Fragmentação partidária: o problema número 1 do Brasil, por Diogo Costa

Fragmentação partidária: o problema número 1 do Brasil

por Diogo Costa

Um dia será preciso tentar entender de onde surgem algumas “análises” políticas a respeito dos governos do PT. Uma dessas pseudo análises é a que diz que o partido não fez o que poderia quando Lula iniciou seu mandato em 2003 (reforma agrária, Ley de Medios, etc).

Já se viu até gente falando e comparando os governo de Lula com os governos de Franklin Delano Roosevelt nos Estados Unidos. Outros chegam a comparar as medidas empreendidas por Roosevelt na década de 30, logo após o Crash de 1929, com a suposta falta de medidas de Dilma para superar a recessão aqui no Brasil.

Todas essas análises pecam pelo mais elementar aspecto da política que é a correlação de forças.

Durante seus primeiros oito anos de mandato o presidente Franklin Delano Roosevelt contou com super maiorias parlamentares na Câmara e no Senado (mais de 2/3 de parlamentares do Partido Democrata). Foi nesse período de oito anos, em que manteve estrondosas maiorias de mais de 2/3 no Congresso Nacional, que Roosevelt conseguiu levar a cabo o seu famoso “New Deal”.

Sem essas estrondosas e acachapantes maiorias não haveria “New Deal” e nem a superação da crise econômica como se verificou.

Nos outros dois mandatos de Roosevelt – entre 1941 e 1945, ano do falecimento dele no exercício do quarto mandato – não houve super maiorias de 2/3. Mesmo assim o presidente sempre conseguiu maioria de mais de 50% dos parlamentares no Congresso Nacional.

A verdade é que o PT jamais teve super maiorias no Congresso Nacional; jamais teve maiorias simples e o máximo que conseguiu foi ter aproximadamente 1/6 dos parlamentares no Congresso (bem menos que 20% do total – atualmente tem a segunda força parlamentar e isso equivale a pífios 1/7 do total).

Sem condições parlamentares adequadas é impossível implementar mudanças estruturais. Sem as condições parlamentares adequadas Franklin Delano Roosevelt jamais teria feito tudo o que fez nos Estados Unidos.

O problema principal do país nos dias de hoje, agravado pela crise econômica e política, é a fragmentação do sistema partidário – algo que não existe em nenhuma outra grande democracia do mundo.

Sem resolver essa questão da fragilidade do Poder Executivo, refém de quase 30 partidos políticos, dificilmente se conseguirá empreender reformas progressistas e estruturais.

O modelo atual é uma camisa de força que prende o país ao passado.

Não basta a vontade para mover o mundo e se um governo não tem sequer 20% dos parlamentares é até óbvio que terá que praticar algum tipo de conciliação.

Não parece evidente que um sistema que permite ao postulante do Executivo se eleger e reeleger com mais de 50%, 55% ou 60% dos votos, ao mesmo tempo em que pulveriza votos entre dezenas de agremiações no parlamento, é algo disfuncional?

O sistema político-partidário do Brasil é um desastre e um convite permanente à instabilidade.

Em momentos de crise essa debilidade se multiplica e o que é pior é que nenhum governante, de nenhuma orientação política, consegue implementar na prática o programa político que o povo vota nas urnas.

Sempre acaba tendo que diluir este programa em função da fragmentação partidária absurda que existe.

Redação

41 Comentários

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  1. Isso é verdade. Mas não

    Isso é verdade. Mas não parece ser mais fácil obter maioria parlamentar para projetos plutocratas do que para os do tipo “Reformas de Base”?

    1. Isso parece ser mais

      Isso parece ser mais problemático do que a fragmentação partidária em si.

      Veja que até o PDT de um postulante teoricamente progressista a presidência, vota com entusiasmo nesses projetos plutocratas.

      Isso é uma razão de questionar profundamente Ciro. Como ele vai desfazer o projeto plutocrata que o seu próprio partido apoiou ???

      E a fragmentação partidária não foi nenhum problema para Temer. A situação vota toda com ele e até a oposição.

      Tirando PSDB e DEM e botando o PT e o PC do B, a base do governo Temer é a mesma do Governo Dilma, mas ela é incrivelmente mais disciplinada e aberta aos projetos do executivo, assim como no Governo FHC, que a base era a mesma, menos o PSB e o PDT.

      PDT é o mais burro de todos. Se diz oposição, mas vota com o governo. É o partido que mais apoia Temer, pois é um apoio programático, e não em troca de cargos.

    1. Concordo…

       e se me permite agrego que, quando um governante tem planos e projetos que além de apoio popular são exequíveis e capazes de mover o País, econômico e socialmente, ele conseguirá votos até de Partidos da oposição.

      Isso ocorreu no governo Lula e Dilma também (vejamos as votações). Já os partidecos, sem ideologia própria e original, eles vão dar trabalho, mas serão levados pela onda.

    2. Uau! Que análise brilhante!…

      O senhor heterodoxo é um primor de rigor na análise da política. 

      Deve pensar, por exemplo, que Dilma não fez a reforma agrária, a Ley de Medios e outras reformas nos últimos dois anos simplesmente porque não quis! 

      O fato do PT ter 1/7 dos parlamentares no Congresso Nacional no segundo mandato de Dilma é só um mero detalhe… 

      O fato de termos o Congresso mais reacionário e golpista dos últimos cinquenta anos é só um mero detalhe… 

      Tudo é uma questão de vontade política, não é mesmo?

      Quando se encara bovinamente os fatos concretos e objetivos da realidade, como fazem alguns heterodoxos, a política passa a ser o reino da vontade! 

      Eduardo Cunha nunca existiu, foi só uma miragem; o Congresso reacionário e golpista nunca existiu, foi só uma miragem; o pool da mídia venal fechado pela derrubada do governo nunda existiu, foi só uma miragem, etc. 

