3 erros nas “análises de esquerda” sobre a greve/locaute, por Maria Caramez Carlotto

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil
 
 
Por Maria Caramez Carlotto*
 
Sobre a greve/locaute e a reação de alguns setores da esquerda, minha modesta opinião, sistematizada a partir de várias conversas:
 
Apesar de circularem por aí imagens de faixas nos protestos pedindo “intervenção militar já!”, eu sinceramente acho que a narrativa dos milhares de caminhoneiros que estão fazendo greve/locaute, dos motoristas de vãs escolares, táxi e uber que estão aderindo ao protesto, bem como da população comum que apoia o movimento é muito mais complexa e ambígua do que isso e certamente está em disputa.
 
O problema é que muitas das análises “de esquerda” sobre esse movimento de greve/locaute cometem, a meu ver, três erros básicos.
 
O primeiro deles é que elas padecem da boa e velha “ilusão escolástica”, ou seja, supõem que as pessoas que estão se mobilizando pensam o processo político com as mesmas categorias que nós, “analistas”, que estudamos por anos as instituições e temos supostamente muita clareza de tudo que está em jogo nesses processos. Não sei porque é tão difícil entender que, para muita gente, “intervenção militar” é só uma palavra de ordem abstrata, de mudança genérica e perfeitamente compatível com outras como “Lula livre” e “Fora Temer.” Não projetar sobre os sujeitos “analisados” as categorias do “analista” é um princípio básico que muita gente esquece.
 
Desse primeiro erro deriva um segundo, que é não perceber que, com essa projeção escolástica, contribuem para uma “profecia que se auto-realiza”. Ou seja, como não entendem que a adesão dessas pessoas às palavras de ordem que condenam é fluída e fraca, os “analistas de esquerda” abandonam qualquer possibilidade de disputa política desses movimentos porque, afinal, eles são de “direta mesmo”. Com isso, acabam por jogar esses movimentos, efetiva e definitivamente, no colo da direita, contribuindo para performatividade do próprio discurso.
 
Por fim, de novo, projetam sobre as pessoas as próprias sensações, que derivam da nossa posição social específica. Como temos muito a perder com movimentos como esse, afinal, muitos de nós temos carro, consumimos cotidianamente muitos bens e serviços, fortemente prejudicados por um locaute desse tipo, acabamos imaginando que toda a população brasileira vai apoiar qualquer ato para restabelecer o antigo estado de coisas e, com isso, não percebem que ao contrário, a maioria da população brasileira está apoiando e vibrando com o caos e rejeita, portanto, a ação dos militares de restabelecimento da ordem. E fazem isso não só porque não tem tanto assim a perder, mas, talvez, pela genuína sensação (que deveria ser evidente para toda a esquerda) de que a vida na normalidade de antes estava, ela sim, insuportável.
 
E para fortalecer meu argumento, meu amigo Miguel Said Vieira, que não tem Facebook, me mandou um relato do twitter que confirma em parte o que estou dizendo e vai além, mostrando que a pauta “intervenção militar já” é bem menos orgânica do que parece.
 
https://twitter.com/lampiaodaes…/status/1000103837015986176/
 
*Maria Caramez Carlotto é socióloga e professora da UFABC

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

17 Comentários

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  1. a ‘inteligência’ de esquerda aderiu ao quanto pior melhor!

    Definitivamente a esquerda morreu no Brasil, e agora resolveu cometer o suicírio.  Me desculpe colega professora, a ‘esquerda’ de intelgicencia está apoiando o movimento justamente por causa do preço da gasolina, que é algo ‘abstrato’ para a população que anda de busão, trem e metro.. A popualação pobre não está feliz com o caus, simplesmente porque vive a maior parte da sua vida no caos e não aguenta mais o caos. O caos é muito bom para intelectuais sentados confotavelmente na frente do computador com seu estoque de comida garantido..Ao contrári de nós professores de esquerda e de direita que temos carro essa população nãoi tem isso, não tem grana para fazer estoque de comida, não ganha o salário que nós ganhamos.

    . Se eu estiver enganadoi o simples ‘derrubar um governo’ é algo de esqueda, paraece que a nobre colega esqueceu a última vez que a população saiu a rua para derrubar um governo. Analistas tem que olhar o processo que leva a uma situação e o processo que nos levou a essa situação começou com um ataque a esquerda, com o mensalão, a golpe e a prisão de lula. PArece que o desespero levou a crença irracional em milagres

    Se esse goverrno for derrubado, esqueça, não vão soltar o Lula e a esquerda vai voltar ao governo. Se a ‘esquerda’ quer ajudar a criar o caos, deve se aliar a exterma direita que historicamente sempre criou o caos para chegar ao poder. A esquerda chegou ao poder em meio ao caos, mas não foi criado por ela. Isso faz toda diferença.

