Os intelectuais franceses e o antiamericanismo

Por Motta Araujo

OS INTELECTUAIS FRANCESES E O ANTIAMERICANISMO – A França, entre todos os países do mundo, é o que tem historicamente maior influência intelectual sobre a construção do pensamento político e cultural. A tradição vem do Iluminismo, da Revolução Francesa, de Descartes, da ideologia de esquerda e direita que nasceu na França.

Os Estados Unidos e a Revolução Francesa são contemporâneos e afins na sua essência. As Revoluções Americana de 1776 e a Francesa de 1789 tiveram influências recíprocas. Benjamin Franklin e Lafayette, De Tocqueville e Hamilton, livros, correspondência, viagens, idealismos, a mesma reação antagônica ao poder imperial britânico unia dois novos regimes inovadores em relação às monarquias tradicionais. A ruptura ideológica e intelectual se deu na radicalização da Revolução Francesa com o regime do Terror e na tirania de Robespierre, um divórcio que não mais foi reparado, ao contrário só fez aumentar, desde Napoleão até o General De Gaulle, o antiamericano clássico.

Esses antecedentes do antiamericanismo como movimento autonômo na França são narrados pelo professor Philippe Roger, da reputada EHESS, Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales em um artigo de 600 páginas “Le Enemi Americain – Genealogie de lÁntiamericanisme Français”, onde ele disseca passo a passo a construção da seita.

O professor entende que o antiamericanismo revivesceu na Guerra Fria a partir da fusão da direita gaullista com o ativismo do Partido Comunisto Francês. O grande pontífice da intelectualidade francesa da RiveGauche, Jean Paul Sartre, negou ser antiamericano mas foi em torno de seu carisma inigualável que o movimento se cristalizou.

O prof. Roger diz que a influência intelectual francesa nos anos 30 foi forte o suficiente para influenciar o fascismo italiano e o nazismo alemão como bastiões do antiamericanismo que ia além do jogo de relações internacionais.

Nos anos 60, o antiamericanismo na França atingiu seu apogeu na Guerra do Vietnã, quando o movimento intelectual francês influenciou movimentos antiamericanos fortes na América Latina, processos que segundo o autor hoje independem da realidade, são processos de luz própria e herméticos, que independem dos fatos concretos.

Esse processo visto por Roger é hoje um “vício intelectual”, fruto da “escuridão mental” e da “preguiça masoquista”.

Também independe da crítica, que Roger acha perfeitamente válida, aos Estados Unidos e sua politica externa.

Segundo ele “Ser antiamericano é odiar os Estados Unidos mais que o necessário para os criticar validamente”.

A visão de Philippe Roger é interessante porque desliga o antiamericanismo de ideologia e a prova disso, segundo ele, é que não há mais o impulso poderoso do movimento comunista internacional para dar vapor ao antiamericanismo, ele se retroalimenta e vive por si só, inclusive quando o próprio Governo Francês hoje tem uma política externa pró-EUA.

Não importa o que os EUA seja ou faça hoje, segundo o professor, o movimento não age por reflexo da política externa americana, ele funciona como uma seita religiosa que está em um patamar de crença absoluta, de fé e dogmas irrefutáveis.

Redação

21 Comentários

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  1. “Não importa o que os EUA

    “Não importa o que os EUA seja ou faça hoje, segundo o professor, o movimento não age por reflexo da política externa americana, ele funciona como uma seita religiosa que está em um patamar de crença absoluta, de fé e dogmas irrefutáveis”.

     

    Chega a ser engracado. Vc tem feh e dogmas que sao irrefutaveis, tipo: OS EEUU sao santos. Athe entendo essa sua admiracao, vc deve ter estudado muito para o teste de cidadania e, provavelmente vc deve ter passado, afinal, essa defesa incondicional dos EEUU soh pode vir de alguem embebido na matrix da sociedade americana.

    1. Não há qualquer defesa dos

      Não há qualquer defesa dos EUA, aqui fiz um comentario sobre um artigo de um respeitado professor da EHESS, uma escola onde o que menos existe é admiração pelos EUA, sua politica externa péssima e cada vez pior, sua incapacidade de entender o mundo como ele é. O que o artigo diz é exatamente o contrario, é o antiamericanismo re ligioso que impede uma critica válida à politica externa americana mas entendo que vc se confunda, para captar a sofisticação de um intelectual francês é preciso algum treinamento dialético.

      1. Ora, mas o anti comunismo

        Ora, mas o anti comunismo religioso tbm nao impede uma critica valida do regime? Diz ai vc, com sua dialetica.

        1. Não é comparavel. O comunismo

          Não é comparavel. O comunismo é hoje apenas um registro, não tem mais presença real. Os EUA não são apenas um registro.

