Fernando Morais: “Dilma sairá maior dessa guerra”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Fernando Morais

O dia da infâmia

Na Folha

Minha geração testemunhou o que eu acreditava ter sido o episódio mais infame da história do Congresso. Na madrugada de 2 de abril de 1964, o senador Auro de Moura Andrade declarou vaga a Presidência da República, sob o falso pretexto de que João Goulart teria deixado o país, consumando o golpe que nos levou a 21 anos de ditadura.

Indignado, o polido deputado Tancredo Neves surpreendeu o plenário aos gritos de “Canalha! Canalha!”.

No crepúsculo deste 2 de dezembro, um patético descendente dos golpistas de 64 deu início ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A natureza do golpe é a mesma, embora os interesses, no caso os do deputado Eduardo Cunha, sejam ainda mais torpes. E no mesmo plenário onde antes o avô enfrentara o usurpador, o senador Aécio Neves celebrou com os golpistas este segundo Dia da Infâmia.

Jamais imaginei que pudéssemos chegar à lama em que o gangsterismo de uns e o oportunismo de outros mergulharam o país. O Brasil passou um ano emparedado entre a chantagem de Eduardo Cunha –que abusa do cargo para escapar ao julgamento de seus delitos– e a hipocrisia da oposição, que vem namorando o golpe desde que perdeu as eleições presidenciais para o PT, pela quarta vez consecutiva.

Pediram uma ridícula recontagem de votos; entraram com ações para anular a eleição; ocuparam os meios de comunicação para divulgar delações inexistentes; compraram pareceres no balcão de juristas de ocasião e, escondidos atrás de siglas desconhecidas, botaram seus exércitos nas ruas, sempre magnificados nas contas da imprensa.

Nada conseguiram, a não ser tumultuar a vida política e agravar irresponsavelmente a situação da economia, sabotando o país com suas pautas-bomba.

Nada conseguiram por duas singelas razões: Dilma é uma mulher honesta e o povo sabe que, mesmo com todos os problemas, a oposição foi incapaz de apresentar um projeto de país alternativo aos avanços dos governos Lula e Dilma.

Aos inconformados com as urnas restou o comparsa que eles plantaram na presidência da Câmara –como se sabe, o PSDB, o DEM e o PPS votaram em Eduardo Cunha contra o candidato do PT, Arlindo Chinaglia. Dono de “capivara” policial mais extensa que a biografia, Cunha disparou a arma colocada em suas mãos por Hélio Bicudo.

O triste de tudo isso é saber que o ódio de Bicudo ao PT não vem de divergências políticas e ideológicas, mas por ter-lhe escapado das mãos uma sinecura –ou, como ele declarou aos jornais, “um alto cargo, provavelmente fora do país”.

Dilma não será processada por ter roubado, desviado, mentido, acobertado ou ameaçado. Será processada porque tomou decisões para manter em dia pagamentos de compromissos sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.

O TCU viu crimes nessas decisões, embora não os visse em atos semelhantes de outros governos. Mas é o relator das contas do governo, o ministro Augusto Nardes, e não Dilma, que é investigado na Operação Zelotes, junto com o sobrinho. E é o presidente do TCU, Aroldo Cedraz, e não Dilma, que é citado na Lava Jato, junto com o filho. Todos suspeitos de tráfico de influência. Provoca náusea, mas não surpreende.

“Claras las cosas, oscuro el chocolate”, dizem os portenhos. Agora a linha divisória está clara. Vamos ver quem está do lado da lei, do Estado democrático de Direito, da democracia e do respeito ao voto do povo.

E veremos quem se alia ao oportunismo, ao gangsterismo, ao vale-tudo pelo poder. Não tenho dúvidas: a presidente Dilma sairá maior dessa guerra, mais uma entre tantas que enfrentou, sem jamais ter se ajoelhado diante de seus algozes.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

43 Comentários

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  1. Quero ver as caras dos

    Quero ver as caras dos fachineiros da ética Sérgio Moro e Joaquim Barbosa se o golpe paraguaio vingar e tirarem a presidente honesta para colocar no seu lugar a gangue do Cunha integrada por Aécio, Serra, Gilmar Mendes, Paulinho da Força e cia. ltda.

    O cheiro da podridão vai ser irrespirável.

  2. Também acredito, e espero que

    Também acredito, e espero que além de sair mais forte enfrente sem medo tudo que estiver ruindo neste país, enfrente de frente! Faça todas as reformas necessárias, passe a limpa no BC para ver se não está ocorrendo irregularidades com a dívida do pais e falcatruas com os títulos e derivativos. Que retome o poder de estado regulador, para proteger o povo do capital maliciosa que vai escravizando a população, principalmente daquelas mais necessitadas que não conseguem pagar suas contas cada vez mais altas.