    1. Meu caro, provavelmente passa a maior parte de seu tempo…….

      Meu caro, provavelmente passa a maior parte de seu tempo com a bunda sobre uma confotável cadeira (como eu passo, para não considerares uma ofensa pessoal), porém esta tua crítica ao apoio a um movimento popular é tudo menos uma crítica de esquerda, e sndo assim farei algumas perguntas a ti:

      1) Foi a esquerda que inventou a lava-jato que só serviu para falir grande parte do capital nacional e desempregar milhões de trabalhadores?

      2) Foi a esquerda que colocou o Parente na direção da Petrobras?

      3) Foi a esquerda que inventou esta loucura de garantir os lucros dos acionistas de NY na Petrobrás?

      4) Foi a esquerda que colocando os caminhoneiros que ficam 12 a 14 horas numa boléia de caminhão se rebitando para aguentar o tranco?

      5) Foi a esquerda que está levando estes caminhoneiros a falência?

      Pois se ela não foi responsável por tudo isto, vá reconsiderar suas críticas.

      1. posso não ser de ‘esquerda’ mas sou anti-fascista!

        Caro

        Seu argumetno apresenta uma incosistenci9a básica: os movimentos ‘populares’ que foram contra o governo do PT não eram vistos por essa ‘esquerda’ como populares e não foram apoiados por ela.

        .Se ser de esquerda é apoiar qualquer ‘movimento popular’ simplesmente porque é ‘popular’ então a esquerda deveria ter apoiado o impechment, não? foram as maiores ,manifestações da história do pais.

        As manifestações de julho de 2013 foram populares e taxadas imediatametne de ‘fascistas’ pela ‘esquerda’ que hoje quer apoiar o movimetno dos caminhoneiros..

        Quiando os caminhoneiros fizeram greve no governo Dilma com slogans iguais aos que vemos hoje – imagem em frente da REfinaria Duque de Caxias, pintado no asflato : ‘intervenção militar já’ – era um movimento popular? a esquerda deveria ter apoiado? o Que eu vi aqui no GGN foi todo mundo que era do PT falando contra a tal ‘greve’ no que eu estava de acordo. Mudaram os caminhoneiros? não. Mudaram os slogans? não; Mudaram as reivindicações? não. Agora, os mesmos caminhoneiros, os mesmos.slogan e só mudou o governo, o moviemento passou a ser ‘popular’ e de esquerda, deixou de ser ‘fascista’ como foi taxado pela ‘esquerda’ que então era governo.Eu continuo no mesmo lugar que eu estava quando os caminhoneiros fizeram greve contra o governo Dilma pela intervenção militar. 

        Certamente a esquerda que hoje apoia o movimento que apoia a intervenção militar, não fez nada disso que você escreveu. Só colocu o Temer como vice, o Moreira como ministro, ou seja se aliou a direita. MAs parece que não aprendeu nada com o golpe; antes alidado dos golpistas hoje fica ao lado da extrema direita: bolsonaro, empresários e milicois golpistas apoiando a ‘greve’ dos caminhoneiros. 

        Se estar ao lado dessa escória não é ser de esquerda,. pode me chamar de ‘de fora’: eu não estou ao lado de fascistas jamais, em nenhuma circunstância.

         

      2. Pitaco na conversa

        Se me permite participar da conversa, caso você tenha respondido ao comentarista Mr. Rambouz, talvez tenha se enganado quanto ao que ele tenha pretendido dizer, ou ao menos que eu entendi do comentário. Digo isso porque li e concordei em grande parte. Assim, passo a dizer o que entendi do referido comentário e os motivos para minha adesão  mas entendo que sua compreensão tenha visto nele algo que não está lá, devido a algumas parte truncadas na exposição, ou que me escapou, de fato: 

