Quatro atos do março sem fim da crise

Do Internacionalismo, no Medium

Em quatro atos, um março que não tem fim

Ato I

O turbilhão iniciado — ou agravado — pela condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal para depoimento no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no dia 4 de março, não dá sinais de que irá arrefecer. Não se trata apenas de uma ação que envolve um outrora ocupante do mais alto cargo da República: Lula é um símbolo, e as reações no Brasil e no exterior aos acontecimentos daquela sexta-feira expõem a enorme importância do primeiro presidente brasileiro oriundo das classes populares no imaginário mundial.

Há uma enorme complexidade envolvendo os fatos do dia 4, desde o depoimento de Lula à sua fala emocionada ao final do dia junto aos militantes do Partido dos Trabalhadores, passando decisivamente por um pronunciamento à tarde transmitido em rede nacional. Como separar aspectos políticos, midiáticos, jurídicos, sócio-históricos, entre outros? É mandatório realizar estudos de caso acerca do referido período. Mas, por enquanto, vamos nos concentrar em alguns aspectos percebidos como de grande relevância no contexto.

A ação da PF, deflagrada na operação Lava Jato, deu margem a diversos questionamentos por parte da imprensa mundial, e isso parece ser de relevância no que se refere ao ofício jornalístico. Sendo óbvio que cada empresa possua sua orientação editorial (mais à esquerda, mais à direita, centrista, etc), é importante destacar que essa inclinação ideológica deva ser coordenada com a realização do melhor jornalismo possível — ou seja, buscando as utopias da isenção e imparcialidade. Relembre-se a conhecida ideia de Eduardo Galeano de que a utopia, sendo inalcançável, deva ser o balizador das ações humanas. Assim, correr atrás da informação mais correta é a obrigação do jornalista.

Pois bem: no espectro doméstico, os principais meios jornalísticos tradicionais — em especial os que fazem parte das Organizações Globo e periódicos referenciais como Folha de São Paulo e Estadão — foram criticados severamente por realizarem uma cobertura acrítica e/ou enviesada sobre formas de agir da PF e do modus operandi dos procuradores da Lava Jato. É significativo, nesse sentido, que um jornal considerado direitista como o francês Le Figaro tenha trazido análise que aponta justamente para as arbitrariedades cometidas na ação que envolveu Lula. A correspondente Lamia Oualalou qualifica a operação como uma ação violenta, na qual o juiz Sérgio Moro (um “Dom Quixote de província”, na fala da jornalista) tenta humilhar o ex-mandatário. Outros veículos também se concentram nas contradições das medidas tomadas pela força-tarefa de investigação. O New York Times noticia que os métodos utilizados pela Lava Jato estão sendo questionados no país, trazendo fala do professor de Direito da USP, Rafael Mafei, de que a condução à força de Lula “colocou muito stress sobre toda a investigação”. A matéria afirma que apesar de alguns membros do Supremo Tribunal Federal terem questionado essa ação em específico, a Corte apoia a Lava Jato. O texto também dá espaço às criticas contra vazamentos seletivos de informações, como no caso da suposta delação do ex-líder do PT no Senado Delcídio Amaral. O jornal O País, de Angola, ao noticiar que o ex-presidente considera estar acontecendo uma perseguição pessoal por parte do juiz Sérgio Moro, traz a informação de que grande parte dos principais magistrados do país “estranharam” a coerção para depoimento, como o ministro do STF Marco Aurélio Mello, que declarou “só se o intimado se tivesse recusado a depor se justificaria o aparato da figura da condução coercitiva”. Segundo o site angolano, há uma preocupação com episódios de violência e vandalismo, como as pichações realizadas na sede do Instituto Lula, em São Paulo. O britânico The Guardian também aponta que magistrados brasileiros se mostram incomodados, e afirma que “mesmo Gilmar Mendes”, ministro do STF que já expressou sua crença na participação dos líderes do PT no esquema ilícito, comentou ser a situação “delicada”.

