Sobre economia política e política econômica

Por Mogisenio

Comentário ao post “Os economistas e a nova realidade política do país

A economia já foi política e depois, a razão, baseando-se nela mesma, julgando ser possível o cogito erga sum,  impulsiona o “pensamento” econômico  a fim de   mudar o objeto de estudo   para:  recursos escassos versus necessidades ilimitadas etc,

Como resultante dessa  “iluminação” toda, chega-se  a um “pensamento” econômico” mais ou menos assim:

Um  papo muitíssimo  furado de que algumas curvas muito indiferentes em conjunto com  outras , sobretudo, uma que tem o dom de  transformar  e provar  a existência de “deus”, isto e, a existência do deus  “custo de oportunidade”, numa relação de condutas humanas quaisquer , indo por ai,  até o “longo prazo”.

Ah! Antes que eu me esqueça, quanto à moeda, não se preocuopem,  essa é ouro. E não se preocupem também  pois o  ouro a gente consegue  nas “minas gerais”, por exemplo.  Afinal, natureza é natureza, recurso é recurso,  terra é terra, trabalho é trabalho, ouro é  ouro, índio é índio, negro é negro, escravo é escravo, chinês é chinês,  etc é etc.  O importante é sabermos combinar estes “fatores” , com  muita produtividade e mérito  para produzir e  produzir a fim de alcançarmos  o bem-estar “de todos” e consequentemente, a “felicidade”, isto é, a produção e o consumo  para  em seguida, alcançarmos mais produção e consumo,  e assim sucessivamente, vivendo  felizes para sempre( no longo prazo).

Todavia, tudo nos leva a crer que não é bem assim.

Vendo que não dá para adorar aquele “deus” do universo,  natural, atemporal , entre outras baboseiras, os “economistas”  de escol de então,  tratam de encontrar um outro nome forte para trarar do “social”,( consequência)  dando a entender que até então o social não fazia parte do “objeto de estudo”. 

Daí,  o pensamento econômico, se evolui mas, paradoxalmente,  volta ao picles do passado em busca da terra “natural de robson cruzoé, numa espécia de  “psicologia” natural arrojada, tudo com base no princípio da subsidiariedade.  Mas…

Daí, o pensamento econômico  encampa a  chatice da “irracionalidade” social , isto é, ter de   aturar um  estado intrometido, chato, burocrático, irracional,  que deveria , isso sim, era   botar  bandido na  cadeia, manter a ordem, autorizar o uso de armas de fogo para  garantir o positivo  progresso.   Mas…

Logo em seguinda,  conclui  de forma brilhante que não há almoço gratis”. Portanto, deixem que o Deus dos Deuses, o senhor  do universo, resolva o “pobrema” econômico. Estamos falando dele, o máximo, o grande,  o gladiador dos gladiadores, o senhor Mercado! Clap, clap, clap, plec!

Ressalta-se que não é aconselhável  tratá-lo de  “sua majestade” nem  de “sua santidade”, pois corre-se o temendo risco  de igualá-lo à reis e rainhas( nem morta! absolutismo de novo não) ou ao  papado( nem morta! preferimos, eticamente, “protestar”). Portanto, Senhor gladiador! Eis o melhor tratamento!

Afora as brincadediras, pergunta-se aos economistas: há quantas  andam  o estudo de macroeconomia?

Agora quanto a esse desafio para os próximos anos de não se utilizar do câmbio para outros propósitos, na verdade, é um desafio antigo. Coisa que um Gatt da vida e uma OMC da vida,  esta no uso daquele,  prega(m)  mas , no fundo, não consegue(m) resolver. Melhor assumir que não resolve mesmo. Trata-se de mais uma das falácias no  meio “econômico-pseudo jurídico e institucional do  “mundo” ,dito,  civilizado.

Todavia, essa premissa fajuta serve para defender ao menos uma tese:  A de que o   Papai noel realmente  existe e não é “deus” , mas sim, um representante comercial.

Quanto ao papo furado de “reservas cambiais do brasil” na ordem de $360 bi, data maxima venia,  mas tudo nos leva a crer que é mais um papo, furadíssimo à moda brasileira. E a furada já começa a ser demonstrada logo em seguida com as tais “metas” de superávit fiscal para reduzir a dívida interna e controle de inflação.

Seria bom analisarmos com muita calma o que  realmente interessa: De um lado, a manutenção de “reservas” na ordem de 360 bi  a uma rentabilidade de zero vírgula qualquer coisa. Do outro lado,  a dívida interna, que não é interna coisa nenhuma, dada a “globalização”, – neo  mercantilismo – que adora falar de tomate,  inflação, política monetária e  aumento da selic.

 E de um outro  lado (terceiro excluído)  só hoje, isso mesmo, só hoje, dia 27/05/2014, presume-se que será gasta uma  pequena importância de 1,5 ou 2 bilhoes de “verdes” somente para o pagamento do tal  serviço da dívida.

