E o “mito” virou marchinha de carnaval…, por Carlos Motta

E o “mito” virou marchinha de carnaval…

por Carlos Motta

As marchinhas de carnaval, que dominaram completamente a folia entre as décadas de 30 e 60 do século passado, usaram e abusaram do humor e da crítica social, principalmente a de costumes.

Muitas delas, como “Cabeleira do Zezé” (João Roberto Kelly e Roberto Faissal) e “Maria Sapatão” (João Roberto Kelly), não passariam, se lançadas hoje, no teste do politicamente correto – a turma que aplica esse vestibular é tão rígida que chegou a condenar o verdadeiro hino do carnaval brasileiro que é “O Teu Cabelo Não Nega” (Lamartine Babo e Irmãos Valença).

Com o correr do tempo, outros ritmos chegaram a dominar o carnaval, mas as marchinhas nunca deixaram de ser tocadas – são a alma da festa.

Os blocos de rua, surgidos aos milhares em todo o país, deram fôlego extra ao gênero.

Em Belo Horizonte, a Orquestra Royal tem feito sucesso, com suas marchinhas políticas. Em 2012 o grupo fez sucesso com “Coxinha da Madrasta”, uma crítica ao então presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Léo Burgues. Depois dela vieram “Imagina na Copa”, “Baile do Pó Royal”, “Rejeitados de Guarapari”, “Prefeito, libera o Cooler” e “Não Enche o Saco do Chico”. 

Para este ano foi composta – e já está na rede – a marchinha “Bolsomico”, que destrói o deputado fascista e fanfarrão que pretende ser presidente da República – Deus nos livre!

A música foi lançada na segunda-feira, 8 de janeiro:

 

https://www.youtube.com/watch?time_continue=30&v=tRusmBrTLWE

 

Sua letra pega pesado no ídolo das viúvas da ditadura. 

Rir é o melhor remédio.

Tem que ter QI de mico
Pra ficar lambendo bota de milico
Cérebro de periquito
Pra chamar esse boçal de mito
Memória de tanajura
Pra dizer que nunca houve ditadura
Cabeça de camarão
Pra querer voltar pros tempos da inquisição
É melhor Jair
Já ir embora
Sair correndo para a aula de história
É melhor Jair
Já ir embora
E leve o prefeito Dória
Leve também a turma desses idiotas
MBL
Crivella
Alexandre Frota
Pra completar na verdade o bom seria
Levar o mico pra aula de economia

 
Redação

2 Comentários

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  1. Ainda bem que há coisas que nao sao mais possíveis

    “Cabeleira do Zezé” e “O teu cabelo nao nega” felizmente nao sao mais possíveis. Nem “Essa mulher há muito tempo me provoca/ Dá nela, dá nela”, por mais que seja de Noel. Homofobia, racismo e machismo nao sao engraçados, pelo menos nao para os alvos. E a primeira e a terceira dessas cançoes sao incentivadoras de violência.

  2. Bolso nada, a melhor música.

    Saindo um pouco do estilo marchinhas, mas mantendo o foco Bolsonaro…

     

    Uma das melhores bandas da atualidade fizeram também a melhor música sobre o ícone: “Bolso nada”.

     

    Pra quem ainda não conhece, “Francisco, El Hombre” é sem dúvidas a grande revelação musical da atualidade, em minha humilde opinião.

     

    Mas falando de marchinhas, também acabam de lançar o videoclipe de “Ta com dólar, ta com Deus”. O vocal da Juliana é outra incrível revelação!

     

    “Bolso nada”

    https://www.youtube.com/watch?v=c5lNJ47_O8g

     

    “Ta com dólar, ta com Deus”

    https://www.youtube.com/watch?v=Y6Bc2rZpwrU

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