          1. Porque os que condenam tudo o que os americano, ou melhor, o governo deles faz, gosta tanto da sua musica, cinema e produtos industrializados? Eu acho que esses burgueses inúteis que na maioria sao brancos também não levam em conta que americanos geralmente trabalham ou estudam muito mais que eles e que o mundo já era injusto e violento na época em que outras super potências como Franca, Inglaterra Grécia, ou Roma, sendo estes duas últimas potências do passado mais antigo o dominavam. E até parece que brasileiros, que são violentos pra caramba com seus próprios compatriotas fariam muito diferente deles se não fossem tão preguiçosos e corruptos também. A única conclusão a se chegar e que no mundo ninguém e santo, pelo menos neste, então não se pode fazer acepção de pessoas se você e minimamente inteligente, pois nenhum povo ou raça tem pensamento único e as pessoas do bem, de qualquer origem não merecem pagar pelos erros dos outros

  2. Ate concordo com certas

    Ate concordo com certas coisas que foram ditas no texto, porem eu nunca vejo uma critica deste tipo em relacao  aos regimes comunistas da  ex-URSS ou ao regime socialista de CUBA,  mostrando que a critica a esses paises tambem  funciona como “uma seita religiosa que está em um patamar de crença absoluta, de fé e dogmas irrefutáveis”, sendo incapazes de reconhecer os meritos e muitos sucessos que estes paises tiveram ao buscar um regime mais igualitario para as pesssoas!

  3. Ciúme?

    Depois da 2a guerra mundial, os EUA reduziram a irradiação de “cultura” que França imaginava ter em relação ao mundo. Hoje a França é uma pálida lembrança de queijos e vinhos. O movimento universitário de 68 parece ter sido a ação derradeira dos intelectuais franceses, e não teve muita repercussão. A turnê de Charles de Gaulle por América latina, no começo dos anos 60, não foi suficiente para recuperar a importância da França na AL, da sua cultura, do seu idioma, etc. perante o avanço do inglês, nas músicas, nas FFAA, no cinema, na economia, na política e etc. O povo francês ficou então com muita mágoa dos EUA pela sua perda de importância no contexto global. Anos atrás, a França nem permitiu instalar a Disneyworld no seu território.

     

    1. Lembrando que o Brasil até a

      Lembrando que o Brasil até a Primeira Guerra Mundial era mais frances que americano, conheci muitas famílias que até o início do século passado ensinava seus filhos o frances ao invés do ingles.  Temos muitas palavras francesas aportuguesadas no nosso idioma devido a essa influência.  Acredito que a França hoje é mais que uma cultura de queijos e vinhos,  ( e acrescentaria Chefs culinários) ainda há o legado da Revolução Francesa incrustrado em grande parte do mundo ocidental, e ainda persistem os ideais dos filósofos e pensadores que são e foram marcantes na nossa cultura.  Houve um declínio sim e é natural, porém alijá-los como acabados e sem interferência há uma enorme distância.

  4. O Motta Araujo, ex Andre

    O Motta Araujo, ex Andre Araujo, tem toda razão.

    Não gostar dos americanos so porque atravessaram o mundo para assassinar vietnamitas com bombas de napalm?

    Não vejo razão para isso.

    Muito menos porque  financiaram e incentivaram golpes militares contra governos de varias nações latino americanas.

    So por isso?

    Não vejo motivos para tanto desamor..

    E muito menos pelo genocidio no Iraque ou pela destruição do Afeganistão, como tambem pelo assassinato de milhares de civis paquistaneses por aviões não tripulados.

    Afinal eles sempre se desculpam”pelos erros”.

    E alias o que tem de errado no fato dos americanos usarem a internet para espionar governos, empresas e cidadãos pelo mundo ?

    Ato comum, natural.

    Como o Motta ou Andre, não encontro razões para tanta desconfiança contra os ianques.

    Que povo respeitador e solidario.

    1. Por algum acaso nos brasileiros temos tanta moral assim pra criticar eles no coletivo sendo que somos violentos e desiguais pra caramba? Além do que povo e diferente de governo como acreditam os socialistas e as pessoas do bem, que existem no mundo todo e em todas as raças, apesar de eu acreditar que são minoria em toda parte, o que nada tem a ver com a liderança de quem quer que seja, já que houve varias na história da humanidade

  5. apenas opinião

    MA, Alexis de Toqueville estudou comparando a França ou vá lá a Europa monarquica e absolutista de 1700 com a primeira e verdadeira democracia daqueles estados unidos em confederação. E naqueles tempos e daquela forma a democracia funcionava. Estavam os colonos na nova terra livre das amarras religiosas, da Biblia que era interpretada sem o olhar vigilante do Catolicismo e mesmo da reforma, sem reis e estruturas medievais a impor cangas, estavam livres para criar uma nova estrutura igualitária. Foi possível tal como hoje funciona a demanda do povo nos cantões da Suissa, grosso modo. Toqueville procurava enchergar no novo mundo alternativas para a França Monárquica, tenho a impressão que admirasse este modo de vida sempre com olhar critico de intelectual de solida formação.