        Acho que ele se refere, no que eu concordo, à maneira como a autora da opinião tornada artigo se referiu aos interesses sociais no caos, incluída aí a intervenção militar, por recorte de classe, por exemplo, e talvez nem tenha se dado conta do quanto soou pernóstica e preconceituosa a maneira como ela disse que o “nós” – grupo que representaria a ela e o grupo a quem dirigiu a mensagem, supostamente pelo contexto, pessoas que têm carro e outros bens atingidos pela paralisação – tinha mais a perder com o caos ao passo que a maioria da população não teria, e sob alegação de que essa maioria, o “eles” da equação (1) não têm muito a perder com isso, supõe-se porque não teriam carro nem acesso a bens e serviços impactados pela paralisação, como viagem aérea (e com isso supôs também que não comem, porque estoque de comida, a que Rambouz se referiu, só seria possível a esta altura, para quem tem dinheiro sobrando; ou que não precisam de serviços como água encanada, acesso a alimentos frescos na feira, não andam de ônibus (não consta que exista combustível exclusivo para carro… quem usa qualquer tipo de transporte será afetado, direta ou indiretamente porque esta é a força da greve, a interligação entre diferentes setores de produção, distribuição e consumo; só faltou dizer que pobre “vive de luz solar” e quer ver o circo pegar fogo, literalmente…) e (2) têm interesse no caos porque pode significar uma interrupção  na “normalidade” anterior, que estaria, para “eles”, insuportável. Aqui, cabe apontar como essa alegação de divisão, ao enfatizar o viés de classe de maneira meio burra, não é compatível com a autora se colocar acima das “análises da esquerda” para dar lição do que seria uma “inteligência estratégica de esquerda”, sua aparente pretensão: então, quer dizer que para quem mantinha sua vidinha burguesa, andando de carro (podendo custear os constantes aumentos de combustíveis) e viajando de avião, recebendo suas encomendas importadas ou transportadas internamente, estava achando suportável a “normalidade” anterior? E já que a maioria, os pobres, não têm muito a perder mesmo, afinal, sem emprego, lenço nem documento, vivendo por milagre, cansou da novela e quer mesmo é queimar pneu e ver quebra-quebra (só faltou insinuar que conta com saques e arrastões para voltar a ter acesso ao mercado de consumo… seguindo sua linha de raciocínio). E tudo isso para explicar por que a esquerda erra ao supor que a população apoiaria a intervenção militar… Esqueceu de se aplicar a própria lição, e projetou sobre os analisados (os pobres, não a esquerda) suas próprias categorias…

        Ou seja, ela fez uma crítica rasteira, classista, oportunista e se identifica como se fosse de esquerda (ainda que não o diga diretamente, ao alegar que supostos erros da esquerda seriam jogar a manifestação no colo da direita, faz subentender que ela não é neutra e considera as “análises de esquerda” (aspas da autora) erradas exatamente por não disputar essa manifestação com o campo ideológico oposto – o que já foi brilhantemente criticado pelo comentarista “Neander, o Tal”, aliás, quase toda a sua abordagem capturou a essência direitosa da opinião da “socióloga” (uso as aspas como o mesmo sentido de ironia que ela talvez tenha atribuído às análises da esquerda que pretendeu criticar, e ao querer apontar as falhas alheias esqueceu-se de verificar se as suas estavam bem camufladas…) Daí a crítica que o comentarista Rambouz fez à morte da esquerda. Ao final, ele me pareceu muito claro ao dizer que quem adota a estratégia do caos para derrubar governos e tomar o poder de maneira, no mínimo, questionável, é a direita, e que alguém que se apresenta, ainda que indiretamente, de esquerda, sugerir isso, seria sinal de decadência desse campo ideológico. Na verdade, a autora e o comentarista Rambouz me parecem pessoas que se identificam à esquerda e que discordam quanto a métodos e princípios aceitáveis na luta. Entendi como se o comentarista Ramouz tenha dito que a esquerda com a qual ele se identifica, e eu concordo, não pretende vencer a qualquer preço e analisa a complexidade de fatores e de interesses envolvidos antes de sair explorando situações ainda indefinidas para exclusivo ganho político temporário, pior ainda que às custas do caos e do sofrimento sempre maior, ao contrário do que afirmou a Sra. Caramez, dos que têm menos. Dizer que 

        “ a maioria da população brasileira está apoiando e vibrando com o caos e rejeita, portanto, a ação dos militares de restabelecimento da ordem.”

        é de uma calhordice tão grande que bem poderia ter sido dita por desembargadoras bolsonaristas, mas por alguém que se identifica como esquerda é mais uma prova da profundidade do golpe: a dificuldade de articular uma reação consistente e apoiada pela população pela qualidade discutível das idéias das pessoas que se alinham, ou parecem aderir, a esse campo ideológico… Não por acaso, eu sempre digo, entendo a desconfiança da maioria do povo com partidos e pessoas que se apresentam como “esquerda”, assunto sobre o qual o silêncio constrangido do bode na sala é sintomático de que o teste da realidade sobre posição e definição ideológica é uma necessidade democrática cuja falta facilitou o golpe e permite seu aprofundamento. Dizer que é de esquerda no Brasil e não assumir que há um profundo abismo de classe e raça/etnia (negr@s e indígenas, principalmente), com reflexos lógicos e de discussão frontal impositiva, em todas as formas de sociabilidade, incluindo os meios oficiais de discurso e formatação de narrativas em que se destacam @ acadêmic@ e @ jornalístic@, é pensamento mágico que não funciona. 