  3. perfeitamente, lacrou…

    fechou com a chave de ouro da verdade, apontando para os bandoleiros da Democracia e identificando claramente o principal chefe da quadrilha

    político que perde eleição e minutos após a divulgação do resultado começa a conspirar contra quem venceu fede mais do que merda que caga

  4. Ótimo texto, que resume com

    Ótimo texto, que resume com rara fidelidade a atual situação política brasileira. Ele não entrou no mérito sobre o segundo mandato da presidenta, cujas escolhas não estão em julgamento no caso do impeachment. A maior fraqueza do governo não é a desonestidade da presidenta, que todos reconhecemos como pessoa honesta, mas as medidas impopulares e neoliberais que tomou. Não fosse isso e hoje a presidenta teria multidões nas ruas defendendo o seu mandato conquistado nas urnas de forma democrática. Ela precisa mudar os rumos do seu governo, pois o caminho adotado faz com que muitos brasileiros, por ignorância até, desejem que ela saia do governo, mesmo desconhecendo que isso representaria um retrocesso em todas as áreas. Dilma precisa mudar os rumos do governo, adotar políticas geradoras de emprego e aumentos salariais; reduzir juros, mesmo que tenha que lançar mão de empréstimos externos, que custam bem menos ao país do que os juros da dívida pública. Enfim, há muitas alternativas que não passam por políticas recessivas e neoliberais. 

  5. realmente…

    conseguir ser pior do que o Cunha não é para qualquer um não

    é só para quem está por trás de tudo que não presta, sempre ausente dos deveres e obrigações, mas esperando a melhor oportunidade para jogar mais lenha na fogueira

  6. Dilma sairá maior.

    Que beleza! É isso mesmo. A escolha entre o bem, a dignidade e a cidadania. Eu tenho fé é na rapaziada que vai para rua e faz um político pérfido,canalha , como o de de São Paulo, recuar.

  7. É Tudo Verdade

    Como o filme inacabado do Orson Welles e o festival internacional de documentários do Amir Labaki, é tudo verdade o que escreveu Fernando Morais. E é um prazer poder assinar embaixo desse artigo.

  8. Elogio

    Você em sua sapiência foi muito feliz ao analisar o momento político de nosso Brasil, de um lado estamos nós os honestos, e de outro aquartelado na Câmara Federal, estão os bandidos, e diga-se a verdade da pior espécie, Ladrões, Chantagistas, corruptos, mas há uma pergunta que ninguém conseguiu responder até agora e o POVO quer saber: Nossa Justiça, onde está o Supremo, a PGR, a Promotoria Pública, O CNJ, onde estão estão neste momento crucial para o nosso Brasil, estão se omitindo ou estão coniventes, esta é a pergunta do povo, a Mídia, todos sabemos que está conivente.

  9. A minha tristeza é com a

    A minha tristeza é com a classe média que engole, sem cerimônia, este golpe. Será que é tão fácil enganar tanta gente?

  10. Foi patética a visita do Michel Temer ao Geraldo Alckmin…

    Foi patética a visita do Michel Temer ao Geraldo Alckmin neste final de semana. Enquanto o governador de São Paulo vive um verdadeiro inferno astral, provocado pelos estudantes secundaristas paulistas, o Michel Temer bate na porta do governador e propõe participar do golpe contra a presidenta.

    1. Poderíamos dizer que o Temer não é lá muito esperto!

      Wilton, sempre coloco nos meus artigos sobre as tentativas (frustradas) de golpes, é necessário o apoio de governos estaduais fortes, porém o senso de oportunidade do Temer parece meio equivocado (para não dizer estúpido). 

      Tudo que o Alckmin é hoje em dia é a antítese de um “governo estadual forte”. Pelo sucessão de eventos e besteiras do Alckmin ele é o que se chamaria uma “estrela cadente na política”, algo como o Cunha por outros motivos complementares.

      Se Temer apoiasse irrestritamente a predidente Dilma, ele até poderia tentar no fim do governo uma candidatura a presidência da república pelo PMDB, porém o mesmo me parece pouco esperto (para não qualificá-lo de outra maneira) e aparece no Palácio dos Bandeirantes propondo o Alckmin tudo o que ele não quer no momento, mais confusão.