      Dilma caiu e não fez reformas porque não teve vontade… Talvez se tivesse tomado algum energético teria sobrevivido, não é mesmo?

      1. Concordo totalmente com a

        Concordo totalmente com a conclusão de que é impossível levar a cabo qualquer programa de governo com a atual composição partidária no Congresso. Não tem como não entregar os anéis…Acho que a próxima campanha eleitoral deve priorizar a disputa proporcional, pregar o voto casado sem cessar, pois sem apoio firme no Parlamento o eleito na disputa majoritária é uma espécie de rainha da Inglaterra.

        No entanto, acho também que Dilma não precisava entregar a economia nas mãos do inimigo, como fez ao nomear Joaquim Levy e adotar seu desastroso programa econômico. Abriu um flanco enorme em seu capital político, e, por tabela, no do PT também. Quando quis dar meia-volta já era tarde. Abusou do voluntarismo. Deu no que deu.

        1. Essa (voto casado) é uma bandeira…

          Defendida pelo Eduardo Guimarães há anos. Infelizmente, não consigo localizar o texto em que ele fala exatamente sobre isso: as pessoas votam para um partido no executivo, mas votam na oposição para o legislativo. Aí, quando o executivo não consegue implementar seu programa, descem a lenha. Algo que não faz o menor sentido!

           

           

      2. A doença infantil do governismo volta a atacar

        Bovina é sua análise que jamais consegue se desvencilhar de um governismo pueril e primário. É realmente impressionante sua desonestidade intelectual, fazer uma “análise” espúria, contando apenas com os votos do PT no congresso, desconsiderando a força que todo governo tem, a capacidade de influência que o executivo tem sobre o legislativo – independente de mensalões e que tais.

        E quando digo que para aquilo que interessava ao governo ele tinha força no congresso, basta lembrar, por exemplo, a indicação do senhor Dias Tofolli (que foi reprovado em concurso para juiz), advogado do PT, nomeado pelo Lula para o STF e passou pelo congresso tranquilamente. Tofolli passou só com um sétimo dos votos? Só com os votos do PT?

        Só os governistas infantis creem nas suas próprias falácias, que são desmoralizadas inapelavelmente pelos fatos.

        Esta votação do Dias Tofolli (diga-se de passagem, uma personalidade jurídica fraquíssima), só ela, já comprova que o PT poderia ter dado a feição que quisesse ao STF – se não o fez foi por absoluta incompetência nas nomeações. Se o fascismo domina atualmente nossa corte maior, a responsabilidade é toda do PT, pois foi ele quem nomeou 8 dos 11. Aliás, nomeou mais de oito, mas vários saíram (e não tinham ideologia diferente dos que permaneceram).

        Dilma e Lula não fizeram a reforma agrária porque não quiseram fazer. Quiseram fazer o bolsa-família – e o fizeram. FHC não quis fazer o bolsa família e não fez. Simples assim. Da mesma maneira Dilma e Lula que não quiseram fazer a reforma agrária, quiseram nomear o senhor Meirelles como presidente do BC (e no meio do caminho, para protegê-lo de certos enrolos, ¡ainda transformaram o cargo em ministro!) e, ao invés de utilizar o brutal superávit de 4,25% do PIB para eliminar toda a dívida brasileira (o que poderia e deveria ter sido feito se tivessem baixado os juros a níveis que não fossem criminosos,) não, vimos a dívida aumentar de 800 bilhões para mais de 2 trilhões de reais ao longo do governo do PT.

        A nomeação de Joaquim Levy (alcunhe-o como quiser, ortodoxo, Chicago boy, monetarista, direitista, neoliberal, etc.) por Dilma foi assim feita porque ela também quis. Ao adotar a política econômica prometida pelos derrotados na campanha, Dilma promoveu o maior estelionato eleitoral da história. Fez a proeza de não conseguir angariar ninguém do lado da direita e perder o povo, os trabalhadores que estavam com ela.

        Para que nunca se esqueça, Dilma também queria fazer reforma da previdência (na qual ela defendia uma reforma que fatalmente também penalizaria os trabalhadores, mesmo que talvez não ao nível do proposto pela quadrilha de Temer). Depois de a Dilma ter dado generosos subsídios exatamente na contribuição previdenciária para empresários, ainda teve o despautério de querer fazer reforma para penalizar os trabalhadores. É realmente o fim. (¡ainda há quem defenda uma persona dessas e se diga de esquerda!)

        E pior, Dilma disse no recesso parlamentar que antecedeu sua queda que a questão previdenciária que a reforma da previdência preocupava mais o governo que o impeachment. Patético.

        Uma das coisas que eu jamais vou perdoar na sua infantilidade governista, eram aqueles longos textos em que dizia que tudo estava muito bem, tudo estava muito bom, dizendo que em relação a outros países o Brasil tinha enfrentado melhor a crise, numa mistificação absurda, compilando os anos em que o Brasil realmente enfrentara bem a crise, e misturando-os com o desastroso pacote Levy-Tombini (aqueles que conseguiram a proeza de, no meio de uma crise, aumentar a taxa de juros, aumentar impostos e diminuir drasticamente os investimentos).

        Tudo ia muito mal, e a grave crise econômica resultante do desastroso pacote levou o Brasil ao cadafalso, e agora a extrema direita faz o arraso que a compete.

        Você , como todos os governistas, foi um dos que contribuiu para o estado catastrófico onde estamos agora, fingindo que estávamos bem quando tudo ia mal.

        1. Falou a voz da burrice e da ignorância heterodoxas

          Segundo o fantasiado e burro de plantão chamado Donkey, basta a vontade de um governante para que tudo aconteça de forma mística e mágica! Se o Poder Executivo é tão poderoso, como diz o nosso Donkey de plantão, a falta de uma reforma agrária não se deve à oposição feroz e secular de Caiados e Bolsonaros mas sim à falta de vontade política!

