, como financiador e indutor do desenvolvimento tecnológico. O setor agrícola deverá ser alcançado por esse processo sendo inclusive assegurada a soberania territorial e alimentar das nações.

Cabe salientar que não somos nós os principais emissores de gases de efeito estufa, mas somos sim junto com Peru e Bolívia um pulmão do mundo através do qual são absorvidos esses gases por meio da floresta amazônica.

A cooperação no desenho de projetos de preservação ambiental que restrinjam o desmatamento deverá ser central e caberá repensar mecanismos compensatórios experimentados no passado – como fez o Equador de Rafael Correa – em renegociações de dívidas externas, visando o investimento em projetos de preservação da Amazônia. Me parece ser essa uma nova face que incorpora o caráter ecológico ao discurso soberanista regional, o qual deve ser assumida e onde o Brasil e a Colômbia podem, e devem, caminhar juntos.     

AC – Em uma recente entrevista você teceu a avaliação de que a questão da terra “é a força motriz por trás das várias guerras civis na Colômbia desde o século XIX” e que é fator estruturante da “coexistência entre traficantes, generais e políticos” que constituem as elites latifundiárias do país.

Tendo em perspectiva o mandato de Petro como prefeito de Bogotá (2012-15), a identidade política de que se investiu e a base social que o elegeu junto com Francia Márquez para a presidência do país, que tipo de conduta política pode-se esperar dele diante das forças que historicamente impediram transformações sociais significativas na Colômbia?

Deve-se esperar um governo orientado pelo enfrentamento ou pela busca de conciliação? 

SR – Dentre os principais esforços que caracterizaram a prefeitura de Bogotá no mandato de Gustavo Petro estiveram a defesa da soberania urbana na desprivatização de serviços públicos e uma luta muito decidida contra as máfias urbanas, que lhe custaram uma inimizade acirrada das elites locais e, de modo mais amplo, essa inimizade causou-lhe a destituição de seu mandato e de seus direitos políticos, restituídos através da mobilização da cidadania e a intervenção da Corte Interamericana dos Direitos Humanos.

Anterior ao seu mandato de prefeito, Petro desenvolveu uma carreira brilhante como parlamentar, quando desvendou as relações simbióticas entre políticos, generais e narcotraficantes a partir da articulação formal dos paramilitares. A chamada parapolítica foi denunciada por Petro no Parlamento de forma incansável. Foram as intervenções de Petro a principal trincheira discursiva contra essa articulação criminosa entre mercenários e as elites nacionais.

Hoje a sua chegada à Casa de Nariño (palácio de governo) representa um pacto histórico na forma de um grande acordo que consiga articular diversas demandas e estruturar atores díspares afastando-se das bases que guiaram os rumos da Colômbia durante os últimos vinte anos. Estas bases referem-se, principalmente, ao deslocamento de populações rurais, o extermínio de camponeses, a acumulação de terras por latifundiários, a dependência extrativista – carvão e petróleo – e a expansão da produção de cocaína, tudo isso nos marcos do apoio dos Estados Unidos na sua lógica de guerra contra as drogas e ao terrorismo como estruturadas desde o Plano Colombia (1999) de Andres Pastrana e Bill Clinton – processo fracassado que resultou no debilitamento do Estado e fortalecimento das máfias.

O petrismo se consolida, portanto, como uma força democratizante na incorporação de atores sociais majoritários nos espaços de tomada de decisão e numa visão descentralizada do Estado que permita se fazer mais presente no território, mas criar simultaneamente as condições para que as populações sejam os atores protagônicos dos processos políticos locais.

É assim que o petrismo consolida um discurso de caráter articulador, agregador e democratizante na promoção de um projeto político que consiga disputar das grandes máfias regionais populações que por razões de miséria estão ao serviço de interesses alinhados com o narcotráfico e, em paralelo, fortalecer setores democráticos no Judiciário e em órgãos estatais orientados no embate contra as máfias privadas e estatais.

Nesse quadro é previsto que Petro busque intervir politicamente em um espaço entre os consensos políticos existentes e os que deverão ser construídos.

No panorama internacional não espero uma posição diplomática muito distante do que se viu no Brasil, sob o chanceler Celso Amorim, mas com uma lógica interna orientada de forma mais decidida pelo combate às máfias.

São esperadas investidas contrárias e tentativas de sabotagem por parte de forças ligadas ao uribismo e às referidas máfias, na sua imensa maioria organizadas pelo paramilitarismo.

AC – Durante a última campanha eleitoral, o então Presidente da República Ivan Duque, o Ministro da Defesa, o Procurador Geral, expoentes das Forças Armadas e outras instituições da República interviram no processo buscando enfraquecer o candidato Gustavo Petro.

Parte dessas ações ilegais se deram através do uso das tecnologias digitais e redes sociais como o Twitter.