Duas análises mais aprofundadas publicadas nos últimos dias merecem ser comentadas. A primeira, publicada na BBC pelo correspondente Daniel Gallas, busca entender o valor do “ícone Lula” em meio às denúncias atuais, é intitulada O homem mais amado e odiado do Brasil. Conforme Gallas, as acusações do Ministério Público de São Paulo e dos integrantes da Lava Jato são graves, e se sustentam em fortes evidências. Por outro lado, não há nenhuma evidência concreta de que Luiz Inácio esteja envolvido com as irregularidades na Petrobras ou que os imóveis atribuídos a ele realmente sejam seus — mas que, mesmo assim, ele está sendo acusado pelo MP paulista. O jornalista comenta que a situação de Lula acirra os ânimos entre os brasileiros, pois ele é tanto visto como herói quanto como vilão por grandes contingentes da população. Como o ex-presidente se mostra energizado, seus admiradores se mostram dispostos a ir com força para as ruas, pela primeira vez desde que os protestos contra o PT se tornaram regulares no Brasil. E este é o clima para o domingo 13 de março, dia de manifestações contra o partido e pelo impeachment de Dilma Rousseff.

segunda reflexão sobre os últimos dias de Lula foi publicada no portal russo RT, sendo escrita pelo jornalista e analista brasileiro Pepe Escobar. Trazendo uma visão enquadrada dentro de um interesse editorial “russo” sobre as temáticas em observação, Escobar sustenta que a condução coercitiva de Lula deve ser entendida em um âmbito geopolítico, mesclando análise macro e microssocial. Partindo também da afirmação de que não há prova cabal contra o estadista, o jornalista faz uma longa consideração sobre os diversos âmbitos da atual crise política brasileira — segundo ele, não por coincidência, esta se vê entrelaçada às dificuldades econômicas do país. Escobar observa que o atual “terremoto brasileiro” teve seus primeiros tremores após a escolha do sistema de partilha da exploração do Pré-Sal, que determinou a obrigatoriedade de participação da Petrobras em qualquer operação, em 2013. Como apontam os relatórios vazados pelo Wikileaks, empresas petrolíferas norte-americanas tiveram contatos com políticos da oposição (destacadamente, com o senador José Serra, do PSDB de São Paulo), e mudar o regime de exploração do Pré-Sal seria questão de primeira ordem. Escobar diz que o combate à corrupção na estatal brasileira, não por acaso, atinge partidos e políticos considerados nacionalistas, enquanto integrantes da oposição posam de “anjos”. Assim, a situação interna no país é, na opinião de Escobar, reflexo de uma disputa mundial, pois três dos integrantes dos BRICS — além do Brasil, Rússia e China — estão sendo atingidos por crises relacionadas aos interesses dos mercados financeiros e às estruturas econômicas hegemônicas mundialmente. O bloco, formado ainda por África do Sul e Índia, representou, nos últimos anos, uma plataforma de poder contrária aos países dominantes, com iniciativas como o Banco dos BRICS e cooperação mútua em assuntos estratégicos.

O que se apresenta neste mosaico é, de certo, a necessidade do jornalismo ser um agente em favor da sociedade. Cabe à Justiça investigar, julgar e, sendo o caso, condenar os envolvidos em ilicitudes. Em meio a dias de grande tensão, a imprensa tem que realizar seu trabalho, correr atrás da utopia, mesmo que essa corrida se choque às escolhas ideológico-editoriais da empresa na qual o jornalista atua.

Ato II

No domingo 13 de março, manifestações aconteceram em mais de trezentas cidades brasileiras. A pauta ficou entre os contrários ao governo de Dilma Rousseff e ao PT e os que protestavam contra a corrupção, de qualquer partido — o que ficou patente quando, em meio a um mar de bonecos “pixulecos” e cartazes anti-Dilma, o presidente do PSDB, Aécio Neves, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foram expulsos do protesto na Avenida Paulista.