        Cabe perguntar, diante de uma aparente contradição: se a vida do povo já estava uma merda antes, que tornaria a suposta, e também contraditória, “normalidade” anterior insuportável, por que ele vibraria agora? Por que o caos estaria generalizado? Quis dizer a autora que o nível de percepção do caos e do estado de exceção dependia diretamente do acesso a bens de consumo, agora ameaçados? Sobre o caos político e econômico que afeta a vida dos mais pobres desde antes ainda do início do golpe, não afetou também a gente como ela? Não supõe a cientista social que pobres têm escrúpulos e, ainda que, ou talvez exatamente porque, não usem redes sociais e internet para dizer asneiras chanceladas por título acadêmico que não lhes faz falta, têm sensibilidade social com a situação do país, incluídos os manifestantes-caminhoneiros (não os patrões oportunistas), ou que, melhor que pseudo intelectuais de esquerda, percebem a complexa teia de interesses e motivações nos bastidores da situação, porque acompanham o noticiário, mesmo na rede Golpe (Globélica e suas sócias dos outros canais), conhecem a vida não é de hoje e não são idiotas só porque não têm pedigree acadêmico ou bancário? Tenho parentes que não lêem blogues porque não acessam a internet, são da velha guarda, e têm percepção muito melhor que a minha – supostamente letrada e informada em blogues progressistas com acesso a visões que não passam na TV nem no rádio com frequência – e outras que vejo na blogosfera não corporativa sobre política, economia, justiça, a roda do mundo e enredos do golpe. Quem votou na presidenta Dilma? Quem votou e sempre que possível votará em Lula, o maior de todos os presidentes da história do país, e do futuro por muitos anos? Quem deu a guinada à esquerda na política, não só na esfera federal, neste país, desde a redemocratização, e como exemplo, a até hoje lembrada e reverenciada gestão revolucionária de Luiza Erundina numa São Paulo nordestina e imigrante? O povo. Esses que não tinham carro, não tiveram ou voltaram a não ter, e que não estão vibrando com o caos só pra socializar a merda. Se a cientista social se informa sobre o povo na internet, precisa de reciclagem: vá aonde o povo está, e ele não está na internet, graças a Deus.

         

         

        Sampa/SP, 26/05/2018 – 19:38 (alterado às 19:41, 20:04, 20:11, 20:15 e 20:21). 

        1. Concordo totalmente com seu comentário!

          Foi isso mesmo, voce foi extremamente clara, algo que eu admito que não consegui ser.

          Assino embaixo do seu comentário.

  2. Maria: a sociologia da miséria ou a miséria da sociologia?

    Na outra ponta, podemos estipular outros três ou tantos erros em sua análise.

    E claro, como a História não se move matematicamente, pode ser que seus erros sejam acertos, ou nossos erros sejam acertos, ou todos estamos certos ou errados.

    Mas há uma leve disputa (sempre há) na construção de uma narrativa da narrativa, algo como “eu sei o que aconteceu”, e desde 2013 nenhum de nós sabe direito o que aconteceu, de fato, ou melhor, desde 2002.

    O sintoma está nos textos do Luis Felipe Miguel e agora, no da Maria.

    Em suma, nós da esquerda não podemos exigir que o mundo enxergue a realidade pelos nossos filtros!

    Uau, isso é óbvio, não?

    Porém, no encaminhar da realidade, na práxis, o que acontece com todo mundo é justamente isso, ou seja, seguimos imaginando que poderemos submeter os outros a nossa visão de mundo, porque isso, afinal, é a essência da política, fazer prevalecer nossa visão de mundo!

    Ainda que essa visão seja inclusiva, é isso que queremos, mais gente pensando e agindo na mesma direção que  nós agimos!

    Depois vem um erro grosseiro, que me faz duvidar de suas credenciais sociológicas (arf, tá cada vez pior a nossa sociologia):

    – O fato dos slogans serem representações frágeis (no sentido de sua carga reducionista, sabemos, até porque, são para isso que servem) dos estamentos políticos e dos grupos que os reivindicam não quer dizer que sejam a mesma coisa!

    Puta que nos pariu!