          Jango, que tinha vontade política, não fez as Reformas de Base porquê? Porque sofreu um brutal golpe de estado vindo da parte dessas forças de direita que o senhor Donkey diz que não existem. E mais, diz que para suplantar essas forças, pasmem, basta ter vontade política! 

          Cita ainda o nosso memorável Donkey a nomeação de Joaquim Levy e diz o asinino que o programa de governo do segundo mandato de Dilma é o mesmo que está sendo implementado agora pelos golpistas! Nem o mais heterodoxo ser humano da face da Terra seria capaz de dizer tamanha e tão descomunal imbecilidade. Basta ver o que está sendo feito em matéria econômica nestes 08 meses de desgoverno golpista (PEC do Teto, etc) para desmentir de forma peremptória o Donkey de plantão. 

          Tu é muito burro, senhor Donkey. Incrivelmente burro – se bem que é algo que combina com o teu nome.

          É tão burro ou desonesto que não sabe ou mente a respeito disso:

          1. As taxas médias nominais e reais de juros nos governos de Dilma foram as MENORES da história do Plano Real

          2. O problema central das finanças foi a questão das desonerações fiscais que Dilma tentou reverter antes de ser golpeada

          Por fim, notem que o burro Donkey é um golpista de quatro costados. Passou 02 anos seguidos batendo virulentamente no governo democraticamente eleito e fazendo coro com o PSDB, com Cunha, com Temer e com a Rede Globo. Sempre foi um dos apoiadores de primeira hora do golpe de estado. 

          E ainda tem a cara de pau de dizer que o programa econômico dos golpistas é o mesmo do PT! Nessa o burro Donkey de fato se superou… Nem o mais burro dos seres humanos acredita nisso e a realidade concreta e objetiva dos fatos desmente o nosso burro, golpista e heterodoxo Donkey.

          1. Não sei se posso dizer que

            Não sei se posso dizer que você tem um pensamento binário, pois não sei se você pensa.

            É difícil lidar com um ser tão pueril… cito o exemplo factual, concreto, indiscutível da nomeação do Tofolli, que passou pelo congresso a despeito das múltiplas restrições que qualquer pessoa séria teria a ele – pois Tofolli é intelectualmente desqualificado (talvez não tanto quanto o governista infantil que escreve essas bobagens). Daí o governista infantil responde com “mística e mágica” no congresso. Que sujeito patético.

            E o pior é ainda dizer que há diferença entre Levy e Meirelles. Sim, claro que há, seria impossível que fossem iguais, mas são duas faces da mesma moeda, ambos neoliberais, ambos ortodoxos, ambos com vínculos profundos e indissociáveis com o mercado financeiro. O Meirelles apresenta uma versão mais aguda que o Levy, mas este último pediu conta foi justamente por não conseguir impor toda sua ideologia nefasta. Ademais, quando a canalhice intelectual é desenfreada, ela acaba se esquecendo de algumas coisas que com o mínimo de lógica ele poderia concluir (mesmo para um ser tão limitado). O governista infantil sequer tem a noção de quão grave é para a sociedade, e mais especificamente para a esquerda como um todo, quando um partido (que num dia distante, longínquo, foi efetivamente de esquerda), assume o poder ainda portando este discurso e esta bela história, porém, implementa uma política de direita. Ora, quando a direita puro sangue assumir o poder, o que eles não farão? É lógico que será uma política de terra arrasada, pois a própria “esquerda” legitimou isto. Foi exatamente o que o PT fez. Abriu as portas, estimulou, instigou o desastre de reforma da previdência, PECs do fim do mundo, etc.

            Por fim, o governista infantil talvez não saiba (se sabe, finge se esquecer), quem era exatamente a pessoa que Lula defendia aos quatro cantos para substituir Joaquim Levy? Ele mesmo, o senhor Meirelles, que agora o governista infantil diz que implementa uma política “diferente”.

            É um oroboro perfeito, a cobra devorando o próprio rabo.

            Por fim, a cruel ironia, se critico o governo Dilma exatamente pelos fatos que o levaram ao cadafalso, estou apoiando o lado contrário (!). Mas é um stalinista de merda, mesmo. O que os petistas queriam era exatamente esta cegueira que os impedia de ver os graves erros que cometeram e que cobraram sua conta.

            Participei de protestos defendendo este governo fraquíssimo, tomando bomba e porrada da polícia, discuti com um monte de gente, briguei, tentei convencer, fiz o diabo. Mas nunca perdi a idoneidade intelectual, nem nunca me ative ao pensamento binário de avalizar todos os desastres que o PT fez (não só no campo ético).

            Enquanto participava do movimento estudantil na minha adolescência fui convidado muitas vezes a ingressar no PT, mas para minha boa ventura não aceitei os convites, a despeito de ter feito campanha renhida pela eleição do Lula. Seria insuportável para mim, jamais me sujaria permitindo-me ficar num partido que nomeia Levy, Palocci, Kassab, Jucá, Eliseu Padilha, Meirelles e afins. Mas ainda que tivesse ingressado neste partido, ainda que tivesse suportado tantos erros, o que eu jamais aguentaria é ver a canalha fascista chamando os petistas de “petralhas” e os petistas não fazerem absolutamente nada, nem cortar as fontes de financiamento para a revista (a não ser já nos estertores), nem processá-los como deveriam ter feito, dezenas, centenas, milhares de processos contra o cara. A cada vez que Reinaldo Azevedo e afins os chamassem de “petralhas”,  a cada vez que atacasse a todo um partido por erros individuais, que se ingressasse com novos processos ao longo de todo o Brasil. Isto seria o mínimo. Mas não, deixaram a extrema direita afiar os dentes – e a conta veio a cavalo.

            No fim, o que caracteriza os petistas não é desvio ético, não é ideologia de esquerda ou direita. Na verdade, antes de tudo, o que caracteriza os petistas é que são uns belos de uns covardes.