De certo, a criminalização da classe política assustou a oposição, que havia se engajado na divulgação e promoção dos protestos. Diversos analistas apontaram que, no clima do que se vayan todos, apenas o deputado federal Jair Bolsonaro, representante da extrema-direita, foi aplaudido efusivamente — e isso é extremamente preocupante. Por outro lado, o The Guardian aponta que se mostraram mais abrangentes e diversificados do que os ocorridos ao longo de 2015, com uma visibilidade menor da extrema-direita. Para o jornal britânico, o movimento foi representativo mesmo na região Nordeste, apontada como “principal bastião” de apoio ao PT. Vale indicar que The Guardian publicou a seção especial briefing, na qual procura explicar aos leitores a labiríntica conjuntura brasileira.

É importante ter em consideração que o direito a se manifestar publicamente é sagrado e legítimo. Assim como a possibilidade de que estes mesmos protestos e manifestantes sejam criticados pelo que reivindicam ou representam. Nesse sentindo, uma imagem que se tornou viral acabou por representar diversos ângulos da corrente situação político-social.

(fonte: The Globe and Mail — João Valadares/CB/D.A Press)

O norte-americano Huffington Post traz uma matéria que abre espaço para as diversas interpretações da foto, dando voz aos críticos e reproduzindo também as falas do casal envolvido e da própria babá — que se disse simpática aos protestos, mas que também afirma que não irão mudar nada. De todas as formas, a chamada da matéria ajuda a enquadrar o fato na situação de estrutural desigualdade da sociedade brasileira. O periódico canadense The Globe and Mail investe na exposição de índices socioeconômicos para caracterizar a maior parte dos manifestantes do dia 13. Ao final, a matéria afirma que os brasileiros são rápidos e criativos na produção de memes, e reproduz um fictício diálogo no qual o casal diz para a empregada doméstica: “rápido, Maria, temos que protestar contra o governo que nos obriga a te pagar ao menos o salário mínimo”. Curioso notar, porém, que o correspondente reproduz uma fala da página do Facebook Humans of Protesto como se esta fosse uma reclamação real ao invés de uma ironia.

Ato III

A pluralidade de visões é uma das qualidades e, efetivamente, um dos motores da democracia. Obviamente, esse é um ângulo que deve ser engendrado a outros elementos, como o respeito pela vida e dignidade humanas e à liberdade de expressão — que, ao contrário do que alguns pensam, não pode conter, em si, a negação dos outros direitos humanos básicos. Tendo isso em consideração, é muito interessante ver que o Süddeutsche Zeitung, jornal diário de maior circulação na Alemanha, traz matérias e análises que tanto fazem críticas contra Lula, ao afirmar que ele“zomba” do sistema legal ao aceitar a posição de Ministro da Casa Civil, como contra grande parte da oposição e dos manifestantes, ao afirmar serem manifestações reacionárias. Concorde-se ou não com os ângulos explorados pelo Zeitung, há que se louvar a possibilidade do debate amplo dentro de um mesmo produto jornalístico. O mês de março brasileiro anda mostrando que não há hipóteses a serem descartadas de pronto, e que as certezas só fazem mal a quem pretende, de forma séria, analisar a atuação dos domínios político e midiático na situação.

Da mesma forma que a BBC fez um perfil da trajetória de Luiz Inácio Lula da Silva para tentar explicar a atual crise, o jornal alemão constrói uma análise enfocada no “modelo brasileiro” adotado a partir do lulismo, perguntando “o que deu errado?” naquele que parecia ser, em sua opinião, uma alternativa aos poderes hegemônicos do Norte . Para o Süddeustche Zeitung, a grande questão foi os brasileiros terem sido “imprudentes”, baseando sua estrutura de crescimento no alto preço das commodities, no meio da década passada (mesmo que tenham buscado desenvolver outras áreas nas quais o país se vê atrasado, conforme o periódico).