Serviço esse  herdado e nada público,  devidamente garantido pela LEI DE RESPONSABILIDADE DA GESTÃO FISCAL.

Enfim, com o bom e devido respeito, creio que esse  papo furado de política econômica  já era. Basta.

Por tudo isso e por mais coisas ainda não ditas,  viva a economia política. Abaixo a política econômica!   

Redação

4 Comentários

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  1. Excelente.
    Que venha, de

    Excelente.

    Que venha, de volta, a política destruída pelo economês de Chicago, pela “dama de ferro” e pelo ator presidente.

  2. Tentou ser irónico mas

    acho que poucos entenderam algo. Deve ter sido escrito por algum professor universitário que passa o dia reclamando que seus alunos não o entendem.

    Ou, mais provavelmente, um “banqueiro” que está com uma saudade danada do “carry trade” made in Brazil sem riscos cambiais.

    Por que com meu pequeno “carry trade” atual com os riscos cambiais, eu fico bem tenso. Inclusive já chamei meu pittbull de “Carry Trade’ para dar sorte.

  3. Mas que honra!

     

    Agora me dei conta  que o meu comentário foi apreciado e publicado aqui no Nassif.

    Valeu Nassif!

    Quem me de dera ser um banqueiro como pensou um dos colegas acima. Mas, pensando bem, acho que eu não consegueria ser um bom banqueiro. Sou muito idiota para tanto. Creio que eu não  conseguiria  vender mais valia, sobretudo, num papel pintado, com spread, multiplicando o que não existe no mundo sensível. Ou que existe apenas no pensamento. Fomentar a economia? kkkk, isso é papo de economistas  desorientados ou orientados para este fim.

    Também não sou  um professor tradicional.  Sou apenas um estudioso e curioso à respeito de  assuntos sociais e  de filosofia, sobretudo, no estudo da lógica formal e das inúmeras   falhas da lógica material aplicada.

    Não raro, deparo-me com muitas falácias por ai. Pode-se concluir parcialmente  que ainda  vivemos no mundo dos sofistas pré e pós socráticos. 

    O tal carry trade é outra máscara, digamos assim, para esconder as “regras do jogo”. Mas isso, é outra coisa.

    O outro colega, o  Assis,  é bastante conhecido por aqui. Já o li várias vezes. Seus comentários são ótimos meu caro Assis!

    Essa dupla neo liberal mencionada por você inspira muita gente pelo mundo. Lamentavelmente, talvez tenha inspirado o Bresser com o seu “gerenciamento” . O problema que a res é publica e muita gente não faz ideia  o que , de fato e de direito, vem a ser isso.

    E por falar e coisa pública, aproveito para comentar o último programa da brasilianas. Aquele que tratou da democracia com três ilustres participantes além do Nassif  e da sua colega jornalista.

    Pra mim, dos três, o  professor de filosofia e ética da USP foi quem mais se aproximou da “verdade”( aqui pensando que só podemos viver,  ainda ,  no mundo da  verossimilhança)

    O professor de Brasília, começou com aquele posiconamento meio que legal -institucional valorizando o voto etc. Foi feliz também porque não enrolou. Mas, logo percebeu a precisão do professor de  ética da USP: “as reformas que precisam ser feitas NÃO serão feitas” pelo congresso pois vão de encontro aos interesses do próprio congresso.” ( mais ou menos assim)

    Bravo! clap , clap, clap!

    O outro professor, mais novo, não foi muito feliz. Talvez, por falta de tempo. Seu enunciados parou em  premissas distantes. Deveria ter aproximado mais suas premissas para uma “realidade” mais próxima. Concluiu  muito pouco e não proporcionou aquela sensação de repouso que todo ouvinte ou telespectador gosta de ver, ouvir, sentir, enfim, perceber.

    Já o de ética concluiu, para falar numa das linguagens do jornalista,  com uma dominante de passagem. Uma sétima menor com  quinta aumentada e nona menor , ao dizer o que disse sobre as “reformas”. E nem pitágoras saberia nos explicar que acorde é esse, muito menos, “os clássicos”!

    Enfim, eu estou mais para a linha do professor de ética da USP, conquanto   o vocábulo ” ética”  tem lá seus “problemas”. A começar pela própria definição do que vem a ser “ética”.

    Divertido é encontrar por ai, “códigos de ética”.

     

    Mas, enfim, foi uma honra ter sido valorizado aqui.

    Saudações

  4. Conversa fora

    Bora… você escreveu:

    “Vendo que não dá para adorar aquele “deus” do universo,  natural, atemporal , entre outras baboseiras, os “economistas”  de escol de então,  tratam de encontrar um outro nome forte para trarar do “social”,( consequência)  dando a entender que até então o social não fazia parte do “objeto de estudo”. 

    E o objeto de estudo, nesta simplificação simplória torna misticismo os arquétipos que estão no Tarot.

    Dai para um governo, sem Norte, sem Estrela e sem Rumo é um nada.

     

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