Da luta de classes à função do BNDES, entrevistas com Jessé S

Jornal GGN – Duas entrevistas neste bloco: Jessé Souza falando sobre seu novo livro e Thiago Mitidieri analisando a situação do BNDES.

Jessé Souza e seu novo livro, “A elite do atraso: da escravidão à Lava Jato“, que chega esta semana às livrarias, concede entrevista a Luis Nassif. O professor de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense, entendeu a importância de construção em perspectivas históricas das classes sociais que temos, um panorama da dominação e da precarização da vida de 80% dos brasileiros.

Jessé buscou entender como foi que a elite conseguiu cooptar a classe média? Este foi a jogada sofisticada desta elite nas primeiras décadas do século XX, mantendo uma coisa que vem desde o tempo da escravidão. E tudo baseado no ódio ao pobre.

A tese do livro é que isso não vem de Portugal, onde não havia escravidão, e a esquerda caiu nesse conto confuso pois foi colonizada pelo pensamento de direita.

E o que é esse reacionarismo que temos? É um discurso extremamente conservador e antigo que diz que a elite poderosa está no poder, o que é conveniente para estigmatizar a política, quando até crianças sabem que quem compra a política é o mercado, endossado pela mídia.

Como ponto central temos expoentes de produção acadêmica, formando elites, e depois isso vai ser distribuído, em pílulas, pela grande imprensa. É o nascimento do poder simbólico de classes.

E, a esquerda, no fundo, acabou aparelhando o inimigo. Isso se deu quando, chegando ao poder, se comportou com ingenuidade, achando que as políticas que visavam o bem dos destituídos bastavam só por existirem, e não levando de forma concreta para a sociedade entender seu alcance.

Este livro de Jessé explica esta teoria, que é dominante, e discorre sobre isso mostrando os três pilares: de onde viemos, onde estamos e para onde vamos.

A segunda entrevista é com Thiago Mitidieri, presidente da Associação dos Funcionários do BNDES, que analisa suposto déficit do BNDES à luz da MP 777.

A proposta apresentada pelo governo gera uma discussão sobre subsídios, sem levar em consideração os custos desses subsídios. Ele aponta as discrepâncias dessas análises e o fator real dos subsídios para a economia e para o próprio banco.

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