    Então quem diz Lula Livre está no mesmo nível rarefeito de compreensão da realidade que intervenção militar já?

    Uai, então qual o sentido da ciência social e política em definirem as diferenças discursivas e crenças desses diferentes grupos, tentando delimitar categorias de pertencimento e seus ethos políticos?

    Então o grito bandido bom é bandido morto é tão superficial e insignificante politicamente quanto o povo unido jamais será vencido? 

    É tudo isso, só isso? Slogans que podem significar que esses grupos estão sempre passíveis de serem disputados?

    Meu zeus, vá ser polliana assim no ADBCEFGHIJ…

     

    Ah, e boa sorte, leve flores para dar a quem lhe aponta canhões, quem sabe dá certo?

  3. Verdade. Mas não podemos

    Verdade. Mas não podemos esquecer do poder de manipulação da globo que pode facilmente transformar os caminhoneiros em vilões e esse apoio todo se transformar em rejeição, afinal de contas o que importa agora é a Copa e quantos manifestoches  estarão em frente a tv vendo e ouvindo aquela voz insuportåvel de hiena narrando os jogos do Brazziiiilll.

  4. Esquerda ressentida

    Na minha humilde percepção a resistência da Esquerda ao movimento dos caminhoneiros com toda a sua diversidade tem também um componente de ressentimento pela posição assumida publicamente por muitos destes profissionais a favor do impedimento da Presidenta Dilma. Há uma dificuldade, natural, em esquecer ou perdoar setores que defenderam a deposição antidemocrática da Presidenta legitimamente eleita. Realmente esta categoria profissional ficou estigmatizada como incuravelmente “de direita”.

  5. Posso estar errado,…

    … mas acho que é a hora dos partidos de esquerda capitalizarem em cima da insatisfação e revolta geral, explicando didaticamente o momento atual … é preciso também avisar a população sobre um monte de imbecis pedindo intervenção militar, … idiotas !… por acaso acham que os milicos vão restituir os direitos que os ladrões golpistas roubaram do povo pobre ?…. acham os milicos vão devolver os 30 % que os golpistas retiraram do salário dos mais pobres ?…. acham que os milicos vão trazer de volta as plataformas de petróleo que os golpistas venderam para as multinacionais do petróleo, … acham que os milicos vão trazer de volta a farmácia popular e a bolsa família ? … acham que vão resistir aos USA trazendo de volta o patrimônio que os ladrões golpistas entregaram ? … todo mundo sabe que se o diretor da CIA entrar na água até a cintura, todo o estado maior das “nossas” forças armadas morre afogado… não vai mudar é nada… por enquanto, a gente ainda tem liberdade pra reclamar, … vamos perder até isso… porque com os milicos no poder, … que reclamar é torturado e morto… nós já vimos esse filme, e, no final, morre a democracia, … a nossa juventude, … e os brasileiros conscientes…

     

     

  6. Retornando de encontro no Sul

    Retornando de encontro no Sul de Santa Catarina BR 101, na última 4ª feira, veículo da CUT foi parado e amassado. As pessoas, professores e sindicalistas, foram ameaçadas. Ouviram xingamentos que a culpa da greve era do PT… 

    Então, Cara Pálida, há aqui no Sul emburrecido muitos caminhoneiros que atuam sistematicamente contra o PT. 

    Mesmo agora quando estão na merda… 

     

    1. Narrativa

      Quem ganha sempre é quem controla a narrativa.

      A nossa única chance é de ganhar um por um os esclarecidos. Neste último tempo acho que estamos conseguindo. Muita paciência até voltar lá e acabar com o monopólio particular das comunicações.

      O caso do Sul é pré-conceito bem explorado…

  7. Numa relação assimétrica a saída é manter o foco

    Quando um movimento deste tipo se fragmenta a direita e o PIG terão as melhores condições de implantar a sua narrativa. Assim como o sindicato dos petroleiros e os Governadores do Nordeste, devemos focar na equivocada política de preços da Petrobrás, aplicada num conceito global do neoliberalismo, ao invés de utilizar a Petrobras como alavanca para desenvolver um país atrasado. Brasil não está preparado para este jogo de mercado global. Dizer que nos EUA funciona bem é o mesmo que comparar diploma de filho de bacana com a ignorância de um favelado, chamando isso de “mérito”. 

  8. Se você tem clareza dos interesses em jogo, porque opina?

    Entre outros significados, opinião quer dizer: O que se diz sem comprovação, fundamento ou confirmação.

    Em sendo assim, se você tem clareza dos interesses em jogo, você poderia não dar uma humilde opinião, mas fazer um acurado juízo de realidade.

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