        2. É isso aí Zé Ursinho !!!

          É isso aí Zé Ursinho !!! Acaba com ese necrogovernista !!!

          Mas palamordedeus, não protesta contra o aumento da passagem de ônibus em SP que agora o prefeito é parceiro !!!

  2. O problema de vocês é

    O problema de vocês é cultural. Não há como ter partidos coerentes quando cada deputado só pensa nos próprios interesses, e quando estes deputados são estúpidos demais para entender quando eles precisam ceder em nome de um bem comum ao partido e especialmente ao país. O deputado Joe não concorda com uma idéia do partido Amarelo? No dia seguinte ele está criando o partido Azul ou se filiando ao partido Branco, por isso vocês têm dúzias de partidos aonde ninguém sabe ao certo o que eles realmente defendem.

    Honestamente eu me pergunto como vocês ainda conseguem se juntar em um país quando a esmagadora maioria da população só pensa nos próprios interesses ou no máximo pensam nos interesses da família imediata, indiferentes às consequências que estes interesses podem ter sobre todos os outros.

    1. Como é que é?

      Começo com um português bem coloquial para ver se você entende.

      Em que pedestal você está?

      “O problema de vocês é cultural”.

      Ah! Não diga! Jura!

      Vocês quem?

      Nós temos aqui uma “sumidade” para resolver todos os nossos problemas.

      Mas porque não dá certo?

      Alguém te ouve? Lê os seus comentários que sempre vem eivado de petulância?

      Mostre a sua cara primeiro, para depois querer dar conselhos.

      Vocês…

      Tá bom!

      Quixeramobim, Rubin, Curralinho…agradece os seus palpites, mas dispensa-os.

  3. “A verdade é que o PT jamais

    “A verdade é que o PT jamais teve super maiorias no Congresso Nacional; jamais teve maiorias simples e o máximo que conseguiu foi ter aproximadamente 1/6 dos parlamentares no Congresso (bem menos que 20% do total – atualmente tem a segunda força parlamentar e isso equivale a pífios 1/7 do total).”

    Uma outra verdade tambem a ser dita sobre nosso partido é que nas vária inserções comerciais gratuitas, (centenas, milhar?) o ParTido jamais, repito, jamais fez qualquer peça publicitária educando, sim, educando, doutrinando, instruindo o povo sobre a importancia de se votar, de estender o voto na figura do cabeça de chapa, tambem nos candidatos ao parlamento do PT.

    Eu nunca me conformei com esta atitude do partido, cheguei a pensar, e penso, que alguma clausula acordada com os demais partidos da coligação de centro e mesmo de direita -coligação necessária, diga-se –  proibia o PT de tocar nesse ponto nas campanhas eleitorais e tambem fora delas. 

    Esclareça-me essa dúvida; essa clausula existe?

     

  4. Há algumas diferenças entre

    Há algumas diferenças entre as situações. O primeiro New Deal não foi logo apos a crise de 29, foi 4 anos depois, 1933-1934, teve consultoria de John Maynard Keynes, houve apoio consensual do Pais e o 2º New Deal, 1935-1938 foi

    bem mais complicado porque teve a oposição da Suprema Corte e uma serie de medidas consideradas contrarias à Constituição, surgindo dai um impasse politico que levou Roosevelt a sugerir o aumento do numero de juizes da Suprema Corte para 17, tentativa que não teve o apoio do Congresso.

    Tambem é importante lembrar que pela primeira vez o Presidente mudou no meio do mandato o Chairman do Federal reserve, com a demissão de Eugene Meyer, que era contra o New Deal, acabando a lenda de que o banco cnetral americano é independente. O eixo central do New Deal exigia forte expansão monetaria, que dependia do Fed.

    Apesar do grande numero de medidas do New Deal que fez o desemprego baixar de 25% para 9%, o fim da recessão foi o inicio da Segunda Guerra com a expansão dos gastos militares; levando a economia ao pleno emprego.

      1. Renunciou sob pressão do

        Renunciou sob pressão do Presidente Roosevelt, que legalmente não poderia demiti-lo, da mesma forma que Thomas McCabe na decada de 50 renunciou por pressão do Presidente Truman.

        Entre o poder de um Presidente dos Estados Unidos, eleito e um Chairman do Fed, nomeado, o poder politico do Presidente é infinitamente maior e prevalece, não pode demitir mas pode pressionar para sair.

        A neta de Eugene Meyer, Lally Weymouth, filha de Katherine Graham é minha amiga, entevistou Lula e Dilma quando foram eleitos e me coube arranjar as entrevistas e recebe-la no Brasil. Eugene Meyer foi depois o primeiro Presidente do Banco Mundial.

        1. Não humilha, André. Colocar que a neta do cara era tua amiga, ..

          Não humilha, André. Colocar que a neta do cara era tua amiga além de pedante não garante nada que falaste com ela exatamento do assunto.

          Mero pedantismo da tua parte.

        2. Ok.
          Só queria pontuar que o

          Ok.

          Só queria pontuar que o chairman do FED não é demitido pelo executivo de lá.

          Parabéns pelas amizades ilustres.

          Tenho alguns amigos, todos zés da silva, que concordam comigo, quanto ao fato de presidentes não mandarem em banqueiros.

          Aliás, aqui no Brasil, nem em pecuaristas mandam.

    1. há….

      O sucesso é sempre nosso. Os fracassos são sempre dos outros. Este é o Brasil. Seu principal problema é a fantasia, a ilusão de democracia. Reescrita a Constituição, seguidos governos de centro esquerda progressistas nos trouxeram até aqui, 3 décadas depois. Agora a culpa é de alguma entidade do além, algo inexplicável que nos comanda? Em 2017, não temos representação nem representatividade alguma. A sociedade assiste bovinamente sua Elite, sua Casa Grande, Capitanias Hereditárias no Poder Público lutarem suas batalhas que muito pouco ou nada tem a ver com a população brasileira. A repetição do Carandiru, agora em Manaus, depois de 1/4 de século diz muito a respeito do país que somos. A busca deseperada por uma novo caudilho, um novo “Pai dos Pobres”, um novo “Salvador da Patria” representado na figura do an tigo presidente da República Lula  demonstra exatamente uma sociedade que não sabe para onde seguir. Isto em pleno 2017. Pobre país limitado. 