 

Posse de Lula como Ministro da Casa Civil (fonte: epoca.globo.com)

A nomeação de Lula para o cargo de Ministro da Casa Civil e a divulgação de grampos nas conversas entre a presidente Dilma e Lula causaram alvoroço na imprensa mundial, conjugando visões contrárias às medidas, dúvidas em relação aos movimentos políticos no Brasil e preocupações em relação às formas de agir do Judiciário brasileiro personificadas em Sérgio Moro. Em relação a este, a divulgação das interações entre Lula e outros interlocutores — especialmente Dilma –, a partir de gravações conseguidas por meio de grampos (e, como o próprio magistrado admitiu, em situação de ilegalidade) assustou diversos meios jornalísticos estrangeiros. A revista britânica The Economist, que se posiciona abertamente contrária à política econômica empreendida pelo governo brasileiro, diz que a atuação de Moro foi longe demais ao espionar e espalhar o conteúdo de conversas empreendidas pela Chefe-de-Estado — que, como é lembrado, não possui acusações formais recaindo sobre ela. Também é afirmado que o magistrado paranaense já vinha sendo questionado por outras decisões, como a de conduzir coercitivamente o ex-mandatário.

Afora a questão da ilegalidade, o conteúdo das gravações também foi questionado. Em uma interação no Twitter, o jornalista Glenn Greenwald (responsável pela divulgação da espionagem norte-americana a partir dos depoimentos do ex-agente da Agência Nacional de Segurança dos EUA, Edward Snowden) comentou com o correspondente do LA Times no Brasil, Vincent Bevins, que não entendia o frenesi em relação aos áudios. “Não há nada de incriminatório ali”, disse, tendo a concordância de Bevins. Os dois criticaram também a cobertura da imprensa brasileira — Greenwald citou ironicamente a interpretação que os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos fizeram do material sonoro divulgado por Moro.

Ao chegar ao final do Ato III, importa indicar uma característica interessante do jornalismo que, por vezes, pode passar despercebida: a necessidade de, ao enfocar um acontecimento distante, realizar um processo de identificação entre as realidades, de forma a atrair o público. O colunista Carlos Pagni, do La Nación, procura fazer essa aproximação em Una crisis con aire argentino. Na sua visão, a periclitante situação do governo Dilma impede uma recuperação do país, e a economia da Argentina depende da melhora econômica brasileira. Ao comentar a decisão da presidenta de trazer Lula para a equipe, o jornalista argentino a chama de “Medvedev tropical e tardia”, relembrando o retorno do então ex-presidente russo Vladimir Putin ao centro do poder como primeiro-ministro há alguns anos — e que esta ação causou mal-estar na opinião pública. De toda forma, Pagni compara a Justiça brasileira à argentina, dizendo que, se a primeira está na berlinda pela sua independência (no caso, os atos de Moro), a segunda exibe uma relação de deferência ao poder.

Uma visão em particular sobre o confuso e perigoso cenário brasileiro chamou a atenção do Internacionalismo. Em Brasil: um país irmão a ferro e fogoo articulista português Francisco Teixeira da Mota, do jornal O Público que tanto o Ministério Público, que conduz as investigações, quanto Luiz Inácio Lula da Silva, o investigado, em determinados momentos não mostram consistência em suas provas de acusação e estratégias de defesa, respectivamente. A comparação com Portugal, à primeira vista explicitada apenas no título, mostra-se sem nenhum pudor na crítica às possíveis ações ilegais de Lula e ao estranho funcionamento do MP, que não encontra provas contundentes, mas, mesmo assim, leva o processo à frente (baseando-se em evidências como vizinhos que “ouviram dizer” que o ex-presidente é o dono do sítio da discórdia em Atibaia, interior de São Paulo). O subtítulo do texto ajuda a compreender a ideia do autor: “Um pouco de justiça brasileira ao vivo…”. A referência ao “país irmão”, ao final da coluna, completa o quadro.