      O picolé de Xuxu, sabe perfeitamente que num momento desses o importante é não aparecer e deixar aos seus chefes da grande imprensa que aliviem no futuro as presentes burradas. Veja, choveu forte na Cantareira, se continuar a chover como os paulistas tem memória de formiga, até as próximas eleições até vão esquecer que houve racionamento. O mesmo ele pode fazer com as patuscadas com os alunos secundaristas, esperando que os mesmos cresçam e emburreçam!

      1. Concordo,

        A forma como o impeachment foi imposto não só vicia o processo, como contamina todos aqueles que o apoiarem. Tem o efeito de Midas às avessa. Ou seja, tudo o que se vincular com essa manobra irá apodrecer. Em última instância estarão sustentando a chantagem do Eduardo Cunha contra a presidenta.

        Para quem não conhece o Michel Temer, como a grande maioria dos brasileiros, a impressão que fica é de que o Michel Temer é uma pessoas que está se vingando pelo Eduardo Cunha. E quem participar dessa aventura será visto como aliado do presidente da Câmara. E com o PSDB não será diferente.

        O eleitor paulista é muito volúvel e a aprovação d Alckmin tende a se obliterar numa instante. Se os tucanos errarem vão sair manchados.

  11. Nada como um profissional escrevendo a verdade.

    Ao ler Fernando Morais as coisas que já eram claras ficam claríssimas e evidentes. Um profissional da escrita é outra coisa.

  12. À luta companheiros! “nãovaitergolpe

    Em agosto passado, ao confirmar a denúncia do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, contra o achacador-mor da nação Eduardo Cunha (ainda presidente da Câmara Federal, mas em breve morador da Papuda) a ministra do STF Cármen Lúcia, declarou que o povo brasileiro sabe o que NÃO quer, porém “as pessoas boas” precisam expressar o que querem — com “a ousadia dos canalhas”.

    Defendemos a democracia e não coadunamos com nenhum tipo de ilícito, seja do PT, do PSDB (ambos tiveram e possuem representantes que chafurdam na lama), ou de qualquer outra agremiação partidária. Quem errou que pague, seja vermelho, azul, verde ou desbotado!

    Embora ninguém consiga acusar a Presidente Dilma de um crime de responsabilidade praticado de forma dolosa, o certo é que muitos (por maldade ou ignorância) aplaudiram a vingança do chantagista e criminoso Eduardo cunha. Os golpistas e reacionários (os que destilam ódio e intolerância nas redes sociais), já marcaram suas manifestações de rua para derrubar a nossa presidenta Dilma: 13 de dezembro (um DOMINGO).

    Espero que “as pessoas boas”, aqueles que estão ao lado da democracia, de Dilma e do projeto que ela representa (justiça e inclusão social), sejam um pouco mais competentes desta vez, e marquem a nossa manifestação também para um DOMINGO, afinal qual trabalhador pode participar de uma manifestação em dia útil? Sugiro o DOMINGO seguinte: 20 de dezembro.

    Agora a batalha é em campo aberto e terá contraponto; mediremos força com os golpistas e reacionários. NÃO NOS CALAREMOS!!! Nas ruas, nas redes sociais e junto aos nossos amigos e familiares, pois estaremos (pacificamente, mas com muita energia) defendendo a democracia e o nosso voto! À luta companheiros! #nãovaitergolpe

  13. Assinado!

    Palavras cristalinas e verdadeiras… Assino em baixo… As razões alegadas para o impeachment são claramente forçadas, ou seja, golpistas… 

    Um abraço.

  14. Fernando Moraes

    Um grande escritor do qual sou fã e já li muitos livros dele.

    Assim como ele, espero que a coisa aconteça conforme o previsto. A “Guerrilheira” tem de seguir a luta, pois honestidade é coisa rara e deve ser um exemplo para o país.

      1. José Serra

        É um GRANDE senador paulista. Conseguiu privatizar a Vale por 2 bilhões, imagine só 2 bilhões! E o Brasil acreditou, ninguem perguntou se houve algum “por fora”. Mas a filha dele, de repente,não mais que de repente, monta uma firma em Miami, juntamente com a irmã do Daniel Dantas. E o que fazia a firma ? “internava” dinheiro do exterior para o Brasil. Mas ninguem perguntou nada ! A firma foi fechada pouco antes do pai ser candidato à presidente. Simples coincidência. Atualmente a filha-gênio é sócia de um dos homens mais ricos do país, com diversas atividades, dentre as quais a fabricação de sorvetes vendidos a grandes redes de supermercado.

        No mesmo governo de FHC, o GRANDE senador paulista, foi ministro da Saúde. Como ele é tb um GRANDE economista, tratou de fazer economia p/ o ministério,  e dispensou todos os mata-mosquitos existentes no ministério.