    2. Grato

      O presidente dos Estados Unidos entre março de 1929 e março de 1933 foi o Republicano Herbert Hoover. Justamente por isso é que o post fala em Franklin Delano Roosevelt que assumiu o seu primeiro mandato em março de 1933 (se elegeu em 1932 e se reelegeu em 1936, 1940 e 1944). 

  5. A direita consegue fazer reformas com fragmentação dos partidos

    A direita consegue fazer “reformas” com a fragmentação dos partidos, pois ela tem menos interesses a concertar. Os detentores de poder econômico não são tantos assim e seus interesses são mais fáceis de concertar, ao passo que a esquerda tem uma miríade de interesses para concertar. Esse tema foi muito estudado nas décadas de 70 e 80 pela ciência política. No início e primeira metade do século XX, o “medo” da democracia era de que os mais pobres, em maior número se juntassem e passassem a controlar o processo político. Logo percebeu-se que era mais fácil juntar os ricos, que são poucos, em torno de projetos comuns, do que juntar os pobres. Assim, concordo que a fragmentação dificulta que a esquerda possa fazer reformas, mas, não penso o mesmo em relação aos conservadores.

  6. Reforma eleitoral seria bem

    Reforma eleitoral seria bem vinda mas sem esquecer de que o objetivo, a meu ver, é recuperar a consciência cidadã das pessoas, ajudar a criar cenário em que viceje o espírito público, a fé no estado. A grande virtude e o grande diferencial do PT, a meu ver, é que sua construção se deu sobre base popular. Aí a tendência é que os representantes do povo realmente nos representem, representem nossos interesses.

  7. Minha filhinha de 10 anos

    Minha filhinha de 10 anos disse que ditaduras nem precisam de partidos. O nome dela não é Alice, mesmo sendo do país das maravilhas de matérias.

  8. Perfeito.E tem uma

    Perfeito.

    E tem uma consequencia ainda mais nefasta: além de o PT ter somente 1/6 do parlamento (que somado a outras forças “de esquerda” mal chega a 1/3), neste momento de golpismo reacionário isso é considerado muito! Busca-se literalmente queimar a bruxa em praça pública e acabar com o Estado Social de 88.

    Roosevelt, pelo que já foi exposto, teve condições, inclusive, de desbaratar a rede fascista integrada por Ford, Bush e outros.

    Muitos não se dão conta do risco que corremos. Na Alemanha de Goethe, Beethoven, Kant, do triunfo da vontade, do nacional socialismo, a maldade e a estupidez impreraram. No Brasil de globo, leitão, azevedo, malafaia, caiado, do triunfo da boçalidade, do “internacional liberalismo”, esperem pra ver….

  9. o começo do debate

    A fragmentação de forças no  parlamento é só o começo, inevitável, do debate.

    A multiplicidade de siglas e minipartidos se conecta a dois outros fatores.

    A necessidade óbvia que as classes sociais centrais (o capital e o trabalho) tem de se aliar a outras camadas e estamentos sociais, em especial  as oligarguias regionais, para disputar a condução política do país. Esse é um deles.

    O outro fator é que historicamente os partidos e frações do bloco dominante nunca se degladiaram ideologicamente, o que nunca forçou os partidos a se alinhar ou estruturar nesse plano. O eixo PT/PSDB é bastante recente.

    Por fim, aquilo que outros lugares aconteceu desde o começo e ao longo do século xx, vale dizer, a emergência dos trabalhadores como força e sujeito político organizado só ocorreu a partir dos anos 80 por aqui com a estruturação do PT.

    Tendo precocemente o PSDB perdido seu elan modernizador coube ao PT levar adiante a tarefa de inclusão social e acomodação minima da estrutura social cada vez mais tensionada pela urbanização e pela expansão das relações de mercado na vida civil.

    Estamos vivendo agora um classíco momento de crise social, quando as forças produtivas entram em contradição com as relações sociais. Vivemos numa sociedade onde o trabalho e a troca mercantilizada são mais e mais os traços dominantes na na produção e na reprodução da vida social e ao mesmo tempo as instituições derivam e usam como regra de sua composição das arcaicas estruturas fisiológicas e clientelistas. 

    Não cabe na cabeça do cidadão comum que tudo na sua vida tenha um preço (o seu trabalho, sua saude, seu lazer, sua comida) e ainda prevaleça no ambito publico a barganha e apropriação das mais desiguais que o planeta conhece. 

    Entretanto, é preciso lembrar que essa crise foi agudizada por 13 anos de governo comandado por Lula e Dilma. Quem recebeu bolsa-familia via credito em conta bancária não vai aceitar mais cesta básica em véspera de eleição.

    De outro lado, a fragementação a que o artigo se refere chegou perto do seu limite e se tornou contraprodutiva, foi essa fragmentação que permitiu ao grande partido inivisivel de Eduardo Cunha se assenhorar da Cãmara dos Deputados e promover o impeachment, sem ser capaz, contudo, de impor um ritmo ao governo de Temer.

  10. Em 2006 o Supremo declarou inconstitucional a cláusula de…

    Em 2006 o Supremo declarou inconstitucional a cláusula de barreiras de representação de 5% do eleitorado para que um partido pudesse ter representantes no Congresso Nacional. Se a cláusula tivesse em vigor nos moldes previstos na época seguramente o Brasil teria hoje uns cinco partidos. Ocorre que a ingerência do Supremo possibilitou a atual fragmentação partidária.