    Olhado os Estados Unidos atuais poca daquela democracia admirada pelo Alexis, cadé a solidariedade, poderia ser de exemplo mundo afora, cabe agora sim ser anti esta democracia 2.0.

  6. Há uma imprecisão no texto.

    Há uma imprecisão no texto. Ou, do modo como foi redigido, não me pareceu claro: Tocqueville (o Alexis) não era nascido ainda na época das Revoluções Americana e Francesa. O pai dele, sim, foi preso na época. Era ligado aos liberais mas nunca foi muito expressivo.

    Há uma outra perspectiva das relações entre velho e novo mundo, não específica ao caso francês, mas também interessante, proposta por Claus Offe em Reflections on America: Tocqueville, Weber and Adorno in the United States.

    Se interessar, fica a sugestão…

     

     

    1. Não citei Tocqueville como

      Não citei Tocqueville como contemporaneo das duas revoluções e sim como uma ponte que une os seus idearios com influencia reciproca. Agradeço o comentario muito bem articulado sobre o papel de Tocqueville nesse processo.

  7. A relação da França e dos EUA sempre foi muito

    conflituosa. Um misto de admiração com ciume, de ambos os lados. talvez a melhor definição seria de “mútua irritação”. Isso nos meios intelectuais, artísticos e de negócios.

    Me lembro do meu pai dizendo, nos anos ’60, como era fácil para os concorrentes americanos serem maiores e mais poderosos que a empresa onde trabalhava, “com um mercado interno tão grande!”.

    Quem viu “Midnight in Paris”  de W. Allen teve uma visão um pouco idealizada de um momento histórico onde Paris foi o refúgio de artistas e intelectuais americanos, fugindo do provincianismo WASP. E quem viu “Round Midnight” de B. Tavernier viu o momento, no imediato pós-2ª Guerra Mundial onde o jazz fazia a cabeça dos jovens franceses, depois da J. Baker e logo depois de S. Bechett.

    Me lembro dos numeroso americanos estudando em Paris nos anos ’69-’72, muitos fugindo do serviço militar (traduzindo “Vietnam”), que admiravam genuinamente a vida intelectual-universitária francesa, mas também se irritando com a dificuldade dos franceses lidar com os fatos, a realidade nua e crua. Alias eu fugia das meninas que queriam sair para melhorar o francês, eu que queria a todo custo melhorar meu inglês: acho que fui muito burro, mas já foi!

    Tentando explicar a contenda, eu falaria mais ou menos assim:

    “Em 1776, mandamos o Lafayette e a frota para afundar os ingleses – nosso passa-tempo favorito que a gente faria de graça de qualquer maneira. Foi bom por que eles ficaram nos devendo. 

    Em 1831, mandamos o Tocqueville para explicar para eles por que e como eles, apesar de bem caipiras, iriam se tornar a maior potencia do mundo. Foi bom por que eles ficaram nos devendo.

    Em 1886, mandamos a estatua da Liberdade, paga inteiramente em francos franceses, que os caipiras não queriam instalar na entrada do porto de New York, como a gente tentava explicar para eles. Foi bom por que eles ficaram nos devendo

    Em 1917, a gente estava quase perdendo dos queridos alemães, foi preciso pedir ajuda para eles. Inclusive nos que equipamo-los com nosso aviões etc… No fim ganhamos. Foi duro por que tivemos que agradecer, e como são muito arrogantes – nós não, né- deram uma grana para dar um jeito no castelo de Versailles que estava um lixo. O .K. como dizem, estava quase empatado, mas ainda positivo para nosso lado.

    Em 06/06/1944, de novo a gente estava bem mal, inclusive os chucrutes tinham ganho de goleada, aí pedimos ajuda, de novo, e eles chegaram para evitar que a gente fosse falar alemão ou até russo, para sempre. mas eles não precisavam abusar com tantos navios, aviões, tanques,enfim um show hollywoodiano. E nos temos que agradecer todos os anos pelos meninos caipiras que foram morrer na nossa “Douce France”.

    Um pouco muito para nosso orgulho.”

    1. Recentemente, Lionel, na

      Recentemente, Lionel, na campanha eleitoral norte americana, Obama, do partido democrata, de Harvard, considerado por muitos norte americanos como esnobe, portanto, fez graça com o Romney lembrando que ele tinha DUAS graduações e, para completar, tinha também CASA NA FRANÇA!