        Este ano tivemos 2 grandes desgraças:

        1 – a falta de cuidados causada pela ganância, fez com que a firma privatizada por 2 bilhões, provocasse o maior desastre ecológico do Brasil.

        2 – A explosão das epidemias de dengue e neste ano a de outras doenças causadas pelo mesmo mosquito Aedes Aegipt , como a microencefalia.

        Será tudo isto coincidência  ? O nobre e GRANDE Senador, foi o mais votado em SP. E nada disto foi aventado. Pobres paulistas, os que não vêem mais nada além do ódio ao PT.

         

    1. Dilma sem foi grande

      O ignorante anônimo se pergunta se Dilma já foi grande. Dilma sempre foi muito maior do que qualquer imbecil anônimo pode sonhar em um dia ser.

  15. Concordo com o Fernando Moraes

    Essa semana eu tranquilizei uma colega de trabalho, pois ela estava muito triste com o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

    Mas eu gostaria que a Dilma não fosse tão passiva com os canalhas de plantão. Foi ela mesma que disse que não ficaria pedras sobre pedras. Eu acredito que a Dilma tem muita sorte (se é que) porque ela cometeu muitos erros. Melhor, eu acho que ela não tem sorte e sim a oposição nazista é burra.

  16. Das escolhas infelizes

    Para o Ministério da Cultura, Fernando Morais estava no páreo, corria por fora, torcia e muito por ele. Mas Dilma preferiu o Juca, sem saber que o Juca vinha com um kit anexo. Enquanto as redes sociais comemoravam o inexpressivo Juca (afinal, era do PT !?), eu lamentava. Dilma precisava de um governo forte, optou por montar um ainda mais fraco do que o primeiro.Questão de opção. Fernando Morais iria muito além de um simples Ministro da Cultura, tem peso e envergadura política muito além. 

    Dilma não gosta de fazer política? Cerque-se de quem sabe. Não gosta ou tem dificuldade de falar? Cerque-se e monte um timaço de comunicação e, pelas barbas do profeta, um Porta-Voz, um Porta-Voz. Mas não, cercou-se de idiotas. 

    No dia que o Senador Aécio liderava aquela alegre e ruidosa excursão até a Venezuela, juntamente com o incrível Senador Petecão (Who?), Fernando Morais estava em Caracas dando entrevista para a Telesur, falou pelo Brasil melhor do que qualquer diplomata. Fernando Morais cabe em qualquer governo, tem experiência política, já foi deputado, secretário estadual, oescambau. E importantíssimo: É RESPEITADO. Não é qualquer pé de chinelo que tem coragem de encará-lo. 

    Uma amostra do que seria o Fernando Morais no Ministério. 

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=_HQHBIkJbeE%5D

    1. Espero que tenha razão na esperança

      Tudo depende muito de que as instituições jurídicas e de polícia possam funcionar de forma indpendente.

      Porque as políticas estão todas distorcidas e manietadas.

      O Cunha tenta desacretidar todas e a imprensa oficial oferece voz a todas as manobras.

       

       

       

  17. Concordo com o excelente
    Concordo com o excelente texto do Fernando Moraes, Dilma sairá desse processo político muito maior do que entrou e seus inimigos vão para seu legítimo lugar, a lata de lixo da História, chafurdando na lama imina da infâmia como ratos desprezíveis que são…

  18. As máscaras caindo

    “Claras las cosas, oscuro el chocolate”, dizem os portenhos. Agora a linha divisória está clara. Vamos ver quem está do lado da lei, do Estado democrático de Direito, da democracia e do respeito ao voto do povo.

    Concordo. Como diz sempre um irmão meu : se há uma coisa boa nessa terrível história que estamos vivendo no país, é que saberemos claramente quem é quem. Quem é, quem fingia ser, quem nunca foi…”. Já tivemos e ainda teremos muitas decepções, mas é melhor que assim.

  19. O Brasil é corrompido pelo Mercado até na Constituição

    Lamento se decepciono aqueles constituintes (malandros) que, para promoverem seus interesses, destacaram o totalitarismo disfarçado do mercado sobre sobre a carta de 1988.

    Dilma é grande, luta pelo mesmo sonho dos brasileiros, com inteligência, mas dentro da limitação do totalitarismo constitucional é empreendedora, tem garra e projetos para o país.

    Existe lembrança constitucional neste pais: “No Brasil, a Carta Magna de 1988 é um exemplo eloquente do totalitarismo constitucional. Além das disposições de direitos sociais e econômicos, o constituinte previu normas programáticas de indole financeira, securitária. educacional, cultural, desportiva, etc.” (BULOS.2003:18).