    Nessa época havia uma movimentação entre os partidos de esquerda para se fundirem, na época o PT, PSB, PDT e PCdoB estavam em conversação para se unirem em uma única legenda. Ocorre que após o supremo declarar inconstitucional a cláusula os partidos abandonaram a fusão.

      1. Discordo!

        A maioria dos sistemas políticos mais avançados do mundo adotam a cláusula de barreiras como a Alemanha, Espanha, Noruega, Suécia, Dinamarca, Nova Zelandia dentre outras democracias consolidadas. O que é antidemocrático é a proliferação desenfreada de legendas de aluguéis que inviabilizam a formação de maiorias. Só a cláusula de barreiras não resolve o problema, mas contrbui de forma significativa no funcionamento do legislativo.

        Na maioria das democracias consolidadas o parlamento é representado em média por meia duzia de partidos. Não existem tantas ideologias que justifique esse número exagerado de partidos, em sistemas políticos avançados existe um partido de extrema direita, centro direita, centro, centro esquerda e extrema esquerda. Com esse leque político já é o suficiente para comportar as principais correntes políticas e ideológicas.

  11. Diogo

    Se eu tivesse a sua capacidade en escrever, eu escreveria tudo o que vc disse, sem tirar nem por. Qdo leio algum comentário s/ TUDO que o PT poderia ter feito e não fez, eu penso assim : Mas essa gente parece que não sabe o que é a política brasileira !, nossa mídia !, nossos partidos, que nada mais são do que paus mandados da Elite que os patrocinam ! Se o PT teve de carregar todo o peso do PMDB, para que pudesse fazer o mínimo necessário. As vezes me considerava uma ingênua em política, agora já penso que são tantos os ingênuos….

    Abraços Diogo

  12. Propostas, diálogo, consenso. Só há um caminho.

    O debate sobre a estrutura partidária no Brasil me fez lembrar de um pensamento do Magabeira Unger:

    “É fácil ser realista quando se aceita tudo.

    É fácil ser visionário quando não se enfrenta nada.”

    A política brasileira é assim mesmo, fragmentária. Não há o que fazer, precisamos encarar os fatos – diria o realista.

    É preciso ter vontade política para passar as propostas do governo eleito – diria o visionário.

    Para mim, uma das críticas mais consistentes sobre a reforma política é dos cientistas políticos Wanderley Guilherme dos Santos e Fabiano Santos. Segundo eles, essa grande quantidade de partidos permitiria (principalmente no interior do Brasil) o rompimento com as forças políticas tradicionais, verdadeiras oligarquias partidárias.

    Esse seria um ponto positivo do grande número de partidos. Havendo apenas dois ou três partidos, eles seriam dominandos por oligarquias e haveria concentração de poder político. Assim, o grande número de partidos oxigena a política, abre mais espaço à participação.

    Por outro lado, os partidos viraram mercadoria. Além disso, mais um pouco teremos para cada legislador um partido. E aí, paradoxalmente, se pode lançar mão outra vez do professor Wanderley, que ao criticar determinadas propostas de esquerda como a democracia direta, por exemplo, alertava para se ter bom senso e pragmatismo na hora de avaliar “boas ideias” que na prática podem ser inexequíveis. Assim, fazendo um contraponto com a leitura do professor, se continuarmos nesse ritmo, logo estaremos com 594 (513 + 81) partidos. Como governar desse modo, com um partido por parlamentar? Criando 594 ministérios, um para cada deputado e senador?

    Por fim, levanto uma dúvida. Até que ponto a pulverização partidária não beneficia muito mais o campo neoliberal, em detrimento do social democrata? Sendo o discurso social-democrata históricamente majoritário (prova disso são os sucessivos golpes, desde as mudanças legislativas, passando pelos tanques, até o Judiciário/MPF + Congresso), caso houvesse menos partidos e esses fossem ideologicamente identificados, não haveria convergência para um Congresso de viés mais social democrata? E assim, com poucos partidos, mas obrigando-os a terem estruturas mais oxigenadas (eleições diretas para os diretórios, p. ex.), não seria possível superar o dilema anteriormente apresentado sobre a ampliação da participação popular no interior dos partidos?

    Por fim, duas considerações. Sei que não é somente a mudança de regra que muda o jogo. Porém, o processo de construção da mudança de regra pode ajudar a melhorar a forma de se jogar. E aí volta a necessidade de uma grande articulação de forças progessistas. Ou as forças democráticas de centro esquerda criam consensos em algumas questões e passam a ditar a agenda e ganhar terreno, ou os neoliberais, a serviço do grande capital, vão continuar a nadar de braçada no Brasil – de golpe em golpe.

    Agora realmente para encerrar.

    Até que ponto da discussão de um nome para presidente é prioritário? Porque todas as forças progressistas não se posicionam, por exemplo, por eleições diretas para 2018, como primeiro ponto de uma agenda maior. Ou alguém acha que elas não correm perigo? Ou a democracia (incluindo o voto direto para presidente) não é um dos pilares fundamentais para desenvolvimento brasileiro?

    1. Há ainda muita incompreensão do processo democrático

       

      Rpv (quinta-feira, 05/01/2017 às 13:31),

      Valeu sua contribuição. Traz mais questionamentos para pontos em que realmente não dominamos, ou melhor a academia ainda não conseguiu estabelecer verdades ou não conseguiu obter dados estatísticos suficientes para comprovarem um argumento.

      Aliás seus questionamentos foram da mesma qualidade e pertinência do que você diz em comentário que foi transformado no post “Impeachment – julgamento jurídico ou político? Por Rpv” de terça-feira, 19/07/2016 às 17:43, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/impeachment-%E2%80%93-julgamento-juridico-ou-politico-por-rpv

      Lá eu não cheguei a enviar comentário, mas queria dizer que o impeachment é julgamento político porque um culpado pode ser inocentado sem que haja fundamentação para a não criminalização. Um juiz só pode não criminalizar um culpado com base em fundamentação jurídica. No impeachment não há necessidade de justificar a não condenação.

