Parlamento venezuelano rejeita Decreto de Emergência Econômica

Da Agência Brasil

O parlamento venezuelano, de maioria opositora, rejeitou hoje (22) o decreto de emergência econômica assinado sábado (16) pelo presidente Nicolás Maduro para enfrentar a crise econômica do país.
 
“A votação, que ocorreu de forma nominal, nega a aprovação do decreto”, anunciou o presidente do parlamento. Segundo ele, o resultado da votação foi de 107 votos contra (da oposição) e 53 votos a favor.
 
O decreto presidencial, que teria duração inicial de 60 dias prorrogáveis, foi publicado no Diário Oficial da Venezuela e declarado ontem (21) “constitucional” pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ). O decreto deve ser devolvido ao presidente para ser reformulado.
 
De acordo com o governo venezuelano, o decreto tinha por finalidade combater a “guerra econômica”, “construir uma Venezuela produtiva e independente” e enfrentar a conjuntura adversa suscitada pela queda dos preços do petróleo, a principal fonte de receitas do país.

 
Representantes da oposição ao regime de Maduro, entre eles advogados constitucionalistas e economistas venezuelanos, consideraram que o decreto poderia restringir garantias constitucionais, aprofundar a intervenção do Estado nas empresas privadas, além de estar redigido de maneira geral para outorgar a Nicolás Maduro faculdades especiais.

Segundo o decreto, o Estado pode “dispor dos recursos provenientes da economia orçamentária” com a finalidade de “garantir o investimento que assegure a continuidade das missões sociais, investimentos na infraestrutura produtiva, agrícola e industrial e o abastecimento oportuno de alimentos e produtos essenciais para a vida”.

Permite “requerer das empresas do setor público e privado que aumentem os seus níveis de produção, assim como o abastecimento de determinadas matérias-primas nos centros de produção de alimentos e de bens essenciais”.

Também possibilita a adoção de “todas as medidas necessárias para garantir o acesso oportuno da população a alimentos, medicamentos e demais bens de primeira necessidade” e para “estimular o investimento estrangeiro em benefício do desenvolvimento do aparelho produtivo nacional, assim como as exportações de rubros não tradicionais”.

Por outro lado, dispensa o Estado de “modalidades e requerimentos próprios do regime de contratações públicas” e permite a implementação de “medidas especiais para agilizar o trânsito de mercadoria nos portos e aeroportos do país”, além de dispensar os organismos públicos e privados de trâmites para a obtenção de divisas (dólares) para “agilizar e garantir a importação de bens ou matérias-primas indispensáveis para o abastecimento nacional”.

Finalmente, permite “desenvolver, fortalecer e proteger o sistema de grandes missões [programas de assistência social] e missões socialistas em vias de tender à incorporação de pequenos e médios produtores, sejam eles comunais, privados, estatais ou mistos”.

 

Redação

17 Comentários

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  1.  De acordo com o governo
     De acordo com o governo venezuelano, o decreto tinha por finalidade combater a “guerra econômica”, “construir uma Venezuela produtiva e independente” Digo eu : O cara e o mentor dele, tiveram trocentos anos pra fazer isso e não fizeram. Por isso que o POVO votou contra os dois–mesmo morto, ainda Maduro conversa com ele na forma de passarinho.  Está certo o congresso. O povo o elegeu pra isso.

  2. é claro que esa oposição

    é claro que esa oposição golpista vai impedir maduro de gornerar.

    váo importar o método tuicano de parlisar o país…

     

  3. Tanto lá como aqui, com a

    Tanto lá como aqui, com a nossa oposição venezuelana, o importante não são os cidadãos, eles que morram de fome e desemprego, contanto que eles tirem o presidente e assumam. Que “representantes” do povo são esses que diante de uma catástrofe econômica preferem ver seus “representados” doentes, mortos por inanição, não pensam no bem comum, mas sim nos próprios interesses e nos interesses de quem realmente representam. Juro que não entendo esse tipo de “representação”.

  4. Allende

    É o mesmo quadro antes da queda do Salvador Allende no Chile. Desabastecimento artificial, gerado pelas elites, maioria contraria no parlamento. Tudo pronto para um golpe. No dia seguinte aparece tudo nas lojas, até o papel higiênico e, naturalmente, cai a inflação, como sendo mérito do novo governo que entra. Voltamos aos anos 70.

    1. Sinceramente, não devemos ser tão simpistas

      Um país que depende essencialmente do petróleo, com o preço do barril despencando e põe a gasolina nestes valores, está fazendo por onde.