    Segue a minha contribuição para defesa no impeachment de Dilma:

    Direito Constitucional – Editora Atualizar, página 13/14  -:”A atual fase do constitucionalismo é conhecida como “constitucionalismo contemporâneo” e marcada pela existência de documentos constitucionais amplos, analiticos, extensos, que encarceram temas próprios da legislação ordinária, como o texto da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, e que levam a um totalitarísmo constitucional, consecutário da ideia de constituição programática.

    As constituições contemporâneas firmaram o compromisso entre o liberalismo capitalista e o intervencionismo estatal, fazendo com qe ocorresse um alargamento dos textos constitucionais, isentando os individuos de coações autoritárias em nome da democracia política, dos direitos econômicos, dos direitos dos trabalhadores. Tais fatores levam ao conteúdo social das constituições alcançando, pois, a ideia de constituição dirigente. Os textos contemporâneos, desse forma, deixaram de impor relações coativas de convivência e passaram a consagrar princípios socioeconômicos, que dependem de regulamentação legislativa, com o objetivo de celebrar compromissos e promessas genéricas que, na prática, são dificeis de serem realizadas. Tais compromissos referem-se às normas programáticas, cuja formulação doutrinária iniciou-se no constitucionalismo moderno, mas teve seu ápice na contemporaneidade (BULOS,2003:16-17).

    As normas normas programáticas, revestidas de promessas e programas, limitam-se a enunciar princípios a serem cumpridos pelo Legislativo, Executivo e Judiaciário, deixando, assim, para os órgãos públicos a complexa tarefa de concretizar os fins sociais do Estado. Esse aspecto do constitucionalismo contemporâneo diverge da orientação clássica que concebia as constituições como instrumento de governo, dotadas de imperatividade ou cogência absoluta, ao definir os limites da ação política (BULOS, 2003). E dessa forma. acentuando conteúdo social, a caracterizar a denominada constituição-dirigente, que nada mais é do que um repositório de promessas e programas  a serem cumpridas pelos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, acaba acarretando o desprestígio e a desvalorização da própria Constituição em decorrência das falsas expectativas criadas (CARVALHO, 2004:161).

  20. Não concordo, mas respeito Fernando Morais

    Caro Fernando, não concordo com sua análise, mas respeito. Sou leitor de suas obras e foi seu “A Ilha” que abriu o mundo futuro do socialismo para mim quando eu ainda era adolescente. Mas não concordo porque a análise desse processo que perpassa o Brasil, na minha opinião, é uma questão política e, me parece, que tu fizeste uma análise dos indivíduos. Mas espero que tu estejas certo em sua análise. Creio que a melhor análise quem a fez foi o Partidão, o PCB, que saiu com o título: “O PCB e o Processo de Impeachment da Presidente Dilma”. Vale a leitura. Certamente.
    http://pcb.org.br/portal2/10010

  21. Não consigo

    Uma coisa que nunca engoli e nunca me desceu pela goela foi essa tal “beatificação” de Tancredo. Um baita picaretão!

    E claro que, quando comparado com o neto…

  22. Aécio Golpista!!!!

    O Aécio Neves tem a quem puxar!

    O Tancredo Neves não tem nada de polido, pois, como emissário do Ernesto Geisel, em 1964, foi se encontrar com Jango no Uruguai para passar o recado de que só aceitariam ele, o Jango, na Presidência, se  concordasse com o parlamentarismo, ou seja, perderia Poder para um Primeiro Minisitro que, não por mera conincidência, foi o próprio Tancredo Neves. Aliás, o Tancredo Neves também foi contra as Diretas Já. Preferiu o tal Colégio Eleitoral, onde, provavelmente, já estava tudo acertado. Portanto, o Aécio Neves da CUNHA é um antidemocratico desde de sempre. Que Deus tenha piedade do Brasil e não permita mais esta traição ao povo brasileiro.

    1. Em 1964 Jango estava no

      Em 1964 Jango estava no Uruguai exilado, o Presidente era Castelo Branco e não Geisel e os militares jamais iriam propor ao Jango voltar ao governo em qualquer regime, bela viagem na maionaise. Tampouco Tandredo , ultimo Ministro da Justiça de Vargas, seria emissario dos militares de 1964, que eram o grupo anti-varguista das F.A.

      1. Tem razão! O que eu queria

        Tem razão! 

        Eu queria me referi ao ano de 1961 (e não 1964).Neste ano Geisel era chefe da Casa Militar do governo interino de Raniere Mazzili, e incumbiu o Tancredo Neves de encontrar com o Jango que estava no Uruguai, quando havia retornado de uma viagem que fez à China.

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