      A grande questão é, a luz da Constituição de 88, pode um inocente ser condenado e sofrer o impeachment? Eu creio que não, mas me pareceu que faltou força ao STF para tomar partido da presidente e o Supremo teve que sair com a declaração de Roberto Barroso de que procurando sempre se acha um crime de responsabilidade de um presidente da República.

      E pretendia analisar um pouco mais a questão da representação e a relação entre partido e representação aqui neste comentário para você, mas mudei de ideia, não só porque concordo com o que você diz como porque me parece mais adequado eu expor um pouco do meu entendimento sobre o assunto em comentário para Diogo Costa.

      Vou apenas fazer uma breve incursão sobre o que me parece ser a precariedade de nossa compreensão do processo democrático em especial da representação e da composição de interesses conflitantes. O representante não pode representar seus próprios interesses a não ser quando eles coincidem com os interesses dos representados.

      Representar seus próprios interesses é crime. Representar os interesses do representado é obrigação e ele não pode abrir mão dessa representação a não ser fisiologicamente, isto é, no processo de composição de interesses conflitantes, mediante a barganha, o conchavo, o toma-lá-dá-cá, o é-dando-que-se-recebe, abrindo mão aqui para obter uma recompensa, não para ele, mas para os representados dele, acolá.

      A composição de interesses não se faz para atender o bem comum, como quer Somebody, em comentário de quinta-feira, 05/01/2017 às 09:10, ao dizer que “cada deputado só pensa nos próprios interesses, e quando estes deputados são estúpidos demais para entender quando eles precisam ceder em nome de um bem comum ao partido e especialmente ao país”. O único bem comum conhecido a priori é a lei e todos os representantes se obrigam em a seguir. E se o bem comum, que não a lei, for de conhecimento de todos no caso concreto deixa de haver composição de interesses, pois nenhum interesse do representado é superior ao bem comum. O bem comum, entretanto raramente é conhecido a priori. E entender isso, e mais ainda, aceitar isso levará ainda dezenas de anos, se não séculos.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 05/01/2017

  13. Uma coisa simples e que…

    Fortaleceria o voto ideológico seria colocar o partido acima do político. Até hoje, não engulo a calhordice da Marta, golpista e ladra de votos…

    Deputado ou senador que quiser mudar de partido, tem de devolver o cargo ao partido pelo qual se elegeu. E deputado/senador que não votar com o partido, tem de ser expulso (o cargo reverte ao partido). Isso tem de valer para gregos e troianos.

  14. Vou ter que discordar.

    Caro Diogo, vou ter que discordar em grande parte do teu texto, pois quando se coloca um problema “mal posto” (ou melhor mal condicionado em linguagem matemática correta) as soluções divergem da correta a partir de todo e qualquer erro inicial, por menor que seja.

    Dei a definição matemática para ficar claro, um problema mal condicionado não representa um problema que não existe, mas sim que ao longo do processo da procura da solução, qualquer desvio que tenha a solução se torna errada. Com isto passarei ao comentário propriamente dito.

    A fragmentação política do país não é resultado do número de partidos existentes, pois se formos por este lado caímos na solução do Ato Complementar nº4, que obrigou a todos os políticos a formarem somente dois partidos, a ARENA e o MDB, ou seja, o estabelecimento de clausulas draconianas para a criação de partidos viola completamente qualquer noção de regime democrático (burguês ou não). Logo, posso já de saída dizer que o número de partidos não é o problema da democracia brasileira.

    Talvez o mais simples para entender a fragmentação política dos partidos brasileiros esteja num ponto muito mais simples, os regimentos das casas legislativas. Se no lugar de dar assento aos partidos nos privilégios de votar, ter uma infraestrutura especial e ter voz a cada fato importante fosse substituído tudo isto pela exclusividade destes para a situação e para oposição, sem que os diversos partidos tivessem regalias que vão desde assessores como direito de dizer qualquer bobagem em cada votação assim como o fundo partidário exclusivo a cada partido e não repartido proporcionalmente pelo número de representantes, naturalmente criar um partido simplesmente para ele existir e ter uma ideologia própria seria um privilégio dos partidos que TEM IDEOLOGIA.

    Criam-se partidos no Brasil não porque haja liberdade para se criar qualquer partido, e inclusive acho que não deveriam ter nenhuma cláusula de barreira para a criação de partidos, se dez comentarista do GGN quisessem criar um partido poderiam se inscrever e criar o Partido do GGN, qual o problema? Porém se estes 10 comentaristas tivessem que manter este partido aberto, com sede e registro, mas sem ter o mínimo ganho com isto além de criar um partido com a ideologia que eles achavam ser do GGN, que o fizessem, e como diz o ditado, quem pariu Mateus que o embale.

    Sistemas de eleição como o norte-americano, o inglês, o francês e outros tem a tendência de perpetuar forças conservadoras (apesar de serem liberais, trabalhistas,….) no poder. Por exemplo, com as normas destes países, partidos como o PT e PC do B e outros simplesmente não existiriam, ou se existissem nunca teriam capacidade de crescer.

    Outra coisa que deveria ser implementada era uma maior rigidez partidária, ou seja, qualquer representante de um dado partido que votasse contra o programa partidário usado na última eleição deveria perder automaticamente o cargo, salvo se houvesse um congresso partidário com representação de todos os militantes que redefinisse o programa.

    O que dá para se ver que seriam coisas simples que poderiam ser feitas, sem alteração de grandes normas, porém que dariam higidez à vida parlamentar.

  15. Muito econômico

    Me desculpem se o comentário postado estiver repetido.

    Não tive certeza se foi encaminhado.

    O Diogo foi muito econômico na sua análise da conjuntura política dos anos recentes, especialmente durante os governos Lula/Dilma.