Ato IV

Capas do jornal O Globo sobre manifestações: em um dia, “Brasil”; no outro, “aliados de Lula e Dilma”

Chegamos, assim, ao Ato IV. Neste, as manifestações da última sexta (18/03) em defesa da democracia são colocadas, pela maioria da grande imprensa brasileira, como “atos de apoiadores de Lula e Dilma” (como publicado na capa do jornal O Globo de sábado). É primordial ter em perspectiva as seguintes questões: a) as investigações sobre os desmandos na Petrobras não podem ser levadas à frente a partir de medidas ilegais, como a já citada divulgação dos áudios pelo juiz Sérgio Moro; b) a parcialidade da cobertura jornalística por algumas empresas, em especial as Organizações Globo, chegou ao ponto de que o principal telejornal da emissora, o Jornal Nacional, teve que fazer comunicados diários acerca de sua própria “isenção”.

Este é, de certo, um elemento de enorme importância. Glenn Greenwald publicou texto no Intercept no qual sustenta que a ampla maioria da imprensa internacional produz matérias sobre o caos brasileiro a partir dos meios do país, o que se reflete em uma glorificação dos protestos a partir da visão maniqueísta de manifestantes X Governo, quando a situação é, claramente, muito mais complexa. Greenwald faz uma breve e contundente análise da situação política brasileira compreendida entre o período do regime militar (1964–1985) e a nova república (apontando também a responsabilidade dos EUA no golpe que derrubou João Goulart). Um fator destacado pelo jornalista são as pressões políticas sofridas pela presidente Dilma Rousseff a partir de setores não políticos. Nesse sentido, ele aponta a força da Rede Globo, empresa que possui um oligopólio do sistema de comunicações no país e que se estruturou em ampla associação ao governo durante o período da ditadura, além de um antagonismo histórico entre Globo e PT que está agudizado.

A questão é que, com as estranhas decisões de Moro, o âmbito da ação contra o Governo se mostra ainda mais alargado. Greenwald diz que, de forma simples, o que acontece é uma revolta das elites, que não aceitam as derrotas eleitorais e, de forma mais profunda, as grandes mudanças sociais dos últimos anos. O jornalista cita a fala do correspondente do jornal canadense The Globe and Mail no Brasil, Stephen Nolen: “Está claro que a maior parte das instituições do país está alinhada contra a presidente”.

Pertinente apontar que parte da imprensa mundial começa a questionar o horizonte dos acontecimentos no Brasil, e as baterias se voltam essencialmente para a atuação conjunta entre parte do Judiciário e grandes empresas midiáticas. Em manchete, o periódico alemão Der Spiegel chama de “golpe frio” o que está ocorrendo no país, criticando duramente as decisões de Sérgio Moro ao dizer que o sucesso “lhe subiu à cabeça” e que, de forma inaceitável, o juiz faz política. Além disso, o texto observa que, ao contrário do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, Lula não possui contas no exterior.

Uma matéria da TV Al-Jazeera aborda os problemas no Brasil a partir do viés da atuação da mídia no caos político do momento, afirmando que, sendo em sua maioria de direita, as empresas conclamam as pessoas a irem às ruas nas manifestações contra Dilma. O canal faz um mergulho no oligopólico mercado midiático do Brasil, apontando que, além de sua extrema concentração (formado por Globo, Abril, Grupo Folha, Grupo Bandeirantes e Record), todos são comandados por famílias que fazem parte das elites brasileiras. Segundo a Al-Jazeera, é impossível entender os acontecimentos sem conhecer a dimensão do poder político-midiático na sociedade brasileira. A professora da City University Carolina Matos, primeira entrevistada do Internacionalismo, é uma das fontes da reportagem.