Você interpreta esse aumento das intervenções no processo eleitoral como evidência do debilitamento do regime democrático na Colômbia ou apenas como a incorporação de recursos tecnológicos a um modo tradicional de fazer política no país?

Pelo quanto você tem observado na atual disputa política no Brasil, o que vem ocorrendo é um equivalente ao processo colombiano?

SR – As diversas intervenções durante a campanha eleitoral – por meio de redes sociais, jornais, televisões entre outras – de atores estatais e governamentais opositores de Gustavo Petro foram expressões de um sintoma de uma crise orgânica do projeto político centralizado durante duas décadas na figura de Álvaro Uribe Velez, exposta de forma palpável no desespero e nas tentativas constantes de frear uma força política eleitoral que foi se mostrando incontornável e que hoje se afirma como uma alternativa de governo no quadro político nacional.

Não é só a sorte do processo político prévio que está, e estava em jogo, mas também de suas figuras centrais, como a do próprio ex-presidente Álvaro Uribe, hoje investigado por fraude processual e vários outros processos vinculando-o ao surgimento e expansão de vários grupos paramilitares, fenômeno mais cruento e violento da guerra civil colombiana nas últimas décadas. Provavelmente também entrarão em curso investigações contra o agora ex-presidente Iván Duque, que deixa o governo com um prontuário recorde de corrupção estatal tendo em perspectiva os últimos cinquenta anos da história nacional e o maior déficit fiscal dos últimos setenta anos.

Portanto, considero as intervenções durante a campanha eleitoral como sintoma do desespero de setores da elite contrários à democracia e à igualdade social.

Em relação às tecnologias telemáticas e redes sociais na influência das dinâmicas comunicacionais no processo eleitoral, foram muito melhor aproveitadas pelos setores progressistas e, pelo petrismo em especial, na sua capacidade de gerar uma interlocução com setores urbanos e também rurais que começavam a contestar, visivelmente desde os processos de 2019, o governo de Iván Duque e o legado do uribismo de forma mais ampla, consolidando uma força política que teve a capacidade de vencer eleitoralmente o uribismo e hoje dá início a um rumo político sem precedentes na história nacional.

A mídia sempre foi e continua sendo essencial na batalha ideológica e as redes sociais diversificam e ampliam esses espaços de disputa onde, na Colômbia, a esquerda soube navegar com muito mais astúcia e habilidade.

AC – É de se esperar que o governo de Gustavo Petro seja boicotado no Parlamento colombiano e áreas estratégicas da economia sejam alvos de ações para desestabilizar o governo e minar seu apoio popular?

SR – O governo Petro dá início ao seu mandato com maiorias parlamentares essenciais para aprovar projetos, ter um grau razoável de governabilidade e conseguir aprovar algumas das reformas mais agudas e audaciosas que serão propostas, entre elas a tributária e a agrária.

Dentre as forças centrais para consolidar essas maiorias estão o liberalismo – Petro com muita astúcia conseguiu seduzir as bases do liberalismo na sua articulação programática resgatando de processos históricos de figuras do progressismo liberal do passado como a revolução em marcha de Alfonso López Pumarejo ou o discurso liberal e popular de Jorge Eliécer Gaitán, entretanto com algumas tensões e oposições como da direção do Partido Liberal, hoje centrada na figura do ex-presidente César Gaviria.

Portanto, acredito que o petrismo buscará desde o início acelerar a aprovação de projetos e reformas mais ambiciosas prevendo que comece a se consolidar alguns antagonismos no Legislativo, que busquem comprometer a governabilidade.

O uribismo conta ainda com a lealdade de alguns setores da burocracia de Estado, dos militares e da inteligência que estarão postos a serviço de uma desestabilização do governo. Também a grande imprensa que desde o processo eleitoral foi se alinhando cada vez mais à direita – as linhas editoriais de forma muito mais radical, marcando o confronto com o progressismo de forma geral e, em particular, contra as figuras de Gustavo Petro e Francia Márquez – operarão de modo paralelo para promover tensões e disputar setores da população, principalmente das classes médias que possam desestabilizar o novo governo.

A estabilidade parlamentar dependerá em boa medida das bases do liberalismo e da capacidade do atual governo de manter lealdades desses setores na manutenção das maiorias no Parlamento com fortalecimento de setores democráticos dentro do Exército e da polícia e num diálogo e presença permanentes – além das formas institucionais – com setores populares que desde 2018 iniciaram um processo de organização social inédito e que vem se conformando até o presente.

* A segunda parte da entrevista com Sebastián Ronderos será publicada neste mesmo Jornal GGN, nos próximos dias.

Arnaldo Cardoso, sociólogo e cientista político formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), escritor e professor universitário

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected].

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