    Sempre esteve claro a fragmentação partidária no país, fruto das gambiarras das legislações ordinárias que disciplinam o sistema eleitoral.

    O sistema eleitoral é a prova cabal do resultado dessa fragmentação partidária. Os caciques dos maiores partidos representantes lá Congresso sempre legislaram em causa própria.

    Existem até quem culpe a Constituição de 1988. Não acho razoável essa culpa.

    A fragmentação partidária sempre “funcionou” com essa Constituição, enquanto o ocupante do cargo de presidente cooptava uma base aliada para lhe dar sustentação no Congresso, e tudo girava em torno das políticas de desmonte do estado; apoiados pela grande mídia, elite empresarial, banqueiros e todo o setor reacionário da sociedade.

    Sarney se tornou presidente porque assim o “mercado” desejavam e sabiam do que ele seria capaz (para mim incapaz). O mercado estava seguro quanto a Sarney porque este sempre fez políticas a favor do mercado, e a sua credencial era ser ex ARENA. Então era confiável.

    Com Collor, o poder lhes escapou das mãos porque foi ganancioso. Não quis dividir com ninguém a roubalheira.

    Com FHC nem precisa tecer qualquer comentário. Foi o grande vilão da soberania nacional. Vendeu tudo a que tinha direito para os amigos, de dentro e de fora do Brasil.

    O sistema só começou a mostrar suas fragilidades depois que Lula venceu a primeira eleição.

    Apesar das coligações partidária que fizeram de Lula ser presidente, não foi suficiente para que ele pudesse assumir a presidência, sem antes publicar aquela carta ao povo brasileiro.

    Ali já estava claro a fragilidade do nosso sistema democrático, e piorado com a fragmentação partidária.

    Lula foi um herói em conseguir terminar seu primeiro mandato mesmo com todo o bombardeio da grande mídia, mensalão, caos aéreo, “epidemia” da febre amarela e tudo de ruim que acontecia no país.

    Mais herói ainda foi se reeleger e fazer de Dilma sucessora e sua reeleição.

    Isso foi demais para a direita. Foi intolerável. Se deixar o homem livre ele vai fazer qualquer pessoa presidente que ele indicar.

    Mas é bom lembrar, e isso é a minha tese, que nesse período, o PSDB num processo de engenharia criminosa, se articulou, principalmente aqui em São Paulo, uma estrutura de cooptação de figuras (laranjas) que se tornaram donos de todas as empresas estatais privatizadas: rodovias, terceiro setor de serviços que eram públicos, como coleta de lixo (Tejofran) Fundações (Famesp que administra o Hospital das Clínica da Unesp de Botucatu), as OS, até empresas de limpeza hospitalares estão nas mãos de laranjas, amigos do poder.

    Não bastava isso. Era preciso agora cooptar o MP, o Judiciário para dar segurança a essa articulação criminosa.

    Em cada setor desse tem um arrecadador de propina para o partido.

    Já comentei aqui uma figura que o Nassif trouxe mais informações, além daquela que eu já sabia. O fulano Washington Umberto Cinel, hoje é milionário, arrecadador de grana dos tucanos, e faz parte da direção do grupo Lide do prefeito Dória, segundo o Nassif.

    O que eu quero dizer com todos esses parágrafos, é que não adianta organização partidária e que tais, que nada funcionará, se não for desmontado esse sistema PCC do governo tucano.

    O artigo “Uma Nova Utopia para O Brasil” publicado aqui no dia 03 de janeiro de 2017 por Roberto Bitencourt da Silva é o caminho para se tentar tomar o pedaço da Brasil, dos últimos treze anos, que eles nos roubaram.

    Esse artigo cita três caminhos, mas o mais importante para mim é o que ele cita como o cavalo de Tróia: “a democracia direta (por meio de um partido “cavalo de Tróia” a atuar dentro do sistema em vigor).

    Percebeu?

    Atuar dentro do sistema em vigor.

    Alguém já viu tucano preso?

    Só se for em gaiola, e olha lá se o IBAMA não soltar.

  16. O problema numero 1 não é a fragmentação

    O problema numero 1 do Brasil é a concentração absoluta de midia na mão de meia duzia de ricaços. Ela dá aos barões de imprensa o poder de pautar o debate publico de forma enviesada a seus interesses, impondo o proprio diagnóstico da situação nacional e internacional, fabricando consensos em torno de politicas, criando ou destruindo reputações, tornando governos reféns de seu agendamento.

    Essa hegemonia vem diminuindo com o crescimento da internet, mas ainda é quase absoluta.

    A direita no congresso é super-representada porque o povo toma sua decisão de voto dentro dessa matrix informacional. Mas quando se sonda a opinião do povo sobre politicas publicas, o resultado é que o brasileiro acredita em governo forte e estado de bem estar social.

    Enquanto não tivermos alguma pluralidade no jornalismo brasileiro para desmistificar os truísmos desses reaças e diminuir a força do “trabalho de base” que recebem de mão beijada da mídia, não adianta clausula de barreira, lei de fidelidade partidária, fim do financiamento provado e o escambau: a direita continuará sendo sobre-representada nas instancias de governo.

  17. Bom tema para debater

    Menos partidos envolveria grandes discussões internas, lutas entre correntes, democracia interna, eleições conturbadas para escolher os seus dirigentes, e etc. Em compensação, já ocupando cadeira no congresso, o parlamentar chega pronto para trabalhar, amalgamado com os ideais do seu partido e projeto de nação. Hoje, com 35 partidos, fica a impressão de que o parlamentar chega ao congresso apenas para começar a discutir política, coisa que devia ser feita lá embaixo, na organização do seu partido. Hoje se discute muito e se trabalha pouco. Menos partidos terão a obrigação de “fazer política” no seio deles, disputar, convencer, formar consensos e maiorias, para chegar amadurecidos e convictos na hora de governar, 

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