Muito tarde? | processos de transformação: passo 1.

 
A vida começa aos 40. Os 30 são os novos 20. E de ditado em ditado, quem vive o momento de transformação se depara, de vez em sempre, com as dúvidas e angústias de dar o tal salto rumo ao desconhecido.

Comentei, acho eu, que me encontro num destes momentos. E, afirmo, a fluidez e confiança que tantos gurus da auto-ajuda apresentam como ingredientes fundamentais para a receita não empelotar, demoram um tanto pra aparecer. O que vem estampado na ilustração deste post me acalmou, inspirou. Viva!

Fui uma adolescente entusiasmada, pra dizer o mínimo. Havia em mim uma energia tremenda – e tremendamente bagunçada – que me meteu em semi-enrascadas e, ufa, trouxe criativas saídas. Mas do momento em que decidi olhar pra dentro e mergulhar, rapaz, tal energia vem se consumindo com a mesma voracidade que fogo pega em palha – rápido, mas nem tão fugaz.

Precisei e quis me organizar pra curtir e aproveitar com segurança o que nomeei de “o chamado”, algo que ocorreu como um grito de mim pra eu mesma e, claro, teve amparo na terapia (Jung, te amo!). Já tendo casado e descasado, trabalhado ali e acolá e com uma filha adolescente são diversas e intensas as cobranças internas e externas por “finalmente acontecer”. Precisei confiar, antes de mais nada, de que o processo todo, demore o quanto demorar, compensa, vale e é realmente o que vai me fazer, enfim, ser eu. Um puta privilégio, dizem alguns – uma enorme ato de coragem, replico.
Disse Oscar Wild: viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. Concordo, prezado. E te celebro por caber tanto em tantos argumentos por aqui e ali. Gracias!

Pra viver, meu primeiro passo, observado só depois de ter andado um tanto, foi encontrar um fio condutor na vida, aquele ingrediente que está sempre presente faça chuva ou faça sol e é quase imperceptível até que se decida olhar pra ele. No meu caso, este ingrediente é o que chamo de “misterioso”, que passeia entre o místico, o exotérico e o sobrenatural. Algo que podemos chamar de alma, pra simplificar.

Encontrado este tempero, dá-lhe pesquisa pra entender se o que eu quero ser já existe ou se terá que ser inventado. Pois é, uma das maravilhas do mundo moderno é a possibilidade de criar e (se) inventar. Tem um moço querido que eu conheço e aprecio que, apesar de jornalista, se descreve como caseiro de espaços de transformação. Quer coisa mais linda e atual?

Achei, existe curso, existe até diploma pro que eu quero ser. Próximo passo: colocar tudo isso no papel, inclusive com uma planilha financeira que é pro sonho não virar pesadelo e este tipo de desespero – o mais comum e humano, a necessidade de pagar contas – estar coberto (no limite do possível), porque transformar-se, não sei se alguém avisou, dá sono. Fiz um curso pra isso também, e indico: é o Pó Mágico, faz uma diferença enorme pra quem, como eu, é criativo e precisa colocar os pés no chão pelo menos de vez em quando.

Começo aqui uma pequena saga de três textos contando um pouco sobre esta minha caminhada em direção a mim mesma e espero inspirar, fazer pirar e exalar as dificuldades e prazeres da transformação.

Entendo que o processo de evoluir de alguém que faz de um tanto pra preencher seus vazios por meio do olhar do outro para quem aproveita este espaço todo e faz magia de dentro de uma casa vermelha, repleta de plantas e curativos de alma há um espaço tão grande quanto a vontade de fazer dar certo.

Vem comigo?

 

Mariana A. Nassif

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  1. O 1° dia de amanhã.

    O desafio é sacar o novo

    Do que ainda não é velho.

    É enxergar o horizonte

    Do que ainda não é muro.

    É viver o tempo

    Do que ainda não é findo.

    Mas não é jovem,

    Não é começo,

    Nem é infinito.

  2. Tem um caminho mais simples,
    Tem um caminho mais simples, é seguir um dos primeiros mandamentos; O temor a Deus é o principio de toda a sabedoria!! Aí veremos e sentiremos a verdade e reconheceremos que só ele por teu filho amado nosso Sr. e SalvadorJesus Cristo, nos libertará!!

  3. “As coisas que se vêem são

    “As coisas que se vêem são temporais, mas as que se não vêem são eternas.” Creio que autor do texto ainda não encontrou o que preencha o seu vazio existencial.

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