  8. A propósito de política

    A propósito de política francesa, antiamericanismo e ‘outras bossas’ recomendo o hilário “O Palácio Francês” (Quai d’Orsay) de Bertrand Tavernier, inspirado na gestão do então Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo Chirac, o hiperativo Dominique de Villepin, quando a França se opôs à invasão do Iraque (2003) e que depois foi Primeiro Ministro (2005-2007).

    Em cartaz .

    Um bom divertimento (e instrutivo).

     

  9. O AA francês seria anti-americano

    Ok, AA, mas achei um pouco reducionista colocar o anti-americanismo frances por conta do rompimento entre os revolucionários franceses e os americanos, quando os primeiros cairam no totalistarismo suicida. 

    Isso foi lá no século XVIII. Creio que o antiamericanismo se alimentou mais do fato de Paris ter perdido o título de capital cultural do mundo para Nova York, como disse o Alexis, abaixo. E da parte da esquerda francesa especificamente, o fato dos EUA auto-proclamar-se xerife do mundo e sair apoiando ditaduras de direita ao seu bel prazer. Um povo com a auto-estima como o francês, não engole isso.

    Isso sem contar que americanos ricos com seus dollares arrasa-quarteirão foram às compras em Paris, principalmente apartir do fim do sécXIX, onde não apenas adquiriam perfumes e roupas chiques, mas o melhor da arte européia. Isso com muita facilidade. E muitos deles eram caipiras novos ricos do oeste.

    AA, se voce, um sujeito que tanto presa a erudição e o refinamento, fosse um francês do inicio do século XX também seria anti-americano, com certeza

    1. Meu caro, é um pouco mais

      Meu caro, é um pouco mais complicado, Nova York jamais foi ou é uma capital cultural e intelectual como é Paris com séculos de sedimentação, Paris já era um grande centro de civilização quando Nova York era um povoado de botecos,

      os americanos nunca deixaram de reconhecer isso e nunca pretenderam ser mais que Paris. A colonia artistica e intelectual americana em Paris era enorme, mais de 30 mil americanos moravam em Paris entre 1920 e 1930, nos chamados “anos louos”, os salões de Gertrude Stein, Alice B.Stockles, a presença onirica de Hemingway, pintores, escritores, jornalistas, pensadores americanos era marcante, uma presença baseada na admiração desses americanos de veia artistica e contestadora pela cultura francesa.

      Uma das principais rupturas de nossos tempos foi na Segunda Guerra, quando Roosevelt tentou apagar a presença de De Gaulle como um dos cinco grandes da politica internacional. Não conseguiu mas deixou cicatrizes profundas, De Gaulle não tolerava os EUA e estes o consideravam um despota prepotente. Foi De Gaulle quem causou o desligamento do dolar de seu lastro ouro ao tentar transformar suas reservas em dolar exigindo a contrapartido em ouro que não existia.

      A esse dissenção geopolitica se ajuntou o rescaldo esquerdista da guerra civil de Espanha, dos maquis comunistas de 43,

      da corte stalinista que dominava toda a franja dos cafés de Montmartre tendo em Sartre seu pivot central.

  10. O post foi bom,

    E muita gente tem dificuldades em entender isso pois seu próprio anti-americanismo não os permite.

    Eu já tive um pouco disso, principalmente quando comecei minha militância na esquerda, mas nada que um pouco de estudos não resolvesse. 

    A frase abaixo é perfeita, e demonstra o quanto as críticas (justíssimas) quanto à política americana acabam se invalidando em um mar de preconceito:

     

    “Ser antiamericano é odiar os Estados Unidos mais que o necessário para os criticar validamente”.

  11. Não existe antiamericanismo: existe resistência ao imperialismo!

    Antiamericanismo? Desculpem, simplesmente ridículo. Os EUA – ou melhor dizendo, o consórcio anglossaxossionista de poderes, distribuído por vários países, é que são antimundo. Suas lideranças declaram abertamente acreditar que “a liderança dos EUA é boa para os EUA e para o mundo”, e deve ser imposta por meio de ação diplomática, intervenção militar e força moral [sic] – vide programas públicos do PNAC, que não é um grupo fanático isolado, e sim representa a concepção dominante há décadas no Estado estadunidense, hoje mais forte que nunca.

    Este artigo é uma mera peça de propaganda estadunidense, porém fraca, muito fraca, diante das evidências contundentes da violência imperialista desse país e de seus aliados.

    Os EUA não têm nenhum direito de impor ao mundo sua liderança, como acreditam – porém os demais países do mundo têm todo o direito de resistir às suas tentativas de imposição. Não se trata de ser anti-nada, trata-se de ser a favor da liberdade de autodeterminação dos demais povos do mundo. A mais legítima atitude de resistência ao imperialismo. Só.

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