      Preço do litro de gasolina na Venezuela: US$ 0,02. Faça as contas em reais e veja se achas razoável.

      1. Mais razoável

        Mais razoável é pensar que Maduro não está cometendo suicídio de graça. Ainda, pela minha vivencia na época do golpe no Chile, acho extrema similitude com o que se observa na Venezuela. Não consigo ser simplista com a carga de experiência que tenho na minha memória, sobre o assunto que aqui se discute. Falo com algum fundamento.

        1. NADA a ver com Chile
          A grande diferença entre o Chile e a Venezuela é que a oposição na Venezuela venceu nas URNAS. Foi completamente democrático. E a Constituição venezuela permite que, tendo 2/3 das cadeiras no Legidlstivo, a oposição pode pedir um plebiscito sobre a permanência de Maduro. Quer dizer, se ele for deposto, rambém vai ser através da via DEMOCRATICA, porque a Constituição o permite e pela vontade popular. Absolutamente NADA a ver com o Chile, só a sua vontade de tentar justificar a derrota da esquerda.   

          1. Falta informação

            Allende tinha apenas 1/3 do congresso. O restante estava dividido em 1/3 para a direita e o último 1/3 para a democracia cristiana. Depois de campanha de desabastecimento gerada pelas elites, a bancada da democracia cristiana acabou liberando para o golpe militar, retirando – democraticamente – o último apoio que Allende tinha, legitimando com isso o golpe que veio a seguir.

            Se bobear, aqui no Brasil o PT e aliados também contam com algo menos do que 1/3 do legislativo (através da via DEMOCRÁTICA, como você destaca), apenas que o golpismo tentou a via do impeachment e parece que não vai dar em nada.

            Discordo que a composição do congresso, tanto aqui como na Venezuela, represente realmente a vontade popular, considerando a enorme influência do poder econômico naquelas eleições. Já no executivo, a eleição carrega pelo menos alguma definição clara de projeto de nação perante o eleitor.

    2. Coitado do Allende. Não

      Coitado do Allende. Não bastasse ter sofrido o que sofreu, ainda tem de aguentar mais este acinte à sua memória, sendo igualado a uma nulidade intelectual e política como Maduro. Acabam de matá-lo 2 vezes, a primeira como homem, a segunda como líder digno de respeito. Por favor, tenham modos. Pelo menos leiam quem foi Allende, e depois respirem fundo e pensem antes de ousarem compará-lo a qualquer populista de meia tigela que posa de injustiçado ao invés de assumir responsabilidade pelas lambanças que fez. 

  5. E alguém um dia disse: o
    E alguém um dia disse: o problema da Venezuela é o excesso de democracia…naftalina pura…acabou….é questão de pouco tempo…lá e aqui.

  6. Os chavistas arruinaram a

    Os chavistas arruinaram a economia venezuelana sufocando a agricultura e a indústria com amarras infindáveis e tornaram-se quase completamente dependentes da exportação de petróleo (95%). Imaginaram que isso tearia riqueza suficiente eternamente.   Conseguiram o récorde de ter a taxa de inflação mais alta do mundo: 141 %. 15 anos de má-gestão chavista e a culpa é da oposição  !  Agora, derrotado nas URNAS, o cara  quer governar por decreto. Oposição golpista ?

    1. A oposição nunca aceitou o resultado das urnas
      Produtos reaparecem com validade vencida após vitória da oposição na Venezuela

      https://jornalggn.com.br/noticia/produtos-reaparecem-com-validade-vencida-apos-vitoria-da-oposicao-na-venezuela

      Veja o que causou o golpe contra Hugo Chávez na Venezuela

      http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2002/venezuela/o_golpe.shtml

      E quem governa por decreto é o presidente da Argentina:

      Macri causa polêmica ao nomear por decreto juízes para a Corte Suprema

      http://oglobo.globo.com/mundo/macri-causa-polemica-ao-nomear-por-decreto-juizes-para-corte-suprema-18302108

      Lei de Meios argentina sofre desmonte autoritário com governo Macri

      http://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/lei-de-meios-argentina-sofre-desmonte-autoritario-com-governo-macri

  7. Quem quebra um pais não é um

    Quem quebra um pais não é um presidente de esquerda, quem quebra são as elites detentoras dos meios de produção, através de lockout e diversas formas de sabotagem econômica. É o 1% contra os 99% da população.

  8. Holande fez o mesmo na França e ninguém comentou.

    O Presidende da França também decretou estado de emergência Economica e ninguém falou nada.

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