Por fim, é muito relevante comentar a notícia publicada pelo El País, do Uruguai, de que o governo de Tabaré Vázquez acompanha com preocupação a situação no vizinho do norte. O ministro das Relações Exteriores uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, declarou enfaticamente: “sei que há enquartelamento de tropas”, referindo-se aos contingentes militares no Brasil. Esta, sem nenhuma dúvida, é uma das maiores preocupações dos governos sul-americanos, cujo denominador comum foi a intervenção militar ao longo do século XX. É alarmante que grande parte da população brasileira não se atente a essas similaridades históricas. Que os próximos atos dessa complexa peça não tragam mais semelhanças entre 1964 e 2016 do que já existem.

Redação

6 Comentários

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  1. O mundo inteiro se dá conta do golpe

    … e do estado de exceção que instalou no Brasil. É ilusão achar que tal afronta à Constituição promovida pela oposição e pelos traíras do povo brasileiro vai acabar bem. Vai ter resistência, vai ter luta.

    1. O mundo inteiro se dá conta,

      O mundo inteiro se dá conta, menos os Brasileiros…

      Nosso povo é uma vergonha !!!! Esse país merece ficar em terra arrasada !!!

       

  2. governo sem norte

    coisa incrivel. tudo que se delatou ate aqui, deve ser mentira mesmo…

    e os gastos, a mentira, manobras, roubo petralha claro, tudo imaginacao…

    temos governo forte, credito mundial, economia invejavel, incompetencia 

    reinante no planalto. tudo invencao…

    como vai o BRASIL? digam…

  3. Quanto blá blá blá

    Lenga , lenga ……..

    A estratégia política dos adversários do governo foi coisa de profissional. Fico pensando se tiveram apoio do know how da CIA. 

    No final de fevereiro , com a eleição do deputado Picciani – aliado do governo – para líder do PMDB na Câmara,  parecia que tudo estava entrando nos trilhos , tomando rumo.  As denúncias contra Eduardo Cunha eram o foco do noticiário . Em relação ao impeachment havia uma quietude no ar. A única notícia relevante foi o não comparecimento de Lula ao Fórum da Barra Funda para prestar depoimento, e que gerou um embate em frente ao prédio entre apoiadores e adversários do governo .

    E não mais que de repente , irrompe a bomba do dia 04 de março : a condução coercitiva de Lula acirra e polariza os ânimos.  Estrategicamente colocada há uma semana antes da data marcada para realização da manifestação pro impeachment , jogou brasa na fogueira . 

    Depois disso as jogadas se sucederam rapidamente : o governo anuncia que LULA vai ser ministro ; os golpistas contra atacam divulgando o grampo das conversas entre Lula e Dilma no Jornal Nacional ; vem a avalanche de liminares contra a possa de Lula. O impasse está criado. A mídia explora tudo virulentamente O clima esta pronto. Os oportunistas se posicionam . O PMDB debanda . 

    Fator fundamental para que situação chegasse a tal ponto foi a incompetência de DILMA . Desde o início se aproximou  e abriu as pernas para o bandido. A irresponsabilidade de jogar o país num desequilibrio fiscal com a sanha de ganhar a eleição. A incompetência de negligenciar a segurança de sua comunicação , mesmo depois do episódio dos grampos dos americanos denunciado por Snowden . 

    Tudo contribuiu , mas o que derruba Dilma de fato é a situação econômica. Em 1992 , o país estava num dos piores anos da história no PIB. Collor pegou o chapéu . Se Lula não surfasse na prosperidade econômica de seu governo , também teria caído no mensalão . Com economia ruim , nem mesmo o apoio radical da mídia conseguiu manter os tucanos no poder em 2002.  Naquela época nossa vizinha Argentina estava a beira da guerra civil . 

    Os candidatos à presidência , entendam a lição de uma vez por todas . 

  4. a resisdtencia é necessária

    a resisdtencia é necessária etem de ser interna,

    uma vez que a grande mídia inenacional, mesmo analisando

    corrrertamenta situação, pouca influencia tem internamente…

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